🏺Ruínas romanas de Troia ⛏: uma viagem pela “Pompeia de Setúbal”!

📷 A região do Alentejo presenteia-nos com lugares peculiares, paisagens quentes e estórias sem fim. É o caso da Península de Troia. Um dos pontos mais emblemáticos do litoral Alentejano. Sugestões e impressões pessoais de uma visita fotográfica a um dos sítios arqueológicos mais importantes da época romana de Portugal: o maior centro romano de produção de salga e conserva de Peixe em Troia. A arqueóloga Ana Patrícia Magalhães, do Troiaresort (Arqueologia), foi a nossa guia pelo sitio arqueológico, monumento nacional na lista indicativa a património mundial da UNESCO, onde ficamos a conhecer o resultado das escavações arqueológicas, o património edificado existente, o processo de fabricação do preparado piscícola (o Garum), os achados arqueológicos de cerâmica romana, as curiosidades históricas e os pormenores artísticos desta antiga unidade industrial romana, situada entre o rio Sado e o Oceano Atlântico. 

Setúbal é mais bela vista da baía. Daí se vê a cidade em toda extensão, com as suas casas um tanto descaídas. […].” H. C. AndersenUma visita em Portugal em 1866

Troia de Grândola. Fábrica de Roma. Troia é sinónimo do Turismo dos três “S”: “Sun, Sea and Sand”. Todavia, neste istmo é possível fazer outras atividades de lazer e cultural: o turismo histórico-cultural. Passado e presente vivem lado a lado. Uma viagem ao património português. Como todo o apaixonado da História (e pelo ócio da vida), vibro com o fascínio pelo passado e por ruínas abandonadas. E as ruínas romanas de Troia não são excepção à regra. A minha cabeça já andava a matutar uma ida aos areais da praia da Comporta e, pelo caminho, ficavam as icónicas ruínas desta peninsular restinga arenosa no litoral alentejo. Para mim, custa acreditar que estamos no Alentejo, visto que estamos tão próximos da cidade de Lisboa. Lê-se no sitio web da RTP Arquivos. Monumento Nacional, desde 1910, as ruinas romanas de Troia (não confudir com Tróia da Anatólia) foram um dos maiores centros produtores de salga e conserva de peixe da Civilização Romana. Em virtude deste pormenor, neste sitio arqueológico emergiu um enorme complexo industrial e aglomerado urbano com termas, casas senhoriais, mausoléu e uma basílica paleocristã. Segundo o jornal online Observador, no ano 2018, passaram mais de 10 mil viajantes do tempo.

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Rio Sado. Coração de Setúbal. Embarcamos na Doca do Comércio, na cidade de Setúbal rumo ao Cais Sul da Península de Troia. Antes de embarcarmos, o viajante é brindado por um grupo de ciganos que tentam fazer pela vida. É com um sorriso nos lábios que recusamos um dos inúmeros óculos de sol que nos tentam “impingir”. Nem tentei regatear, à boa maneira magrebina. De seguida, em fila indiana, os veiculos são encaminhados para o Ferry-Boat “Pato Real” da empresa Atlantic Ferries, SA que cruza as margens do azul do Sado rumo as areias brancas de Troia. A viagem dura, aproximadamente, vinte e cinco minutos. Saiamos da Área Metropolitana de Lisboa (AML) e entramos no Alentejo, mais concretamente, no concelho de Grândola. Não foi ao som da “Grândola, Vila Morena”, composta e cantada pelo Setubalense Zeca Afonso. Seguindo a estrada que faz a Ligação Comporta-Tróia N253-1,sinalética “Ruínas Romanas” chegamos a uma barraquinha de madeira. É o “posto de controlo” para a entrada num estradão de terra batida, cerca de 2 a 3 km, que nos leva até às ruínas romanas de Tróia, com a envolvente natural da Lagoa da Caldeira no horizonte.

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A visita guiada, conduzida pela arqueóloga Ana Patrícia Magalhães, ao antigo complexo industrial de salga de peixe da época romana, abertas em 2011, após um longo período de escavação arqueológica, visto que encontrava-se abandonada este Monumento Nacional. Desde o Humanista André Resende, no século XVI, que temos referência a estas ruínas. Mais tarde, a princesa e futura rainha D.Maria I durante um passeio de barco no rio Sado deparou-se com a área residencial dos antigos proprietários romanos. Dai, o nome “Casas da Princesa”. Por iniciativa de uma empresa privada, o Troia Resort, que hoje explora o sitio arqueológico com visitas guiadas e com actividades educativas para escolas e de lazer para os mais graúdos. Constatamos que os museus e os monumentos são lugares únicos que nos proporcionam experiências memoráveis e uma aprendizagem indispensável à formação da identidade. Pela sua beleza e pelo seu enquadramento, pelas suas colecções e pela sua programação cultural, são espaços que transmitem valores, despertam memórias e interagem com a contemporaneidade. [Fonte DGPC]. Este antigo aglomerado urbano da época romana está na lista indicativa de Portugal para Património Mundial da UNESCO.

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As Ruínas Romanas de Troia em que o ilustre escritor dinamarquês Hans Christian Andersen descreveu como «A Pompeia de Setúbal» são uma bela surpresa para qualquer viajante que gosta de viajar pela História. Estendem-se ao longo das margens azuis do Sado e das dunas da Península de Tróia. Um passeio por quase dois milénios de história. As ruínas revelam edifícios de habitação, fábricas, locais de culto, um balneário termal, um porto e suspeita-se que apenas dez por cento da cidade tenha sido escavada ao longo das últimas décadas. Na Lusitânia romana, Troia foi um dos grandes centros industriais de preparação e salga de peixe. Localizada numa zona próxima do oceano, a cidade beneficiava ainda da proximidade de uma forte indústria salineira e outra ligada à olaria, que produzia ânforas para armazenar e exportar o pescado. A sua população era constituída por população indígena, mas também por famílias poderosas originárias do Norte de África, Grécia e escravos de diversas latitudes do Império Romano.

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O sitio arqueológico, segundo os dados recolhidos pelas escavações arqueológicas, sugere que foi fundada no século I d.C. que os romanos construíram um complexo industrial de salgas (e de peixe salgado) e molhos de peixe, conhecido em todo o mundo romano. Uma das razões era a existência de matéria-prima em abundância na região envolvente ao estuário do rio Sado: as olarias de barro, a extração de sal e a pesca. Terá funcionado entre o séc. I e meados do séc. V, caindo no esquecimento. As primeiras escavações ocorreram durante o século XVIII, por iniciativa da infanta D.Maria, futura Rainha D. Maria I, e no século XIX pela Sociedade Arqueológica Lusitana, com os generosos contributos dos patronos: o Duque de Palmela e do rei Dom Fernando II (1816-1885). No século XX, de 1948 até à década de 70, as escavações foram conduzidas pelos diretores do Museu Nacional de Arqueologia.

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Não era uma grande aglomerado urbano, ao contrário das cidades romanas de Salácia (hoje a cidade de Alcácer do Sal) e de Cetóbriga (a atual Setúbal). Todavia, tornou-se um grande aglomerado industrial-urbano em virtude da necessidade das grandes quantidades de mão-de-obra para o processamento do peixe salgado. Havia inúmeros Lotes, com ruelas e ruas estreitas, que deu origem a um grande complexo urbano que fixou população. Nas oficinas de Tróia havia inúmeros tanques de salga de peixe salgado: as cetárias. Ao todo, os arqueológos puseram a descoberto 19 tanques conhecidos. Era aqui que era produzido o “Garum”. Tratava-se de um preparado de vísceras de atum, sardinha ou cavala, misturado com outros peixes que macerava no sal. Este condimento era muito apreciado em todo o mundo Romano. As ânforas, as “embalagens cerâmicos da antiguidade”, eram essenciais para o escoamento do produto final, através de barco, para o Império Romano. A sua maioria era oriunda de três olarias romanas: Setúbal, Abul e Pinheiro. Cerca de 10% do sítio arqueológico já foi alvo de escavações arqueológicas, estando uma grande parte [ainda] coberta pelas areias. Verificamos, assim, que o ilustre povo romano soube ter engenho para aproveitar as características endógenas do território envolvente entre o Estuário do Sado e do Oceano Atlântico, nomeadamente a abundância de matérias-primas: peixe, sal e barro. Roma, apesar de ter diversas colónias no Mediterrâneo, apreciava as qualidades e a frescura do garum atlântico. Era de facto uma “fábrica” à imagem da grandeza da cidade eterna: Roma.

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Existe uma história curiosa sobre um achado arqueológico neste importante aglomerado ubano-industrial da época romana. Em 1814, nas areias de Troia, foi descoberto um cofre de chumbo que continha, entre outros objetos, uma taça de prata ornamentada. Posteriormente, em 1850, foi adquirida pelo Duque de Palmela aos herdeiros do governador de Setúbal para figurar nos «Anaes» da nova sociedade científica, a Sociedade Archeologica Lusitana. Mais tarde, poderá ter sido oferecida ao rei D. Fernando II pelo Duque de Palmela, para a sua coleção privada de antiguidades. Ambos eram patronos da Sociedade Arqueológica Lusitana para fomentar as escavações arqueológicas em Troia. Recentemente, em 2018, foi redescoberta nas coleções da Fundação da Casa de Bragança por um grupo de investigadores portugueses. A “Taça de Troia” está exposta no Museu Nacional de Arqueologia (MNA).

É uma viagem constante (re) descobrir o estuário do Sado e uma parte do Alentejo que se abre ao oceano Atlântico: o Alentejo Litoral. Aqui, o viajante ou o turista poderá avistar uma imensa faixa de costa que, desde a Península de Tróia até ao Cabo de Sines, proporciona exuberantes e convidativas praias com um ininterrupto areal. Trata-se de uma das mais calmas, genuínas e tradicionais regiões de Portugal, onde o património natural e edificado continua bem preservado, e onde encontramos gentes que tornam a experiência de viagem mais enriquecedora.

Afinal, o Alentejo Litoral começa aqui…nos extensos areiais dourados da Peninsula de Tróia! Vai perder esta oportunidade de passear cá dentro?

🚢 Como chegar:

Como fica perto de Lisboa, a cerca de 60 km, Tróia pode ser um destino turístico que tanto pode dar para ir apenas fazer um passeio de fim-de-semana, como também pode ser incluído no roteiro de uma viagem para o Algarve. Há duas formas de chegar a Tróia. A partir de Setúbal, no ‘ferry-boat’ ou em alternativa, utilize a A2 e depois o IP1 e a EN 253. Os 103 quilómetros que separam Setúbal de Tróia ficam por 4,35€. A partir de Lisboa, as portagens custam 5,6€. A viagem fica por 3,95€ por pessoa. A nossa escolha recaiu pelo ferry, em virtude da beleza do trajeto. A Atlantic Ferries -Tráfego Local, Fluvial e Maritimo, SA, empresa privada do grupo Sonae Capital que assegura o serviço público de transporte fluvial de passageiros, veículos ligeiros, pesados e de mercadorias no rio Sado, desde Outubro de 2007, entre o porto de Setúbal e a peninsula de Tróia, com recurso a  uma frota de quatro navios: dois  ferrys (Pato Real e Rola do Mar) e dois catamaran (Garça Branca e Roaz Corvineiro). No nosso caso especifico, optamos por ir no ferry “Pato Real”, com capacidade máxima para 500 passageiros e 60 viaturas ligeiras, para contemplar o Parque Natural da Arrábida, observar os golfinhos roazes do rio Sado, a beleza  urbana da capital sadina – Setúbal – e a envolvente paisagística da Reserva Natural do Estuário do Sado.

📝Nota Informativa:

O Blogue OLIRAF relizou esta visita no mês de Julho de 2018. Agradecemos a visita guiada, dirigida pela Dr.ª Ana Patrícia Magalhães (membro da equipa de arqueologos da Tróia Resort-Investimentos Turísticos, S.A.), pela envolvência do sitio arqueológico da época romana e a respetiva oferta do bilhete para a viagem de transporte fluvial na empresa Atlantic Ferries.

Não deixe de fazer…

  • conhecer a capital do rio Sado: a cidade de Setúbal;
  • fotografar o pôr-do-sol, as águas calmas do Sado atingem o seu nível mais elevado proporcionando imagens singulares do espelho de água envolvente;
  • observar a fauna e a flora da Reserva Natural do Estuário do Sado;
  • explorar os encantos e recantos da Serra da Arrábida;
  • fazer um passeio numa embarcação maritimo-turistica no estuário do rio Sado;
  • visitar o ex-libris do Alentejo Litoral: o cais palafítico da Carrasqueira;
  • petiscar um belo prato de choco frito num restaurante local da Aldeia da Carrasqueira, Carvalhal ou Comporta.
  • visitar, em Setúbal, as ruínas militares de uma Bataria de Artilharia de Costa (Outão);
  • fazer uma caminhada e banhar-se nos extensos areais da Península de Tróia;
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🔗Para mais informações:

Aqui poderá encontrar, por exemplo, bibliografia e dicas sobre o património material e imaterial nos seguintes links:

O Troia Resort é a empresa responsavél pela conservação, exploração, e divulgação de atividades ligadas ao sítio arqueológico de Tróia. Para consulta de visitas guiadas, eventos temáticos e horários poderá consultar o site http://www.troiaresort.pt/pt/troia-ruinas/visite-nos/horarios/. Recomendo, também, a consulta do sitio digital do Município de Grândola ou do Turismo de Portugal, visto que permite encontrar inúmeras sugestões de passeios, pontos de interesse, museus e gastronomia local e regional, associado ao concelho alentejano. Poderá encontrar mais informações sobre o sitio arqueológico de Tróia na Direcção-Geral do Património Cultural e no SIPA. Se tiver alguma dúvida ou querer saber mais informações sobre actividades, pode sempre utilizar o email arqueologia@troiaresort.pt | Telefone: +351 265 499 400 | Telemóvel: +351 939 031 936.

