🎖️🌹📻Posto de Comando do MFA (Pontinha): no coração operacional do 25 de Abril de 1974.

🌹Lugares de Abril. Já temos mais tempo de Abril do que de ditadura, sabia? Assinalamos os 48 anos da Revolução dos Cravos e a ligação histórica do município de Odivelas à instauração da democracia em Portugal com uma visita ao Posto de Comando (PC) do Movimento das Forças Armadas (MFA). Localizado no Quartel da Pontinha (Odivelas), este espaço histórico é um Núcleo Museológico do Museu Militar de Lisboa, um Monumento Nacional desde o ano 2015 e um dos lugares emblemáticos de Abril. O edifício do Posto de Comando estava instalado num pavilhão coberto utilizado para instrução pelo Regimento de Engenharia n.º 1 (RE1). Era a voz e os ouvidos do MFA cuja missão era a coordenação da “Operação Fim Regime“, um conjunto de operações militares em todo o território nacional que visavam derrubar, por via de um Golpe de Estado, a ditadura do Estado Novo (1933-1974) e a pôr fim à Guerra Colonial (1961-1974). Venha conhecer um dos lugares “invisíveis” da Revolução dos Cravos que devolveram a LIBERDADE aos Portugueses! A Liberdade também passa por aqui!

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📰Blogue OLIRAF em destaque na Revista “Viagem na História – Turismo Militar”!

⚔️Está disponível o segundo número da revista “VIAGEM NA HISTÓRIA – TURISMO MILITAR”, uma edição da Rota Histórica das Linhas de Torres. Criada em Junho de 2021, gratuita e com edições semestrais, esta revista digital [da Associação de Turismo Militar Português] é dedicada à promoção do património histórico-militar português, destacando o potencial turístico e cultural do de Portugal, através de entrevistas, visitas ao património edificado e experiências de animação turística. onde a história dos sítios se cruza com experiência diferenciadoras e enriquecedoras. E o nosso Blogue OLIRAF, está em destaque!

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📰🎙️Blogue OLIRAF em destaque na Revista INVADE da Rota Histórica das Linhas de Torres!

Está disponível o quarto número da revista INVADE! Património. Turismo . Lazer, uma edição da Rota Histórica das Linhas de Torres. Criada há três anos, e com edições semestrais, a Invade! tem como objetivo é divulgar o património das Linhas de Torres Vedras, inserido num território rico em cultura, memória e experiências inesquecíveis, onde a histórica dos sítios se cruza com a gastronomia, os vinhos, o golf, as atividades equestres, pedestres e desportivas, entre outras experiências. E Blogue OLIRAF, na rubrica Mãos à obra, está em destaque!

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A revista “INVADE!

Sob o lema “Mais que 152 Motivos Fortes” [para visitar as Linhas de Torres], a publicação tem inúmeras novidades e sugestões de possíveis experiências a dois, em família, ou em grupo pelos concelhos que integram as Linhas de Torres. Lançada pela Rota Histórica das Linhas de Torres, (RHLT) a 20 de outubro de 2019, Dia Nacional das Linhas de Torres, a revista INVADE pretende afirmar-se como um convite para visitar o património histórico-militar do sistema defensivo oitocentista da Península de Lisboa, construído no contexto das Invasões Francesas (1807-1811). Trata-se de uma revista turística – Património, Lazer e Gastronomia -, criada para divulgar a riqueza de um território que cruza a história, a identidade, a paisagem e um património único na Europa, com a gastronomia, o enoturismo, o golf, a cultural as atividades equestres, pedestres e desportivas, entre outras experiências únicas e diferenciadoras.

Este é mais um passo para divulgar a riqueza de um território, que se estende entre o Tejo e o Atlântico, que cruza a história, a identidade, a paisagem e um património único na Europa, com a gastronomia, os vinhos, o golfe, as atividades equestres, pedestres e desportivas, entre outras experiências.

Com uma tiragem inicial de 1.500 exemplares, a revista é bilingue e está disponível nos Postos de Turismo e Centros de Interpretação das Linhas de Torres dos municípios de Arruda dos Vinhos, Loures, Mafra, Sobral de Monte Agraço, Torres Vedras e Vila Franca de Xira e em alguns agentes económicos da região, que trabalham o tema das Invasões Franceses, nas suas múltiplas vertentes turísticas. Por exemplo, um dos pontos ASK ME de Lisboa.

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Blogue OLIRAF em destaque na Revista INVADE!

Neste quarto número da “Invade!”, lançado no mês passado, fala-lhe, entre outras coisas, do que pode fazer, visitar, comer e experienciar na região das Linhas de Torres. Damos destaque para a rubrica Mãos à obra… [ver a pág. 16], onde o nosso mentor Rafael Oliveira, autor do Blogue OLIRAF dá uma uma entrevista sobre o seu percurso na área da fotografia, das viagens e na promoçãodo Turismo Histórico-Militar como tendência em crescimento, em virtude do período conturbado que Portugal, e o mundo, atravessam, e dos Travel Bloggers na retoma da atividade turística nacional, nomeadamente na Região Centro de Portugal. E revelamos algumas curiosidades sobre as nossas verdadeiras paixões: a história, fotografia e as viagens.

Aceda e leia [em detalhe e gratuitamente] toda a entrevista aqui.

Boas Leituras!

