🚉🛄🚂🚃 Uh! Uh! Pouca terra, pouca terra. Pare, escute, olhe e aproveite para fazer Turismo Ferroviário! Não perca o comboio deste artigo! O comboio é o nosso meio de transporte preferido, quando não utilizamos o carro. Se já está a planear as próximas escapadinhas e quer evitar fazer viagens de automóvel (ou de avião), o comboio é uma boa opção que o leva a lugares incríveis, de norte a sul de Portugal. E porque não dormir e descansar numa Estação Ferroviária transformada num Hotel de Luxo, Alojamento Rural ou numa Guest House? Sugestões diferentes para quem queira ter um fim-de-semana diferente numa antiga estação abandonada transformada em locais verdadeiramente maravilhosos. O mote destes projetos turísticos – de alojamento local e de animação turística – é reabilitar o património ferroviário edificado (em ruinas, abandonado ou sem uso comercial), preservar a identidade local e dar vida aos lugares de outrora. Viva a Cultura Ferroviária! Cultura, lazer e património. De comboio viaja-se mesmo. Da janela de um comboio, a paisagem torna-se mais humanizada. Sai-se do comboio e entra-se num mundo à parte. O Mundo das Estações Ferroviárias.
Leia o Artigo completoCategoria: Portugal (Terras)
🌊Conheça a Lagoa de Óbidos: um passeio sustentável na região Oeste.
⚓Crónicas Oestinas. Óbidos é uma localidade, gentil e pitoresca, da região Oeste de Portugal tem muito mais do que o seu magnânimo Castelo, as imponentes muralhas e o antiguisismo burgo medieval. Tem uma lagoa, flamingos, humildes pescadores e trilhos pedestres “marcados” para serem gozados em total comunhão com a natureza. É um postal turístico de Portugal e, particularmente, da região Oeste. Continua a ser hospitaleira, e acolhedora, para quem ali vai tomar banhos de mar, caminhar nas suas margens e divertir-se a realizar desportos náuticos.
Leia o artigo completo🏛️📷 Conheça o Museu de Fotografia da Madeira – Atelier Vicente’s: o mais antigo estúdio de fotografia em Portugal (1852-1978).
📷Uma viagem pelos primórdios da Arte Fotográfica em Portugal. Já imaginou um museu dentro de um antigo estúdio fotográfico oitocentista? Localizado na capital insular, no Funchal, o Museu de Fotografia da Madeira – Atelier Vicente’s é um espaço museológico aberto ao público desde 1982. Fechado durante muitos anos, entre 2014 e 2019, este museu instalado no antigo “studio” fotográfico de Vicente Gomes da Silva (1827-1906) reúne um vasto espólio composto por cenários, máquinas fotográficas, molduras com fotografias originais, livros sobre técnicas fotográficas e um valioso conjunto de 800 mil negativos, datados de 1876 a 1982, à guarda do Arquivo Regional e Biblioteca Pública da Madeira. Foi considerado o Museu Português do Ano em 2020, pela Associação Portuguesa de Museologia (APOM), a premiar a paixão e o carinho do seu director, funcionários e de todos os madeirenses pelo legado patrimonial e imagético das quatro gerações da Photographia Vicente. Ainda hoje, a “Photograhia Vicente” representa, no panorama do património cultural da Ilha da Madeira, uma das mais prestigiadas e principais casas fotográficas, quer pela sua antiguidade, quer pela sua atividade na mesma família ao longo de quatro gerações. Vamos conhecer o mais antigo estúdio de fotografia do país e venha celebrar connosco o Dia Mundial da Fotografia!
Leia o Artigo completo📰🎙️Blogue OLIRAF em destaque na Revista INVADE da Rota Histórica das Linhas de Torres!
Está disponível o quarto número da revista INVADE! Património. Turismo . Lazer, uma edição da Rota Histórica das Linhas de Torres. Criada há três anos, e com edições semestrais, a Invade! tem como objetivo é divulgar o património das Linhas de Torres Vedras, inserido num território rico em cultura, memória e experiências inesquecíveis, onde a histórica dos sítios se cruza com a gastronomia, os vinhos, o golf, as atividades equestres, pedestres e desportivas, entre outras experiências. E Blogue OLIRAF, na rubrica Mãos à obra, está em destaque!
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A revista “INVADE!”
Sob o lema “Mais que 152 Motivos Fortes” [para visitar as Linhas de Torres], a publicação tem inúmeras novidades e sugestões de possíveis experiências a dois, em família, ou em grupo pelos concelhos que integram as Linhas de Torres. Lançada pela Rota Histórica das Linhas de Torres, (RHLT) a 20 de outubro de 2019, Dia Nacional das Linhas de Torres, a revista INVADE pretende afirmar-se como um convite para visitar o património histórico-militar do sistema defensivo oitocentista da Península de Lisboa, construído no contexto das Invasões Francesas (1807-1811). Trata-se de uma revista turística – Património, Lazer e Gastronomia -, criada para divulgar a riqueza de um território que cruza a história, a identidade, a paisagem e um património único na Europa, com a gastronomia, o enoturismo, o golf, a cultural as atividades equestres, pedestres e desportivas, entre outras experiências únicas e diferenciadoras.
Este é mais um passo para divulgar a riqueza de um território, que se estende entre o Tejo e o Atlântico, que cruza a história, a identidade, a paisagem e um património único na Europa, com a gastronomia, os vinhos, o golfe, as atividades equestres, pedestres e desportivas, entre outras experiências.
Com uma tiragem inicial de 1.500 exemplares, a revista é bilingue e está disponível nos Postos de Turismo e Centros de Interpretação das Linhas de Torres dos municípios de Arruda dos Vinhos, Loures, Mafra, Sobral de Monte Agraço, Torres Vedras e Vila Franca de Xira e em alguns agentes económicos da região, que trabalham o tema das Invasões Franceses, nas suas múltiplas vertentes turísticas. Por exemplo, um dos pontos ASK ME de Lisboa.
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Blogue OLIRAF em destaque na Revista INVADE!
Neste quarto número da “Invade!”, lançado no mês passado, fala-lhe, entre outras coisas, do que pode fazer, visitar, comer e experienciar na região das Linhas de Torres. Damos destaque para a rubrica Mãos à obra… [ver a pág. 16], onde o nosso mentor Rafael Oliveira, autor do Blogue OLIRAF dá uma uma entrevista sobre o seu percurso na área da fotografia, das viagens e na promoçãodo Turismo Histórico-Militar como tendência em crescimento, em virtude do período conturbado que Portugal, e o mundo, atravessam, e dos Travel Bloggers na retoma da atividade turística nacional, nomeadamente na Região Centro de Portugal. E revelamos algumas curiosidades sobre as nossas verdadeiras paixões: a história, fotografia e as viagens.
Aceda e leia [em detalhe e gratuitamente] toda a entrevista aqui.
Boas Leituras!
Não deixe de fazer…
- percorrer os fortes e redutos que dão corpo à Rota História das Linhas de Torres Vedras;
- observar um belo pôr-do-sol no Arquipélago das Berlengas;
- fotografar centro histórico da cidade de Torres Vedras e o seu castelo secular;
- visitar o Majestoso edifício setecentista do Asilo dos Inválidos Militares de Runa;
- caminhar pelos trilhos e azenhas das Termas dos Cucos;
- saborear a gastronomia local e regional no restaurante Napoleão Taberna;
- fazer um dia de praia nos 20 km de Costa Atlântica do concelho de Torres Vedras;
- conhecer as estações da Linha de Oeste: Dois Portos, Runa, Torres Vedras e Outeiro da Cabeça.
NÃO PERCA AS MINHAS AVENTURAS E OLHARES FOTOGRÁFICOS NO INSTAGRAM e no SAPO VIAGENS! UM ENCONTRO COM A HISTÓRIA, AO SABOR DAS IMAGENS…
🔗Para mais informações:
Rota Histórica das Linhas de Torres
A Rota Histórica das Linhas de Torres (RHLT) é um projeto turístico-cultural constituído com o objetivo de recuperar e valorizar o património histórico-militar construído no início do século XIX, pelas forças anglo-lusas comandadas pelo Duque de Wellington, para defender a cidade de Lisboa das invasões dos exércitos napoleónicos.
A Rota contempla um conjunto de 152 fortificações, distribuídas por seis municípios, que serviram para defender a região de Lisboa das tropas de Napoleão. Além de Loures, fazem parte desta rota os municípios de Mafra, Torres Vedras, Arruda dos Vinhos, Sobral de Monte Agraço e Vila Franca de Xira.
Este projeto turístico-cultural é alicerçado em circuitos de visita intermunicipal, apoiados em seis centros de interpretação, em articulação com um território e as suas comunidades.
No Centro de Interpretação das Linhas de Torres | Sobral de Monte Agraço são proporcionadas experiências pedagógicas que permitem ao visitante, através de novas abordagens sobre a temática, uma maior fruição do património, bem como promover o conhecimento da importância histórica das Linhas de Torres.
PARCEIROS E ASSOCIADOS
Um projeto e uma causa dos Municípios de Arruda dos Vinhos, Loures, Mafra, Sobral de Monte Agraço, Torres Vedras e Vila Franca de Xira.
CILT – Sobral de Monte Agraço
Contactos/informações
Praça Dr. Eugénio Dias, n.º 12
2590-016 Sobral de Monte Agraço
Telefone: (+351) 261 942 296
Email: info@rhlt.pt
Horário: Terça-feira a Domingo das 10h00-13h00 e 14h00-18h00
Encerramento: segunda-feira e feriados
Nota importante [👤]
As presentes informações não têm natureza vinculativa, funcionam apenas como indicações, dicas e conselhos, e são suscetíveis de alteração a qualquer momento. O Blogue OLIRAF não poderá ser responsabilizado pelos danos ou prejuízos em pessoas e/ou bens daí advenientes. As recomendações de produtos turísticos baseiam-se nas experiências [reais] de viagem e o conteúdo editorial é independente de terceiros. Se quiser partilhar ou divulgar as minhas fotografias, poderá fazê-lo desde que mencione os direitos morais e de autor das mesmas.
💻 Texto: Rafael Oliveira 📷 Fotografia: Oliraf Fotografia 🌎
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🏺Tavira, o legado islâmico (713-1242).
📜Situada no sul de Portugal, no Sotavento Algarvio, Tavira foi a primeira povoação do Algarve a ser elevada a Cidade, a 16 de março de 1520, em carta outorgada por D.Manuel I (1495-1521). Durante o dominio islâmico (713-1242), a vila algarvia foi um próspero e independente Reino Taifa do Al-Andalus (Séc.XII): uma comunidade marítima de piratas. Foi o porto de mar que deu a fortuna e nobreza a Tavira. Era a cidade mais populosa do Algarve nos séculos XV/XVI e detinha um importante porto fluvial para apoio às armadas reais e da defesa das praças conquistadas no Norte de África (Marrocos) pelos portugueses. Tavira é um ponto obrigatório para incluir num roteiro histórico-cultural pela região algarvia. A Cristandade e o Islão foram essenciais na formação e na identidade tavirense e algarvia.
Em árabe, Tabîra quer dizer “a escondida”. Esta cidade do Sotavento Algarvio possui muitas curiosidades e é um regalo para os nossos olhos. E porquê? Vejamos, Tavira possui a beleza do seu rio Gilão, das suas salinas, da ria formosa, as suas antigas muralhas donde podemos avistar a arquitetura urbana e religiosa e os museus que contam o seu dinamismo comercial e estratégico ao longos dos tempos. A partir do Século XII, esta localidade algarvia tornou-se um dos principais centros marítimos e comerciais da costa algarvia. Havia dois factores: um porto defensável e a posição estratégica da estrada que ligava, através da ponte do rio Gilão, Sevilha a Silves. Juntamente com Xilb (Silves) e Ossónoba (Faro), a Tabîra islâmica era uma das mais importantes cidades do Gharb Al-Andalus. Ao percorrer o centro histórico da cidade, podemos comprovar esta importância pela dimensão do seu Castelo e, mais tarde, com as inúmeras Igrejas em diversos estilos arquitectónicos são como uma viagem pela História de Arte em Portugal.

Tavira islâmica: um resumo histórico…
Aquando da chegada dos seguidores de Maomé, ao Al Garb al Andaluz, em 712, Tavira estaria deserta ou, na melhor das hipóteses, perdera o fulgor económico e mercantil de outras épocas, particularmente, na época os fenícios. Durante os séculos de domínio árabe, a fortaleza de Cacela, por exemplo, detinha um estatuto de maior importância militar por, ser aí a barra do Rio Gilão. Assim, Tavira seria uma urbe muçuçulmana tardia na história da presença da civilização islâmica da Península Ibérica (711-1492), a comprovar pela falta de elementos materiais anteriores ao século XI. Os muçulmanos conferem à urbe um novo ânimo social, económico, comerical e militar nos séc.XI-XII, chegando esta a ser capital de um Reino Taifa e, durante período almóada, capital de um distrito. Em finais do séc. X/inícios do XI, o castelo é construido no topo da colina de Santa Maria. Entre 1151 e 1167, sob o comando de Amil b. Munib, resistiu com êxito a dois cercos do califa almóada Abu Muhammad ‘Abd al-Mu’mim al-Qa’im. As gentes de tavira eram conhecidas pelas sua forte resistência a poderes centralizadores e movimentos expansionistas do Magrebe, tais como, os almorávidas e os almóadas. Com o avanço da reconquista cristã, a urbe islâmica vai aumentar siginificativamente a dimensão do recinto muralhado com a fixação de população vindos do norte da Peninsula Ibérica em busca de refúgio para áreas com fronteiras mais estáveis a sul e longe da fronteira beligerante entre as hostes cristãos e mouriscas. Os almorávidas dotam Tavira de uma primeira muralha, nos finais do século XI, e mais tarde, os Almóadas fazem uma reforma profunda durante a segunda metade do séc.XII, passando esta a integrar a rede de castelos defensivos do Algarve. Ainda hoje, existem inúmeros vestígios de restos de muralhas construidas em taipa e na alcáçova, conserva-se um exemplar de uma torre albarrã hexagonal.