Cetóbriga in Artigos de apoio Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2019. [consult. 2019-09-15 11:46:00]. Disponível na Internet: https://www.infopedia.pt/apoio/artigos/$cetobriga
 
 
PINTO, I. V.; MAGALHÃES, A. P.; BRUM, P. (2014) – Ruínas Romanas de Tróia: a valorização de um património singular, Revista Musa 4, MAEDS, Setúbal, p.29-40. Disponível na Internet:
https://www.academia.edu/22438283/Ru%C3%ADnas_Romanas_de_Tr%C3%B3ia_a_valoriza%C3%A7%C3%A3o_de_um_patrim%C3%B3nio_singular
 
Mayet, F., & Silva, C. T. d. (2017). Olarias Romanas do Sado. In C. Fabião, J. Raposo, A. Guerra, & F. Silva (Eds.), Olaria Romana. Seminário Internacional e Ateliê de Arqueologia Experimental / Roman Pottery Works: international seminar and experimental archaeological workshop (pp. 221-237). Lisboa: UNIARQ/CMS/CAA.
 
Mayet, Françoise; Silva, Carlos Tavares da. Abul: Fenícios e Romanos no vale do Sado. Setúbal, Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal e Assembleia Distrital de Setúbal, 2005. ISBN 972-9253-23-4.
 
RIBEIRO, Orlando – A Arrábida : esboço geográfico. Lisboa : [s.n.], 1935. 94 p ; 24 cm. Tese de doutoramento em Ciências Geográficas apresentada à Faculdade de Letras da Univ.de Lisboa.
 
TAVARES DA SILVA, Carlos; SOARES, Antónia Coelho. Escavações arqueológicas no Creiro (Arrábida), Campanha de 1987 in Setúbal Arqueológica, vol. VIII, 1987, pp. 221-237
 

Nota importante [👤]

As presentes informações não têm natureza vinculativa, funcionam apenas como indicações, dicas e conselhos, e são susceptíveis de alteração a qualquer momento. O Blogue OLIRAF não poderá ser responsabilizado pelos danos ou prejuízos em pessoas e/ou bens daí advenientes. As recomendações de produtos turísticos baseiam-se nas experiências [reais] de viagem e o conteúdo editorial é independente de terceiros. Se quiser partilhar ou divulgar as minhas fotografias, poderá fazê-lo desde que mencione os direitos morais e de autor das mesmas. Se encontrar alguma gralha ou equivoco no artigo, contacte-nos.

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💻 Texto: Rafael Oliveira 📷 Fotografia: Oliraf Fotografia 🌎

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FOTOGRAFIA✈︎VIAGENS✈︎PORTUGAL © OLIRAF (2020)

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📌À descoberta do Alto Minho: um périplo fotográfico pela região mais a norte de Portugal.

📷 A região do Alto Minho. O troço de fronteira mais antigo de Portugal Continental: o rio Minho. Paisagens que parecem bilhetes-postais, Terra de gentes afáveis, de bom vinho Alvarinho, gastronomia farta, o Parque Nacional Peneda-Gerês e de inúmeros Castelos que fazem parte das estórias da História de Portugal.  Afinal, o Minho definiu os limites geográficos do Condado Portucalense face à Galiza.

Região raiana, o Alto Minho tem um património edificado, natural e geológico único. É um belo prelúdio da diversidade do nosso país. Paisagens bucólicas que parecem bilhetes-postais, lugares que contam estórias da nossa História e uma gastronomia farta e à minhota. O Parque Nacional da Peneda-Gerês não é o único motivo para visitar esta região bem portuguesa. Recordamos algumas imagens fotográficas e impressões pessoais de um viajante andarilho pela essência e singularidade desta região mais a norte de Portugal. Acompanhe-nos neste périplo fotográfico pela região do Alto Minho e conheça locais repletos de história.

📍Rafting no rio Minho (Melgaço)

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Uma das razões para visitar o Alto Minho: o Rafting. Esta actividade radical realizada, entre a barragem da Frieira (Espanha) e a Ponte do Peso (Melgaço), no rio Minho, foi uma das razões para visitar o concelho de Melgaço. Tratou-se de uma experiência fantástica e com muita adrenalina ao longo de quase 14 Km. Os monitores da Melgaço Radical (e da Melgaço WhiteWater) são excelentes pessoas que nos proporcionam uma experiência fantásticas que desperta os nossos sentidos. A cereja no topo do bolo é a oferta de uma garrafinha de vinho Alvarinho aos clientes. Nunca tinha feito Rafting e confesso que superou as minhas expectativas sobre esta actividade de turismo de aventura e radical. Um dia, irei voltar para fazer esta experiência com os meus alunos! Há que promover o “currículo oculto”. Trata-se de uma forma divertida (e exigente) de cimentar o espírito de união de um grupo.

📍Santuário de Nossa Senhora da Peneda (Arcos de Valdevez)

img_20190215_143036_998-1371465966.jpgO Santuário de Nossa Senhora da Peneda é um lugar recôndito e de rara beleza. A sua escadaria é um regalo arquitectónico para os nossos olhos. A Igreja, dedica ao culto da Nossa Senhora da Peneda, foi construída entre os finais do século XVIII e os primórdios do século XIX. Trata-se de um dos santuários católicos mais concorridos pelos romeiros do Norte de Portugal, em especial, na região do Alto Minho. Aprecie a bela cascata que cai, abruptamente, dos penedos graníticos que dão forma, cor e impacto visual à Serra da Peneda.

📍Praça-forte de Valença do Minho (Valença)

img_20190216_233813_934569004936.jpgPraça-forte de Valença do Minho, a sentinela da fronteira raiana do Alto Minho. Durante o século XII, El-rei Dom Sancho I, através de Valença, por inúmeras vezes tentou expandir a fronteira lusa com o assédio às localidades galegas de Tui e Pontevedra. Valença, à época denominada Contrasta, afirmou-se como um local estratégico, visto que estava entre o Rio Minho e a velha estrada romana.  É a mais importante fortaleza do Alto Minho e um dos notáveis exemplos da Arquitectura Bélica da História de Portugal (só equiparada a Almeida e Elvas). Esta impressionante fortificação abaluartada, construída no contexto da Guerra da Restauração (1640-1668), é um belo exemplo do aproveitamento das condições do meio envolvente: os patamares sobrepostos à orografia do terreno. Um projecto militar com escala para fazer face às ameaças de “nuestros hermanos”. Hoje em dia, esta cidade minhota é um ponto de confluência entre peregrinos de Santiago e de viajantes de todos os cantos da Peninsula Ibérica. Uma História feita de [Portugueses] Fortes!

📍Aldeia do Sistelo (Arcos de Valdevez)

img_20190214_195641_517-828808577.jpgEm Portugal existem lugares encantadores para descobrir. Sistelo é um deles. uma aldeia singela e bela. Trata-se de uma paisagem monumento-nacional e uma das 7 maravilhas de Portugal. Esta aldeia minhota, localizada no relevo acidentado da Serra da Peneda, é conhecida (turisticamente) pelo “Tibete Português”. E porquê? A paisagem envolvente é caracterizada pelos socalcos, que variam entre os 180 metros e os 1360 metros, onde se cultiva o milho e pasta o gado autóctone: as vacas cachenas. Apesar não estarmos na Ásia, a paisagem verdejante transmite uma paz espiritual e uma harmonia secular entre o homem e o meio. Um belo poema paisagístico escrito pelo Homem.

📍Vila de Ponte de Lima (Ponte de Lima)

2018_0606_12301000650701230.jpgSabia que Ponte de Lima é a vila mais antiga de Portugal? A capital da canoagem portuguesa é uma verdadeira embaixadora da região do Alto Minho. O rio Lima, que dá nome a esta vila, era denominado pelos romanos de Lethes: o rio do esquecimento. Quem o atravessasse, acreditava eles, perderia [para sempre] a memória. Era, assim, há mais de dois milénios. Além da beleza natural que envolve esta peculiar vila de Portugal, o património edificado aumenta singularmente o seu valor histórico, cultural e arquitectónico como, por exemplo, a icónica ponte romana sobre o rio Lima e os vestígios da cerca e torres muralhadas, construídas durante o reinado do “Justiceiro” D. Pedro I de Portugal, que cercavam o antigo burgo medieval. Não deixe de percorrer a “Avenida dos Plátanos”, bem como ver a bela Capela do Anjo da Guarda.

📍Espigueiros do Soajo (Arcos de Valdevez)

2018_0606_15531600-419566512.jpgA simpática vila do Soajo. Aqui, o viajante poderá encontrar um conjunto de espigueiros erigidos sobre uma majestosa laje granítica. Ainda hoje, são utilizados para secar o milho pelas gentes desta aldeia minhota. Os Espigueiros do Soajo são um excelente exemplo da tradição da arquitectura popular do Minho. O percurso turístico de Automóvel pelas estradas e caminhos, entre as Serras Amarela e do Soajo, o viajante tem, por vezes, a companhia das [singelas] vacas Barrosãs. Máxima atenção!

📍Torre de Lapela (Monção)

img_20190216_234946_166-297228575.jpgHá locais repletos de História, como o caso da Torre de Lapela. Incógnita na paisagem, esta Torre de Menagem impõe a sua presença junto às margens do rio Minho. Datada do século XIV, esta Torre Medieval é uma imponente, robusta e sólida construção bélica. É visível a grande distância e eleva-se a cerca de 35 metros sobre o leito do rio Minho. No reinado de D. Manuel I  (1495-1521),o castelo foi desenhado pela pena do escudeiro Duarte D`Armas no seu “Livro das Fortalezas” (ANTT: 1509).  Durante o reinado de D.João V (1705-1750), o antigo castelo de Lapela foi desmantelado, à excepcão da Torre, para que as suas sólidas pedras fossem utilizadas na construção da moderna fortaleza abaluartada da vila de Monção. Exigências bélicas (e dos tempos). Sugerimos uma visita ao  Núcleo Museológico, aberto desde 2016,  para compreender as estórias desta sublime torre fortificada. No final, o viajante poderá desfrutar de uma vista arrebatadora para o leito do rio Minho e para o conjunto da aldeia. A “Torre de Belém do Minho”, segundo é apelidada pelas gentes regionais, vale mesmo a pena visitar e perder um bocado de tempo.

📍Aldeia de Castro Laboreiro (Melgaço)

img_20190216_154225_0171232351829.jpgIncógnito e recôndito. Duas palavras para descrever este “guerreiro de pedra” da aldeia de Castro Laboreiro. Localizado a cerca de 1000 metros de altitude, o castelo de Castro Laboreiro é um forte motivo para visitar a genuína aldeia de Castro Laboreiro. Trata-se de um antigo castro romanizado que, na minha opinião, vale pela sua localização geográfica e, acima de tudo, pela seu conjunto fortificado preservado da intervenção do Estado Novo na década de 40 do século XX. Após uma caminhada de cerca de 900 metros, com sinalética um pouco degradada, é possível contemplar uma das melhores vistas para a aldeia de Castro Laboreiro e para as fragas/penedos da Serra da Peneda. A Just Natur organiza visitas e caminhadas temáticas para apreciar o património natural e edificado desta aldeia típica castreja.

📍Castelo de Lindoso (Ponte da Barca)

img_20190207_095202_393-202276086.jpgÉ na freguesia de Lindo(so) que existe a maior concentração de Espigueiros da Peninsula Ibérica. São, sensivelmente, 120 exemplares. Esta aldeia minhota tem um belo nome e, na minha subjectiva opinião, é  bela de aspecto. Trata-se da sentinela [de pedra] das Serras da Peneda e do Gerês.  Em virtude da sua situação estratégica, sobre o curso do rio Lima, é um dos mais importantes monumentos portugueses da arquitectura militar medieval, datada do reinado de D.Afonso III (1248-1279),  foi alvo de inúmeros assédios bélicos durante a Guerra da Restauração (1640-1668), visto que está próxima da fronteira raiana com Espanha. Poderá, no interior da fortaleza, visita um pequena exposição permanente sobre a sua emblemática história em defesa do escudo real de Portugal. Na envolvência desta fortificação bélica, o viajante fica impressionado com a enorme quantidade dos “pequenos celeiros” da região minhota: os Espigueiros. O mais antigo está datado do século XVIII. São o exemplo da vivência comunitária das gentes desta aldeia do Alto Minho.

📍Mosteiro de Sanfins de Friestas (Valença)

img_20190223_084033_356137124943.jpgA Igreja do Mosteiro de Sanfins de Friestas sobressai na bucólica paisagem onde se insere.  Aqui, o viajante viaja pelo legado secular da arquitectura religiosa românica do Alto Minho. É como estar às portas [da História de Arte] do primeiro românico Português. Com amplas vistas sobre o vale do rio Minho, o antigo Mosteiro [Masculino] Beneditino, fundado no fim do século XI, tem um extenso aglomerado de ruínas que revelam as seculares estruturas religiosas: o aqueduto, o muro e as respectivas dependências monacais.  Este lugar é um verdadeiro convite ao recolhimento espiritual no seio de uma monumental mata de Carvalhos (os verdadeiros guardiões deste lugar peculiar).