Não deixe de fazer…

  • percorrer os fortes e redutos que dão corpo à Rota História das Linhas de Torres Vedras;
  • observar um belo pôr-do-sol no Arquipélago das Berlengas;
  • fotografar centro histórico da cidade de Torres Vedras e o seu castelo secular;
  • visitar o Majestoso edifício setecentista do Asilo dos Inválidos Militares de Runa;
  • caminhar pelos trilhos e azenhas das Termas dos Cucos;
  • saborear a gastronomia local e regional no restaurante Napoleão Taberna;
  • fazer um dia de praia nos 20 km de Costa Atlântica do concelho de Torres Vedras;
  • conhecer as estações da Linha de Oeste: Dois Portos, Runa, Torres Vedras e Outeiro da Cabeça.

NÃO PERCA AS MINHAS AVENTURAS E OLHARES FOTOGRÁFICOS NO INSTAGRAM e no SAPO VIAGENS! UM ENCONTRO COM A HISTÓRIA, AO SABOR DAS IMAGENS…

🔗Para mais informações:

Rota Histórica das Linhas de Torres

A Rota Histórica das Linhas de Torres (RHLT) é um projeto turístico-cultural constituído com o objetivo de recuperar e valorizar o património histórico-militar construído no início do século XIX, pelas forças anglo-lusas comandadas pelo Duque de Wellington, para defender a cidade de Lisboa das invasões dos exércitos napoleónicos.

A Rota contempla um conjunto de 152 fortificações, distribuídas por seis municípios, que serviram para defender a região de Lisboa das tropas de Napoleão. Além de Loures, fazem parte desta rota os municípios de Mafra, Torres Vedras, Arruda dos Vinhos, Sobral de Monte Agraço e Vila Franca de Xira.

Este projeto turístico-cultural é alicerçado em circuitos de visita intermunicipal,  apoiados em  seis centros de interpretação, em articulação com um território e as suas comunidades.

No Centro de Interpretação das Linhas de Torres | Sobral de Monte Agraço são proporcionadas experiências pedagógicas que permitem ao visitante, através de novas abordagens sobre a temática, uma maior fruição do património, bem como promover o conhecimento da importância histórica das Linhas de Torres.

PARCEIROS E ASSOCIADOS

Um projeto e uma causa dos Municípios de Arruda dos Vinhos, Loures, Mafra, Sobral de Monte Agraço, Torres Vedras e Vila Franca de Xira.

CILT – Sobral de Monte Agraço

Contactos/informações
Praça Dr. Eugénio Dias, n.º 12
2590-016 Sobral de Monte Agraço

Telefone: (+351) 261 942 296

Email: info@rhlt.pt

Horário: Terça-feira a Domingo das 10h00-13h00 e 14h00-18h00

Encerramento: segunda-feira e feriados

Nota importante [👤]

As presentes informações não têm natureza vinculativa, funcionam apenas como indicações, dicas e conselhos, e são suscetíveis de alteração a qualquer momento. O Blogue OLIRAF não poderá ser responsabilizado pelos danos ou prejuízos em pessoas e/ou bens daí advenientes. As recomendações de produtos turísticos baseiam-se nas experiências [reais] de viagem e o conteúdo editorial é independente de terceiros.  Se quiser partilhar ou divulgar as minhas fotografias, poderá fazê-lo desde que mencione os direitos morais e de autor das mesmas.

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💻 Texto: Rafael Oliveira 📷 Fotografia: Oliraf Fotografia 🌎

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FOTOGRAFIA✈︎VIAGENS✈︎PORTUGAL © OLIRAF (2021)

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🏺Tavira, o legado islâmico (713-1242).

📜Situada no sul de Portugal, no Sotavento Algarvio, Tavira foi a primeira povoação do Algarve a ser elevada a Cidade, a 16 de março de 1520, em carta outorgada por D.Manuel I (1495-1521). Durante o dominio islâmico (713-1242), a vila algarvia foi um próspero e independente Reino Taifa do Al-Andalus (Séc.XII): uma comunidade marítima de piratas. Foi o porto de mar que deu a fortuna e nobreza a Tavira. Era a cidade mais populosa do Algarve nos séculos XV/XVI e detinha um importante porto fluvial para apoio às armadas reais e da defesa das praças conquistadas no Norte de África (Marrocos) pelos portugueses. Tavira é um ponto obrigatório para incluir num roteiro histórico-cultural pela região algarvia. A Cristandade e o Islão foram essenciais na formação e na identidade tavirense e algarvia.

Em árabe, Tabîra quer dizer “a escondida”. Esta cidade do Sotavento Algarvio possui muitas curiosidades e é um regalo para os nossos olhos. E porquê? Vejamos, Tavira possui a beleza do seu rio Gilão, das suas salinas, da ria formosa, as suas antigas muralhas donde podemos avistar a arquitetura urbana e religiosa e os museus que contam o seu dinamismo comercial e estratégico ao longos dos tempos. A partir do Século XII, esta localidade algarvia tornou-se um dos principais centros marítimos e comerciais da costa algarvia. Havia dois factores: um porto defensável e a posição estratégica da estrada que ligava, através da ponte do rio Gilão, Sevilha a Silves. Juntamente com Xilb (Silves) e Ossónoba (Faro), a Tabîra islâmica era uma das mais importantes cidades do Gharb Al-Andalus. Ao percorrer o centro histórico da cidade, podemos comprovar esta importância pela dimensão do seu Castelo e, mais tarde, com as inúmeras Igrejas em diversos estilos arquitectónicos são como uma viagem pela História de Arte em Portugal.