A Igreja de Santa Maria do Castelo foi construída após a conquista de Tavira pela Ordem de Santiago (1242) na segunda metade do século XIII e XIV, em estilo gótico, no local onde anteriormente se situara a mesquita maior de Tavira- Estava localizada, no coração da urbe islâmica, dentro do perímetro muralhado e nas proximidades da antiga alcáçova. Mais do que falar sobre as raízes da História da cidade de Tavira, o Núcleo Museológico Islâmico desta cidade é um convite à descoberta do legado material e imaterial da época islâmica. Este núcleo do Museu Municipal de Tavira foi inaugurado em 2012 precisamente no local onde foi achado o famoso “Vaso de Tavira” (1996). Tem na sua exposição permanente – Tavira Islâmica – uma abordagem histórica sobre a cidade no período islâmico até à reconquista cristã. Resultou, assim, das intervenções arqueológicas efectuadas em vários locais do centro histórico da cidade como, por exemplo, a identificação de um bairro almóada, datado dos finais do século XII/inícios do século XIII, durante as obras de requalificação e adaptação do antigo convento de Nossa Senhora da Graça a Pousada da Enatur (Empresa Nacional de Turismo).

Encontro-me com a Dr.ª Sandra Cavaco, a arqueóloga do Município de Tavira, que será a minha guia nesta viagem pela máquina do tempo. A sua linguagem é simples e direta, indo ao encontro dos meus interesses. Fala-me do passado milenar desta cidade, habitada por civlizações antigas, em virtude da sua posição estratégica (oceano atlântico) e comercial (porto de pesca e salinas). Na época islâmica, a cidade de Tabîra era uma “República” de Piratas que atacavam o comércio maritimo muçulmano ou cristão, dando guarida a gentes de má fama. Por esta razão, o poder centralizado e unificado islâmico – os Almorávidas e Almóadas – por sucessivas ocasiões intentou submeter esta cidade de piratas à sua lei. Os Tavirenses só submeteram-se as hostes cristãs no final da primeira metade do séc.XIII à Ordem Militar de Santiago. De acordo com a Crónica da Conquista do Algarve, Tavira foi conquistada aos mouros, em 1242, pelas hostes cristãs de D. Paio Peres Correia, mestre da Ordem de Santiago, como represália pela morte de sete dos seus cavaleiros hospitalários – D. Pedro Pires (Peres ou Rodrigues, comendador da Ordem de Santiago de Castela), Mem do Vale, Durão (ou Damião) Vaz, Álvoro (Álvaro) Garcia (ou Garcia Estevam), Estêvão (Estevam) Vaz (Vasques), Beltrão de Caia e mais um mercador judeu de nome Garcia Roiz (ou Rodrigues) – que caçavam nas imediações da cidade islâmica durante um período de tréguas entre as forças cristãs e a guarnição islâmica. O acordo de paz foi quebrado quando os cavaleiros se aproximaram de Tavira. No interior da Igreja de Santa Maria do Castelo, concretamente nas paredes laterais da capela-mor, estão sepultados estes guerreiros e mártires cristãos que morreram na reconquista cristã de Tavira. Aqui, denotamos a importância crucial da Ordem Militar de Santiago na promoção da reconquista cristã do Alentejo e do Algarve, bem como na afirmação e estabelecimento de Portugal como nação independente.

O Vaso de Tavira é um dos mais expressivos testemunhos da vida na região do Al Andaluz durante o século XI.. É o ex-libris deste espaço museológico e da sua exposição permanente. Trata-se do mais famoso vestígio islâmico da cidade. Segundo os académicos, o vaso cerâmicom de cariz popular, parece representar um rapto nupcial. Apresenta no bordo onze figuras e nas paredes, linhas, retículas, peixes e outros elementos pintados a branco. Destaca-se a noiva com a face descoberta e o noivo com um turbante, ambos a cavalo; um besteiro e um cavaleiro; um tocador de tambor e de adufe; uma tartaruga e várias pombas; e o dote, constituído por um bovídeo, um caprídeo, um camelo e um ovino. Importa também destacar, a torre em Taipa Militar, os restos da muralha islâmica do século XII e o capitel em mármore branco datado da época califal omíada, originária das oficinas da Madinat al-Zahra em Córdoba. Os Muçulmanos foram expulsos, em conjunto com a comunidade judaíca, no final do séc. XV. Ainda hoje, as marcas islâmicas são, ainda, visíveis no centro histórico. Veja-se o topo da antiga colina de Santa Maria – os restos da antiga muralha e castelo islâmico e a mesquita maior – as icónicas portas de reixa, de finos entrelaçados de madeira, evocadoras da herança árabe presente na cultura algarvia.
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📝Nota Informativa:
No âmbito da iniciativa «Redescobrir os Segredos do Algarve | Rota Omíada», promovida pelo Turismo do Algarve com o apoio da Direção Regional de Cultura e do Município de Vila do Bispo, o Blogue OLIRAF relizou um roteiro histórico-cultural pelos 11 municípios, onde se inclui o concelho de Tavira, e 14 localidades que integran a Rota Omíada do Algarve durante o mês de Dezembro de 2016.
🚏 Como chegar
A partir de Lisboa optei por reservar uma viagem em Alfa pendular, através da Comboios de Portugal. Faro era a minha base para efectuar a Rota Omíada do Algarve. Para tal, optei por alugar uma viatura rent-a-car para fazer a ligação entre os diversos pontos histórico-culturais desta rota. Na maioria dos casos, utilizei a via do Infante (A22) e a Nacional 125. No caso da ida para Alcoutim, optei pela A22 até Castro Marim e depois o IC27 (Beja) até Alcoutim (N122-1).
🔗Para mais informações:
Consulte o nosso artigo sobre a Rota Omíada do Algarve (Blogue OLIRAF) para preparar um roteiro histórico-cultural durante as suas férias algarvias, com base no legado omíada no Algarve, onde disponibilizamos inúmeras sugestões, dicas e experiências temáticas de descoberta e exploração da diversidade territorial desta região portuguesa. As experiências disponibilizadas desafiam os turistas a explorar o território e a aumentar o seu tempo de estada na região, com flexibilidade para parar, contemplar e experimentar o muito que há para conhecer, desde os vestígios de castelos e muralhas urbana, testemunhos arqueológicos, espaços museológicos e a diversidade da gastronomia local. Para mais informações sobre a Rota Omíada e a cidade de Tavira, clique nos seguintes links:
Região de Turismo do Algarve – Rota Omíada
Direcção Regional de Cultura do Algarve
Projeto Umayyad Route (Site) | Roteiro Omíada – Algarve (PDF)
Centros históricos de influência islâmica : Tavira, Faro, Loulé, Silves. [ed.] Instituto de Cultura Íbero-Atlântica; coord. Valdemar Coutinho. Portimão : I.C.I.-A., 2001. 55, [3] p. : il. ; 23 cm + 4 f. desdobr. em bolsa resguard.
DOMINGUES, José D. Garcia – O Gharb al-Andalus. Silves : Centro de Estudos Luso-Árabes de Silves, 2011-. v. : il. ; 21 cm
CORREIA, Fernando M. R. Branco. Fortificações urbanas da época islâmica no Algarve, Património islâmico dos centros urbanos do Algarve: contributos para o futuro, 2002, pp.81-90
FERNANDES, Carla Varela.- A Igreja de Santa Maria do Castelo de Tavira. Lisboa: Colibri e Câmara Municipal de Tavira, 2000. 160 pp.: il.; 260 mm
MAIA, Maria Adelaide Garcia Pereira Andrade, MAIA, Manuel Maria da Fonseca Andrade. As muralhas medievais e post-medievais de Tavira, Património islâmico dos centros urbanos do Algarve:contributos para o futuro, 2002, pp.66-80
TAVIRA. Museu Municipal. Núcleo Islâmico – Tavira islâmica. Coord. Maria Maia… [et al.]; textos Ahmed Tahiri… [et al.]; fot. António Cunha, Ana Vieira, Susana Gonçalves. Tavira : M.M. : Câmara Municipal, 2012. 125 p. a 2 colns. : il. ; 29 cm. Contém bibliografia. ISBN 978-972-8705-45-9
TORRES, Cláudio – O vaso de Tavira : uma proposta de interpretação. Fot. António Cunha. Mértola : Campo Arqueológico de Mértola, 2004. 25, [1] p. : il. ; 22 cm. Contém bibliografia. ISBN 972-9375-22-4
VAZ, Adérito Fernandes – Uma visão de Tavira islâmica. [S.l.] : Jornal do Sotavento, 2001 (Tavira : Tip. Tavirense). 264 p. : il. ; 21 cm. Bibliografia, p. 261. ISBN 972-95621-1-3
Nota importante [🔍]
As presentes informações não têm natureza vinculativa, funcionam apenas como indicações, dicas e conselhos, e são susceptíveis de alteração a qualquer momento. O Blogue OLIRAF não poderá ser responsabilizado pelos danos ou prejuízos em pessoas e/ou bens daí advenientes. As recomendações de produtos turísticos baseiam-se nas experiências [reais] de viagem e o conteúdo editorial é independente de terceiros. Se quiser partilhar ou divulgar as minhas fotografias, poderá fazê-lo desde que mencione os direitos morais e de autor das mesmas.

🖋 Texto: Rafael Oliveira 📷 Fotografia: Oliraf Fotografia
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📌De Alenquer a Alcobaça: 7 Castelos Medievais para (re) descobrir na Região Oeste de Portugal.
📜O nosso país é uma “paisagem com castelos”, disse o Prof. Mário Jorge Barroca (2003). Os Castelos são os monumentos mais representativos do imaginário medieval português e um paradigma das origens da nossa nacionalidade. Todos os anos, a 7 de Outubro, celebra-se o Dia Nacional dos Castelos. Esta data foi instituida, em 1984, pela Associação Portuguesa dos Amigos dos Castelos (APAC), para comemorar o nosso património fortificado medieval que pontificam o nosso país, cujo objetivo é convidar o público para fruição dos mesmos, através de um conjunto de iniciativas que visem a sua reflexão e salvaguarda patrimonial e histórica, por exemplo, com visitas gratuitas, passeios e atividades didáticas. Ainda hoje, os Castelos fazem as delícias dos mais novos e dos graúdos. Não somos excepção. Entre serras e o atlântico, um roteiro fotográfico pelo passado medieval da antiga província histórica da Estremadura. De Alenquer a Alcobaça, fomos percorrer inúmeros Castelos e Muralhas com História e Memória.
Na Idade Média reinava a lei do mais (castelo) forte! Os Castelos encontravam-se, estrategicamente, localizados na confluência de antigas vias romanas, erguendo-se em colinas de terreno acidentado, nas imediações de zonas dotadas de assinalável diversidade de recursos naturais e de campos de cultivo (rios, florestas ou pedreiras) essenciais à sobrevivência e fixação de comunidades humanas, a exemplo dos inúmeros testemunhos e achados arqueológicos identificados até ao nossos dias. Eram, assim, construções isoladas e com implantação harmónica entre o meio envolvente. Os Castelos e a Idade Média ainda fazem as delicias do nosso imaginário coletivo. Desde pequeninos, nos bancos da primária, os Professores contam-nos inúmeras estórias, contos de ficção e lendas de Cavaleiros, Donzelas, Mouras ou de prolongados cercos!
O atual território da região Oeste de Portugal, a antiga província histórica da Estremadura, foi conquistado, em definitivo, aos mouros durante o reinado de D. Afonso Henriques (1109-1185). Após a conquista de Lisboa (1147) e da maioria das praças fortificadas à volta da futura capital do reino – Sintra, Almada, Palmela e Alenquer – pelas forças cristãs, as estruturas defensivas oestinas foram, entre 1147 e 1148, caindo na posse das hostes afonsinas e doadas a comunidades estrangeiras pelos serviços e auxílios prestados nesses cercos, assédios e conquistas militares. Torres Vedras foi doada, em 1149, a D.Fuas Roupinho, primeiro almirante da esquadra portuguesa, pelo serviços prestados à coroa portuguesa na conquista de Lisboa. E ainda hoje, encontramos vestígios na toponímia regional. Veja-se o caso da localidade de Vila Verde dos Francos. Doada, em 1160, a uma comunidade de cruzados franceses, chefiada pelo capitão franco D.Alardo, que participaram na conquista de Lisboa (1147). Desde então, os territórios das vilas, reguengos e castelos da região Oeste faziam parte dos dotes importantes das rainhas portuguesas. Desde 1210 que a vila medieval de Óbidos integrava o património das rainhas: a Casa das Rainhas. Estas últimas detinham senhorios em Alenquer, Torres Vedras e Óbidos. D. Isabel de Aragão, mulher de D. Dinis, recebeu como dote, em 1281, a vila medieval de Óbidos, as rendas em numerário e das vilas de Atouguia da Baleia (1307). Posteriormente, a rainha D. Leonor Teles, através de doação de D. Fernando I, recebeu Torres Vedras, Alenquer, Atouguia e Óbidos. D. Filipa de Lencastre, mulher de D. João I, recebeu as rendas da alfândega de Lisboa, bem como as vilas de Alenquer, Sintra, Óbidos, Alvaiázere, Torres Novas e Torres Vedras.
♜Castelos e Muralhas Medievais: um resumo histórico
Na Europa da Idade Média (séc.V até ao séc.XV), os Castelos dominavam não apenas a paisagem e a forma de fazer a guerra, mas a sociedade à sua volta. Em virtude da queda do Império Romano, as migrações/invasões bárbaras e a violência no território europeu conduziram à edificação de muralhas e estrutura defensivas, em madeira ou pedra, de forma precipitada para proteção e controlo do território. A Europa ruralizou-se e transformou-se numa sociedade de senhores e camponeses. Eram os símbolos do poder senhorial (o Feudalismo) e militar, vigias do território, local de residência, centro de justiça e da capacidade de projetar hostes para diversos cenários bélicos. Cada castelo era único. Não há nenhum igual. Tinham de ser elegantes arquitetonicamente e formidáveis defesas bélicas. Aproveitavam as matérias-primas na sua região envolvente (madeira, pedra, cal ou barro), aproveitavam as vantagens proporcionadas pela terreno/paisagem envolvente. E muitas vezes refletiam traços regionais e gostos pessoais na arte de fortificar. No século XV-XVI, os Castelos foram perdendo a sua autoridade feudal e a capacidade defensiva em virtude da evolução da pirobalística (artilharia), face à centralização do poder régio e criação de exércitos reais. As muralhas tornaram-se mais baixas e largas, reforçadas com numerosos baluartes/bastiões. A Era dos Castelos e das Alcáçovas dava lugar à Era das Fortificações Abaluartadas/ Palácios. A radical mudança nas tácticas militares, motivada pela introdução da pirobalística, determinou o início de uma longa decadência do Castelo Medieval. A maioria serviram para pedreiras. Muitos foram salvos na época romântica, veja-se o caso do Castelos dos Mouros no séc.XIX.