📍Castelo de Melgaço (Melgaço)

FAM TRIP_Melgaço--4Castelo de Melgaço é um belo exemplo da arquitectura militar românica. Uma das características é a sua Torre de Menagem, situar-se no centro da Alcáçova, em vez de ficar junto à cintura de muralhas. Por momentos, senti-me na pele do escudeiro Duarte D’Armas que desenhou este “guerreiro de pedra” para El`Rei D.Manuel I nos principios do século XVI. Todavia, uma das razões para visitar o concelho mais radical de Portugal é o Rafting. Esta actividade radical realizada, entre a barragem da Frieira (Espanha) e a Ponte do Peso (Melgaço), no rio Minho, foi uma das razões para sair da minha zona de conforto e fazer quase 500 km até ao concelho mais a Norte de Portugal. Tratou-se de uma experiência fantástica e com muita adrenalina ao longo de quase 14 Km. Os monitores da Melgaço Radical (e da Melgaço WhiteWater) são excelentes embaixadores do rafting, em Portugal, que nos proporcionam experiência fantásticas que despertam o lado radical escondido que há em cada pessoa.

📍Parque Nacional Peneda-Gerês (Melgaço)

FAM TRIP_Melgaço--16Parque Nacional Peneda-Gerês proporciona-nos um contacto mais próximo com a Natureza. Aliás, a vila de Melgaço situa-se, a sensivelmente, 30 Km de umas das entradas: as Portas de Lamas de Mouro. Ao longo da estrada, o viajante poderá apreciar a dimensão física, a fauna e a flora deste lugar mágico. Podemos ver cavalos selvagens (os garranos) e as vacas da raça cachenas guiadas por cães da raça Castro Laboreiro que pastam livremente, entre o principio da primavera e o fim de outono, nos inúmeros prados na zona montanhosa da região minhota. Porque não captar a fauna e a flora de um dos mais importantes parques naturais de Portugal Continental?

Como dizia o escritor José Saramago, o “viajante [Oliraf] volta já.”

Não deixe de fazer…

  • realizar uma prova de vinhos (até três vinhos) gratuita no Solar do Alvarinho;
  • observar as vacas cachenas, os cavalos selvagens (garranos) entre as Portas de Lamas de Mouro e a aldeia da Branda da Aveleira;
  • dar um mergulho em Caminha;
  • conhecer o Navio Gil Eanes na cidade de Viana do Castelo;
  • visitar o único SPA para cabras em Portugal Continental: a queijaria Prados de Melgaço;
  • fazer uma “Grand Tour” pela região vinícola da casta Alvarinho através da Rota do Alvarinho;
  • visitar o canil onde se cria os cães da raça Castro Laboreiro;
  • explorar os inúmeros trilhos pedestres do Parque Nacional Peneda-Gerês.
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Para mais informações:

Aqui poderá encontrar, por exemplo, extensa documentação e dicas sobre o património material e imaterial desta vila do Alto Minho nos seguintes links:

O website do Turismo Porto e Norte oferece informação atualizada sobre a região Norte de Portugal. É a melhor opção para começar a planear uma viagem à região do Alto Minho. Já o Município de Melgaço permite descarregar mapas e um conjunto de informações sobre os transportes públicos, locais de interesse, museus, gastronomia, entre outros. Importa salientar que poderá encontrar o posto de turismo para saber mais informações e dicas para fazer e planear o seu roteiro pela vila. Para mim, esta é a melhor forma de começar a visita a Melgaço: a Praça da República.

✈ Como chegar:

Em virtude de querer conhecer um pouco a região do Alto Minho, visto que ia fazer uma viagem de quase 500 km, optei por ir de avião numa companhia low-cost para o Aeroporto do Porto. É a melhor opção relação custo-tempo. De seguida, optei por alugar uma viatura para ir para o concelho de Melgaço. A partir do Aeroporto do Porto (Maia), deve seguir pela A41 (IC24) até à saída para a A3 (Parede), em direcção a Braga (via Valença). De seguida, opte pela N101 que liga Valença a Monção. Deverá prosseguir pela N202 até à vila de Melgaço. Se quiser prosseguir para a aldeia de Castro Laboreiro, desde a vila de Melgaço, opte pela N202 em direcção a Lamas de Mouro. De seguida, opte pela N202-3 rumo à aldeia serrana. Tenha atenção às vacas cachenas e ao nevoeiro denso que costuma aparecer ao longo do trajecto rodoviário.

🏠 Onde ficar:

No concelho de Melgaço existem inúmeras opções económicas de alojamentos, consoante o número de dias que irá ficar para conhecer a região do Alto Minho e do Parque Peneda-Gerês. Nas proximidades das Termas de Melgaço, o Hotel Boavista II (3 Estrelas) é uma excelente ideia para quem queira ficar na vila de Melgaço. Já na aldeia de Castro Laboreirorecomendo duas opções distintas: uma unidade Hoteleira (Hotel Castrum Villae) e um alojamento local (Moinhos do Poço Verde). Na minha opinião, ambas as escolhas são recomendáveis. Todavia, se gosta de um ambiente tranquilo e longe da confusão, os Moinhos do Poço Verde são a melhor opção para “meditar” na natureza envolvente do Parque Nacional Peneda-Gerês. Este turismo rural é ideal para quem queira ficar um fim-de-semana.

🍜 Onde comer:

Na vila e nos arredores do concelho de Melgaço existe uma diversidade de espaços gastronómicos que são um convite a uma tertúlia pelos sentidos e sabores da cultura gastronómica melgacense. Vejamos, a Adega Sabino é um dos melhores espaços para saborear a gastronomia local e regional do Alto Minho. Afinal, o “Sabino” é um verdadeiro “embaixador” da cultura gastronómica melgacense. Na minha opinião, a sua simplicidade em acolher no seu espaço gastronómico, torna-o especial. A sua adega conquistou-me pelo paladar e pelos aromas do alvarinho, bem as indicações para fazer uma prova de vinhos no Solar do Alvarinho. Recomendo as pataniscas, os nacos de vitela, o bucho doce e o vinho Alvarinho Torre de Menagem. Nas proximidades do Mosteiro de Paderne, optei por jantar na Tasquinha da Portela. Na minha opinião, um dos melhores restaurantes do concelho de Melgaço. Recomendo o pão de alho, o Polvo à lagareiro, o vinho branco da casa (mistura de alvarinho), bem como os licores da casa. E a simpatia da gerência são bons motivos para voltar. Para quem quer lanchar, a pastelaria e salão de chã Aromas & Caprichos é um excelente motivo para deliciar-se com a mistura da pastelaria francesa com produtos regionais. Nas proximidades de Castro Laboreiro, o Brandeiro é um dos melhores restaurantes do concelho de Melgaço. Trata-se de boa sugestão gastronómica para visitar a castiça aldeia da Branda da AveleiraSupera pela sua localização geográfica e variedade gastronómica os restaurantes de Castro Laboreiro: o Miradouro do Castelo e o Miracastro. A nivel gastronómico, recomendo os nacos de carne chacena. Infelizmente, não se apanha muita rede de telemóvel no restaurante. Optamos por saborear o momento a solo. A vida sabe melhor.

Nota importante [👤]

As presentes informações não têm natureza vinculativa, funcionam apenas como indicações, dicas e conselhos, e são susceptíveis de alteração a qualquer momento. O Blogue OLIRAF não poderá ser responsabilizado pelos danos ou prejuízos em pessoas e/ou bens daí advenientes. Se quiser partilhar ou divulgar as minhas fotografias, poderá fazê-lo desde que mencione os direitos morais e de autor das mesmas.

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📌 À descoberta do Regimento de Artilharia de Costa: a 8ªBataria de Albarquel…

A 8ªBataria de Albarquel é uma arquitectura militar datada do século XX. Trata-se de uma bateria de tipo moderno em construção subterrânea, situada num morro com dispositivo de camuflagem, composta por 3 peças fixas – canhões Krupp de 150mm – sobre plataformas em socalcos com muros em redor de suporte de terras, em descontinuidade, pode ler-se no Sistema de Informação para o Património Arquitectónico (SIPA).

Nas proximidades da Serra da Arrábida, a cerca de 3 km da cidade portuária de Setúbal, seguindo pela EN 379 – 1, o viajante curioso depara-se com uma peculiar obra de engenharia militar: a  8.ªBataria de Albarquel do extinto Regimento de Artilharia de Costa (RAC). Está situada no morro contiguo à fortaleza de Albarquel, com uma localização privilegiada sobre a foz do rio Sado, junto à praia de Albarquel, no concelho de Setúbal e da região turística da Costa Azul. Fomos visitá-la!

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Após transpor-mos a entrada de portão de ferro, o viajante depara-se com uma pequena casa da guarda em ruínas e no meio da densa vegetação rasteira. A partir daqui, o viajante poderá optar por diversos caminhos para iniciar a sua aventura ruinosa. De facto, este poderá optar por um caminho de terra batida (terreno argiloso) que se bifurca até às as peças de artilharia inertes; no topo do caminho principal encontram-se as dependências dos praças e oficiais, o depósito da água, dois paióis de munições e a antiga central de energia eléctrica a óleos pesados que alimentava este complexo militar subterrâneo.

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Na primeira metade do século XX foi erguida, em 1939, no morro por detrás do forte de Albarquel, uma fortificação subterrânea acasamatada, artilhada por três canhões Krupp CTR de 150 mm, de origem alemã, e guarnecida por cerca de 30 homens. As novas instalações compreendiam dependências como casernas, refeitório e armazéns. Trata-se, assim, de um aquartelamento militar em ruínas, com a particularidade de estar parcialmente soterrado. De facto, as peças de artilharia são as únicas partes visíveis à superfície. Sabia que os militares que davam vida a esta antiga unidade bélica eram conhecidos como as “Toupeiras”? E porquê a alcunha? Ora, a vida militar fazia-se ao longo de uma rede de galerias e túneis de acesso às respectivas baterias, camufladas pela vegetação circundante.

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A 7.ª e a  8.ª Batarias, respectivamente do Outão e de Albarquel, do Grupo Sul do Regimento de Artilharia de Costa (RAC) tinham como objectivo máximo a defesa da entrada da barra do rio Sado e o Porto de Setúbal, em conjunto com outras baterias: a do Casalinho e do Moinho da Desgraça. Estas últimas foram construídas no decorrer da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e desactivadas nas décadas de 40 e 50 do Século XX, funcionando como posto de comando e de observação da 8.ªBataria. De facto, esta rede de estruturas militares atestam a importância estratégica do complexo portuário e da região de Setúbal em caso de conflito.

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Com uma localização privilegiada, o viajante é convidado a contemplar e a fotografar as vistas e a paisagem envolvente. Destacaria, em especial, as magnificas vistas do terraço do forte e da bateria de Albarquel. Aqui, podemos admirar diversos elementos geográficos que dão corpo e cor à paisagem da região de Setúbal: o verde da Serra da Arrábida, o amarelo da Península de Tróia, o azul do estuário e toda a entrada da foz do rio Sado. De facto, esta estrutura militar adaptou-se às condições e características do meio envolvente, isto é, ao património natural, conferindo-lhe, assim, uma espécie de “camuflagem”.

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Um marco histórico-cultural da cidade de Setúbal: na margem direita da foz rio Sado, a partir do século XVII, a linha defensiva da povoação maritima de Setúbal foi reforçada com a construção do Forte de Albarquel. Trata-se de uma Arquitectura militar seiscentista, barroca, estilo chão vernacular que integrava um conjunto de fortificações que se entendia da praia de Albarquel à vila piscatória de Sesimbra. A sua edificação começou em 1643 por indicação do rei D. João IV, tendo sido concluída no reinado de D. Pedro II. A sua função era reforçar o poder bélico do Castelo de São Filipe. Através de uma pesquisa no Arquivo Distrital de Setúbal, podemos encontrar extensa iconografia e informações sobre a evolução desta edificação militar. Actualmente, a estrutura do Forte  encontra-se adulterada.

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Integrada, tal como a 7ªBateria de Outão, no Parque Nacional da Arrábida, esta antiga unidade de Artilharia do Exército Português foi desactivada em 1997. Foram quase seis décadas ao serviço de Portugal. Actualmente, a bateria encontra-se em estado de abandono, bem como o forte de Albarquel. Verifico, assim,  que o concelho de Setúbal é dotado de uma vasto património edificado em ruínas e com exemplares únicos da arquitectura militar no Estuário do Sado. Segundo a imprensa local, a CM Setúbal irá ficar responsável pela recuperação e exploração deste património militar, após celebrar uma minuta de um contrato com a fundação The Helen Hamlyn Trust. Aguarda-se, com expectativa, a sua requalificação como um espaço de lazer e unidade turística para usufruto de todos os curiosos e,acima de tudo, para todos os habitantes da cidade de Setúbal: os Setubalenses.