Ponte Velha, datada do séc.XVII, sobre o rio Gilão, e os célebres “telhados de tesoura” de Tavira

Tavira islâmica: um resumo histórico…

Aquando da chegada dos seguidores de Maomé, ao Al Garb al Andaluz, em 712, Tavira estaria deserta ou, na melhor das hipóteses, perdera o fulgor económico e mercantil de outras épocas, particularmente, na época os fenícios. Durante os séculos de domínio árabe, a fortaleza de Cacela, por exemplo, detinha um estatuto de maior importância militar por, ser aí a barra do Rio Gilão. Assim, Tavira seria uma urbe muçuçulmana tardia na história da presença da civilização islâmica da Península Ibérica (711-1492), a comprovar pela falta de elementos materiais anteriores ao século XI. Os muçulmanos conferem à urbe um novo ânimo social, económico, comerical e militar nos séc.XI-XII, chegando esta a ser capital de um Reino Taifa e, durante período almóada, capital de um distrito. Em finais do séc. X/inícios do XI, o castelo é construido no topo da colina de Santa Maria. Entre 1151 e 1167, sob o comando de Amil b. Munib, resistiu com êxito a dois cercos do califa almóada Abu Muhammad ‘Abd al-Mu’mim al-Qa’im. As gentes de tavira eram conhecidas pelas sua forte resistência a poderes centralizadores e movimentos expansionistas do Magrebe, tais como, os almorávidas e os almóadas. Com o avanço da reconquista cristã, a urbe islâmica vai aumentar siginificativamente a dimensão do recinto muralhado com a fixação de população vindos do norte da Peninsula Ibérica em busca de refúgio para áreas com fronteiras mais estáveis a sul e longe da fronteira beligerante entre as hostes cristãos e mouriscas. Os almorávidas dotam Tavira de uma primeira muralha, nos finais do século XI, e mais tarde, os Almóadas fazem uma reforma profunda durante a segunda metade do séc.XII, passando esta a integrar a rede de castelos defensivos do Algarve. Ainda hoje, existem inúmeros vestígios de restos de muralhas construidas em taipa e na alcáçova, conserva-se um exemplar de uma torre albarrã hexagonal.

Torre do Relógio da Igreja de Santa Maria do Castelo – Tavira

A Igreja de Santa Maria do Castelo foi construída após a conquista de Tavira pela Ordem de Santiago (1242) na segunda metade do século XIII e XIV, em estilo gótico, no local onde anteriormente se situara a mesquita maior de Tavira- Estava localizada, no coração da urbe islâmica, dentro do perímetro muralhado e nas proximidades da antiga alcáçova. Mais do que falar sobre as raízes da História da cidade de Tavira, o Núcleo Museológico Islâmico desta cidade é um convite à descoberta do legado material e imaterial da época islâmica. Este núcleo do Museu Municipal de Tavira foi inaugurado em 2012 precisamente no local onde foi achado o famoso “Vaso de Tavira” (1996). Tem na sua exposição permanente – Tavira Islâmica – uma abordagem histórica sobre  a cidade no período islâmico até à reconquista cristã. Resultou, assim, das intervenções arqueológicas efectuadas em vários locais do centro histórico da cidade como, por exemplo, a identificação de um bairro almóada, datado dos finais do século XII/inícios do século XIII, durante as obras de requalificação e adaptação do antigo convento de Nossa Senhora da Graça a Pousada da Enatur (Empresa Nacional de Turismo).

 Núcleo Museológico Islâmico – as origens e o auge da Dinastia Omíada (713-1031) – Museu Municipal de Tavira

Encontro-me com a Dr.ª Sandra Cavaco, a arqueóloga do Município de Tavira, que será a minha guia nesta viagem pela máquina do tempo. A sua linguagem é simples e direta, indo ao encontro dos meus interesses. Fala-me do passado milenar desta cidade, habitada por civlizações antigas, em virtude da sua posição estratégica (oceano atlântico) e comercial (porto de pesca e salinas). Na época islâmica, a cidade de Tabîra era uma “República” de Piratas que atacavam o comércio maritimo muçulmano ou cristão, dando guarida a gentes de má fama. Por esta razão, o poder centralizado e unificado islâmico – os Almorávidas e Almóadas – por sucessivas ocasiões intentou submeter esta cidade de piratas à sua lei. Os Tavirenses só submeteram-se as hostes cristãs no final da primeira metade do séc.XIII à Ordem Militar de Santiago. De acordo com a Crónica da Conquista do Algarve, Tavira foi conquistada aos mouros, em 1242, pelas hostes cristãs de D. Paio Peres Correia, mestre da Ordem de Santiago, como represália pela morte de sete dos seus cavaleiros hospitalários – D. Pedro Pires (Peres ou Rodrigues, comendador da Ordem de Santiago de Castela), Mem do Vale, Durão (ou Damião) Vaz, Álvoro (Álvaro) Garcia (ou Garcia Estevam), Estêvão (Estevam) Vaz (Vasques), Beltrão de Caia e mais um mercador judeu de nome Garcia Roiz (ou Rodrigues) – que caçavam nas imediações da cidade islâmica durante um período de tréguas entre as forças cristãs e a guarnição islâmica. O acordo de paz foi quebrado quando os cavaleiros se aproximaram de Tavira. No interior da Igreja de Santa Maria do Castelo, concretamente nas paredes laterais da capela-mor, estão sepultados estes guerreiros e mártires cristãos que morreram na reconquista cristã de Tavira. Aqui, denotamos a importância crucial da Ordem Militar de Santiago na promoção da reconquista cristã do Alentejo e do Algarve, bem como na afirmação e estabelecimento de Portugal como nação independente.