Para fazer este roteiro, percorremos os antigos castelos que dominavam os territórios da antiga província histórica da Estremadura que durante séculos pertenceram ao dote das rainhas de Portugal – Casa das Rainhas – Alenquer, Óbidos, Torres Vedra ou Atouguia da Baleia. O mais difícil pode ser saber por onde começar a viajar. Hoje, são uma marca inconfundível na paisagem oestina, veja alguns deles:
🏰 Castelo de Alcobaça (ruínas)

Situada na confluência dos rios Alcoa e Baça, Alcobaça é detentora de um singular património histórico-cultural. E de uma história de amor imortal, a de Pedro e Inês. O castelo, hoje em ruínas, é um lugar privilegiado para a observação do mosteiro e do território dos antigos coutos da ordem de cister. Edificado, segundo a tradição local, pelos Visigodos. Foi conquistado, em 1148, por D.Afonso Henriques, aos mouros. Mais tarde, o castelo e o território envolvente foi doado à Ordem Religiosa de Cister. Surge, assim, em 1153, um do mais antigos espaços religioso de Portugal: o Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça. Este espaço fortificado foi vital para a defesa da povoação local e da comunidade de monges cistercienses, bem como ponto estratégico no processo de conquista – Norte/Sul – pelas hostes cristãs dos territórios na posse dos muçulmanos. Na proximidades, o leitor poderá visitar outra estrutura militar medieval: as muralhas do Castelo de Alfeizerão.
🏰 Castelo de Alenquer

Alenquer foi conquistada pelas forças cristãs ao muçulmanos, em 1148, após o cerco de Lisboa. Era uma das estruturas defensivas mais importantes da Península de Lisboa. Mais tarde, D. Sancho I dá ordens para a edificação de um paço para acolher a sua filha D.Sancha. A partir do século XIII, esta localidade passou a integrar o dote de casamento das rainhas e foi, sucessivamente, integrada no património da Casa das Rainhas. No final da Idade Média, Alenquer detinha uma residência real. Veja-se o caso da Rainha Santa Isabel. Durante a Crise de 1383-85, a rainha D. Leonor Teles refugiou-se aqui das forças do Metre de Avis. Em virtude do apoio do alcaide à causa castelhana, o Castelo foi cercado e parcialmente destruido, em 1385, pelas forças régias de D.João I. Ao longo dos séculos, progressivamente, esta fortificação foi abandonada e entrou em decadência. Em alguns casos, foi usada como pedreira. Na década de 40 do século XX, a Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN) restarou alguns trechos da muralha medieval.
🏰 Castelo de Atouguia da Baleia (ruínas)

É uma das mais antigas fortificações da região Oeste. Ainda hoje, a povoação de Atouguia tem um considerável património edificado que atesta a sua importância na época medieval. Durante o desconfinamento, optei por visitar esta localidade do atual concelho de Peniche. Veja-se o magnifico pelourinho e o templo românico-gótico, a igreja matriz de Atouguia da Baleia, classificado como Monumento Nacional. Detinha, à época, um importante porto atlântico para o comércio, caça à baleia e de construção naval. O Castelo, situado nas imediações da Igreja de São Leornado, tinha como função a defesa do porto de mar e de promover a fixação da população no território. Foi sede de um importante concelho medieval (séc.XII). Em 1307, D. Dinis doou a vila e a sua alcaidaria à rainha Santa Isabel. Em virtude desta localidade como pólo pesqueiro à baleia, no séc. XV, foi determinada que a vila passasse a ser conhecida por Atouguia da Baleia. E, no reinado de D.Afonso V (1448), foi criado o título nobiliárquico Conde de Atouguia. Em virtude do assoreamento da ribeira de São Domingos, Atouguia foi perdendo relevância para a pequena aldeia piscatória de Peniche – póvoa de Peniche -, junto à costa atlântica. De planta oval, com torre de adossada por fora das muralhas, apenas subsiste um recinto amuralhado restando, como elemento mais significativo, a Torre de Menagem. Atualmente, a antiga fortificação medieval é uma propriedade privada, adaptada para turimo rural: a “Casa do Castelo”.
🏰 Torre do Carvalhal (Bombarral)
Localizada no Bombarral, a Torre do Carvalhal é a construção mais antiga do concelho. Apesar de não ser um Castelo, optei por incluir este monumento em virtude da sua tipologia bélica e habitacional, demonstrativa do poder senhorial na época medieval. Esta “casa-torre” é referida, no século XIII, num testamento régio de D.Sancho II, numa doação a um fidalgo de Vila Verde dos Francos. Mais tarde, no séc. XVI, o imóvel foi adquirido por uma importante familia de comerciantes/mercadores italianos, os Lafetat, estabelecidos no reinado de D.Manuel I em Portugal. João Francisco de Lafetá era fidalgo da Casa Real e comendador da Ordem de Cristo. Esta familia está na origem da actual Quinta do Loridos. Trata-se de um belo exemplo da adaptação de uma estrutura defensiva, de cariz medieval, a paço residencial. Símbolo do poder senhorial e de prestígio social, a partir de então, a Torre do Carvalhal passou a ser denominada como “Torre do Lafetás” e manteve-se na posse desta família nobre local até ao século XVIII.
🏰 Igreja do Castelo da Lourinhã

Território outrora habitado por dinossauros, a Lourinhã constitui um bom exemplo da arquitetura militar e religiosa. É o caso da Igreja de Santa Maria do Castelo. Este monumento religioso, datado do séc. XIV, é um do poucos vestígios existentes da antiga estrutura defensiva militar deste concelho oestino. As terras da Lourinhã foram doadas, após a conquista do território estremenho aos muçulmanos (1147-1148), por D.Afonso Henriques a D.Jordão, um cavaleiro franco oriundo de Lorient. Este edifício gótico, monumento nacional, tem uma da mais belas rosácea do nosso país. Foi construído no reinado de D.João I, após a doação da localidade ao Arcebipo de Braga, D. Lourenço Vicente, apoiante da causa do Mestre de Avis durante a crise de 1383/1385. Nas proximidades, pode admirar-se um belo Cruzeiro quinhentista e observar a vasta paisagem circundante que se estende até ao oceano.
🏰 Castelo e muralhas de Óbidos

Óbidos é senhora e rainha de um majestoso Castelo Medieval e de abundante casario intra-muros, típico da antiga província histórica da Estremadura! É uma das 7 maravilhas de Portugal (Património Monumental) e considerada a jóia turística da região Oeste. Para mim, Óbidos é a vila-rainha do Turismo Português. Anualmente, milhões de turistas passeiam na sua icónica e colorida Rua Direita. Ainda hoje, esta rua é a ligação mai rápida até ao Castelo. As pedras contam muitas histórias da nossa História. O imaginário Medieval ainda resiste e persiste, tal como estes “Guerreiros de Pedra” resistiram a inúmeros cercos, batalhas e escaramuças ao longo da sua milenar História. O Castelo de Óbidos e as suas muralhas adjacentes, segundo o arquitecto Raul Lino (1879-1974), são “um dos exemplares mais perfeitos da fortaleza medieval portuguesa”. Durante muito tempo, esta maravilhosa, singela e pitoresca vila de Portugal, esteve nas mãos dos Mouros, que tinham pelo local uma especial e justificável predileção. Foi conquistada, em finais de 1147, por um grupo de cavaleiros cristãos, liderados por Gonçalo Mendes da Maia, “O Lidador”, aos seguidores do Profeta Maomé. De seguida, o monarca afonsino ordenou a construção de uma cintura de muralhas erguida em volta do casario medievo e dos principais pontos estratégicos – as torres e as ameias – que vigiavam o litoral atlântico. Em 1195, o rei Dom Sancho I atribuiu a primeira Carta de Foral a Óbidos. Mais tarde, El-Rei Dom Dinis (1261-1325) resolveu dar à sua jovem esposa D.Isabel de Aragão (1271-1336), em 1281, como dote a mais bela jóia da Estremadura: Óbidos. As rainhas dispunham, assim, de “casa própria”, de rendimentos, terras e,acima de tudo, de espaços para recreio e lazer, na sua grande maioria, por doação régia. Esta vila medieval esteve até 1833 inserida no património da Casa das Rainhas. Ainda hoje, o viajante poderá comprovar o impacto do mecenato régio em inúmeros edificios que dão forma ao património edificado desta localidade. Com a implantação do regime liberal, a Casa das Rainhas foi extinta, por decreto de 18 de Março de 1834, pelo rei D. Pedro IV, sendo o seu património, bens e rendas integrados no Estado Português. Em suma, esta vila-museu é um marco histórico-cultural e paisagístico incotornável do Centro de Portugal, em especial, da identidade da região Oeste.
🏰Castelo de Torres Vedras.

Vedras. Torres Vedras. É a cidade mais importante e populosa da região Oeste. Em Torres Vedras encontramos um dos mais belos castelos do Oeste. Pedras com História. Segundo fontes históricas, ao III milénio a.C, beneficiando das notáveis condições naturais de defesa (colina) e de abastecimento (rio). Mais tarde, os Romanos e os Árabes reforçaram o complexo militar edificado, neste caso, as muralhas e a Alcáçova do Castelo, deixando inúmeros vestígios da sua presença ancestral. Do Castelo Medieval restam apenas os vestígios arquitectónicos da Igreja de Santa Maria do Castelo e a cerca oval, que foi reforçada por ordem de D.Manuel I (1495-1521), comprovada pela porta de armas com a esfera armilar. Durante o Século XVI, o complexo do interior do Castelo foi renovado com a construção do Palácio dos Alcaides (1519) pelo alcaide-mor D.João Soares de Alarcão. Para a construção da mesma, foi destruída a torre de menagem de origem medieval. O Bastião ultra-semi-circular, com canhoeira, do antigo Palácio dos Alcaides (1519), projetado pelo arquiteto régio Francisco de Arruda que podemos encontrar, por exemplo, em Aguz (Marrocos), Évora-Monte (1525), ou Vila Viçosa (1525). O Castelo de Torres Vedras esteve envolvido em inúmeras datas e acontecimentos de enorme importância no decurso da História de Portugal. Por exemplo, no contexto da Guerra Civil de 1383-1385, o Castelo esteve cercado durante dois meses pelo Mestre de Avis, futuro D. João I, pois estava sob o domínio dos partidários de Castela. Mais tarde, em 1414, o Conselho Régio do monarca D.João I decidiu tomar a praça do Norte de Africa (Ceuta). A cidade de Torres Vedras, e o seu castelo, encontra-se intimamente ligada ao inicio da expansão portuguesa.
🏰Castelo de Vila Verde dos Francos (ruínas)

Vila Verde de Francos foi terra de Judeus, mouros e cruzados francos. O topónimo desta localidade do sopé da Serra de Montejunto, no concelho de Alenquer, não engana o viajante mais distraído. Em 1160, D.Alardo, cruzado francês que auxílio as hostes afonsinas nas conquista das praças muçulmanas, foi o impulsionador da construção da antiga estrutura defensiva medieval. Tinha um pequeno templo religioso dedicado a S. Luís, atestando a sua origem franca. Um castelo votado ao abandonado. O seu avançado estado de ruína torna impossível a sua reconstituição e tipificação da sua estrutura defensiva original, apesar da existência num dos extremos da muralha dos retos da Torre de Menagem. Contudo o seu dificil acesso, não impende uma visita mais atenta para apreciar a paisagem envolvente, nomeadamente, um miradouro natural para a majetosa Serra de Montejunto.
De Alenquer a Alcobaça, passando por Torres Vedras e Óbidos…
Os Castelos são testemunhos da História e fazem parte do nosso imaginário coletivo. São monumentos, grandes conjuntos edificados em pedra, símbolos de uma dualidade de estética que os seus promotores (senhores, nobreza ou monarcas) queriam transmitir aos seus súbditos, inimigos ou invasores: a imagem de força e de poder. Com tantos castelos por toda a Europa, não é fácil escolher os melhores
Não deixe de fazer…
- explorar as ruínas do antigo Convento de Penafirme;
- observar um belo pôr-do-sol em Santa Cruz;
- percorrer os diversos trilhos pedestres da Serra do Picoto, Montejunto, Archeira e do Socorro;
- fotografar os inúmeros fortes e os redutos da Rota Histórica das Linhas de Torres;
- participar no corso carnavalesco de Torres Vedras;
- assistir à recriação histórico-militar da Batalha do Vimeiro de 1808;
- viajar na centenária Linha Ferroviária do Oeste até Óbidos ou Caldas Rainha;
- provar a gastronomia regional e local na Napoleão Taberna;
- fazer viagem nostálgica pelas termas da região oeste: Vimeiro, Cucos e Caldas da Rainha;
- realizar uma prova de enoturismo na pitoresca Quinta da Boa Esperança;
- observar a fauna e a flora única em Portugal, em especial, as gaivotas de pata amarela, os airos, o corvo-marinho-de-crista, a galheta e a cagarra (Birdwatching) no Arquipélago das Berlengas;
- efetuar diversas atividades lúdicas ligadas à natureza, aventura e turismo náutico, tais como, canoagem, passeios de barco e caminhadas, na Lagoa de Óbidos- Foz do Arelho, com as empresas de animação turística: Interdital e Passa Montanhas;
- percorrer os inúmeros pontos da Rota Bordaliana das Caldas da Rainha;
- participar, entre Setembro e Outubro, nas vindimas na Quinta do Gradil;
- conhecer o património natural da Paisagem Protegida da Serra do Socorro e Archeira;
NÃO PERCA AS MINHAS AVENTURAS E OLHARES FOTOGRÁFICOS NO INSTAGRAM e no SAPO VIAGENS! UM ENCONTRO COM A HISTÓRIA, AO SABOR DAS IMAGENS…
🚏 Como chegar:
🚗 Carro
- Sul: Caldas da Rainha fica a cerca de 90km do aeroporto internacional da Portela, em Lisboa. O percurso mais indicado é o da Autoestrada A8, que liga Lisboa a Caldas da Rainha em menos de sessenta minutos de viagem automóvel.
- Norte: A autoestrada do Oeste (A8) é a principal via de acesso aos concelhos da região Oeste, que tem ligação com a A1, em Pombal, até Leiria. Se vier junto ao litoral, a A17 é uma boa opção, já que tem ligação directa à A8. Se optar por evitar a autoestrada, utilize a EN1.
- Interior: A melhor forma de chegar vindo do Interior é a A15, em Santarém, que liga à A8, num troço gratuito.
🚍 Autocarro
Poderá consultar os horários das ligações em autocarro para a região Oeste nas seguintes transportadoras:
Rede Expressos
Web: www.rede-expressos.pt
Rodoviária do Tejo, S.A.