Para mais informações:

Se quiser saber mais sobre a História de Setúbal, e em particular sobre o impacto local da  1ªGuerra nesta cidade portuguesa, o blogue OLIRAF recomenda a leitura da obra “Setúbal e a Primeira Guerra Mundial (1914-1918)”. do jovem investigador Diogo Ferreira (IHC-UNL). Na minha opinião, trata-se de uma obra de referência para o conhecimento da Historiografia local setubalense e da importância económica e social da Indústria Conserveira em Setúbal. Não deixe de consultar a página oficial do turismo da de Setúbal: visitsetúbal.

ABREU, Maurício, VICTOR, Isabel e GONÇALVES, LUÍS J., Castelos e Fortalezas da Costa Azul, Setúbal, Região de Turismo da Costa Azul, 1993.

Bateria de Albarquel / Posto de Comando – SIPA: Sistema Informação para o Património Arquitectónico. [Em linha]. [Consultado em 30 Dez. 2017]. Disponível na  internet URL: <http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=25039 >

COSTA, António José Pereira da – A cidadela de Cascais e a Defesa da Costa Marítima do Guincho ao Estoril. In: “Boletim do AHM”, Lisboa, vol. 63 (1998 – 1999), pgs. 37 – 98.

EMERECIANO, Jaime – A Artilharia na Defesa de Costa em Portugal. Lisboa: Academia Militar, Dissertação Mestrado em Ciências Militares, especialidade de Artilharia, 2011. Disponível na internet URL: http://comum.rcaap.pt/handle/123456789/7247

FERREIRA, DiogoSetúbal e a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Lisboa: Dissertação de Mestrado em História Contemporânea, FCSH-UNL, 2015. [Em linha]. [Consultado em 23 Mai. 2018]. Disponível na  internet URL: <https://run.unl.pt/handle/10362/17683>

MACHADO, M. (22 de Dezembro de 2008). Os Últimos Disparos do “Muro do Atlântico” Português. Obtido em Fevereiro de 2011, de http://www.operacional.pthttp://www.operacional.pt/os-ultimos-disparos-do-%E2%80%9Cmuro-doatlantico%E2%80%9D-portugues/

MASCARENHAS, Catarina de Oliveira Tavares – Da defesa à contemplação da paisagem : intervir no lugar do Forte e da 7ª Bateria do Outão no contexto da Arrábida. – Lisboa : FA, 2014. Tese de Mestrado.

Nota importante [👤]

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📷 “Alentejo – Olhares Fotográficos”: o Álbum Fotográfico da Saal Digital Portugal…

Entre Março e Setembro de 2017, tive oportunidade de viver, trabalhar e viajar pelo Alentejo. Visitei inúmeras cidades, vilas e aldeias desta região bem portuguesa, com a minha pequena máquina fotográfica Fujifilm X-T10. Contactei com o imenso património natural, edificado e, acima de tudo, com as gentes, igualmente com os seus problemas.
À série de fotografias que resultou da minha experiência, todas a cores, optei por criar um Álbum Fotográfico Alentejo – Olhares Fotográficos“.
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Trata-se de uma retrospectiva pessoal, como fotógrafo amador, composto por uma selecção de 30 fotografias da minha conta do Instagram, referente as minhas itinerâncias na região do Alentejo, no sul de Portugal. Cada fotografia deste álbum fotográfico procura captar a memória do passado, a contemplação da paisagem natural e das gentes que dão vida a esta região bem portuguesa. Aliás, o meu primeiro “devaneio fotográfico” ocorreu durante uma visita ao castelo de Montemor-o-Novo, “corria o ano da Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo de 2006″. A partir desse momento, nunca perdi a ligação afectiva à região do Alentejo. E, claro, à arte fotográfica.
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Porquê a escolha do Alentejo?
Trata-se de uma das mais calmas, genuínas e tradicionais regiões de Portugal, onde o património natural e edificado continua bem preservado, e onde encontramos gentes que tornam a experiência de viagem mais enriquecedora. Eis alguns pontos fortes desta região portuguesa:
  •  Paisagem natural (Serra de São Mamede, Alqueva e Serra de Ossa);
  •  Gastronomia tradicional;
  •  Património Mundial UNESCO (Évora e Elvas);
  •  Praias (Comporta, Zambujeira do Mar e Vila Nova de Mil Fontes);
  •  Turismo Industrial (Rota do Mármore);
  •  Enoturismo (Ervideira, Cartuxa e João Portugal Ramos);
  •  Gente afável, próximo,  simpático e sempre a ajudar os “forasteiros”.

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O que é Saal Digital?

Tomei conhecimento desta empresa, e do respectivo produto, através da rede social Instagram. Notei que a Saal Digital está a fazer um forte investimento e captação de público e clientes para testar os seus serviços e produtos digitais relacionados com a impressão de material fotográfico. Foi a primeira vez que pedi a impressão de um álbum digital. E não fiquei arrependido. De uma forma geral, a qualidade do produto, do serviço e software de edição deixou-me com uma boa  impressão.

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"A Saal Digital Portugal permite tornar a tua paixão em algo palpável e para a posterioridade"
Os Álbuns digitais e produtos fotográficos são personalizados com uma qualidade profissional. Eu fiquei impressionado com a qualidade de impressão das minhas fotografias, mesmo não tendo a melhor qualidade gráfica. Já imaginou não ter o logo do fabricante. Fantástico. Optei por Álbum digital 15 x 21 – e pela encadernação panorâmica, visto que permite ao utilizador inserir fotografias em páginas duplas sem perder qualquer detalhe gráfico. A meu ver, a abertura 180º é ideal para colocar imagens de grande tamanho, neste caso, panoramas. A qualidade é suberba! Tanto das imagens como do material. É uma sensação maravilhosa folhear as minhas aventuras fotográficas  Para além disso, eles oferecem um software próprio para instalar no computador para fazer o projecto fotográfico. Em relação ao prazo de entrega, a meu ver, foi rápido e a embalagem vinha devidamente acondicionada.
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Se és amante da fotografia…

Se ficou curioso, visite a página oficial e o Instagram da Saal Digital Portugal ou caso tenha alguma questão relativamente à Saal Digital, pode entrar em contacto com o serviço de apoio ao cliente: suporte@saal-digital.pt 
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Um pouco de História…sobre a origem dos Álbuns Fotográficos!
Luís Pavão, um dos maiores conservador de colecções fotográficas em Portugal, afirma que os Álbuns Fotográficos constituem um “universo muito particular (…), onde as fotografias complementam-se mutuamente estabelecendo inter-relações que as enriquecem, não só individualmente como no conjunto. A existência de eventuais legendas, notas acrescentadas à mão, recortes de jornais e outro tipo de anotações ajudam a compreender o todo.Um álbum é no fundo um livro destinado a mostrar fotografias. No início os álbuns eram realizadas pelo próprio fotógrafo ou comprados como um livro em branco a um encadernador. As provas fotográficas eram presas às páginas pelos cantos ou coladas na sua totalidade (Suporte Secundário). Com o passar do tempo os álbuns foram-se tornando mais simples até ao aparecimento dos álbuns digitais em que houve uma fusão entre a escolha de um layout, o design e as imagens fotográficas.
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Para a investigadora Paula Figueiredo Cunca (Arquivo Municipal de Lisboa – Fotográfico), o “álbum de fotografias surge na década de 1860, no enquadramento da cultura vitoriana. A atribuição álbum vitoriano foi dada àquele que se conhece como o primeiro livro/álbum a guardar as fotografias de família.” Acima de tudo, são formas de vida que retratam episódios felizes das estórias da História Familiar. Uma espécie de percurso de vida ilustrado em pequenos instantes. Haverá outra forma de recordar os nossos antepassados? E tudo começou com os franceses Niépce e Daguerre, os pais da fotografia…
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O acto de fotografar é…arquivar!
Os álbuns fotográficos, desde a segunda metade do século XIX,  “(…) encerram igualmente uma seleção fotográfica. Esta é feita tendo em conta o significado da imagem, mas também a relação entre as várias imagens de uma página“, afirma Paula Figueiredo Cunca Desta forma, a fotografia ganha mais valor: acresce ao seu valor intrínseco, o significado relacional e com o espaço representado. A fotografia de um familiar em frente ao Coliseu de Roma é incomensuravelmente registada, dando prova da sua presença e da experiência de viagem. Folhear as páginas e revelar as imagens encerradas num álbum pode ser o impulso para histórias, que alguém já contou, mas que ganham outras formas  e outros olhares quando passam para outras mãos.

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📌 À descoberta do Regimento de Artilharia de Costa: a 6ªBataria da Raposa…

💣No passado fim-de-semana de 27 e 28 de Maio, a Associação de Amigos da Artilharia de Costa, um grupo de amigos e ex-militares criado em 2015, celebrou mais um aniversário desta feita o 6.º Encontro dos Amigos da Artilharia de Costa. Para assinalar esta efeméride, realizou-se diversas actividades de dois dias, que contou com a presença dos associados, familiares e amigos do RAC. O local escolhido não podia ter sido mais apropriado, nas instalações da 6.ª Bataria da Raposa do Regimento de Artilharia de Costa, na Fonte da Telha, que se encontram desativadas, mas contrário da maioria das fortificações do RAC, esta Bataria encontra-se num bom estado de conservação. Na imagem inicial, temos um antigo artilheiro Fernando Limão do RAC, junto de uma das três peças “Vickers” C. 23.4 cm da “Raposa”.


Breve história do Regimento de Artilharia de Costa: Homens de Aço!

O Regimento de Artilharia de Costa (RAC) foi criado pelas Forças Armadas Portuguesas,  após a 2ªGuerra Mundial, através do Plano luso-britânico – o Plano Barron (1939) –, onde o objectivo era criar uma força de defesa marítima especializada em impedir o desembarque de uma força convencional apoiadas por unidades de artilharia navais fixas, nas imediações dos estuários do Tejo e do Sado. Foi um pedido expresso, e secreto, do Presidente do Conselho de Ministro, e futuro Ministro da Guerra, Dr. António de Oliveira Salazar, às patentes militares do Exército Português, no âmbito da política de neutralidade (e da Aliança Anglo-Portuguesa) durante a II Guerra Mundial (1939-1945). Inúmeras delegações foram a Inglaterra para elaborar estudos e relatórios, com a preciosa ajuda de técnicos militares ingleses. À época, os Ingleses detinham a melhor defesa costeira do Mundo..Reaproveitando a arquitectura militar acasamata do Campo Entricheirado de Lisboa (CEL), as construções decorreram entre 1944 e 1958, estando operacionais corria o ano 1958. Era constituído por um posto de comando, 8 Batarias com 36 peças de artilharia de origem alemã (Krupp) e inglesa (Vickers) de diversos calibres (150, 152 e 234 mm) com alcance considerável para a realidade bélica portuguesa à época.  O sistema defensivo que se concebeu a partir do relatório Barron – o plano de Defesa Marítima de Lisboa – Missão Plano Besteve ativo até ao final dos anos 90. As suas estruturas acasamatadas e bunkers estendiam-se desde Alcabideche (Cascais) até à praia de Albarquel (Setúbal). Estes lugares invisíveis à maioria dos portugueses, foram abandonados e desartilhados corria o ano de 1998. A Bataria da Raposa trata-se de uma excepção ao destino da grande maioria das antigas Batarias do extinto Regimento de Artilharia de Costa (RAC).

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O primeiro dia foi dedicado à recepção de todos os participantes, na Bataria da Raposa, com tudo previamente preparado pela Associação. Após o recenseamento dos presentes, convívio e fotografia da “praxe”, seguiu-se um périplo pelas antigas unidades militares que davam corpo ao antigo regimento de artilharia de costa do exército português, nomeadamente, a 1ª Bataria de Alcabideche, 2ª Bataria da Parede e ao antigo comando em Oeiras para uma cerimónia de homenagem aos camaradas ausentes e falecidos.

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Felizmente, tive oportunidade de participar nas actividades agendadas para o segundo e último dia. A meu ver, este era o programa mais interessante, visto que, já conhecia as batarias que constavam no roteiro de visitas do primeiro dia. Assim, após o pequeno-almoço, todos os associados foram visitar o Forte de Almada, as baterias da Trafaria e Alpena. Todavia, o quartel da Trafaria estava fechado. Mais do que um convívio de antigos camaradas de armas, os encontros dos Amigos do RAC possibilitam um maior conhecimento do património histórico-militar com os militares que lhe davam vida e alma. Pretende, assim, a Associação dar uma maior visibilidade pública e alertar para a consciência da preservação do património militar construído.

Algumas curiosidades sobre a 6ª Bataria da Raposa…

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Localizada na Fonte da Telha, a 6ªBataria da Raposa foi desactivada em 1999. Na orgânica do extinto RAC, a Bataria da Raposa fazia parte do Grupo de Contra bombardeamento Sul (RGTO – Sul). O seu objetivo era bater a toda a costa atlântica da margem Sul do Tejo, desde a Trafaria até ao Cabo Espichel.  Depois disso, a grande maioria dos quartéis onde funcionavam as instalações militares desta antiga unidade do exército português ficaram entregues ao tempo e a si próprios. Há uma excepção à regra: a 6ªBataria. Pela mão da Associação dos Amigos da Artilharia de Costa (ARTCOSTA), o ajudante Castanheira e dois praças do Exército Português mantêm viva a memória destes “canhões da memória” e em bom estado de preservação e conservação os Bunkers, postos de observação de tiro e estruturas de apoio ao bom funcionamento desta unidade militar, bem como das três peças pesadas de artilharia naval, de origem inglesa, montadas em torres couraçadas.