Vaso islâmico decorado com figuras e animais, datado do séc.XI

Vaso de Tavira é um dos mais expressivos testemunhos da vida na região do Al Andaluz durante o século XI.. É o ex-libris deste espaço museológico e da sua exposição permanente. Trata-se do mais famoso vestígio islâmico da cidade. Segundo os académicos, o vaso cerâmicom de cariz popular, parece representar um rapto nupcial. Apresenta no bordo onze figuras e nas paredes, linhas, retículas, peixes e outros elementos pintados a branco. Destaca-se a noiva com a face descoberta e o noivo com um turbante, ambos a cavalo; um besteiro e um cavaleiro; um tocador de tambor e de adufe; uma tartaruga e várias pombas; e o dote, constituído por um bovídeo, um caprídeo, um camelo e um ovino. Importa também destacar, a torre em Taipa Militar, os restos da muralha islâmica do século XII e o capitel em mármore branco datado da época califal omíada, originária das oficinas da Madinat al-Zahra em Córdoba. Os Muçulmanos foram expulsos, em conjunto com a comunidade judaíca, no final do séc. XV. Ainda hoje, as marcas islâmicas são, ainda, visíveis no centro histórico. Veja-se o topo da antiga colina de Santa Maria – os restos da antiga muralha e castelo islâmico e a mesquita maior – as icónicas portas de reixa, de finos entrelaçados de madeira, evocadoras da herança árabe presente na cultura algarvia.

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📝Nota Informativa:

No âmbito da iniciativa «Redescobrir os Segredos do Algarve | Rota Omíada», promovida pelo Turismo do Algarve com o apoio da Direção Regional de Cultura e do Município de Vila do Bispo, o Blogue OLIRAF relizou um roteiro histórico-cultural pelos 11 municípios, onde se inclui o concelho de Tavira, e 14 localidades que integran a Rota Omíada do Algarve durante o mês de Dezembro de 2016.

🚏 Como chegar

A partir de Lisboa optei por reservar uma viagem em Alfa pendular, através da Comboios de Portugal. Faro era a minha base para efectuar a Rota Omíada do Algarve. Para tal, optei por alugar uma viatura rent-a-car para fazer a ligação entre os diversos pontos histórico-culturais desta rota. Na maioria dos casos, utilizei a via do Infante (A22) e a Nacional 125. No caso da ida para Alcoutim, optei pela A22 até Castro Marim e depois o IC27 (Beja) até Alcoutim (N122-1).

🔗Para mais informações:

Consulte o nosso artigo sobre a Rota Omíada do Algarve (Blogue OLIRAF) para preparar um roteiro histórico-cultural durante as suas férias algarvias, com base no legado omíada no Algarve, onde disponibilizamos inúmeras sugestões, dicas e experiências temáticas de descoberta e exploração da diversidade territorial desta região portuguesa. As experiências disponibilizadas desafiam os turistas a explorar o território e a aumentar o seu tempo de estada na região, com flexibilidade para parar, contemplar e experimentar o muito que há para conhecer, desde os vestígios de castelos e muralhas urbana, testemunhos arqueológicos, espaços museológicos e a diversidade da gastronomia local. Para mais informações sobre a Rota Omíada e a cidade de Tavira, clique nos seguintes links:

Região de Turismo do Algarve – Rota Omíada

Direcção Regional de Cultura do Algarve

Projeto Umayyad Route (Site) | Roteiro Omíada Algarve (PDF)

Museu Municipal de Tavira

Centros históricos de influência islâmica : Tavira, Faro, Loulé, Silves. [ed.] Instituto de Cultura Íbero-Atlântica; coord. Valdemar Coutinho. Portimão : I.C.I.-A., 2001. 55, [3] p. : il. ; 23 cm + 4 f. desdobr. em bolsa resguard.

DOMINGUES, José D. Garcia – O Gharb al-Andalus. Silves : Centro de Estudos Luso-Árabes de Silves, 2011-. v. : il. ; 21 cm

CORREIA, Fernando M. R. Branco. Fortificações urbanas da época islâmica no Algarve, Património islâmico dos centros urbanos do Algarve: contributos para o futuro, 2002, pp.81-90

FERNANDES, Carla Varela.- A Igreja de Santa Maria do Castelo de Tavira. Lisboa: Colibri e Câmara Municipal de Tavira, 2000. 160 pp.: il.; 260 mm

MAIA, Maria Adelaide Garcia Pereira Andrade, MAIA, Manuel Maria da Fonseca Andrade. As muralhas medievais e post-medievais de Tavira, Património islâmico dos centros urbanos do Algarve:contributos para o futuro, 2002, pp.66-80

TAVIRA. Museu Municipal. Núcleo Islâmico – Tavira islâmica. Coord. Maria Maia… [et al.]; textos Ahmed Tahiri… [et al.]; fot. António Cunha, Ana Vieira, Susana Gonçalves. Tavira : M.M. : Câmara Municipal, 2012. 125 p. a 2 colns. : il. ; 29 cm. Contém bibliografia. ISBN 978-972-8705-45-9

TORRES, Cláudio – O vaso de Tavira : uma proposta de interpretação. Fot. António Cunha. Mértola : Campo Arqueológico de Mértola, 2004. 25, [1] p. : il. ; 22 cm. Contém bibliografia. ISBN 972-9375-22-4

VAZ, Adérito Fernandes – Uma visão de Tavira islâmica. [S.l.] : Jornal do Sotavento, 2001 (Tavira : Tip. Tavirense). 264 p. : il. ; 21 cm. Bibliografia, p. 261. ISBN 972-95621-1-3


Nota importante [🔍]

As presentes informações não têm natureza vinculativa, funcionam apenas como indicações, dicas e conselhos, e são susceptíveis de alteração a qualquer momento. O Blogue OLIRAF não poderá ser responsabilizado pelos danos ou prejuízos em pessoas e/ou bens daí advenientes. As recomendações de produtos turísticos baseiam-se nas experiências [reais] de viagem e o conteúdo editorial é independente de terceiros. Se quiser partilhar ou divulgar as minhas fotografias, poderá fazê-lo desde que mencione os direitos morais e de autor das mesmas.