Tel: 967449867
Web: www.rodotejo.pt
Barraqueiro
Tel: 217511600 Fax: 217511670
Web: www.barraqueirotransportes.pt E-mail: rodoest@rodoest.pt
Informações HoráriosTel: 261334150 Fax: 217334152
E-mail: barraqueiro-oeste@rodoest.pt
🚆Comboio
A viagem de comboio é também uma opção, não obstante de nem todas as estações do país terem ligação direta com a Linha do Oeste. Por exemplo, a cerca de 18 km, a estação de Torres Vedras é a mais próxima da Lourinhã. Consulte os horários da CP na seguinte ligação: www.cp.pt
🔗Para mais informações:
O Turismo Centro de Portugal disponibiliza, gratuitamente, oito roteiros turísticos “Road Trips Centro de Portugal”. Estes são roteiros temáticos de descoberta e exploração da diversidade territorial da região centro do país. Em tempos de pandemia, o conceito de viajar de carro (“Road Trips” são “Viagens por Estrada” em português), a dois, em família ou entre amigos, nunca fez mais sentido. Os roteiros disponibilizados desafiam os turistas a explorar o território e a aumentar o seu tempo de estada na região, com flexibilidade para parar, contemplar e experimentar o muito que há para conhecer. Para mais informações, clique aqui.
Este artigo foi efetuado com base no roteiro “Road Trips Centro de Portugal – Oeste”, disponibilizado pela Delegação Turismo Centro Portugal – Oeste (Óbidos). A Rota dos Castelos e Fortalezas do Oeste tem como objetivo percorrer e dar a conhecer os castelos e fortalezas da região Oeste, tais como, os Castelos de Óbidos e Torres Vedras, as fortalezas de Peniche ou das Berlengas e a Rota Histórica das Linhas de Torres. Neste contexto particular, optamos por percorrer e conhecer, entre Julho e Agosto de 2020, os Castelos Medievais da antiga província histórica da Estremadura. Deixo, em anexo, algumas monografias temáticas utilizadas na elaboração deste artigo:
BARROCA, Mário Jorge – Uma paisagem com castelos, Porto : Universidade do Porto. Faculdade de Letras. Departamento de Ciências e Técnicas do Património, Arquitectando espaços : da natureza à metapolis, 2003, 173-182
Goitia, Fernando Chueca, (2008). Breve História do Urbanismo, 7.ª edição, Editorial Presença, Lisboa, ISBN: 978-972-23-1541-8.
História militar de Portugal. Coord. Nuno Severiano Teixeira; texto Francisco Contente Domingues, João Gouveia Monteiro. 1ª ed. Lisboa : A Esfera dos Livros, 2017. 710, [16] p. : il. ; 24 cm. ISBN 978-989-626-831-2
MARTINS, Miguel Gomes ; AGOSTINHO, Paulo Jorge – Guerra e poder na Europa medieval : das cruzadas à guerra dos 100 anos. coord. João Gouveia Monteiro. Coimbra : Imprensa da Universidade de Coimbra, D.L. 2015. 350 p., [16] p. il. : il. ; 24 cm. (Investigação). ISBN 978-989-26-1022-1
MARTINS, Miguel Gomes – Guerreiros de pedra : castelos, muralhas e guerra de cerco em Portugal na Idade Média. 1ª ed. Lisboa : A Esfera dos Livros, 2016. 398 p. : il. ; 24 cm. Bibliografia, p. 379-398. ISBN 978-989-626-734-6
SILVA, Libório Manuel da ; MARTINS, Miguel Gomes – Castelos, maravilhas de Portugal. Pref. João Gouveia Monteiro; trad. David Hardisty, Margarida Fernandes. 1ª ed. Vila Nova de Famalicão : Centro Atlântico, 2019. 153, [1] p. : il. ; 33 cm. (Artes). ISBN 978-989-615-227-7
Nota importante [🔎]
As presentes informações não têm natureza vinculativa, funcionam apenas como indicações, dicas e conselhos, e são susceptíveis de alteração a qualquer momento. O Blogue OLIRAF não poderá ser responsabilizado pelos danos ou prejuízos em pessoas e/ou bens daí advenientes. As recomendações de produtos turísticos baseiam-se nas experiências [reais] de viagem e o conteúdo editorial é independente de terceiros. Se quiser partilhar ou divulgar as minhas fotografias, poderá fazê-lo desde que mencione os direitos morais e de autor das mesmas.

✒️Texto: Rafael Oliveira 📸 Fotografia: Oliraf Fotografia
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🏺Ruínas romanas de Troia ⛏: uma viagem pela “Pompeia de Setúbal”!
📷 A região do Alentejo presenteia-nos com lugares peculiares, paisagens quentes e estórias sem fim. É o caso da Península de Troia. Um dos pontos mais emblemáticos do litoral Alentejano. Sugestões e impressões pessoais de uma visita fotográfica a um dos sítios arqueológicos mais importantes da época romana de Portugal: o maior centro romano de produção de salga e conserva de Peixe em Troia. A arqueóloga Ana Patrícia Magalhães, do Troiaresort (Arqueologia), foi a nossa guia pelo sitio arqueológico, monumento nacional na lista indicativa a património mundial da UNESCO, onde ficamos a conhecer o resultado das escavações arqueológicas, o património edificado existente, o processo de fabricação do preparado piscícola (o Garum), os achados arqueológicos de cerâmica romana, as curiosidades históricas e os pormenores artísticos desta antiga unidade industrial romana, situada entre o rio Sado e o Oceano Atlântico.
“Setúbal é mais bela vista da baía. Daí se vê a cidade em toda extensão, com as suas casas um tanto descaídas. […].” H. C. Andersen – Uma visita em Portugal em 1866 |
Troia de Grândola. Fábrica de Roma. Troia é sinónimo do Turismo dos três “S”: “Sun, Sea and Sand”. Todavia, neste istmo é possível fazer outras atividades de lazer e cultural: o turismo histórico-cultural. Passado e presente vivem lado a lado. Uma viagem ao património português. Como todo o apaixonado da História (e pelo ócio da vida), vibro com o fascínio pelo passado e por ruínas abandonadas. E as ruínas romanas de Troia não são excepção à regra. A minha cabeça já andava a matutar uma ida aos areais da praia da Comporta e, pelo caminho, ficavam as icónicas ruínas desta peninsular restinga arenosa no litoral alentejo. Para mim, custa acreditar que estamos no Alentejo, visto que estamos tão próximos da cidade de Lisboa. Lê-se no sitio web da RTP Arquivos. Monumento Nacional, desde 1910, as ruinas romanas de Troia (não confudir com Tróia da Anatólia) foram um dos maiores centros produtores de salga e conserva de peixe da Civilização Romana. Em virtude deste pormenor, neste sitio arqueológico emergiu um enorme complexo industrial e aglomerado urbano com termas, casas senhoriais, mausoléu e uma basílica paleocristã. Segundo o jornal online Observador, no ano 2018, passaram mais de 10 mil viajantes do tempo.
Rio Sado. Coração de Setúbal. Embarcamos na Doca do Comércio, na cidade de Setúbal rumo ao Cais Sul da Península de Troia. Antes de embarcarmos, o viajante é brindado por um grupo de ciganos que tentam fazer pela vida. É com um sorriso nos lábios que recusamos um dos inúmeros óculos de sol que nos tentam “impingir”. Nem tentei regatear, à boa maneira magrebina. De seguida, em fila indiana, os veiculos são encaminhados para o Ferry-Boat “Pato Real” da empresa Atlantic Ferries, SA que cruza as margens do azul do Sado rumo as areias brancas de Troia. A viagem dura, aproximadamente, vinte e cinco minutos. Saiamos da Área Metropolitana de Lisboa (AML) e entramos no Alentejo, mais concretamente, no concelho de Grândola. Não foi ao som da “Grândola, Vila Morena”, composta e cantada pelo Setubalense Zeca Afonso. Seguindo a estrada que faz a Ligação Comporta-Tróia N253-1,sinalética “Ruínas Romanas” chegamos a uma barraquinha de madeira. É o “posto de controlo” para a entrada num estradão de terra batida, cerca de 2 a 3 km, que nos leva até às ruínas romanas de Tróia, com a envolvente natural da Lagoa da Caldeira no horizonte.
A visita guiada, conduzida pela arqueóloga Ana Patrícia Magalhães, ao antigo complexo industrial de salga de peixe da época romana, abertas em 2011, após um longo período de escavação arqueológica, visto que encontrava-se abandonada este Monumento Nacional. Desde o Humanista André Resende, no século XVI, que temos referência a estas ruínas. Mais tarde, a princesa e futura rainha D.Maria I durante um passeio de barco no rio Sado deparou-se com a área residencial dos antigos proprietários romanos. Dai, o nome “Casas da Princesa”. Por iniciativa de uma empresa privada, o Troia Resort, que hoje explora o sitio arqueológico com visitas guiadas e com actividades educativas para escolas e de lazer para os mais graúdos. Constatamos que os museus e os monumentos são lugares únicos que nos proporcionam experiências memoráveis e uma aprendizagem indispensável à formação da identidade. Pela sua beleza e pelo seu enquadramento, pelas suas colecções e pela sua programação cultural, são espaços que transmitem valores, despertam memórias e interagem com a contemporaneidade. [Fonte DGPC]. Este antigo aglomerado urbano da época romana está na lista indicativa de Portugal para Património Mundial da UNESCO.
As Ruínas Romanas de Troia em que o ilustre escritor dinamarquês Hans Christian Andersen descreveu como «A Pompeia de Setúbal» são uma bela surpresa para qualquer viajante que gosta de viajar pela História. Estendem-se ao longo das margens azuis do Sado e das dunas da Península de Tróia. Um passeio por quase dois milénios de história. As ruínas revelam edifícios de habitação, fábricas, locais de culto, um balneário termal, um porto e suspeita-se que apenas dez por cento da cidade tenha sido escavada ao longo das últimas décadas. Na Lusitânia romana, Troia foi um dos grandes centros industriais de preparação e salga de peixe. Localizada numa zona próxima do oceano, a cidade beneficiava ainda da proximidade de uma forte indústria salineira e outra ligada à olaria, que produzia ânforas para armazenar e exportar o pescado. A sua população era constituída por população indígena, mas também por famílias poderosas originárias do Norte de África, Grécia e escravos de diversas latitudes do Império Romano.
O sitio arqueológico, segundo os dados recolhidos pelas escavações arqueológicas, sugere que foi fundada no século I d.C. que os romanos construíram um complexo industrial de salgas (e de peixe salgado) e molhos de peixe, conhecido em todo o mundo romano. Uma das razões era a existência de matéria-prima em abundância na região envolvente ao estuário do rio Sado: as olarias de barro, a extração de sal e a pesca. Terá funcionado entre o séc. I e meados do séc. V, caindo no esquecimento. As primeiras escavações ocorreram durante o século XVIII, por iniciativa da infanta D.Maria, futura Rainha D. Maria I, e no século XIX pela Sociedade Arqueológica Lusitana, com os generosos contributos dos patronos: o Duque de Palmela e do rei Dom Fernando II (1816-1885). No século XX, de 1948 até à década de 70, as escavações foram conduzidas pelos diretores do Museu Nacional de Arqueologia.
Não era uma grande aglomerado urbano, ao contrário das cidades romanas de Salácia (hoje a cidade de Alcácer do Sal) e de Cetóbriga (a atual Setúbal). Todavia, tornou-se um grande aglomerado industrial-urbano em virtude da necessidade das grandes quantidades de mão-de-obra para o processamento do peixe salgado. Havia inúmeros Lotes, com ruelas e ruas estreitas, que deu origem a um grande complexo urbano que fixou população. Nas oficinas de Tróia havia inúmeros tanques de salga de peixe salgado: as cetárias. Ao todo, os arqueológos puseram a descoberto 19 tanques conhecidos. Era aqui que era produzido o “Garum”. Tratava-se de um preparado de vísceras de atum, sardinha ou cavala, misturado com outros peixes que macerava no sal. Este condimento era muito apreciado em todo o mundo Romano. As ânforas, as “embalagens cerâmicos da antiguidade”, eram essenciais para o escoamento do produto final, através de barco, para o Império Romano. A sua maioria era oriunda de três olarias romanas: Setúbal, Abul e Pinheiro. Cerca de 10% do sítio arqueológico já foi alvo de escavações arqueológicas, estando uma grande parte [ainda] coberta pelas areias. Verificamos, assim, que o ilustre povo romano soube ter engenho para aproveitar as características endógenas do território envolvente entre o Estuário do Sado e do Oceano Atlântico, nomeadamente a abundância de matérias-primas: peixe, sal e barro. Roma, apesar de ter diversas colónias no Mediterrâneo, apreciava as qualidades e a frescura do garum atlântico. Era de facto uma “fábrica” à imagem da grandeza da cidade eterna: Roma.
Existe uma história curiosa sobre um achado arqueológico neste importante aglomerado ubano-industrial da época romana. Em 1814, nas areias de Troia, foi descoberto um cofre de chumbo que continha, entre outros objetos, uma taça de prata ornamentada. Posteriormente, em 1850, foi adquirida pelo Duque de Palmela aos herdeiros do governador de Setúbal para figurar nos «Anaes» da nova sociedade científica, a Sociedade Archeologica Lusitana. Mais tarde, poderá ter sido oferecida ao rei D. Fernando II pelo Duque de Palmela, para a sua coleção privada de antiguidades. Ambos eram patronos da Sociedade Arqueológica Lusitana para fomentar as escavações arqueológicas em Troia. Recentemente, em 2018, foi redescoberta nas coleções da Fundação da Casa de Bragança por um grupo de investigadores portugueses. A “Taça de Troia” está exposta no Museu Nacional de Arqueologia (MNA).
É uma viagem constante (re) descobrir o estuário do Sado e uma parte do Alentejo que se abre ao oceano Atlântico: o Alentejo Litoral. Aqui, o viajante ou o turista poderá avistar uma imensa faixa de costa que, desde a Península de Tróia até ao Cabo de Sines, proporciona exuberantes e convidativas praias com um ininterrupto areal. Trata-se de uma das mais calmas, genuínas e tradicionais regiões de Portugal, onde o património natural e edificado continua bem preservado, e onde encontramos gentes que tornam a experiência de viagem mais enriquecedora.
Afinal, o Alentejo Litoral começa aqui…nos extensos areiais dourados da Peninsula de Tróia! Vai perder esta oportunidade de passear cá dentro?