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Inserida na Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa da Caparica (PPAFCC), estende-se ao longo da orla costeira, desde o aglomerado urbano da Costa da Caparica até à lagoa de Albufeira, em território geográfico pertencente aos concelhos de Almada e Sesimbra. Um dos objectivos desta unidade militar, e pela qual foi concebida, era assegurar a defesa costeira dos acessos ao porto de Lisboa, visto que o alcance de tiro situava-se entre os 20 e 40 km. Estas instalações oferecem uma excelente vista panorâmica sobre o oceano Atlântico e toda a área costeira da Caparica.

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A “Raposa” encontra-se num excelente estado de conservação, algo que contrasta com o actual abandono, mau estado de conservação e vandalismo da maioria das unidades do antigo RAC.  Foi possível comprovar, com a ajuda do ex-militar Fernando Limão do RAC,  durante a visita a uma das três peças “Vickers” C. 23.4 cm, de origem inglesa, o bom estado das torres blindadas, das casamatas, dos motores de alimentação eléctrica e dos paióis subterrâneos de munições.

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Sempre que posso ajudo na colaboração na divulgação do encontro dos Amigos da Artilharia de Costa e dos objetivos que lhe estão associados. Acima de tudo, gosto de divulgar projectos que têm conteúdo e, acima de tudo, futuro. Há anos que queria vir aqui. Nas minhas incursões pelo RAC, esta foi a cereja no topo do bolo. Nas fotos e nos blogues temáticos, ou seja, o “Mundo Virtual”, nada supera a realidade palpável. A “Raposa” superou as minhas expectativas. Trata-se um belo exemplo de “Lugares Invisíveis”  pelo património que está fora do alcance, do que existe para lá do que é visível, isto é, espaços que estão inacessíveis. Obrigada à Associação de Amigos da Artilharia de Costa pelo convite para partilhar a memória e as muitas estórias da História desta antiga unidade militar do Exército Português.

NÃO PERCA AS MINHAS AVENTURAS E OLHARES FOTOGRÁFICOS NO SAPO VIAGENS! UM ENCONTRO COM A HISTÓRIA, AO SABOR DAS IMAGENS. SIGA-NOS NO INSTAGRAM @OLIRAFFOTOGRAFIA

🚏Como chegar:

Para ver as instalações bélicas desta antiga unidade da Artilharia de Costa, o leitor terá de pedir autorização ao Exército Português ou falar directamente com a Associação dos Amigos da Artilharia de Costa Portuguesa  para saber mais informações:

  art.costa.2015@gmail.com

🔗Para mais informações:

Visita Guiada

Artilharia de Defesa da Costa de Lisboa, Plano Barron |ep. 512 Abr. 2021 | temporada 11

Arquivo Histórico-Militar do Exército – Defesa costeira (Plano Barron)

Bateria do Outão e Forte Velho do Outão – SIPA: Sistema Informação para o Património Arquitectónico. [Em linha]. [Consultado em 30 Dez. 2014]. Disponível na  internet URL: <http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=25039 >

Forte-Presídio Naval da Trafaria – SIPA: Sistema Informação para o Património Arquitectónico. [Em linha]. [Consultado em 30 Dez. 2016]. Disponível na  internet URL: <http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=32962 >

COSTA, António José Pereira da – A cidadela de Cascais e a Defesa da Costa Marítima do Guincho ao Estoril. In: “Boletim do AHM”, Lisboa, vol. 63 (1998 – 1999), pgs. 37 – 98.

EMERECIANO, Jaime – A Artilharia na Defesa de Costa em Portugal. Lisboa: Academia Militar, Dissertação Mestrado em Ciências Militares, especialidade de Artilharia, 2011. Disponível na internet URL: http://comum.rcaap.pt/handle/123456789/7247

MACHADO, M. (22 de Dezembro de 2008). Os Últimos Disparos do “Muro do Atlântico” Português. Obtido em Fevereiro de 2011, de http://www.operacional.pt: http://www.operacional.pt/os-ultimos-disparos-do-%E2%80%9Cmuro-doatlantico%E2%80%9D-portugues/

MASCARENHAS, Catarina de Oliveira Tavares – Da defesa à contemplação da paisagem : intervir no lugar do Forte e da 7ª Bateria do Outão no contexto da Arrábida. – Lisboa : FA, 2014. Tese de Mestrado.

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📌 À descoberta da Ponte da Ajuda: um belo exemplar da arquitetura civil manuelina…

📝Se Elvas destaca-se pela geometria e pela monumentalidade da arquitetura militar barroca dos séculos XVII e XVIII, a Ponte da Ajuda, a 10 km, é um perfeito exemplar da arquitetura civil manuelina do século XVI. Situada na margem direita do rio Guadiana, esta obra notável da engenharia lusitana tinha como missão  a circulação viária de bens, mercadorias e tropas entre as localidades de Elvas e Olivença. Era, assim, a única via de comunicação entre a fronteira portuguesa e a praça-forte de Olivenza em caso de socorro bélico a um assédio das hostes castelhanas. 

O rio Guadiana é o marco de fronteira natural que separa, desde tempos milenares, os povos que ocuparam a Península Ibérica. Lusitanos, Romanos, Visigodos, Árabes, Cristãos, entre outros, recreavam-se no curso de água mais importante e navegável da região Sul de Portugal. Os árabes chamavam-lhe “Uadiana”, “Uádi”, em árabe significa rio, e “Ana”, um antigo nome que dado pelos romanos. É neste afluente natural que ficada edificada a Ponte de Nossa Senhora da Ajuda. Construída, em 1509, no reinado de El- Rei D. Manuel I (1495-1521),  ficando para a posterioridade com o cognome do  “Venturoso“, encontra-se, actualmente, em ruínas. Originalmente, era constituída por dezanove arcos, com uma torre militar ao centro. Ao todo,  tinha cerca de 400 metros de comprimento. É uma obra notável da engenharia que ainda resiste ao tempo e ao Homem!

Em virtude dos aluviões e das cheias constantes foi parcialmente destruída no final do século XVI. Mais tarde, no contexto da Guerra da Restauração, foi reconstruída para permitir o socorro de tropas, equipamento bélico e víveres aos constantes assédios militares dos exércitos castelhanos de Felipe IV. Olhando a História, compreende-mos a razão da sua reconstrução: o fim da Monarquia Dual (1580-1640) e o início da luta pela restauração da independência nacional. 

No contexto da Guerra da Sucessão de Espanha (1701-1714), em 1709, esta ponte foi destruída parcialmente pelo exército Bourbon de Felipe V, neto de Louis XIV de França. Era o pronúncio antigo da ocupação efectiva de um território reclamado pelos castelhanos e, mais tarde, Espanhóis desde a época da Reconquista Cristã, aquando do assédio português à Taifa de Badajoz, na segunda metade do século XII, pelas forças do nosso primeiro rei D.Afonso Henriques.

Desde então, ficou impedida a passagem directa do território português para Olivença. Em 1801, no contexto da Guerra das Laranjas, dá-se a ocupação pelas forças espanholas de Godoy da vila portuguesa, cujos direitos portugueses foram reconhecidos pelos tratados de Alcanizes (1297) e de Viena (1815), mas nunca pelas autoridades espanholas. E na minha opinião, as autoridades portuguesas nunca souberam, ou não têm interesse, em valer os seus “reais e justos” direitos. Desculpem um aprendiz de viajante andarilho tem de ter opiniões, certo?

Há projectos para a sua reconstrução, mas em virtude das querelas fronteiriças entre Portugueses e Espanhóis, tal não foi possível ainda. Assim, entre 1709 a 2001, quem quisesse visitar Olivenza, teria de passar a fronteira do Caia em Badajoz. Actualmente, o viajante pode transpor, sem qualquer dificuldade, o território português, graças à nova ponte da Ajuda, em betão armado e sem qualidade estética, construída e financiada integralmente pelo Governo de Portugal.

Hoje em dia, os Portugueses e os Espanhóis são duas faces da mesma moeda: a Península Ibérica. Ao contemplar a ponte da Ajuda, o viajante fica ciente que a sua história foi feita ao ritmo dos confrontos bélicos entre os dois lados da fronteira. Daí, as sucessivas destruições e construções ao longo de mais dois séculos. Infelizmente, desde a primeira metade do século XVIII, que está em ruínas. Falar da ponte da ajuda, a meu ver, é falar estórias que fizeram a História de Portugal. 

Deixo-vos um olhar fotográfico desta icónica e histórica ponte do rio Guadiana. Quem disse que a silhueta das ruínas não é fotogénica? 

Nota importante [👤]

As presentes informações não têm natureza vinculativa, funcionam apenas como indicações, dicas e conselhos, e são susceptíveis de alteração a qualquer momento. O Blogue OLIRAF não poderá ser responsabilizado pelos danos ou prejuízos em pessoas e/ou bens daí advenientes. Se quiser partilhar ou divulgar as minhas fotografias, poderá fazê-lo desde que mencione os direitos morais e de autor das mesmas.

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📌 À descoberta do Forte-Presídio da Trafaria

Uma aventura pela Arquitectura Militar da Trafaria: o Forte-Presídio da Trafaria e a 5ªBateria da Raposeira. Há ruínas que têm muitas estórias da história de Portugal para descobrir…

Próxima paragem: Trafaria. A terra das famosas amêijoas à Bulhão Pato. Ou a Terra onde o Tejo se faz ao mar. É o slogan deste freguesia do concelho de Almada. Partimos para a margem sul do Tejo em busca da memória histórica da arquitectura militar do Antigo Regimento de Artilharia de Costa. O antigo Presídio-Lazareto da Trafaria é uma viagem pela Memória Histórica. A memória de outros tempos obscuros da nossa História. E apetece dizer: Nunca mais! Em tempos idos, milhares foram os viajantes, degredados e presos políticos que aguardavam a sua próxima viagem: a ida para o ultramar português. Para muitos, a Ponta da Areia – Trafaria – era a sua última morada em Portugal e, para a maioria, da sua vida.

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Trafaria: onde o Tejo se faz ao mar. Ou será oceano?

A Trafaria em virtude da sua posição geográfica, localizada junto à foz do estuário do Rio Tejo, despertou o interesse estratégico das autoridades governamentais para a defesa militar da entrada da barra do Porto e Cidade de Lisboa. A primeira fortificação foi construída na 2ªMetade do Século XVII, durante o reinado de D.Pedro II (1668/1683-1705), junto às instalações do antigo Lazareto do Século XVI. Importa referir que a antiga esplanada de artilharia – guarnecida com 12 peças de artilharia – foram demolidas no inicio do século XX, aquando das obras de construção do novo presidio.

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Aspecto da Estação Fluvial da Trafaria

Em virtude do clima belicista das potências europeias imperialistas (Inglaterra,França, Alemanha ou Rússia) no último quartel do Século XIX, Portugal sentiu necessidade de construir e guarnecer a sua frente atlântica, em especial nos estuários do Sado e do Tejo, com uma rede de fortificações e equipamento bélico dissuasor consoante as restrições orçamentais que vigoravam durante regime monárquico. Assim, no principio do Século XX, entre 1902 a 1909, ocorreu o maior empreendimento de engenharia militar do concelho de Almada: a construção de um conjunto de fortificações  Baterias de Artilharia de Costa de Alpenas e da Raposeira e do Quartel do Grupo de Artilharia N.º4 na freguesia da Trafaria.

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Um dos mais singulares Ferry-boat (s) de Portugal: o Eborense.

Nesta empreitada militar foram construídas infra-estruturas – uma ponte cais e de uma linha férrea – destinadas ao transporte de matéria-prima, artilharia naval e munições para guarnecer as futuras baterias de origem alemã Krupp  que se localizavam no topo do Monte da Raposeira e na Arriba Fóssil da Caparica.  O Quartel da Trafaria, inaugurado em 1905 pelo Rei D.Carlos,  era utilizado para alojar a guarnição militar que servia nas baterias anteriormente mencionadas. Mais tarde, passa a designar-se Quartel da Brigada de Artilharia de Costa N.º1. Na 2ªMetade do Século XX, passa a designar-se Batalhão de Reconhecimento e Transmissões. Actualmente, encontra-se afecto à Guarda Nacional Republicana.

📌 Forte-Presídio da Trafaria (séc. XVI-XX)

No âmbito da Trienal de Arquitectura de Lisboa esteve aberto ao público até ao passado dia 11 de Dezembro, de Sexta-feira a Domingo, a exposição sobre O Presídio e a Trafaria 450 anos de História nas antigas celas do Forte-Presídio da Trafaria. Com entrada livre, esta exposição tinha como intuito dar a conhecer a importância estratégica e histórica da Trafaria ao longo dos últimos quinhentos anos.

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Forte Prisional da Trafaria

O Lazareto-presidio da Trafaria foi construído na 2ªMetade do Século XVI (1565), durante o reinado de D.Sebastião, na regência do Cardeal D.Henrique. Este mandou construir um complexo, em nome do seu sobrinho-neto, para o recolhimento de matérias-primas e viajantes do Império Ultramarino Português (1415-1999). Tratava-se, assim, de uma medida de controlo sanitário e aduaneiro  rigoroso, para um dos maiores complexos portuários da Europa à época.