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🖋 Texto: Rafael Oliveira   📷 Fotografia: Oliraf Fotografia 

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FOTOGRAFIA✈︎VIAGENS✈︎PORTUGAL©OLIRAF (2020)

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📌De Alenquer a Alcobaça: 7 Castelos Medievais para (re) descobrir na Região Oeste de Portugal.

📜O nosso país é uma “paisagem com castelos”, disse o Prof. Mário Jorge Barroca (2003). Os Castelos são os monumentos mais representativos do imaginário medieval português e um paradigma das origens da nossa nacionalidade. Todos os anos, a 7 de Outubro, celebra-se o Dia Nacional dos Castelos. Esta data foi instituida, em 1984, pela Associação Portuguesa dos Amigos dos Castelos (APAC), para comemorar o nosso património fortificado medieval que pontificam o nosso país, cujo objetivo é convidar o público para fruição dos mesmos, através de um conjunto de iniciativas que visem a sua reflexão e salvaguarda patrimonial e histórica, por exemplo, com visitas gratuitas, passeios e atividades didáticas. Ainda hoje, os Castelos fazem as delícias dos mais novos e dos graúdos. Não somos excepção. Entre serras e o atlântico, um roteiro fotográfico pelo passado medieval da antiga província histórica da Estremadura. De Alenquer a Alcobaça, fomos percorrer inúmeros Castelos e Muralhas com História e Memória.

Na Idade Média reinava a lei do mais (castelo) forte! Os Castelos encontravam-se, estrategicamente, localizados na confluência de antigas vias romanas, erguendo-se em colinas de terreno acidentado, nas imediações de zonas dotadas de assinalável diversidade de recursos naturais e de campos de cultivo (rios, florestas ou pedreiras) essenciais à sobrevivência e fixação de comunidades humanas, a exemplo dos inúmeros testemunhos e achados arqueológicos identificados até ao nossos dias. Eram, assim, construções isoladas e com implantação harmónica entre o meio envolvente. Os Castelos e a Idade Média ainda fazem as delicias do nosso imaginário coletivo. Desde pequeninos, nos bancos da primária, os Professores contam-nos inúmeras estórias, contos de ficção e lendas de Cavaleiros, Donzelas, Mouras ou de prolongados cercos!

O atual território da região Oeste de Portugal, a antiga província histórica da Estremadura, foi conquistado, em definitivo, aos mouros durante o reinado de D. Afonso Henriques (1109-1185). Após a conquista de Lisboa (1147) e da maioria das praças fortificadas à volta da futura capital do reino – Sintra, Almada, Palmela e Alenquer – pelas forças cristãs, as estruturas defensivas oestinas foram, entre 1147 e 1148, caindo na posse das hostes afonsinas e doadas a comunidades estrangeiras pelos serviços e auxílios prestados nesses cercos, assédios e conquistas militares. Torres Vedras foi doada, em 1149, a D.Fuas Roupinho, primeiro almirante da esquadra portuguesa, pelo serviços prestados à coroa portuguesa na conquista de Lisboa. E ainda hoje, encontramos vestígios na toponímia regional. Veja-se o caso da localidade de Vila Verde dos Francos. Doada, em 1160, a uma comunidade de cruzados franceses, chefiada pelo capitão franco D.Alardo, que participaram na conquista de Lisboa (1147). Desde então, os territórios das vilas, reguengos e castelos da região Oeste faziam parte dos dotes importantes das rainhas portuguesas. Desde 1210 que a vila medieval de Óbidos integrava o património das rainhas: a Casa das Rainhas. Estas últimas detinham senhorios em Alenquer, Torres Vedras e Óbidos. D. Isabel de Aragão, mulher de D. Dinis, recebeu como dote, em 1281, a vila medieval de Óbidos, as rendas em numerário e das vilas de Atouguia da Baleia (1307).  Posteriormente, a rainha D. Leonor Teles, através de doação de D. Fernando I, recebeu Torres Vedras, Alenquer, Atouguia e Óbidos. D. Filipa de Lencastre, mulher de D. João I, recebeu as rendas da alfândega de Lisboa, bem como as vilas de Alenquer, Sintra, Óbidos, Alvaiázere, Torres Novas e Torres Vedras.