🚢 Como chegar:
Como fica perto de Lisboa, a cerca de 60 km, Tróia pode ser um destino turístico que tanto pode dar para ir apenas fazer um passeio de fim-de-semana, como também pode ser incluído no roteiro de uma viagem para o Algarve. Há duas formas de chegar a Tróia. A partir de Setúbal, no ‘ferry-boat’ ou em alternativa, utilize a A2 e depois o IP1 e a EN 253. Os 103 quilómetros que separam Setúbal de Tróia ficam por 4,35€. A partir de Lisboa, as portagens custam 5,6€. A viagem fica por 3,95€ por pessoa. A nossa escolha recaiu pelo ferry, em virtude da beleza do trajeto. A Atlantic Ferries -Tráfego Local, Fluvial e Maritimo, SA, empresa privada do grupo Sonae Capital que assegura o serviço público de transporte fluvial de passageiros, veículos ligeiros, pesados e de mercadorias no rio Sado, desde Outubro de 2007, entre o porto de Setúbal e a peninsula de Tróia, com recurso a uma frota de quatro navios: dois ferrys (Pato Real e Rola do Mar) e dois catamaran (Garça Branca e Roaz Corvineiro). No nosso caso especifico, optamos por ir no ferry “Pato Real”, com capacidade máxima para 500 passageiros e 60 viaturas ligeiras, para contemplar o Parque Natural da Arrábida, observar os golfinhos roazes do rio Sado, a beleza urbana da capital sadina – Setúbal – e a envolvente paisagística da Reserva Natural do Estuário do Sado.
📝Nota Informativa:
O Blogue OLIRAF relizou esta visita no mês de Julho de 2018. Agradecemos a visita guiada, dirigida pela Dr.ª Ana Patrícia Magalhães (membro da equipa de arqueologos da Tróia Resort-Investimentos Turísticos, S.A.), pela envolvência do sitio arqueológico da época romana e a respetiva oferta do bilhete para a viagem de transporte fluvial na empresa Atlantic Ferries.
Não deixe de fazer…
- conhecer a capital do rio Sado: a cidade de Setúbal;
- fotografar o pôr-do-sol, as águas calmas do Sado atingem o seu nível mais elevado proporcionando imagens singulares do espelho de água envolvente;
- observar a fauna e a flora da Reserva Natural do Estuário do Sado;
- explorar os encantos e recantos da Serra da Arrábida;
- fazer um passeio numa embarcação maritimo-turistica no estuário do rio Sado;
- visitar o ex-libris do Alentejo Litoral: o cais palafítico da Carrasqueira;
- petiscar um belo prato de choco frito num restaurante local da Aldeia da Carrasqueira, Carvalhal ou Comporta.
- visitar, em Setúbal, as ruínas militares de uma Bataria de Artilharia de Costa (Outão);
- fazer uma caminhada e banhar-se nos extensos areais da Península de Tróia;
NÃO PERCA AS MINHAS AVENTURAS E OLHARES FOTOGRÁFICOS NO INSTAGRAM! UM ENCONTRO COM A HISTÓRIA, AO SABOR DAS IMAGENS…
🔗Para mais informações:
Aqui poderá encontrar, por exemplo, bibliografia e dicas sobre o património material e imaterial nos seguintes links:
O Troia Resort é a empresa responsavél pela conservação, exploração, e divulgação de atividades ligadas ao sítio arqueológico de Tróia. Para consulta de visitas guiadas, eventos temáticos e horários poderá consultar o site http://www.troiaresort.pt/pt/troia-ruinas/visite-nos/horarios/. Recomendo, também, a consulta do sitio digital do Município de Grândola ou do Turismo de Portugal, visto que permite encontrar inúmeras sugestões de passeios, pontos de interesse, museus e gastronomia local e regional, associado ao concelho alentejano. Poderá encontrar mais informações sobre o sitio arqueológico de Tróia na Direcção-Geral do Património Cultural e no SIPA. Se tiver alguma dúvida ou querer saber mais informações sobre actividades, pode sempre utilizar o email arqueologia@troiaresort.pt | Telefone: +351 265 499 400 | Telemóvel: +351 939 031 936.
https://www.academia.edu/22438283/Ru%C3%ADnas_Romanas_de_Tr%C3%B3ia_a_valoriza%C3%A7%C3%A3o_de_um_patrim%C3%B3nio_singular
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🍷Enoturismo no Alentejo: três sugestões para provar os melhores vinhos da região do Alentejo
🍇Portugal é sinónimo de excelentes vinhos. Um pequeno país com uma grande diversidade geográfica e humana que reflete-se nos seus vinhos. E o Alentejo é um território vinhateiro por excelência excepcional. Existem inúmeras sugestões e experiências para deliciar-se com o néctar de Baco. Uma sugestiva viagem pela região vinícola do Alentejo, uma região rica, quente, complexa e fascinante. O aprendiz de enófilo, OLIRAF, selecionou três produtores de vinho de paragem obrigatória para descobrir a harmonia perfeita entre a história, a paisagem e as gentes desta região portuguesa. E se cada região tem a sua história, cada vinho também. Saborear um vinho é, no fundo, viajar pelos paladares da região que o produz. Alentejo, Alentejo! Um brinde ao melhor que o Alentejo oferece. ➡ Saiba mais: www.vinhosdoalentejo.pt
🔞Atenção: “Life is too short to drink cheap Wine”. Seja um “Baco” por um dia. Descubra os cinco sentidos do prazer de um Deus Pagão. Beba com Moderação.
🍷O Enoturismo está na moda. Há cada vez mais produtores e empresas vinícolas a apostar forte neste segmento de mercado. Através das nossas experiências e provas de vinhos, ao longo das nossas viagens por Portugal, temos verificado o rápido crescimento e sucesso deste segmento de mercado na área dos vinhos e do turismo em Portugal. Não podemos negar que o desenvolvimento do enoturismo numa determina da região, permite dar a conhecer o sector vitivinícola,os respectivos vinhos DOC (Denominação de Origem Controlada) e,acima de tudo, captar internacionalmente turistas-viajantes enófilos para percorrer a imensa paisagem vinícola portuguesa. A História de inúmeras gerações familiares que passaram o segredo da arte de bem produzir um vinho. Provar, e acima de tudo, saborear os aromas e os paladares de um vinho é viajar pela História secular, por exemplo, de um Quinta. Por detrás de grandes vinhos, há sempre uma grande produtor.
O Alentejo é uma região com condições únicas para fazer Enoturismo em Portugal. Os turistas são convidados a viajar pela história do vinho na região, por exemplo, a tradição milenar da produção de vinho da Talha, trazida pelas legiões romanas há mais de dois mil anos. Os romanos compreenderam as potencialidades deste imenso território com condições únicas para a cultura, consumo e exportação do vinho. Ainda hoje, existe um saber fazer que nunca se perdeu e manteve-se viva em inúmeras localidades desta região vinícola. Ainda hoje, este povo da Península Itálica teve um grande impacto no desenvolvimento da cultura vínica alentejana, contribuindo para um riquíssimo legado histórico material e imaterial desta região portuguesa., nomeadamente, na gastronomia, na arte, nas tradições e no artesanato.
Disse, e com razão, o poeta-pensador Fernando Pessoa que “Pessoa: “Boa é a vida, mas melhor é o vinho (…).” Agora que nos apetece sair de casa, o Alentejo pode ser um destino privilegiado para umas férias em tempo de pandemia. Há tanto para conhecer no Alentejo! Aqui ficam três sugestões de produtores, quintas e vinhos para celebrar o desconfinamento:
📍Adega de Vila Santa (Estremoz, Alentejo)
Tem nome de uma rainha-santa: a rainha Isabel de Aragão, mulher de D.Dinis, que faleceu na vila de Estremoz no século XIV. A Adega Vila Santa, no concelho de Estremoz, foi o local eleito para materializar um projecto pessoal, idealizado em 1988, por João Portugal Ramos: a produção dos seus próprios vinhos. É o resultado da longa experiência acumulada de um dos maiores enólogos e consultor na criação de vinhos nas principais regiões vitivinícolas portuguesas. Estávamos em 1997, após sete anos da plantação dos primeiros cinco hectares de vinha em redor da fortaleza-abaluartada de Estremoz, dá-se a construção de uma moderna Adega – Vila Santa – para acolher modernas instalações de vinificação, sala de engarrafamento e caves para o estágio das barricas de carvalho francês, americano e português, não esquecendo a harmonia paisagística e a arte de fazer vinhos portuguesa. Ainda hoje, uma parte das uvas é destinada aos lagares para ser pisada. Por exemplo, os vinhos tintos mais sofisticados da gama do Grupo João Portugal Ramos. Atualmente,a área de vinha no Alentejo perfaz, aproximadamente, 600 ha. Há paisagens que puxam por uma fotografia. Venha passar um dia diferente a Estremoz. Faça uma experiência de Enoturismo, descobrindo os contornos da arquitectura tradicional alentejana da Quinta de Vila Santa,através de uma visita guiada pelas vinhas, adega e caves, onde pode optar por uma programa didático e dinâmico: “Seja Enólogo por um dia”. Esta atividade permite ao aprendiz de enófilo criar o o seu próprio vinho, com base em três castas tintas (Aragonez, Alicante Bouschet e Touriga Nacional), e levá-lo para casa para mais tarde saborear em família ou com os amigos. De seguida, poderá optar por um almoço de gastronomia típica alentejana, uma aula de culinária, ou uma prova de vinhos acompanhado de queijos e outros petiscos da região alentejana. A nossa preferência recaiu para um vinho branco, com um perfil nobre, fresco e com uma grande mineral idade: o Marquês de Borba. Sob o pretexto de descobrir a região vitivinícola do Alentejo, o viajante-enófilo poderá optar por “mergulhar” no centro histórico e nas muralhas do Castelos de Estremoz.
📍Adega da Cartuxa (Évora, Alentejo)
Uma viagem no tempo. Nas proximidades da cidade de Évora, a cerca de 2 Km, o viajante-enófilo mais entusiasta poderá visitar a Quinta do Valbom e ficar a conhecer a vasta gama de vinhos da Fundação Eugénio de Almeida. Surpreenda-se com a história secular de uma Quinta que pertenceu ao Jesuítas, expulsos em 1759 pelo Marquês de Pombal. Já deve ter ouvido falar do Mosteiro da Cartuxa? O nome da comunidade religiosa que inspirou a família Eugénio de Almeida a criar esta marca-ícone do Alentejo. Ou do vinho Pêra-Manca? Um dos vinhos mais conhecidos do Brasil. Alie o melhor do património histórico-cultural e vitivinícola eborense, através de uma visita guiada à Adega com uma prova de cinco vinhos – Sto. Inácio de Loyola – de toda a gama Adega da Cartuxa. No Centro Histórico de Évora, junto ao Templo Romano, poderá conhecer a Enoteca Cartuxa e ter um “casamento perfeito” entre cozinha regional alentejana e os vinhos da Adega Cartuxa. As visitas guiadas e os almoços são realizados mediante marcação prévia. A nossa sugestão vai para um prato de polvo à lagareiro com batatas a murro acompanhado de um EA Reserva Tinto. Para sobremesa, a nossa recomendação vai para um Pudim de Azeite. Antes de deixar esta cidade-monumento, uma visita ao Paço de São Miguel poderá ser uma bela despedida de uma das cidades mais belas e singulares de Portugal.
📍Adega da Ervideira (Monsaraz, Alentejo)
Os solos desta sub-região vitivinícola – Reguengos de Monsaraz – são caracterizados pelos granitos e xistos, bem como pela continentalidade do seu clima. Os seus vinhos, em virtude das condições edafo-climáticas, têm características distintas de qualidade e tipicidade. Os castas tintas (Trincadeira) e brancas (Roupeiro) predominam nesta sub-região vitivinícola. Para conhecer mais sobre a história desta marca familiar de vinhos alentejanos, o viajante-enófilo terá de deslocar-se à Herdade da Herdadinha (ou ao Monte da Ribeira). É na primeira que se encontra o “coração” da Adega Ervideira, tendo uma área de produção de vinho com 160 hectares divididos pelos concelhos da Vidigueira (110 ha) e de Reguengos de Monsaraz (50 ha). Foi neste local que, em 1880, o Conde D’Ervideira plantou as primeiras vinhas para produzir um dos mais satisfatórios e famosos néctares de Baco da região do Alentejo. Ainda hoje, a família Leal da Costa é descendente direta deste agricultor de sucesso dos séc. XIX e XX. Sabia que foi nos seus 50 hectares que foi plantada, pela primeira vez, a casta Touriga Nacional no Alentejo? E que as águas frias do maior lago europeu – o Alqueva – são utilizadas para estagiar os seus vinhos a 30 metros de profundidade? Poderá fazer uma visita guiada e uma prova de vinhos pela essência da Adega Ervideira para compreender o processo produtivo, desde a apanha da uva até à expedição final. Poderá optar por fazer a prova de vinhos, por exemplo, na “aldeia-monumento” de Monsaraz. Imagine fazer saborear os vinhos Ervideira numa antiga Escola Primária? Deixe-se deliciar-se pelos aromas e sentidos de um vinho frutado, enquanto desfrutar de uma vista exuberante para a planície [infinita] alentejana e para o azul da Albufeira do Alqueva. Um brinde, com um vinho “Invisível, ao Alentejo…será a cereja no topo do bolo. Saboreie a tradição e o património. Saboreia o Alentejo. Perca-se e encontre-se nele! Uma visita sugestiva para os amantes de enoturismo e entusiastas da fotografia de paisagem.
Não deixe de fazer…
- conhecer o Museu Militar de Elvas;
- observar um belo pôr-do-sol no Arquipélago das Berlengas;
- explorar os encantos e recantos das aldeias, vilas e cidades históricas da região do Alentejo: Évora, Monsaraz e Estremoz;
- fazer a Rota do Mármore do Anticlinal de Estremoz e saborear uma garrafa de vinho de Borba;
- visitar o Castelo de Évora Monte e apreciar um belo pôr-do-sol do alto das suas muralhas medievais;
- petiscar, na cidade de Évora, os melhores vinhos alentejanos (e portugueses) no Vinarium (Évora) Tapas & Wine bar;
- mergulhar nas águas tranquilas do maior lago artificial da Europa: o Alqueva;
- conhecer as ruínas da Ponte da Ajuda, junto ao rio Guadiana.
NÃO PERCA AS MINHAS AVENTURAS E OLHARES FOTOGRÁFICOS NO INSTAGRAM! UM ENCONTRO COM A HISTÓRIA, AO SABOR DAS IMAGENS…
📝Nota Informativa:
As empresas vitivinícolas (e os vinhos) aqui apresentados são, na sua maioria, convites que chegaram ao Blogue OLIRAF por parte de produtores para conhecer a essência da produção vinícola e o património histórico-cultural a eles associado, de acordo com os nossos critérios editoriais.