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Aspecto do Presidio da Trafaria

Ao longo do edifício e das celas que constituem o núcleo do Forte-Presídio, tivemos oportunidade de contactar com um percurso expositivo que, através de referências históricas, documentais e iconográficas, nos elucidou sobre a origem do património histórico-militar edificado, das dinâmicas económicas, locais e religiosas que fizeram, e fazem, desta localidade da margem sul do Tejo, um local singular para muitos portugueses.

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Complexo Edificado do Forte da Trafaria

No final do regime monárquico, no reinado de D.Manuel II (1908-1910), foram construídas as instalações da Casa da Reclusão da Trafaria. Com a implantação do regime republicano , serviu de prisão militar para os Monárquicos envolvidos na revolta do Monsanto. Entre o golpe de Estado de 28 de Maio de 1926 e a Revolução dos Cravos, 25 de Abril de 1974, este forte ficou associado à prisão de muitos civis e políticos que combateram a ditadura militar e o Estado Novo, na tentativa de derrube do regime. Para muitos, este presídio-militar foi a sua morada final.

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Uma foto com História…

Img. storageimage/?id=9FBF6476DABDCAEF485A41918A626802&proto=vault&“Presídio da Trafaria” [s.d.] | Joshua Benoliel © Arquivo Histórico Militar (AHM)

Como chegar:

A partir de Lisboa, o trajecto mais acessível para esta localidade da margem sul, é através da via fluvial. Para tal, basta apanhar o cacilheiro ou o ferry-boat que faz as ligações fluviais entre Belém e a Trafaria. Eu fui no Eborense. A viagem custou 1.20 €. Para consultar os horários e os preços, poderá saber mais na Transtejo. Esta é a empresa que assegura a Ligação Trafaria – Porto Brandão – Belém.

Para mais informações:

Bateria do Outão e Forte Velho do Outão – SIPA: Sistema Informação para o Património Arquitectónico. [Em linha]. [Consultado em 30 Dez. 2014]. Disponível na  internet URL: <http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=25039 >

Forte-Presídio Naval da Trafaria – SIPA: Sistema Informação para o Património Arquitectónico. [Em linha]. [Consultado em 30 Dez. 2016]. Disponível na  internet URL: <http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=32962 >

COSTA, António José Pereira da – A cidadela de Cascais e a Defesa da Costa Marítima do Guincho ao Estoril. In: “Boletim do AHM”, Lisboa, vol. 63 (1998 – 1999), pgs. 37 – 98.

EMERECIANO, Jaime – A Artilharia na Defesa de Costa em Portugal. Lisboa: Academia Militar, Dissertação Mestrado em Ciências Militares, especialidade de Artilharia, 2011. Disponível na internet URL: http://comum.rcaap.pt/handle/123456789/7247

MACHADO, M. (22 de Dezembro de 2008). Os Últimos Disparos do “Muro do Atlântico” Português. Obtido em Fevereiro de 2011, de http://www.operacional.pt: http://www.operacional.pt/os-ultimos-disparos-do-%E2%80%9Cmuro-doatlantico%E2%80%9D-portugues/

MASCARENHAS, Catarina de Oliveira Tavares – Da defesa à contemplação da paisagem : intervir no lugar do Forte e da 7ª Bateria do Outão no contexto da Arrábida. – Lisboa : FA, 2014. Tese de Mestrado.

SOUSA, R. H. Pereira de, Fortalezas de Almada e seu Termo, Câmara Municipal de Almada, 1981.

FONTE: http://sitiomarconi.fundacao.telecom.pt/…/p4_40_miolo_Marco…
Oliveira, João de – “A TSF: como nasceu em Portugal” in Revista Militar, Ano 98,.º11,1946,pp.561-562.

Ler mais em:  http://ruinarte.blogspot.pt/2013/02/a-bataria-da-raposeira-trafaria.html

Ler mais em: http://www.fpc.pt/Portals/0/Flipbook/HTML/files/assets/seo/page67.html

Nota importante [👤]

As presentes informações não têm natureza vinculativa, funcionam apenas como indicações, dicas e conselhos, e são susceptíveis de alteração a qualquer momento. O Blogue OLIRAF não poderá ser responsabilizado pelos danos ou prejuízos em pessoas e/ou bens daí advenientes. Se quiser partilhar ou divulgar as minhas fotografias, poderá fazê-lo desde que mencione os direitos morais e de autor das mesmas.

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📌 À descoberta do Regimento de Artilharia de Costa: a 5ªBateria da Raposeira…

Uma aventura pela Arquitectura Militar da Trafaria: a 5ª Bateria da Raposeira. Há ruínas que têm muitas estórias da história de Portugal para descobrir. Neste artigo, as ruínas falam

A 5ª Bateria de Costa da Raposeira é um local peculiar situado na freguesia da Trafaria, no concelho de Almada. Foi construída entre 1893 e 1911. Integravam o sistema de fortificações do Campo Entrincheirado de Lisboa, mas foram mais tarde integradas na Frente Marítima de Defesa de Lisboa. Actualmente, em ruínas, este complexo bélico estava integrado num conjunto de oito Baterias de Artilharia de Costa do Exército que formavam o extinto Regimento de Artilharia de Costa (Grupo Sul).

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Subindo o monte da Raposeira, o cenário do complexo bélico é desolador. Das antigas instalações militares – que foram desocupadas na década de 80 do Século XX – , restam as ruínas dos edifícios construídos no final do século XIX, os subterrâneos e as três peças de artilharia Krupp CTR de 15 cm. Ainda hoje, nos canos, podemos comprovar que foram fundidas, entre 1904 e 1907, no berço desta empresa industrial alemã: Essen. Ao longo do espaço arquitectónico,encontramos espalhadas centenas de munições de paintball. Por experiência própria, aquando da minha visita às Baterias das Alpenas, tive oportunidade de receber o meu “baptismo de fogo” dos adeptos deste combate simulado. Os graffitis cobrem as paredes deste recinto. Não ficamos intimidados, visto que estes são uma companhia para os mais curiosos, como eu.

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Peça (s) de Artilharia Krupp CTR 15 cm

Há muitas ruínas que têm muitas estórias da História para contar. Aliás, verdadeira pedras com história. No campo das Telecomunicações, foi nesta antiga estrutura militar que se deram as primeiras experiências com a Telegrafia Sem Fios (TSF) em Portugal foram realizadas em 17 Abril de 1901, entre o forte da Raposeira na Trafaria e o Regimento de Engenharia no forte do Alto do Duque, localizado em Algés. Entre ambas, havia uma distância de 4.300 metros. Por resolução do Ministério da Guerra, sob o comando do coronel Avelar Machado, dirigiram estes testes, desde o forte da Trafaria, o Capitão João Severo da Cunha e o Tenente Pedro Álvares. Foi experimentado durante o ensaio radiotelegráfico, o equipamento da empresa francesa Ducretet oferecido  ao Ministro da Guerra de então, o General Luís Augusto Pimentel Pinto.

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5ªBataria da Artilharia de Costa da Raposeira 

O Regimento de Artilharia de Costa tinha como intuito a protecção da capital portuguesa e da entrada do rio Tejo face a uma eventual invasão marítima. Todavia, nunca tiveram uma prova de fogo, como as do Forte de Almada e do Alto do Duque contra os Navios da Armada Portuguesa:  o contratorpedeiro ‘Dão’ e o ‘Aviso’ de 1ª classe Afonso de Albuquerque. Estávamos em 1936, em plena Guerra Civil de Espanha (1936-1939), uma facção de marinheiros portugueses revoltou-se contra a ditadura salazarista, face ao apoio deste ao General Franco, e face à situação politica no nosso país. O golpe militar não vingou, mas os marinheiros revoltosos quiseram levar os navios para Espanha, onde combateriam na Guerra Civil pelo lado republicano. Após uma tentativa falhada de fugir da Barra do Tejo, em virtude do fogo cruzado entre o Forte de Almada e do Alto do Duque, estes acabaram por render-se e ficar fundeados junto à Cruz Quebrada. Apesar de não terem participado, os canhões da Bateria  e da Raposeira estavam de prevenção para impedir a saída dos navios do estuário Tejo. Foi o último grito de revolta do reviralho contra a Ditadura Militar e, mais tarde, Estado Novo.

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Peça de Artilharia Krupp CTR 15 cm (Essen, 1904,N.º18)

Os Canhões da Memória. As diversas ruínas do antigo RAC são, hoje, lugares esquecidos pelo Homem. Entregues ao tempo. Ao percorrer estas ruínas, sinto-me uma espécie de intermediário entre os artilheiros que fizeram uma parte da sua vida neste complexo militar. Nem todos se conformam com o triste destino das baterias  da Artilharia de Costa. É o exemplo da recente Associação dos Amigos da Artilharia de Costa criada com o objectivo de zelar pelo legado memorial e pela conservação deste património histórico-militar. E não estão sozinhos nesta “epopeia”. Arquitectos, historiadores e os habitantes da Trafaria esperam agora que as ruínas dêem um novo impulso cultural e económico que traga novos horizontes…de memória.

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Panorama parcial da Trafaria, vista do Monte da Raposeira

Os canhões da bateria da Artilharia Costa nº 5 silenciaram-se há mais de duas décadas, tendo como consequência a monotonia desta freguesia da margem sul do Tejo. Todavia, o centro histórico da Trafaria merece uma visita mais demorada para conhecer as estórias desta vila piscatória e industrial, cuja existência remonta há pelo menos cinco séculos. Ao percorrermos as suas ruas e vielas, podemos tomar contacto com a arquitectura balnear dos séculos XIX e XX que pode ser apreciada calmamente, apesar do desgaste do tempo a que foi sujeito. Sabia que a Trafaria foi a primeira colónia balnear inaugurada pela Rainha D. Amélia?

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Como chegar:

A partir de Lisboa, o trajecto mais acessível para esta localidade da margem sul, é através da via fluvial. Para tal, basta apanhar o cacilheiro ou o ferry-boat que faz as ligações fluviais entre Belém e a Trafaria. Eu fui no Eborense. A viagem custou 1.20 €. Para consultar os horários e os preços, poderá saber mais na Transtejo. Esta é a empresa que assegura a Ligação Trafaria – Porto Brandão – Belém.

Para mais informações:

Bateria do Outão e Forte Velho do Outão – SIPA: Sistema Informação para o Património Arquitectónico. [Em linha]. [Consultado em 30 Dez. 2014]. Disponível na  internet URL: <http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=25039 >

Forte-Presídio Naval da Trafaria – SIPA: Sistema Informação para o Património Arquitectónico. [Em linha]. [Consultado em 30 Dez. 2016]. Disponível na  internet URL: <http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=32962 >

COSTA, António José Pereira da – A cidadela de Cascais e a Defesa da Costa Marítima do Guincho ao Estoril. In: “Boletim do AHM”, Lisboa, vol. 63 (1998 – 1999), pgs. 37 – 98.

EMERECIANO, Jaime – A Artilharia na Defesa de Costa em Portugal. Lisboa: Academia Militar, Dissertação Mestrado em Ciências Militares, especialidade de Artilharia, 2011. Disponível na internet URL: http://comum.rcaap.pt/handle/123456789/7247

MACHADO, M. (22 de Dezembro de 2008). Os Últimos Disparos do “Muro do Atlântico” Português. Obtido em Fevereiro de 2011, de http://www.operacional.pt: http://www.operacional.pt/os-ultimos-disparos-do-%E2%80%9Cmuro-doatlantico%E2%80%9D-portugues/

MASCARENHAS, Catarina de Oliveira Tavares – Da defesa à contemplação da paisagem : intervir no lugar do Forte e da 7ª Bateria do Outão no contexto da Arrábida. – Lisboa : FA, 2014. Tese de Mestrado.

FONTE: http://sitiomarconi.fundacao.telecom.pt/…/p4_40_miolo_Marco…
Oliveira, João de – “A TSF: como nasceu em Portugal” in Revista Militar, Ano 98,.º11,1946,pp.561-562.

Ler mais em:  http://ruinarte.blogspot.pt/2013/02/a-bataria-da-raposeira-trafaria.html

Ler mais em: http://www.fpc.pt/Portals/0/Flipbook/HTML/files/assets/seo/page67.html

Nota importante [👤]

As presentes informações não têm natureza vinculativa, funcionam apenas como indicações, dicas e conselhos, e são susceptíveis de alteração a qualquer momento. O Blogue OLIRAF não poderá ser responsabilizado pelos danos ou prejuízos em pessoas e/ou bens daí advenientes. Se quiser partilhar ou divulgar as minhas fotografias, poderá fazê-lo desde que mencione os direitos morais e de autor das mesmas.

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📌À descoberta da arquitectura militar da Trafaria: o Forte-Presídio da Trafaria e a 5ªBateria da Raposeira

Uma aventura pela Arquitectura Militar da Trafaria: o Forte-Presídio da Trafaria e a 5ªBateria da Raposeira. Há ruínas que têm muitas estórias da história de Portugal para descobrir…

Próxima paragem: Trafaria. A terra das famosas amêijoas à Bulhão Pato. Ou a Terra onde o Tejo se faz ao mar. É o slogan deste freguesia do concelho de Almada. Partimos para a margem sul do Tejo em busca da memória histórica da arquitectura militar do Antigo Regimento de Artilharia de Costa. O antigo Presídio-Lazareto da Trafaria é uma viagem pela Memória Histórica. A memória de outros tempos obscuros da nossa História. E apetece dizer: Nunca mais! Em tempos idos, milhares foram os viajantes, degredados e presos políticos que aguardavam a sua próxima viagem: a ida para o ultramar português. Para muitos, a Ponta da Areia – Trafaria – era a sua última morada em Portugal e, para a maioria, da sua vida.