♜Castelos e Muralhas Medievais: um resumo histórico

Na Europa da Idade Média (séc.V até ao séc.XV), os Castelos dominavam não apenas a paisagem e a forma de fazer a guerra, mas a sociedade à sua volta. Em virtude da queda do Império Romano, as migrações/invasões bárbaras e a violência no território europeu conduziram à edificação de muralhas e estrutura defensivas, em madeira ou pedra, de forma precipitada para proteção e controlo do território. A Europa ruralizou-se e transformou-se numa sociedade de senhores e camponeses. Eram os símbolos do poder senhorial (o Feudalismo) e militar, vigias do território, local de residência, centro de justiça e da capacidade de projetar hostes para diversos cenários bélicos. Cada castelo era único. Não há nenhum igual. Tinham de ser elegantes arquitetonicamente e formidáveis defesas bélicas. Aproveitavam as matérias-primas na sua região envolvente (madeira, pedra, cal ou barro), aproveitavam as vantagens proporcionadas pela terreno/paisagem envolvente. E muitas vezes refletiam traços regionais e gostos pessoais na arte de fortificar. No século XV-XVI, os Castelos foram perdendo a sua autoridade feudal e a capacidade defensiva em virtude da evolução da pirobalística (artilharia), face à centralização do poder régio e criação de exércitos reais. As muralhas tornaram-se mais baixas e largas, reforçadas com numerosos baluartes/bastiões. A Era dos Castelos e das Alcáçovas dava lugar à Era das Fortificações Abaluartadas/ Palácios. A radical mudança nas tácticas militares, motivada pela introdução da pirobalística, determinou o início de uma longa decadência do Castelo Medieval. A maioria serviram para pedreiras. Muitos foram salvos na época romântica, veja-se o caso do Castelos dos Mouros no séc.XIX.

Para fazer este roteiro, percorremos os antigos castelos que dominavam os territórios da antiga província histórica da Estremadura que durante séculos pertenceram ao dote das rainhas de Portugal – Casa das Rainhas – Alenquer, Óbidos, Torres Vedra ou Atouguia da Baleia. O mais difícil pode ser saber por onde começar a viajar. Hoje, são uma marca inconfundível na paisagem oestina, veja alguns deles:

🏰 Castelo de Alcobaça (ruínas)

Fachada do Mosteiro de Alcobaça, vista das ruínas do Castelo Medieval.

Situada na confluência dos rios Alcoa e Baça, Alcobaça é detentora de um singular património histórico-cultural. E de uma história de amor imortal, a de Pedro e Inês. O castelo, hoje em ruínas, é um lugar privilegiado para a observação do mosteiro e do território dos antigos coutos da ordem de cister. Edificado, segundo a tradição local, pelos Visigodos. Foi conquistado, em 1148, por D.Afonso Henriques, aos mouros. Mais tarde, o castelo e o território envolvente foi doado à Ordem Religiosa de Cister. Surge, assim, em 1153, um do mais antigos espaços religioso de Portugal: o Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça. Este espaço fortificado foi vital para a defesa da povoação local e da comunidade de monges cistercienses, bem como ponto estratégico no processo de conquista – Norte/Sul – pelas hostes cristãs dos territórios na posse dos muçulmanos. Na proximidades, o leitor poderá visitar outra estrutura militar medieval: as muralhas do Castelo de Alfeizerão.

🏰 Castelo de Alenquer

Pormenor da cerca muralhada da vila de Alenquer

Alenquer foi conquistada pelas forças cristãs ao muçulmanos, em 1148, após o cerco de Lisboa. Era uma das estruturas defensivas mais importantes da Península de Lisboa. Mais tarde, D. Sancho I dá ordens para a edificação de um paço para acolher a sua filha D.Sancha. A partir do século XIII, esta localidade passou a integrar o dote de casamento das rainhas e foi, sucessivamente, integrada no património da Casa das Rainhas. No final da Idade Média, Alenquer detinha uma residência real. Veja-se o caso da Rainha Santa Isabel. Durante a Crise de 1383-85, a rainha D. Leonor Teles refugiou-se aqui das forças do Metre de Avis. Em virtude do apoio do alcaide à causa castelhana, o Castelo foi cercado e parcialmente destruido, em 1385, pelas forças régias de D.João I. Ao longo dos séculos, progressivamente, esta fortificação foi abandonada e entrou em decadência. Em alguns casos, foi usada como pedreira. Na década de 40 do século XX, a Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN)  restarou alguns trechos da muralha medieval.

🏰 Castelo de Atouguia da Baleia (ruínas)

Castelo de Atouguia da Baleia, vista geral.

É uma das mais antigas fortificações da região Oeste. Ainda hoje, a povoação de Atouguia tem um considerável património edificado que atesta a sua importância na época medieval. Durante o desconfinamento, optei por visitar esta localidade do atual concelho de Peniche. Veja-se o magnifico pelourinho e o templo românico-gótico, a igreja matriz de Atouguia da Baleia, classificado como Monumento Nacional. Detinha, à época, um importante porto atlântico para o comércio, caça à baleia e de construção naval. O Castelo, situado nas imediações da Igreja de São Leornado, tinha como função a defesa do porto de mar e de promover a fixação da população no território. Foi sede de um importante concelho medieval (séc.XII). Em 1307, D. Dinis doou a vila e a sua alcaidaria à rainha Santa Isabel. Em virtude desta localidade como pólo pesqueiro à baleia, no séc. XV, foi determinada que a vila passasse a ser conhecida por Atouguia da Baleia. E, no reinado de D.Afonso V (1448), foi criado o título nobiliárquico Conde de Atouguia. Em virtude do assoreamento da ribeira de São Domingos, Atouguia foi perdendo relevância para a pequena aldeia piscatória de Peniche – póvoa de Peniche -, junto à costa atlântica. De planta oval, com torre de adossada por fora das muralhas, apenas subsiste um recinto amuralhado restando, como elemento mais significativo, a Torre de Menagem. Atualmente, a antiga fortificação medieval é uma propriedade privada, adaptada para turimo rural: a “Casa do Castelo”.