🔗Para mais informações:
Aqui poderá encontrar, por exemplo, extensa documentação e dicas sobre o património material e imaterial nos seguintes links:
O Instituto da Vinha e do Vinho, I.P., um organismo tutelado pelo Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural,dá-nos uma perspectiva da evolução temporal da produção, produtores e regiões vinícolas de Portugal. A Rota dos Vinhos de Portugal oferece informação actualizada sobre as imensas experiências nas diversas regiões vinícolas em Portugal, sendo a melhor opção para começar a planear uma viagem à região. Se for um enófilo mais exigente, deixo-lhe uma sugestão de leitura de uma publicação de referência, a Revista de Vinhos, sobre vinhos e gastronomia em Portugal Continental e Ilhas. Recomendo, também, a consulta do sitio digital da Rota dos Vinhos do Alentejo (Enoturismo) para uma maior planificação da sua viagem para percorrer as inúmeras quintas vinícolas da região do Alentejo.
Conheça-as aqui:https://www.vinhosdoalentejo.pt/pt/rota-dos-vinhos/rota-dos-vinhos-do-alentejo/
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🌍OLIRAF Blogger Trips 2019: 12 Experiências, 12 Imagens 📷
📷 Foi uma década de grandes e exigentes desafios que termina. 2019 foi o ano que finaliza uma década recheada de sucessos pessoais e profissionais. Viajamos de Norte a Sul de Portugal, incluindo a Ilha da Madeira. Do Turismo Histórico-Militar ao Enoturismo. Dos locais turísticos aos pitorescos. Recordemos, então, o ano 2019 que termina. Gostamos de viajar, não porque gostamos de mostrar, mas porque nos dá prazer. Sempre com a curiosidade pela História e com a vontade de inventariar o Mundo e de catalogar as experiências. Para mais tarde, arquivar na nossa memória. Fomos um dos nove finalistas dos prémios Discoveries Awards (2019), patrocinado pela Via Verde, em parceria com o Município de Óbidos. Saímos da nossa zona de conforto – a fotografia de viagem – e arriscamos na categoria de Escrita; a Sapo Viagens, seleccionou uma das nossas fotos da aldeia histórica de Piodão, da rede social Instagram, para um artigo online; Recentemente, a convite da Culture Trip, falamos sobre a tendência do Turismo Militar e das ruínas do extinto Regimento de Artilharia de Costa. Leia aqui.
👨🏼🏫Conferência sobre Turismo Militar (Lisboa, Portugal)
A convite da Associação Portuguesa dos Amigos dos Castelos (APAC) realizei, no passado dia 2 de Dezembro de 2019, uma comunicação “O Turismo Militar como forma de preservação e salvaguarda do património histórico-militar: o caso do blogue OLIRAF” no âmbito do Ciclo de Conferências subordinado à temática: Novos Meios de Divulgação Patrimonial. Os Blogs, que decorreram no secretariado da APAC, respectivamente, entre 7 e 21 de Outubro, 4 e 18 de Novembro e 2 de Dezembro de 2019. Agradecemos a oportunidade por falar sobre o nosso projecto de escrita e fotografia de viagens e dar a conhecer a um público mais alargado. Deixo, aqui, o resumo da minha conferência.
🎖Discoveries Awards da Via Verde (Óbidos, Portugal)

Fomos um dos três blogues finalistas da 2.ª edição do Discoveries Awards (2019), na categoria de Escrita de Viagens. Infelizmente, não ganhamos. Foi a primeira vez que saímos da nossa área de conforto, a fotografia, e apostámos na Escrita. No entanto, vamos continuar a inspirar as pessoas a ter Mundo, a dar a conhecer o nosso Portugal e a incutir o gosto pela História. Sabe sempre bem ver reconhecido a nossa paixão pela escrita e fotografia de Viagens, em especial, pela Via Verde. Parabéns aos nosso amigos Alexandre Anabela Narciso (do Blogue @vagamundos_pt). No final, quem ganhasse, pagava uma Ginginha de Óbidos. E assim foi! 🔝 (Re) leia aqui o nosso artigo sobre a Aldeia Histórica de Monsanto.
Como forma de celebrar o ano que chega ao fim, decidi seleccionar as 12 imagens que reflectissem os lugares que mais gostei de conhecer. Esperamos inspirar os nossos leitores a conhecerem Portugal e a viajar mais pelo Mundo em 2020. Apesar da subjectividade visual reflectir uma escolha pessoal, deixo-vos o Best of das minhas Blogger Trips 2019. Eis a seleção de 12 imagens:
🏡Aldeia do Juízo (Pinhel, Guarda)
O quotidiano habitual de uma aldeia beirã chamada Juízo. Reza a lenda que um Juiz habitava nestas latitudes. Aqui, a vida corre sempre vagarosa. A essência desta aldeia do concelho de Pinhel (Guarda) reside neste pequeno grande pormenor: as gentes humildes, trabalhadoras e humanas. O dia tinha começado cedo na acolhedora e quente aldeia do Juízo, no concelho de Pinhel (Guarda). Por uma hora, o enigmático mentor das Casas do Juízo, José Guerra, guia-nos pela História Local e pelos pormenores do Juízo. Se tiver perdido, o próprio irá receber-vos com a sua alegria e simpatia que caraterizam as gentes trabalhadoras e humildes da região da Beira Alta. Através do passeio matinal pelas ruas desta aldeia beirã que ficamos a conhecer o seu percurso de vida e como a paixão pelo Juízo o levou a apostar num projecto de recuperação de casas antigas para fins turísticos. O objectivo é contrariar o Êxodo Rural e apostar no Turismo de Aldeia. No final, o visitante pode deliciar-se na Taberna do Juiz com os sabores e aromas gastronómicos da região da Beira Alta. Para mais informações, pode ler aqui.
🚂 Comboio Histórico do Douro (Régua, Norte)
Comboios há muitos. Históricos, e a vapor, são casos raros na imensidão geográfica da ferrovia europeia. Todos os anos, a CP – Comboios de Portugal – faz as delicias de milhares de entusiastas dos caminhos de ferro em Portugal. O Comboio Histórico do Douro percorre a centenária Linha do Douro, uma das mais antigas linhas ferroviárias de Portugal, entre a Estação da Régua e do Tua, com paragem na aldeia do Pinhão. Realizar esta viagem, a meu ver, é recordar a importância dos caminhos-de-ferro durante a REvolução industrial Inglesa. Antes de haver veículos motorizados, a única ligação com o progresso do mundo civilizado e com a política da burguesa e humana da cidade do Porto, era feita por estes “monstros mecânicos” .Eis uma forma diferente de conhecer o coração do Vinho generoso do Porto: a região do Alto Douro Vinhateiro. Se gosta de Turismo Ferroviário pode fazer o Comboio Histórico do Vouga (Aveiro) e visitar as instalações do Museu Ferroviário (Entroncamento). Para mais informações, poderá ler aqui.
💣Recriação Histórica do XV Cerco de Almeida (Guarda)
Alma até Almeida! Na imagem, a recriação do “Assalto à Fortaleza” que decorreu nas Portas de São Francisco. De um lado, os Franceses. Do outro, os Ingleses, Portugueses e os Espanhóis. No XV Cerco de Almeida (2019), organizado pela Câmara Municipal de Almeida pelo Grupo de Reconstituição Histórica do Municipio de Almeida (GRHMA), com a participação de centenas de recreadores de Espanha, França, Inglaterra e Portugal, podemos ver um Acampamento Histórico-Militar, o mercado oitocentista, recriações de batalhas diurnas e nocturnas, desfiles militares e concertos e bailes oitocentistas, entre outras coisas. A 28 de Agosto de 1810, as tropas do VI Corpo do Grand Armée, comandado pelo Marechal Ney, entram triunfalmente em Almeida, após a explosão do paiol do Castelo de Almeida. Estava, assim, conquistada a mais importante praça-forte entre os rios Douro e Tejo. Massena mostrara ao descendente de César e Alexandre, Napoleão Bonaparte que, em tantos anos, era possível a conquista de Portugal à frente de um temível e numeroso exército. Felizmente, tal não aconteceu. E porquê ? Os ingleses, aliados de longa tradição de Portugal, equiparam e comandaram o exército português que combateu valorosamente nas Guerras Peninsulares. E não esquecer as Linhas de Torres Vedras, bem como os heróis anónimos da Guerrilha Popular que foi quebrando o ânimo do inimigo jacobino…que submetera e saqueou o nosso país a ferro e fogo! O Regimento de Infantaria N.°23, liderado por Pedro Casimiro, do Grupo de Recriação Histórica do Município de Almeida (GRHMA) é um dos muitos rostos anónimos que dão cor,forma, ritmo e autenticidade às recriações Históricas da Guerra Peninsular (1807-1814) em Portugal. Afinal, foi em Almeida que tudo começou. Para mais informações, poderá ler aqui.
✈️ Sevilha (Andaluzia, Espanha)
Sevilha é uma autêntica cidade cinematográfica. Os filmes Lawrence of Arabia (1962), a saga Star Wars (2002), Reino dos Céus (2005) e, mas recentemente,a série Game of Thrones (2015) foram imortalizados pela indústria cinematográfica de Hollywood.Com o rio Guadalquivir aos seus pés, a capital da Andaluzia preserva um importante legado patrimonial-cultural do Reino de Espanha. Sabia que Carlos V de Habsburgo e Isabel de Portugal, filha de D. Manuel I, casaram-se nestas latitudes? E que a descoberta do Novo Mundo fomentou o crescimento da cidade, em virtude do seu porto ser servido pelo rio Guadalquivir? Afinal, esta cidade andaluza não é apenas o berço do Flamenco. O seu património histórico-cultural revela-nos a importância e a sua beleza secular. Edifícios como a Torre del Oro, o Archivo General de las Indias, a Catedral e a Giralda de Sevilha, o Palácio real de Sevilha, a Plaza de Espanã e, mais recentemente, o Metropol Parasol são visitas obrigatórias. Todavia, o Archivo Geral das Índias, construído na 2.ª metade do séc. XVI, impressionou-me pela sua dimensão. Afinal, uma boa parte da documentação histórica – “burocrática” – do Império Espanhol encontra-se aqui. O Real Alcázar de Sevilha é um dos mais antigos complexos palacianos do continente europeu. Construído no séc. VIII, sob alicerces romanos, pelos descendentes do profeta Maomé e, posteriormente, aumentado pelos reis cristãos de Castela. Foi declarado Património Mundial da UNESCO em 1987. Nas 5.ª e 6.ª temporadas de GOT, é o cenário da exótica e exuberante Casa Martell. Os salões, os pátios e os jardins dão cor e forma à residência palaciana dos governantes do reino de Dorne: a cidade de Sunspear. O Patio de las Doncellas, a Sala de los Embajadores, Baños de Maria Padilla e os jardins são locais cinematográficos que nos transportam para a época do al-Andalus e para a beleza arquitectónica da Civilização Islâmica na Península Ibérica. Um exemplo da mescla cultural entre muçulmanos e cristãos que deu origem a um estilo artístico: a arte mudéjar.
💣Fam Trip pela Rota Histórica das Linhas de Torres (Sobral, Oeste)
“Atreva-se e Mude o seu destino, onde mudámos o de Napoleão!” é mote da Rota Histórica das Linhas de Torres para visitar e relembrar o mais barato sistema defensivo da História. Sabia que as Linhas de Torres Vedras foram declaradas Monumento Nacional em 2019? Para nós, as Linhas de TVD já o eram há imenso tempo! Estas Linhas Defensivas, construídas no contexto da III Invasão Francesa (1810-11), são demonstrativas da capacidade técnica da engenharia militar luso-britânica e da resiliência do povo português, em relação às fracas elites que dirigiam Portugal, desde o Brasil. As caminhadas e o BTT são um excelente mote para (re) descobrir uma rota histórica, aliando o prazer da actividade física à curiosidade histórica, bem como a contemplação da paisagem envolvente. Quando estamos saturados da atividade quotidiana alfacinha, rumamos à região do Oeste para admirar e viajar pelos acontecimentos que fazem parte da História de Portugal: as linhas defensivas de Torres. Por exemplo, o Forte do Alqueidão é um dos melhores pontos paisagísticos para admirar o complexo sistema defensivo erguido a norte da península de Lisboa. Uma História de Fortes. E de vistas Fortes! Recentemente, em Outubro de 2019, foi lançada a Revista Invade da RHLT. Para saber mais informações, poderá ler aqui.
📲 Passeios da Instameet Lisboa (Barreiro, Portugal)
O que é um Instameet? É um encontro de instagramers, de norte a sul do país, que pretendem dar a conhecer locais de uma cidade. A mentora Catarina Leornado organiza, desde Outubro 2019, com realização mensal, encontros entre instagramers para promover locais dos arredores da cidade Lisboa. Foi o caso do concelho do Barreiro, onde exploramos três rotas turísticas: a industrial (CUF), a de Arte Urbana (Vhils) e a Rota dos Moinhos de Vento e de Maré. Das três, o nosso destaque vai para os passadiços [de madeira] não existem apenas no Rio Paiva. No concelho do Barreiro existe um passadiço ribeirinho que percorre um “oásis” natural e arquitectónico, entre os antigos Moinhos da Maré e de Vento. É o caso do Moinho de Vento Nascente, um dos três moinhos eólicos da praia fluvial da Alburrica, edificados na segunda metade do século XIX. Hoje em dia, são o postal ilustrado da cidade do Barreiro. Há descoberta de uma das Rotas Turísticas do Barreiro: a Arte Urbana. Na imagem, um dos icónicos fotógrafos barreirenses: Augusto Cabrita. Para mais informações, poderá ler aqui.
🍷Open Day da Quinta do Gradil 2019 (Cadaval, Oeste)

Quer passar um dia rodeado de História e de vinho? Ou um local tranquilo e ideal para escapar à rotina citadina? A uma hora de Lisboa, no coração da região Oeste de Portugal,a encontrámos uma antiga quinta rural que pertenceu ao Marquês de Pombal (1760). É a Quinta do Gradil. A arquitectura barroca e a cor amarela desta antiga residência nobre destacam-se, ao longo da EN115. na paisagem vitivinícola e rural. A produção de vinho, segundo fontes documentais, remonta ao ano de 1854. A Quinta do Gradil conta com 120 hectares de vinha, tornando-a uma das maiores produtoras vitivinícolas da região de Lisboa. Com um clima fresco e temperado, a escassos 20 Km do Atlântico e a menos de 5 Km da bucólica Serra de Montejunto, é um bom mote para partir à descoberta dos seus Vinhos Brancos e Tintos. Tem como embaixadores os vinhos “Quinta do Gradil”, “Mula Velha” e “Castelo do Sulco”. Com uma forte tradição vitivinícola secular, a Quinta do Gradil é um dos ex-libris da região Oeste, só superada pela majestosa e deslumbrante beleza da Serra de Montejunto. Por trás de um grande produtor, há sempre uma grande vinho. Afinal, estamos numa das mais antigas propriedades agrícolas e dos principais marcos histórico-culturais do concelho do Cadaval. É uma Quinta com [uma magnifica] História! Brindemos a isso!