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Trafaria: onde o Tejo se faz ao mar. Ou será oceano?

A Trafaria em virtude da sua posição geográfica, localizada junto à foz do estuário do Rio Tejo, despertou o interesse estratégico das autoridades governamentais para a defesa militar da entrada da barra do Porto e Cidade de Lisboa. A primeira fortificação foi construída na 2ªMetade do Século XVII, durante o reinado de D.Pedro II (1668/1683-1705), junto às instalações do antigo Lazareto do Século XVI. Importa referir que a antiga esplanada de artilharia – guarnecida com 12 peças de artilharia – foram demolidas no inicio do século XX, aquando das obras de construção do novo presidio.

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Aspecto da Estação Fluvial da Trafaria

Em virtude do clima belicista das potências europeias imperialistas (Inglaterra,França, Alemanha ou Rússia) no último quartel do Século XIX, Portugal sentiu necessidade de construir e guarnecer a sua frente atlântica, em especial nos estuários do Sado e do Tejo, com uma rede de fortificações e equipamento bélico dissuasor consoante as restrições orçamentais que vigoravam durante regime monárquico. Assim, no principio do Século XX, entre 1902 a 1909, ocorreu o maior empreendimento de engenharia militar do concelho de Almada: a construção de um conjunto de fortificações  Baterias de Artilharia de Costa de Alpenas e da Raposeira e do Quartel do Grupo de Artilharia N.º4 na freguesia da Trafaria.

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Um dos mais singulares Ferry-boat (s) de Portugal: o Eborense.

Nesta empreitada militar foram construídas infra-estruturas – uma ponte cais e de uma linha férrea – destinadas ao transporte de matéria-prima, artilharia naval e munições para guarnecer as futuras baterias de origem alemã Krupp  que se localizavam no topo do Monte da Raposeira e na Arriba Fóssil da Caparica.  O Quartel da Trafaria, inaugurado em 1905 pelo Rei D.Carlos,  era utilizado para alojar a guarnição militar que servia nas baterias anteriormente mencionadas. Mais tarde, passa a designar-se Quartel da Brigada de Artilharia de Costa N.º1. Na 2ªMetade do Século XX, passa a designar-se Batalhão de Reconhecimento e Transmissões. Actualmente, encontra-se afecto à Guarda Nacional Republicana.

📌 Forte-Presídio da Trafaria (séc. XVI-XX)

No âmbito da Trienal de Arquitectura de Lisboa esteve aberto ao público até ao passado dia 11 de Dezembro, de Sexta-feira a Domingo, a exposição sobre O Presídio e a Trafaria 450 anos de História nas antigas celas do Forte-Presídio da Trafaria. Com entrada livre, esta exposição tinha como intuito dar a conhecer a importância estratégica e histórica da Trafaria ao longo dos últimos quinhentos anos.

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Forte Prisional da Trafaria

O Lazareto-presidio da Trafaria foi construído na 2ªMetade do Século XVI (1565), durante o reinado de D.Sebastião, na regência do Cardeal D.Henrique. Este mandou construir um complexo, em nome do seu sobrinho-neto, para o recolhimento de matérias-primas e viajantes do Império Ultramarino Português (1415-1999). Tratava-se, assim, de uma medida de controlo sanitário e aduaneiro  rigoroso, para um dos maiores complexos portuários da Europa à época.

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Aspecto do Presidio da Trafaria

Ao longo do edifício e das celas que constituem o núcleo do Forte-Presídio, tivemos oportunidade de contactar com um percurso expositivo que, através de referências históricas, documentais e iconográficas, nos elucidou sobre a origem do património histórico-militar edificado, das dinâmicas económicas, locais e religiosas que fizeram, e fazem, desta localidade da margem sul do Tejo, um local singular para muitos portugueses.

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Complexo Edificado do Forte da Trafaria

No final do regime monárquico, no reinado de D.Manuel II (1908-1910), foram construídas as instalações da Casa da Reclusão da Trafaria. Com a implantação do regime republicano , serviu de prisão militar para os Monárquicos envolvidos na revolta do Monsanto. Entre o golpe de Estado de 28 de Maio de 1926 e a Revolução de 25 de Abril de 1974 ficou associado à prisão de muitos civis e políticos que combateram a ditadura militar e o Estado Novo, na tentativa de derrube do regime. diversas. Para muitos, o Presídio-militar da Trafaria foi a sua morada final.

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Aspecto parcial das Celas do Forte da Trafaria

📌 5ªBateria da Raposeira (séc.XX)

A 5ª Bateria de Costa da Raposeira é um local peculiar situado na freguesia da Trafaria, no concelho de Almada. Foi construída entre 1893 e 1911. Integravam o sistema de fortificações do Campo Entrincheirado de Lisboa, mas foram mais tarde integradas na Frente Marítima de Defesa de Lisboa. Actualmente, em ruínas, este complexo bélico estava integrado num conjunto de oito Baterias de Artilharia de Costa do Exército que formavam o extinto Regimento de Artilharia de Costa (Grupo Sul).

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Casamata de Direção de Tiro (?)

Subindo o monte da Raposeira, o cenário do complexo bélico é desolador. Das antigas instalações militares – que foram desocupadas na década de 80 do Século XX – , restam as ruínas dos edifícios construídos no final do século XIX, os subterrâneos e as três peças de artilharia Krupp CTR de 15 cm. Ainda hoje, nos canos, podemos comprovar que foram fundidas, entre 1904 e 1907, no berço desta empresa industrial alemã: Essen. Ao longo do espaço arquitectónico,encontramos espalhadas centenas de munições de paintball. Por experiência própria, aquando da minha visita às Baterias das Alpenas, tive oportunidade de receber o meu “baptismo de fogo” dos adeptos deste combate simulado. Os graffitis cobrem as paredes deste recinto. Não ficamos intimidados, visto que estes são uma companhia para os mais curiosos, como eu.

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Peça (s) de Artilharia Krupp CTR 15 cm

Há muitas ruínas que têm muitas estórias da História para contar. Aliás, verdadeira pedras com história. No campo das Telecomunicações, foi nesta antiga estrutura militar que se deram as primeiras experiências com a Telegrafia Sem Fios (TSF) em Portugal foram realizadas em 17 Abril de 1901, entre o forte da Raposeira na Trafaria e o Regimento de Engenharia no forte do Alto do Duque, localizado em Algés. Entre ambas, havia uma distância de 4.300 metros. Por resolução do Ministério da Guerra, sob o comando do coronel Avelar Machado, dirigiram estes testes, desde o forte da Trafaria, o Capitão João Severo da Cunha e o Tenente Pedro Álvares. Foi experimentado durante o ensaio radiotelegráfico, o equipamento da empresa francesa Ducretet oferecido  ao Ministro da Guerra de então, o General Luís Augusto Pimentel Pinto.

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5ªBataria da Artilharia de Costa da Raposeira 

O Regimento de Artilharia de Costa tinha como intuito a protecção da capital portuguesa e da entrada do rio Tejo face a uma eventual invasão marítima. Mas, foi uma “evasão” que levou estas peças de artilharia a serem usadas contra dois navios da Marinha de Guerra Portuguesa: o contratorpedeiro ‘Dão’ e o ‘Aviso’ de 1ª classe Afonso de Albuquerque. Estávamos em 1936, em plena Guerra Civil de Espanha (1936-1939), uma facção de marinheiros portugueses revoltou-se contra a ditadura salazarista, face ao apoio deste ao General Franco, e face à situação politica no nosso país. O golpe militar não vingou, mas os marinheiros revoltosos quiseram levar os navios para Espanha, onde combateriam na Guerra Civil pelo lado republicano. Mas a Artilharia de Costa impediu, assim, os navios de sair do estuário Tejo. Foi o último grito de revolta do reviralho.

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Peça de Artilharia Krupp CTR 15 cm (Essen, 1904,N.º18)

Os Canhões da Memória. As diversas ruínas do antigo RAC são, hoje, lugares esquecidos pelo Homem. Entregues ao tempo. Ao percorrer estas ruínas, sinto-me uma espécie de intermediário entre os artilheiros que fizeram uma parte da sua vida neste complexo militar. Nem todos se conformam com o triste destino das baterias  da Artilharia de Costa. É o exemplo da recente Associação dos Amigos da Artilharia de Costa criada com o objectivo de zelar pelo legado memorial e pela conservação deste património histórico-militar. E não estão sozinhos nesta “epopeia”. Arquitectos, historiadores e os habitantes da Trafaria esperam agora que as ruínas dêem um novo impulso cultural e económico que traga novos horizontes…de memória.

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Panorama parcial da Trafaria, vista do Monte da Raposeira

Os canhões da bateria da Artilharia Costa nº 5 silenciaram-se há mais de duas décadas, tendo como consequência a monotonia desta freguesia da margem sul do Tejo. Todavia, o centro histórico da Trafaria merece uma visita mais demorada para conhecer as estórias desta vila piscatória e industrial, cuja existência remonta há pelo menos cinco séculos. Ao percorrermos as suas ruas e vielas, podemos tomar contacto com a arquitectura balnear dos séculos XIX e XX que pode ser apreciada calmamente, apesar do desgaste do tempo a que foi sujeito. Sabia que a Trafaria foi a primeira colónia balnear inaugurada pela Rainha D. Amélia?

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Como chegar:

A partir de Lisboa, o trajecto mais acessível para esta localidade da margem sul, é através da via fluvial. Para tal, basta apanhar o cacilheiro ou o ferry-boat que faz as ligações fluviais entre Belém e a Trafaria. Eu fui no Eborense. A viagem custou 1.20 €. Para consultar os horários e os preços, poderá saber mais na Transtejo. Esta é a empresa que assegura a Ligação Trafaria – Porto Brandão – Belém.

Para mais informações:

Bateria do Outão e Forte Velho do Outão – SIPA: Sistema Informação para o Património Arquitectónico. [Em linha]. [Consultado em 30 Dez. 2014]. Disponível na  internet URL: <http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=25039 >

Forte-Presídio Naval da Trafaria – SIPA: Sistema Informação para o Património Arquitectónico. [Em linha]. [Consultado em 30 Dez. 2016]. Disponível na  internet URL: <http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=32962 >

COSTA, António José Pereira da – A cidadela de Cascais e a Defesa da Costa Marítima do Guincho ao Estoril. In: “Boletim do AHM”, Lisboa, vol. 63 (1998 – 1999), pgs. 37 – 98.

EMERECIANO, Jaime – A Artilharia na Defesa de Costa em Portugal. Lisboa: Academia Militar, Dissertação Mestrado em Ciências Militares, especialidade de Artilharia, 2011. Disponível na internet URL: http://comum.rcaap.pt/handle/123456789/7247

MACHADO, M. (22 de Dezembro de 2008). Os Últimos Disparos do “Muro do Atlântico” Português. Obtido em Fevereiro de 2011, de http://www.operacional.pt: http://www.operacional.pt/os-ultimos-disparos-do-%E2%80%9Cmuro-doatlantico%E2%80%9D-portugues/

MASCARENHAS, Catarina de Oliveira Tavares – Da defesa à contemplação da paisagem : intervir no lugar do Forte e da 7ª Bateria do Outão no contexto da Arrábida. – Lisboa : FA, 2014. Tese de Mestrado.

FONTE: http://sitiomarconi.fundacao.telecom.pt/…/p4_40_miolo_Marco…
Oliveira, João de – “A TSF: como nasceu em Portugal” in Revista Militar, Ano 98,.º11,1946,pp.561-562.

Ler mais em:  http://ruinarte.blogspot.pt/2013/02/a-bataria-da-raposeira-trafaria.html

Ler mais em: http://www.fpc.pt/Portals/0/Flipbook/HTML/files/assets/seo/page67.html

Nota importante [👤]

As presentes informações não têm natureza vinculativa, funcionam apenas como indicações, dicas e conselhos, e são susceptíveis de alteração a qualquer momento. O Blogue OLIRAF não poderá ser responsabilizado pelos danos ou prejuízos em pessoas e/ou bens daí advenientes. Se quiser partilhar ou divulgar as minhas fotografias, poderá fazê-lo desde que mencione os direitos morais e de autor das mesmas.

linhagraficaALL-oliraf-03💻  Texto: Rafael Oliveira 🌎 Fotografia: Oliraf Fotografia 📷

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📷 Roteiro fotográfico pela Rota do Românico…

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Escapadinha à descoberta da Rota do Românico: três dias e duas noites pela região do Vale do Sousa, Tâmega e Douro.

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Igreja de São Gens de Boelhe, Penafiel

À “boleia” da minha nomeação para os BTL Blogger Travel Awards 2016, a responsável do Enoturismo da Quinta da Aveleda, S.A, A Dr.ª Chantal Guilhonato, convidou-me a visitar a Quinta e a região na qual esta se insere. Assim, após várias trocas de e-mails, agendamos a minha visita para 23 a 25 de Abril. Nesta “roadtrip”de três dias, em que realizei quase 1500 km, tive a oportunidade de visitar a região de Entre-o-Douro-e-Minho. Tratou-se de uma experiência em que tomei contacto com a natureza, a gastronomia local e o património histórico-cultural da Rota do Românico, delimitado geograficamente, pelos vales do Sousa, Douro e Tâmega.