🏰 Torre do Carvalhal (Bombarral)

Torre do Carvalhal, também denominada «dos Lafetas ou Lafeitas»

Localizada no Bombarral, a Torre do Carvalhal é a construção mais antiga do concelho. Apesar de não ser um Castelo, optei por incluir este monumento em virtude da sua tipologia bélica e habitacional, demonstrativa do poder senhorial na época medieval. Esta “casa-torre” é referida, no século XIII, num testamento régio de D.Sancho II, numa doação a um fidalgo de Vila Verde dos Francos. Mais tarde, no séc. XVI, o imóvel foi adquirido por uma importante familia de comerciantes/mercadores italianos, os Lafetat, estabelecidos no reinado de D.Manuel I em Portugal. João Francisco de Lafetá era fidalgo da Casa Real e comendador da Ordem de Cristo. Esta familia está na origem da actual Quinta do Loridos. Trata-se de um belo exemplo da adaptação de uma estrutura defensiva, de cariz medieval, a paço residencial. Símbolo do poder senhorial e de prestígio social, a partir de então, a Torre do Carvalhal passou a ser denominada como “Torre do Lafetás” e manteve-se na posse desta família nobre local até ao século XVIII.

🏰 Igreja do Castelo da Lourinhã

Igreja de Santa Maria do Castelo, um belo exempla da arquitectura religioa gótica em Portugal

Território outrora habitado por dinossauros, a Lourinhã constitui um bom exemplo da arquitetura militar e religiosa. É o caso da Igreja de Santa Maria do Castelo. Este monumento religioso, datado do séc. XIV, é um do poucos vestígios existentes da antiga estrutura defensiva militar deste concelho oestino. As terras da Lourinhã foram doadas, após a conquista do território estremenho aos muçulmanos (1147-1148), por D.Afonso Henriques a D.Jordão, um cavaleiro franco oriundo de Lorient. Este edifício gótico, monumento nacional, tem uma da mais belas rosácea do nosso país. Foi construído no reinado de D.João I, após a doação da localidade ao Arcebipo de Braga, D. Lourenço Vicente, apoiante da causa do Mestre de Avis durante a crise de 1383/1385. Nas proximidades, pode admirar-se um belo Cruzeiro quinhentista e observar a vasta paisagem circundante que se estende até ao oceano.

🏰 Castelo e muralhas de Óbidos

Castelo de Óbidos, vista da Várzea da Rainha

Óbidos é senhora e rainha de um majestoso Castelo Medieval e de abundante casario intra-muros, típico da antiga província histórica da Estremadura! É uma das 7 maravilhas de Portugal (Património Monumental) e considerada a jóia turística da região Oeste. Para mim, Óbidos é a vila-rainha do Turismo Português. Anualmente, milhões de turistas passeiam na sua icónica e colorida Rua Direita. Ainda hoje, esta rua é a ligação mai rápida até ao Castelo. As pedras contam muitas histórias da nossa História. O imaginário Medieval ainda resiste e persiste, tal como estes “Guerreiros de Pedra” resistiram a inúmeros cercos, batalhas e escaramuças ao longo da sua milenar História. O Castelo de Óbidos e as suas muralhas adjacentes, segundo o arquitecto Raul Lino (1879-1974), são “um dos exemplares mais perfeitos da fortaleza medieval portuguesa”. Durante muito tempo, esta maravilhosa, singela e pitoresca vila de Portugal, esteve nas mãos dos Mouros, que tinham pelo local uma especial e justificável predileção. Foi conquistada, em finais de 1147, por um grupo de cavaleiros cristãos, liderados por Gonçalo Mendes da Maia, “O Lidador”, aos seguidores do Profeta Maomé. De seguida, o monarca afonsino ordenou a construção de uma cintura de muralhas erguida em volta do casario medievo e dos principais pontos estratégicos – as torres e as ameias – que vigiavam o litoral atlântico. Em 1195, o rei Dom Sancho I atribuiu a primeira Carta de Foral a Óbidos. Mais tarde, El-Rei Dom Dinis (1261-1325) resolveu dar à sua jovem esposa D.Isabel de Aragão (1271-1336), em 1281, como dote a mais bela jóia da Estremadura: Óbidos. As rainhas dispunham, assim, de “casa própria”, de rendimentos, terras e,acima de tudo, de espaços para recreio e lazer, na sua grande maioria, por doação régia. Esta vila medieval esteve até 1833 inserida no património da Casa das Rainhas.  Ainda hoje, o viajante poderá comprovar o impacto do mecenato régio em inúmeros edificios que dão forma ao património edificado desta localidade. Com a implantação do regime liberal, a Casa das Rainhas foi extinta, por decreto de 18 de Março de 1834, pelo rei D. Pedro IV,  sendo o seu património, bens e rendas integrados no Estado Português. Em suma, esta vila-museu é um marco  histórico-cultural e paisagístico incotornável do Centro de Portugal, em especial, da identidade da região Oeste.

🏰Castelo de Torres Vedras.