📍Núcleo Museológico da Artilharia de Costa da Madeira (Funchal)
Aproveitando as nossas férias natalícias na Ilha da Madeira, fomos para conhecer uma Bataria de Costa que irá integrar a futura Rota de Turismo Militar da Ilha da Madeira, promovida pela Zona Militar da Madeira (ZMM). O Núcleo Museológico da Bataria de Costa (Pico da Cruz), integrada na unidade militar do exército português, o Regimento de Guarnição N.º3 (RG3), é um excelente exemplo da preservação e divulgação de uma antiga unidade militar de defesa costeira, ao contrário do que sucede em Portugal Continental. A sua construção, iniciada e finalizada em 1940, foi o resultado da débil insegurança marítima e a problemática falta de recursos materiais e estruturas de defesa costeira do Arquipélago da Madeira, mais concretamente, da cidade do Funchal. Face às lições apreendidas com os bombardeamentos dos submarinos alemães U38 (1916) e (1917)- os icónicos e temidos U-boat da marinha imperial alemã – à cidade do Funchal, no contexto da I Guerra Mundial (1914-1918), as autoridades militares nacionais decidem a construção de uma Bataria de Costa no Pico da Cruz. Estas três “sentinelas de aço”, com material de origem alemã – peças Krupp 15 cm de Tiro Rápido – zelaram pela segurança da população Funchalense durante a II Guerra Mundial. Afinal, o inimigo vinha do oceano! Além da visita ao Núcleo Museológico da Bataria de Costa, no futuro os turistas e visitantes locais poderão visitar a antiga Bataria Antiáerea do Pico do Bucho, artilhada com 4 peças Vickers 9,4 cm, e o Museu Militar da Madeira (Palácio de São Lourenço). Para mais informações, poderá ler aqui. fez emergir a problemática da defesa da ilha e as consequências económicas e sociais da insegurança daí resultantes.
Moinho da Maré de Corroios (Seixal, Portugal)
Visitar o Moinho da Maré de Corroios foi , para mim, vivenciar outras épocas. Épocas em que era utilizada a energia das marés pelo Homem para actividades de moagem (cereais). Edificado, no alvor do séc. XV, por iniciativa de Nuno Álvares Pereira, foi o primeiro dos 60 moinhos de moageiros que existiram ao longo do estuário do rio Tejo. Mais tarde, em 1404, foi doado ao frades carmelitas do Convento do Carmo de Lisboa, no âmbito do testamento do Santo Condestável. O zénite dos Moinhos da Maré foi séc. XVI. Os Descobrimentos exigiam enormes quantidades de trigo para alimentar as frotas que partiam para “dar novos Mundos ao Mundo”. O famoso “biscoito” era cozido duas vezes para aguentar a dureza dos mares. Quem disse que a História é uma seca? É tudo uma questão de descoberta e paixão pela constante curiosidade pelo Mundo que nos rodeia. Trata-se de uma actividade gratuita, mas com inscrição obrigatória, promovida pelo Posto de Turismo do Seixal para o público que queira conhecer um pouco da História do concelho da margem sul do Tejo. Para mais informações, leia aqui.
🎞Museu de Fotografia da Madeira – Atelier Vicente’s (Funchal)
Em pleno centro da cidade do Funchal, na Rua da Carreira, existem um emblemático edifício que alberga, desde 1865, um dos estúdios fotográficos mais antigos do Mundo: o Atelier Vicente`s. Em Portugal apenas subsistem dois do séc.XIX: o já referido Atelier Vicente`s (Funchal) e a Casa-Estúdio Carlos Relvas (Golegã). Aberto, em 1982, o antigo Museu Vicentes, esteve fechado ao público, entre 2014 e 2019. Recentemente, em Julho de 2019, o antigo Museu Vicentes reabriu, com pompa e circunstância, para delicia dos amantes da história e arte fotográfica. Além de manter o estúdio fotográfico original do fotógrafo insular Vicente Gomes da Silva , a Exposição permanente conta com uma vasta e deliciosa coleção fotográfica de inúmeros fotógrafos, profissionais e amadores, madeirenses: João Francisco Camacho, Vicente Photographos e Perestrellos Photographos. É de salutar e louvar a recuperação deste património secular para a sociedade madeirense e para as comunidades de outras latitudes que visitam a Ilha da Madeira. O Museu de Fotografia da Madeira – Atelier Vicente`sé tutelado pela Direção Regional da Cultura e as coleções fotográficas estão depositadas e inventariadas pelo Arquivo Regional e Biblioteca Pública da Madeira (ABM). Contém uma extensa coleção de máquinas fotográficas, processos fotográficos, equipamentos ópticos, mobiliário de época, cenários e adereços, entre outras curiosidades, desde o séc. XIX e XX, materializando os anos de atividade da família de fotógrafos insulares: os Vicentes. Visitá-lo é reavivar a memória insular e a História da Fotografia no continente Europeu, imaginando como seria o quotidiano e a vivência de um fotógrafo do séc. XIX. Entre 1852 e 1978, as quatro gerações da familia Vicentes documentaram acontecimentos históricos da Ilha da Madeira e retrataram os habitantes, ilustres e menos ilustres, da sociedade madeirense, monarcas portugueses e europeus, presidentes ou aventureiros que passavam por estas latitudes. Para mais informações, poderá ler aqui.
🏡Aldeia Histórica de Portugal – Piodão (Arganil, Coimbra)
E agora Piodão, a própria Aldeia! Percorra, demoradamente, as ruelas desta aldeia Histórica bem portuguesa e solte a curiosidade de fotógrafo-viajante que há em si! Deixe-se surpreender pelos pormenores das casas de xisto, das janelas azuis e pelas gentes locais. E se gosta de fazer Turismo de Aldeia, pode pernoitar na Casa da Padaria e ficar a conhecer as estórias de uma antiga professora primária que apaixonou-se por um antigo padeiro local. Surpreenda-se pela natureza exuberante e a orografia envolvente desta aldeia de xisto, encaixada num vale da Serra do Açor. Para mais informações, pode ler aqui.
📌 Passeio pelo rio Tejo com a Tritejo (Tancos, Portugal)
E se fosse visitar o Castelo de Almourol nas próximas férias? Já conhece um dos maiores bilhetes-postais ilustrados do nosso país? Em Maio, a convite da empresa de animação Turística Tritejo, fomos conhecer o concelho de Vila Nova da Barquinha. Tivemos a oportunidade de (re) visitar um dos locais que faz parte da nossa história e identidade colectiva: o castelo de Almourol! Aqui, há História Que bela silhueta de pedra! Todos somos recolectores de alguma coisa, no meu caso, dos pequenos instantes do passado! Ah, se houvesse maneira de fixar na alma imagens destas! Deve dar “gozo” ver com frequência esta obra bélica. Apreciá-lo com mais tempo e contemplar a sua fascinante cintura de muralhas. Para mim, este Guerreiro de pedra medieval é a comunhão perfeita entre a Natureza e o Homem. Já conhece o “guerreiro de pedra” Templário? Sabia que a única forma de chegar, é de barco? A @tritejo.insta é uma boa opção para fazer um passeio pelas serenas águas do rio Tejo e contemplar a paisagem envolvente deste exemplar da arquitetura militar templária. A Tritejo organiza passeios de barco, com recurso a energia solar, entre o cais de Tancos e o Castelo de Almourol. Para mais informações, poderá ler aqui.
✔️Quais os vossos destinos [de viagem] para 2020?
Não temos destinos escolhidos para o próximo ano, visto que podem surgir outras prioridades. Mas, existe uma lista de destinos exóticos e fora dos roteiros tradicionais de turismo que gostaríamos de ir na próxima década: São Tomé e Príncipe (África), Teerão (Irão), Fez (Marrocos), Goa (Índia), Svaneti (Geórgia), Dubrovnik (Croácia) Londres (Inglaterra), Viena (Áustria), Cracóvia (Polónia) e Toscânia (Itália). Espero concretizar algumas destas viagens. Em Portugal, irei continuar a dar prioridade ao Turismo Militar e a dedicar-me à publicação de artigos sobre a região do Oeste e da Ilha da Madeira. Estou certo que irão surgir novos projectos aliciantes, outros destinos vão ganhar prioridade. Estou certo que irei fazer a melhor escolha para mim e que agradem aos leitores do nosso blogue. Acima de tudo, deixo um conselho: façam poucas viagens, mas que sejam intensas e generosas em experiências. Viagem, mas devagar. Observem bem, com atenção, os pormenores e o ambiente que vos rodeia. E olhem o outro!
Desejo a todos os leitores as maiores felicidades a nível pessoal e profissional. Há sempre uma forma diferente e irreverente de ver Portugal e o Mundo que nos rodeia. Votos de um excelente 2⃣0⃣2⃣0⃣ com realizações pessoais e profissionais, bem como muitas viagens por Portugal e pelo Mundo! Afinal de contas, o importante é ter MUNDO!
Rafael Carvalho de Oliveira
Começa o ano a viajar com o Blogue OLIRAF 🌍 Se não tiver ideias para uma evasão, férias ou escapadinhas de fim-de-semana, o leitor pode sempre procurar um especialista. Na dúvida, escolha o blogue OLIRAF! Temos um país imenso, com lugares imensos para desbravar. Um pouco por todo o país existem lugares e regiões que merecem uma visita mais atenta. Pelo país fora, e pelo estrangeiro, há muito património histórico-cultural para visitar ao longo da nova década. Meta-se à estrada e siga as nossas sugestões fotográficas que inspiram a alma de viajante adormecida que há em cada um de nós!
📝Nota Informativa:
O Blogue OLIRAF agradece os convites que chegaram por parte de parceiros, empresas de animação turística e entidades de turismo para conhecer as suas experiências e o património histórico-cultural a eles associado, de acordo com os nossos critérios editoriais. Foi um gosto colaborar e dar a conhecer um pouco da vossa paixão e divulgação do melhor que se faz em Portugal, ao nível da promoção do turismo de experiências.
NÃO PERCA AS MINHAS AVENTURAS E OLHARES FOTOGRÁFICOS NO INSTAGRAM! UM ENCONTRO COM A HISTÓRIA, AO SABOR DAS IMAGENS…
Nota importante [👤]
As presentes informações não têm natureza vinculativa, funcionam apenas como indicações, dicas e conselhos, e são susceptíveis de alteração a qualquer momento. O Blogue OLIRAF não poderá ser responsabilizado pelos danos ou prejuízos em pessoas e/ou bens daí advenientes. As recomendações de produtos turísticos baseiam-se nas experiências [reais] de viagem e o conteúdo editorial é independente de terceiros. Se quiser partilhar ou divulgar as minhas fotografias, poderá fazê-lo desde que mencione os direitos morais e de autor das mesmas.
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🍷 Enoturismo em Portugal: oito propostas para viajar pela história de grandes vinhos.
📍Quinta da Bacalhôa (Azeitão, Península de Setúbal)
Palácio da Nobreza. Nobreza de Palácio. O Palácio/Quinta da Bacalhôa, o nome originário de uma mulher – a “Bacalhôa” – do antigo proprietário quinhentista – o “Bacalhau” – que enriqueceu com a pesca de Bacalhau no século XVI, situa-se em plena região vitivinícola da Península de Setúbal. É uma excelente desculpa para um passeio ao sabor da História. Afinal, são mais de cinco séculos de Histórias. Deixe-se deslumbrar pela singular Casa do Lago, datada do século XVI, e por 90 minutos, senti-se um “Albuquerque” das índias. Azeitão tem tanto para ver,conhecer e saborear. De facto, esta vila não é só conhecida pelas suas famosas Tortas de Azeitão e pelo seu afamado vinho moscatel. Na Adega/Museu da Bacalhôa, situada em Vila Nogueira de Azeitão, poderá encontrar um espaço acolhedor onde cruzamos a arte de produção de um vinho Bacalhôa e as coleções de Art Deco, Art Nouveau e Cultura Africana. Poderá apreciar ainda, a enorme sala onde estão acondicionadas as barricas de estágio do vinho tinto e moscatel acompanhadas pela maior colecção de Azulejos Portugueses dos séc. XVI ao séc. XX. Tudo isto, com a companhia de um canto gregoriano que serve para “acalmar o vinho”,segundo a Guia Carlota, e a nossa alma. No final, o enófilo poderá realizar uma prova de vinhos e deliciar-se com o Bacalhôa Moscatel de Setúbal.. Importa referir que a Bacalhôa Vinhos de Portugal, foi criada em 1922, é um grupo de empresas vinícolas, da qual fazem parte a Aliança, Bacalhôa Buddha Eden e a Quinta do Carmo.
📍Quinta da Boavista (Alenquer, Lisboa)
Os concelhos de Torres Vedras e Alenquer, em 2018, foram a Cidade Europeia do Vinho, uma distinção atribuída pela rede europeia das cidades do vinho (RECEVIN). Com duas Denominações de Origem (DOC) da região de Lisboa, estes dois concelhos da região Oeste possuem uma forte identidade cultural na produção de vinho e na manutenção da paisagem agrícola associada à vinha. No caso particular do concelho de Alenquer, a Quinta da Boavista, localizada na Aldeia Galega da Merceana, mantêm viva esta tradição. Esta centenária empresa, a Casa Santos Lima, é uma verdadeira embaixadora deste legado, sendo o maior produtor de vinhos da região de Lisboa (40% do total de vendas de Vinho Regional de Lisboa e DOC de Alenquer)Poderá fazer uma visita guiada pela extensa área de produção,através de um passeio de buggy, e uma prova de três vinhos – “Lisboa” – comentada na loja. A nossa sugestão recaiu nos aromas frutados do “Tinto Leão” 2014. Deixe-se levar pelo bom vinho, pela adega renovada e pelas privilegiadas vistas desta quinta centenária do concelho de Alenquer.