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Esta escapadinha fotográfica, durante a qual o tempo variou entre o nublado e céu limpo, mas o suficiente para contemplar a beleza natural e o património histórico-cultural edificado desta região do Norte de Portugal. Este roteiro fotográfico apenas mostra uma pequena fração do que pude vivenciar e o que se pode encontrar na Rota do Românico pelos concelhos de Paredes, Penafiel, Amarante e Celorico de Basto. Espero que o mesmo, sirva para aguçar o paladar e a motivá-lo a visitar esta região. Através da consulta dos principais pontos de interesse da Rota do Românico, inclui paragens no Centro Histórico de Amarante, na Aldeia de Quintadona, Quinta da Aveleda (Penafiel) e na cidade de Guimarães (não necessariamente por esta ordem). São cenários dominados por aldeias, cidades e serras capazes de garantir uma experiência de viagem ímpar.

PaisagemDouroTâmega

Na minha opinião pessoal, apesar de Portugal de ser um país com um território relativamente pequeno, cerca de 90.000 km2, é fácil perdermos uns dias ou uma semana a explorá-lo e ainda assim não ter tempo suficiente para desfrutar de tudo o que nos oferece. Há que sair da nossa “zona de conforto”. Porque não  encontrar o nosso “true self”? Há que experienciar e não apenas viver. Quando realizamos uma viagem, seja em Portugal, na Europa ou no Mundo, voltamos sempre com pequenas ou grandes estórias para contar à nossa família, amigos ou colegas de trabalho. E voltamos sempre com boa energia.

Dia 1 – Roteiro pela Rota do Românico (23 de Abril)

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A antiga linha ferroviária do Tâmega cedeu lugar a uma ecopista que faz a delicia  aos amantes da modalidade de BTT

A Região Norte  é uma das mais antigas regiões de Portugal e uma das mais densamente povoadas, desde os primórdios do Condado Portucalense. De facto, uma boa parte da nobreza e das ordens religiosas derivaram desta região e, ajudaram, a fomentar a futura formação do reino de Portugal e a consolidação deste com a (re) conquista cristã aos Mouros.

Pela Rota do Românico… 

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A Rota do Românico permite compreender as antigas raízes da organização da propriedade no Norte de Portugal  e da importância das instituições eclesiásticas e senhoriais no povoamento, defesa e fixação das populações ao longo dos tempos, em especial, durante a Idade Média. De facto, ao percorrer o património militar e religioso desta rota, verificamos a influência da nobreza local/senhorial e das ordens religiosas na sua edificação.

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Torre do Vilar, Vale do Sousa, Lousada

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Mosteiro de Salvador de Travanca, Vale do Tâmega, Amarante.

Locais como o Castelo de Arnoia, o Mosteiro de Travanca, Mosteiro do Salvador de Paços de Sousa, entre outros de interesse turístico e cultural dos concelhos de Celorico de Basto, Amarante, Paredes e Penafiel estiveram em destaque neste primeiro dia.

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O Castelo de Arnoia, concelho de Celorico de Basto, é o único “Guerreiro de pedra” da Rota do Românico.

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Mosteiro do Salvador de Paços de Sousa, Penafiel, Porto.

Na Aldeia de Quintadona…

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Aspecto de uma Rua da Aldeia de Quintadona

Situada na Freguesia de Lagares, concelho de Penafiel, é uma das Aldeias de Portugal. Apresenta potencialidades turísticas em meio rural, em virtude de estar bem preservada, tendo uma beleza e arquitectura singulares. Trata-se de uma Aldeia de Xisto situada numa região dominada pela pedra granítica. É um bom exemplo da dinâmica do Espaço Rural, apesar da sua proximidade dos grandes centros urbanos da área metropolitana do Porto.

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Janela tipica da Aldeia

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Dia 2 – Visita à Quinta da Aveleda (24 de Abril)

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Aspecto da Casa Senhorial

Finalmente, o motivo que nos levou até aqui. Aveleda. Quinta da Aveleda. Para muitos amantes de Baco, o vinho da Aveleda encontra-se entre os melhores vinhos verdes de Portugal e do Mundo. O Blogue Oliraf Fotografia foi gentilmente convidado a visitar a Quinta da Aveleda com a seguinte frase: “Se a sua objectiva o levar até Penafiel, teríamos o maior prazer em o receber na Quinta da Aveleda.”

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Tive a oportunidade de realizar uma visita guiada, com uma guia turística, a jovem Renata Figueiredo. Explica-me, passo-a-passo, os principais pontos de interesse do jardim botânico, das casas de campo e a importância histórica da Quinta da Aveleda. A meu ver, o que mais me impressionou foram a quantidade de espécies botânicas existentes no jardim e a importância social e de lazer que estes tiveram na história local e nacional. Sabia que o príncipe herdeiro, filho de D.Carlos I, D. Luís Filipe de Bragança, e o seu aio, Mouzinho de Albuquerque (o herói de Chaimite) almoçaram, em Outubro de 1901, numa das mesas existentes do jardim botânico? Este pormenor histórico, marcou-me a minha visita. Cenas de Historiador.

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Adega Velha, que dá nome à famosa aguardente aqui produzida.

Para além do vinho verde, a Quinta da Aveleda também é conhecida pelos jardins (em estilo Inglês),pelo seu património histórico-cultural, pelas compotas e queijos que fazem as delícias dos seus visitantes.

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Os vinhos Quinta da Aveleda e Casal Garcia Rosé.

Se já conhece o vinho, porque não visitar a Quinta que lhe dá o nome? Uma excelente sugestão para quem gosta de Enoturismo.

Dia 3 –  Roteiro Histórico pelo Centro Histórico de Amarante e de Guimarães (25 de Abril)

Amarante

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Centro Histórico de Amarante

O Centro Histórico da Cidade de Amarante, distrito do Porto, apaixona qualquer amante da arte fotográfica. Trata-se de uma cidade onde a magnificência do granito não intimida, antes convida a um passeio pelo centro histórico. Atravessa-se a pé pela belíssima ponte granítica de São Gonçalo, padroeiro da cidade, com mais de 200 anos, sobre o rio Tâmega. Esta ponte reconstruída no reinado de D.Maria I, finalizada em 1791, em conjunto com a Igreja e o Convento de São Gonçalo, é o “ex-libris” da cidade amarantina. Tive a oportunidade de visitar o Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso (a entrada custa 1 €) e admirar algumas suas obras modernistas. Infelizmente, uma parte da coleção estava na Exposição na Galeria do Grand Palais em Paris. Aproveite a visita ao Centro Histórico para conhecer os inúmeros cafés, esplanadas e confeitarias que servem os célebres doces conventuais amarantinos, como os foguetes, as lérias e as brisas.

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Ponte de São Gonçalo – Século XVIII

No Contexto das Guerras Napoleónicas, em especial da Guerra Peninsular (1807-1814), a Defesa da Ponte de Amarante foi um dos episódios mais marcantes da IIªInvasão do Grande Armée de Napoleão Bonaparte, comandando, desta vez, pelo General Soult. As forças francesas lutaram com os milicianos, ordenanças e voluntários civis das forças do Brigadeiro Silveira, entre 18 de Abril a 2 de Maio de 1809, pela posse desta ponte estratégica que ligava a região do Douro ao Minho (Régua-Guimarães) e da região de Trás-os-Montes (Porto-Vila Real-Chaves). Tratou-se de uma vitória estratégica dos Portugueses em retirada para Trás-os-Montes,apesar da vitória dos Franceses.

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Igreja e Convento de São Gonçalo de Amarante

Guimarães

“Aqui nasceu Portugal”. Há lugares que respiram História. Quem chega à Praça do Toural, não pode ficar indiferente a estas palavras. De facto, é a frase que todo o vimaranense tem orgulho de proferir, conta um transeunte local que tive oportunidade de abordar durante a minha “visita-relâmpago” ao Centro Histórico de Guimarães.

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Largo do Toural

O Centro Histórico de Guimarães encontra-se classificado, desde Dezembro de 2001, como património mundial da UNESCO. Ao percorrermos as ruas e as ruelas do centro histórico compreendemos a razão da sua distinção. Confesso que já tinha saudades de deambular pelas ruelas sem mapa e seguir ao sabor da arquitectura do local.

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Largo da Oliveira vs Monumento da Batalha do Salado

A cada passo respiramos História. Afinal, a cidade de Guimarães é conhecida por ser o “berço” fundador da nacionalidade e identidade Portuguesa. De facto, foi aqui que tiveram lugares os principais acontecimentos políticos e militares (a Batalha de São Mamede, em 1128, entre as hostes de D.Afonso Henriques e da sua Mãe, D.Teresa) que, mais tarde, levariam à independência do Condado Portucalense face ao Reino de Leão, ocorrida em 1139.

Panorama CasteloGuimarães
Castelo de Guimarães

Em Síntese, a Rota do Românico surpreendeu-me pelo imenso património histórico-cultural e pela variedade paisagística que nos oferece. A meu ver esta região Norte de Portugal ainda tem mais encanto por três razões: boa gente, boa comida e bom vinho.

Foi possível comprovar o que estudei nos bancos da Universidade, durante a minha Licenciatura em História (com algumas cadeiras de Geografia pelo meio), com a experiência do trabalho de campo. De facto, a experiência pessoal ajuda a comprovar a informação que nos foi ensinada na Universidade, acompanhando, assim, o nosso processo de saber e aprendizagem ao longo da vida.

 Ao percorrer as aldeias e as paisagens da região do Românico, recordo-me do romance A Cidade e as Serras, a última obra do escritor Eça de Queirós. A temática Campo versus Cidade está sempre presente ao longo desta obra. De vez em quando, gosto de retemperar a alma e adquirir novos horizontes para enfrentar os novos desafios que enfrento no caos urbano da cidade de Lisboa. Porque, para mim, ir é o meu verbo preferido…

Onde ficar e comer…

Casa Valxisto – Country House

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 Como chegar a Quintandona (Casa Valxisto)

Rua Padres da Agostinha, n.º 233

4560-195 – Freguesia de Lagares Penafiel
(GPS: 41.135686, -8.377872)

Solar Egas Moniz – Charming House

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Como chegar a Paços de Sousa (Solar Egaz Moniz)

Morada: Rua dos Monges Beneditinos, n.º 158, Paço de Sousa, 4560-380 Penafiel, Portugal Tlm: + 351 962 168 254

Para direcções veja a página Localização ou aceda directamente ao google maps.

Coordenadas GPS: Latitude:  41°10’2.40″N  | Longitude:   8°20’34.09″O

WineBar Casa da Viúva

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Nas proximidades da Casa Valxisto, o Winebar Casa da Viúva é um espaço que combina arquitectura rústica da Aldeia de Quintadona com uma elegante decoração. Aqui podemos provar um bom vinho da região e pestiscar umas belas tapas.

No blogue www.oliraf.wordpress.com iremos abordar mais à frente a visita à Quinta da Aveleda, Aldeia de Quintadona, Rota do Românico e aos Centros Históricos de Guimarães e Amarante, onde poderá seguir as minhas dicas de viagem, do que fazer e comer neste locais. De facto, em Portugal existem experiências fundadas na História. Resta ao leitor descobrir com ou sem as minhas dicas. O importante é ir…vivê-las.

Resta agradecer o convite efectuado pela Quinta da Aveleda,S.A, ao Solar Egas Moniz e a Casa Valxisto, bem como à Império das Malas pela trolley Pepe Jeans que utilizei nesta viagem. Muito Obrigado! Bem Hajam!

Para mais aventuras fotográficas, pode encontrar-me nas redes sociais em OLIRAF FOTOGRAFIA .

Viaje,mas devagar. E Aventure-se na região Norte de Portugal, em especial, pela da Rota do Românico!

Fontes

DAVEAU, Suzanne, Portugal Geográfico, Edições João Sá da Costa, 1ªEdição,Lisboa,1995

GASPAR, Jorge – O retorno da paisagem à Geografia. Revista Finisterra, ano XXXVI, vol. 72, p. 83-99. Lisboa, 2001.

MEDEIROS, Carlos Alberto, Geografia de Portugal – Ambiente Natural e Ocupação Humana, Uma Introdução, Ed. Estampa, 5ª Edição, Lisboa, 2000,

RIBEIRO, Orlando, Portugal o Mediterrâneo e o Atlântico, Colecção «Nova Universidade», Sá

da Costa, 4ª Edição, 1986.

RIBEIRO, Orlando – Paisagens, Regiões e Organização do Espaço, Revista Finisterra, ano XXXVI, vol. 72, p. 27-35. Lisboa, 2001.

MATTOSO, José (dir.), História de Portugal, vol. II – A Monarquia Feudal (1096-1480), coord. de José Mattoso, Lisboa, Círculo de Leitores, 1993

RAMOS, Rui (coord.), História de Portugal, I Parte – Idade Média, 6ª ed., Lisboa, Esfera dos Livros, 2010.

MARTINS, Miguel Gomes – Guerreiros de Pedras. Lisboa: Esfera dos Livros, 2016.

Para mais informações:

 

Rota do Românico

Turismo do Porto e Região Norte de Portugal

Nota importante [👤]

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linhagraficaALL-oliraf-03💻  Texto: Rafael Oliveira 🌎 Fotografia: Oliraf Fotografia 📷

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