📍Quinta do Soalheiro (Melgaço, Vinhos Verdes)
A Quinta do Soalheiro fica situada na região dos Vinhos Verdes, mais concretamente, na sub-região de Monção e Melgaço. Estamos no coração da mais apreciada e reputada casta de vinho verde: o Alvarinho. A casta de vinho mais a norte de Portugal Continental. A Soalheiro, fundada em 1982, foi a primeira marca de vinho da casta Alvarinho do concelho de Melgaço. Todavia, a primeira vinha com casta Alvarinho foi plantada no ano da Revolução de Abril (1974). Deixe-se contagiar pela essência do enoturismo e pelos aromas dos vinhos da casta Alvarinho. Nada como um belo espumante refrescante e vibrante. A sala de prova de vinhos proporciona uma excelente vista “soalheira” para a região espanhola da Galiza e o curso natural do Rio Minho. No ponto mais a norte de Portugal Continental, as condições climáticas e naturais (Chuva, temperatura e exposição solar) criaram um micro-clima único que favorece um maior amadurecimento das uvas. Faça um passeio pela vinha em produção biológica e às diferentes secções da adega, tias como, a cave do espumante, a sala de estágio das barricas de carvalho, o envelhecimento da aguardente, entre outras. Se pretende aprofundar mais sobre o vinho Alvarinho poderá visitar a Rota do Vinho Verde Alvarinho, o visitante poderá visitar o Solar do Alvarinho , no centro histórico de Melgaço, e ser recebido para degustar uma prova gratuita de três vinhos por um dos embaixadores locais: o Senhor Sabino (Adega Regional Sabino). E, se tiver tempo, aproveite para comprar produtos locais melgacenses.
📍Adega de Vila Santa (Estremoz, Alentejo)
Tem nome de uma rainha-santa: a rainha Isabel de Aragão, mulher de D.Dinis, que faleceu na vila de Estremoz no século XIV. A Adega Vila Santa, no concelho de Estremoz, foi o local eleito para materializar um projecto pessoal, idealizado em 1988, por João Portugal Ramos: a produção dos seus próprios vinhos. É o resultado da longa experiência acumulada de um dos maiores enólogos e consultor na criação de vinhos nas principais regiões vitivinícolas portuguesas. Estávamos em 1997, após sete anos da plantação dos primeiros cinco hectares de vinha em redor da fortaleza-abaluartada de Estremoz, dá-se a construção de uma moderna Adega – Vila Santa – para acolher modernas instalações de vinificação, sala de engarrafamento e caves para o estágio das barricas de carvalho francês, americano e português, não esquecendo a harmonia paisagística e a arte de fazer vinhos portuguesa. Ainda hoje, uma parte das uvas é destinada aos lagares para ser pisada. Por exemplo, os vinhos tintos mais sofisticados da gama do Grupo João Portugal Ramos. Actualmente,a área de vinha no Alentejo perfaz, aproximadamente, 600 ha. Há paisagens que puxam por uma fotografia. Venha passar um dia diferente a Estremoz. Faça uma experiência de Enoturismo, descobrindo os contornos da arquitectura tradicional alentejana da Quinta de Vila Santa,através de uma visita guiada pelas vinhas, adega e caves, onde pode optar por uma programa didáctico e dinâmico: “Seja Enólogo por um dia”. Esta actividade permite ao aprendiz de enófilo criar o o seu próprio vinho, com base em três castas tintas (Aragonez, Alicante Bouschet e Touriga Nacional),e levá-lo para casa para mais tarde saborear em família ou com os amigos. De seguida, poderá optar por um almoço de gastronomia típica alentejana, uma aula de culinária, ou uma prova de vinhos acompanhado de queijos e outros petiscos da região alentejana. A nossa preferência recaiu para um vinho branco, com um perfil nobre, fresco e com uma grande mineral idade: o Marquês de Borba. Sob o pretexto de descobrir a região vitivinícola do Alentejo, o viajante-enófilo poderá optar por “mergulhar” no centro histórico e nas muralhas do Castelos de Estremoz. Afinal, já diz a citação na Loja de Vinhos: “Life is too short to drink cheap Wine”. Um brinde ao melhor que o Alentejo oferece.
📍Quinta da Aveleda (Penafiel, Vinhos Verdes)
Os Vinhos Verdes dominam a região norte de Portugal, desde o rio Minho até ao Douro.Afinal, a paisagem que predomina é verde, tal como o nome do vinho. Trata-se de uma região propicia a escapadinhas culturais e para realizar turismo em ambiente rural. Cidades Históricas, solares e quintas senhoriais são uma constante. Durante a minha viagem pela Rota do Românico, em 2016, optei por conhecer a Quinta da Aveleda e,claro, saborear os paladares e aromas dos seus icónicos vinhos verdes. Se já conhece o vinho, porque não visitar a Quinta que lhe dá o nome? É,assim, desde 1870, os Guedes da Aveleda (os mesmos familiares no grupo Sogrape) têm uma longa tradição familiar na produção de vinho na região dos Vinhos Verdes. Uma excelente sugestão para fazer Enoturismo nas proximidades da urbe portuense e para percorrer a Rota dos Vinhos Verdes Para muitos amantes de Baco, o vinho da Aveleda encontra-se entre os melhores vinhos verdes de Portugal e do Mundo, com castas que dão origem a vinhos leves, jovens e frescos. A marca Aveleda tem sedimentado a sua presença nas regiões vinícolas do vinho Verde, Douro e da Bairrada. Não se esqueça de saborear, também, os queijos e as compotas produzidas na Quinta da Aveleda. Afinal, uma Quinta não produz apenas vinho. Perca-se no seu exuberante e icónico jardim, em estilo inglês, que apaixona qualquer visitante. Uma Quinta Vintage com vinhos leves, jovens e frescos. Ah, a frescura do Norte de Portugal!
📍Adega da Cartuxa (Évora, Alentejo)
Uma viagem no tempo. Nas proximidades da cidade de Évora, a cerca de 2 Km, o viajante-enófilo mais entusiasta poderá visitar a Quinta do Valbom e ficar a conhecer a vasta gama de vinhos da Fundação Eugénio de Almeida. Surpreenda-se com a história secular de uma Quinta que pertenceu ao Jesuítas, expulsos em 1759 pelo Marquês de Pombal. Já deve ter ouvido falar do Mosteiro da Cartuxa? O nome da comunidade religiosa que inspirou a família Eugénio de Almeida a criar esta marca-ícone do Alentejo. Ou do vinho Pêra-Manca? Um dos vinhos mais conhecidos do Brasil. Alie o melhor do património histórico-cultural e vitivinícola eborense, através de uma visita guiada à Adega com uma prova de cinco vinhos – Sto. Inácio de Loyola – de toda a gama Adega da Cartuxa. No Centro Histórico de Évora, junto ao Templo Romano, poderá conhecer a Enoteca Cartuxa e ter um “casamento perfeito” entre cozinha regional alentejana e os vinhos da Adega Cartuxa. As visitas guiadas e os almoços são realizados mediante marcação prévia. A nossa sugestão vai para um prato de polvo à lagareiro com batatas a murro acompanhado de um EA Reserva Tinto. Para sobremesa, a nossa recomendação vai para um Pudim de Azeite. Antes de deixar esta cidade-monumento, uma visita ao Paço de São Miguel poderá ser uma bela despedida de uma das cidades mais belas e singulares de Portugal.
📍Quinta do Gradil (Cadaval, Lisboa)
Quer passar um dia rodeado de História e de vinho? Ou um local tranquilo e ideal para escapar à rotina citadina? A uma hora de Lisboa, no coração da região Oeste de Portugal,a encontrámos uma antiga quinta rural que pertenceu ao Marquês de Pombal (1760). É a Quinta do Gradil. A arquitectura barroca e a cor amarela desta antiga residência nobre destacam-se, ao longo da EN115. na paisagem vitivinícola e rural. A produção de vinho, segundo fontes documentais, remonta ao ano de 1854. A Quinta do Gradil conta com 120 hectares de vinha, tornando-a uma das maiores produtoras vitivinícolas da região de Lisboa. Com um clima fresco e temperado, a escassos 20 Km do Atlântico e a menos de 5 Km da bucólica Serra de Montejunto, é um bom mote para partir à descoberta dos seus Vinhos Brancos e Tintos. Tem como embaixadores os vinhos “Quinta do Gradil”, “Mula Velha” e “Castelo do Sulco”. Adquirida à família Sampaio de Oliveira, descendentes dos Marqueses de Pombal, em 1999, o CEO do Grupo “Parras Wines”, Luís Vieira, pretendeu dar uma uma nova vida à monumentalidade desta secular quinta. Afinal, estamos numa das mais antigas propriedades agrícolas e dos principais marcos histórico-culturais do concelho do Cadaval. A visita guiada, realizada durante o Open Day da Quinta do Gradil (2019), foi efectuada pelo actual responsável pelo Wine Tourismo & Events Manager da Parras Wine, o Chef Bruno Gomes, que nos elucidou sobre os encantos e os recantos desta Quinta com História. Num futuro próximo, o objectivo é a realização de casamentos na Capela e de eventos para 1200 pessoas no Salão dos Marqueses. É possível, por exemplo, realizar refeições vínicas, programa de vindimas, degustações de vinhos com enólogos, visitas de grupos, passeios de charrete, corridas de Trail Run e de Bicicletas são algumas das experiências de Enoturismo à disposição. E está incluido um chapéu de palha, uma t-shirt e uma garrafa de vinho. Na vertente enoturística, o restaurante da Quinta do Gradil, situado no antigo celeiro de armazenamento de cereais, é um bom casamento entre a produção de vinhos e a cozinha regional. Com capacidade para 30 lugares nos dias habituais (60 para grupos), o chef Daniel Sequeira coordena o menu de degustação Quinta do Gradil com a harmonia deliciosa dos vinhos da Quinta do Gradil. Com uma forte tradição vitivinícola secular, a Quinta do Gradil é um dos ex-libris da região Oeste, só superada pela majestosa e deslumbrante beleza da Serra de Montejunto. Por trás de um grande produtor, há sempre uma grande vinho. E uma Quinta com História! Brindemos a isso!
📍Adega da Ervideira (Monsaraz, Alentejo)
Os solos desta sub-região vitivinícola – Reguengos de Monsaraz – são caracterizados pelos granitos e xistos, bem como pela continentalidade do seu clima. Os seus vinhos, em virtude das condições edafo-climáticas, têm características distintas de qualidade e tipicidade. Os castas tintas (Trincadeira) e brancas (Roupeiro) predominam nesta sub-região vitivinícola. Para conhecer mais sobre a história desta marca familiar de vinhos alentejanos, o viajante-enófilo terá de deslocar-se à Herdade da Herdadinha (ou ao Monte da Ribeira). É na primeira que se encontra o “coração” da Adega Ervideira, tendo uma área de produção de vinho com 160 hectares divididos pelos concelhos da Vidigueira (110 ha) e de Reguengos de Monsaraz (50 ha). Foi neste local que, em 1880, o Conde D’Ervideira plantou as primeiras vinhas para produzir um dos mais satisfatórios e famosos néctares de Baco da região do Alentejo. Ainda hoje, a família Leal da Costa é descendente directa deste agricultor de sucesso dos séc. XIX e XX. Sabia que foi nos seus 50 hectares que foi plantada, pela primeira vez, a casta Touriga Nacional no Alentejo? E que as águas frias do maior lago europeu – o Alqueva – são utilizadas para estagiar os seus vinhos a 30 metros de profundidade? Poderá fazer uma visita guiada e uma prova de vinhos pela essência da Adega Ervideira para compreender o processo produtivo, desde a apanha da uva até à expedição final. Poderá optar por fazer a prova de vinhos, por exemplo, na “aldeia-monumento” de Monsaraz. Imagine fazer saborear os vinhos Ervideira numa antiga Escola Primária? Deixe-se deliciar-se pelos aromas e sentidos de um vinho frutado, enquanto desfrutar de uma vista exuberante para a planície [infinita] alentejana e para o azul da Albufeira do Alqueva. Um brinde, com um vinho “Invisível, ao Alentejo…será a cereja no topo do bolo. Saboreie a tradição e o património. Saboreia o Alentejo. Perca-se e encontre-se nele! Uma visita sugestiva para os amantes de enoturismo e entusiastas da fotografia de paisagem.
📝Nota Informativa:
As empresas vitivinícolas (e os vinhos) aqui apresentados são, na sua maioria, convites que chegaram ao Blogue OLIRAF por parte de produtores para conhecer a essência da produção vinícola e o património histórico-cultural a eles associado, de acordo com os nossos critérios editoriais.
Não deixe de fazer…
- conhecer a Rota História das Linhas de Torres Vedras;
- observar um belo pôr-do-sol no Arquipélago das Berlengas;
- explorar os encantos e recantos de cidades e vilas históricas da região do Alentejo: Évora, Monsaraz e Estremoz;
- fazer rafting no rio Minho e saborear uma garrafa de vinho Alvarinho, no Solar do Alvarinho, no concelho de Melgaço;
- visitar a cidade do Porto e realizar uma prova de vinhos nas inúmeras caves de Vila Nova de Gaia;
- petiscar, na cidade de Évora, os melhores vinhos alentejanos (e portugueses) no Vinarium (Évora) Tapas & Wine bar;
- descobrir os inúmeros vinhos dedicados ao vinho, por exemplo, o Museu do Vinho e da Vinha de Bucelas (Loures).
- realizar ruma viagem num barco tradicional varino nas águas do Rio Tejo;
- visitar, em Setúbal, as ruínas militares de uma Bataria de Artilharia de Costa (Outão);
- participar, entre Setembro e Outubro, nas vindimas na Quinta do Gradil;
- conhecer a Península de Tróia e banhar-se nos extensos areais da Comporta;
- mergulhar nas águas tranquilas do maior lago artificial da Europa: o Alqueva.
NÃO PERCA AS MINHAS AVENTURAS E OLHARES FOTOGRÁFICOS NO INSTAGRAM! UM ENCONTRO COM A HISTÓRIA, AO SABOR DAS IMAGENS…
🔗Para mais informações:
Aqui poderá encontrar, por exemplo, extensa documentação e dicas sobre o património material e imaterial nos seguintes links:
O Instituto da Vinha e do Vinho, I.P., um organismo tutelado pelo Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural,dá-nos uma perspectiva da evolução temporal da produção, produtores e regiões vinícolas de Portugal. A Rota dos Vinhos de Portugal oferece informação actualizada sobre as imensas experiências nas diversas regiões vinícolas em Portugal, sendo a melhor opção para começar a planear uma viagem à região. Se for um enófilo mais exigente, deixo-lhe uma sugestão de leitura de uma publicação de referência, a Revista de Vinhos, sobre vinhos e gastronomia em Portugal Continental e Ilhas.. Recomendo, também, a consulta do sitio digital do Turismo de Portugal, visto que permite descarregar mapas e um conjunto de informações sobre os transportes públicos, rotas, pontos de interesse, museus e gastronomia associado aos vinhos portugueses.
Nota importante [👤]
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💻 Texto: Rafael Oliveira 📷 Fotografia: Oliraf Fotografia 🌎
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