Ruinas do Palácio dos Alcaides, um dos pontos fortes do Castelo de Torres Vedras

Vedras. Torres Vedras. É a cidade mais importante e populosa da região Oeste. Em Torres Vedras encontramos um dos mais belos castelos do Oeste. Pedras com História. Segundo fontes históricas, ao III milénio a.C, beneficiando das notáveis condições naturais de defesa (colina) e de abastecimento (rio). Mais tarde, os Romanos e os Árabes reforçaram o complexo militar edificado, neste caso, as muralhas e a Alcáçova do Castelo, deixando inúmeros vestígios da sua presença ancestral. Do Castelo Medieval restam apenas os vestígios arquitectónicos da Igreja de Santa Maria do Castelo e a cerca oval, que foi reforçada por ordem de D.Manuel I (1495-1521), comprovada pela porta de armas com a esfera armilar. Durante o Século XVI, o complexo do interior do Castelo foi renovado com a construção do Palácio dos Alcaides (1519) pelo alcaide-mor D.João Soares de Alarcão. Para a construção da mesma, foi destruída a torre de menagem de origem medieval. O Bastião ultra-semi-circular, com canhoeira, do antigo Palácio dos Alcaides (1519), projetado pelo arquiteto régio Francisco de Arruda que podemos encontrar, por exemplo, em Aguz (Marrocos), Évora-Monte (1525), ou Vila Viçosa (1525). O Castelo de Torres Vedras esteve envolvido em inúmeras datas e acontecimentos de enorme importância no decurso da História de Portugal. Por exemplo, no contexto da Guerra Civil de 1383-1385, o Castelo esteve cercado durante dois meses pelo Mestre de Avis, futuro D. João I, pois estava sob o domínio dos partidários de Castela. Mais tarde, em 1414, o Conselho Régio do monarca D.João I decidiu tomar a praça do Norte de Africa (Ceuta). A cidade de Torres Vedras, e o seu castelo, encontra-se intimamente ligada ao inicio da expansão portuguesa.

🏰Castelo de Vila Verde dos Francos (ruínas)

Castelo de Vila Verde do Francos, um panorama paisagítico singular

Vila Verde de Francos foi terra de Judeus, mouros e cruzados francos. O topónimo desta localidade do sopé da Serra de Montejunto, no concelho de Alenquer, não engana o viajante mais distraído. Em 1160, D.Alardo, cruzado francês que auxílio as hostes afonsinas nas conquista das praças muçulmanas, foi o impulsionador da construção da antiga estrutura defensiva medieval. Tinha um pequeno templo religioso dedicado a S. Luís, atestando a sua origem franca. Um castelo votado ao abandonado. O seu avançado estado de ruína torna impossível a sua reconstituição e tipificação da sua estrutura defensiva original, apesar da existência num dos extremos da muralha dos retos da Torre de Menagem. Contudo o seu dificil acesso, não impende uma visita mais atenta para apreciar a paisagem envolvente, nomeadamente, um miradouro natural para a majetosa Serra de Montejunto.

De Alenquer a Alcobaça, passando por Torres Vedras e Óbidos…

Os Castelos são testemunhos da História e fazem parte do nosso imaginário coletivo. São monumentos, grandes conjuntos edificados em pedra, símbolos de uma dualidade de estética que os seus promotores (senhores, nobreza ou monarcas) queriam transmitir aos seus súbditos, inimigos ou invasores: a imagem de força e de poder. Com tantos castelos por toda a Europa, não é fácil escolher os melhores

Não deixe de fazer…

  • explorar as ruínas do antigo Convento de Penafirme;
  • observar um belo pôr-do-sol em Santa Cruz;
  • percorrer os diversos trilhos pedestres da Serra do Picoto, Montejunto, Archeira e do Socorro;
  • fotografar os inúmeros fortes e os redutos da Rota Histórica das Linhas de Torres;
  • participar no corso carnavalesco de Torres Vedras;
  • assistir à recriação histórico-militar da Batalha do Vimeiro de 1808;
  • viajar na centenária Linha Ferroviária do Oeste até Óbidos ou Caldas Rainha;
  • provar a gastronomia regional e local na Napoleão Taberna;
  • fazer viagem nostálgica pelas termas da região oeste: Vimeiro, Cucos e Caldas da Rainha;
  • realizar uma prova de enoturismo na pitoresca Quinta da Boa Esperança;
  • observar a fauna e a flora única em Portugal, em especial, as gaivotas de pata amarela, os airos, o corvo-marinho-de-crista, a galheta e a cagarra (Birdwatching) no Arquipélago das Berlengas;
  • efetuar diversas atividades lúdicas ligadas à natureza, aventura e turismo náutico, tais como,  canoagem, passeios de barco e caminhadas, na Lagoa de Óbidos- Foz do Arelho, com as empresas de animação turística: Interdital e Passa Montanhas;
  • percorrer os inúmeros pontos da Rota Bordaliana das Caldas da Rainha;
  • participar, entre Setembro e Outubro, nas vindimas na Quinta do Gradil;
  • conhecer o património natural da Paisagem Protegida da Serra do Socorro e Archeira;

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🚏 Como chegar:

🚗 Carro

  • Sul: Caldas da Rainha fica a cerca de 90km do aeroporto internacional da Portela, em Lisboa. O percurso mais indicado é o da Autoestrada A8, que liga Lisboa a Caldas da Rainha em menos de sessenta minutos de viagem automóvel.
  • Norte: A autoestrada do Oeste (A8) é a principal via de acesso aos concelhos da região Oeste, que tem ligação com a A1, em Pombal, até Leiria. Se vier junto ao litoral, a A17 é uma boa opção, já que tem ligação directa à A8. Se optar por evitar a autoestrada, utilize a EN1.
  • Interior: A melhor forma de chegar vindo do Interior é a A15, em Santarém, que liga à A8, num troço gratuito.

🚍 Autocarro
Poderá consultar os horários das ligações em autocarro para a região Oeste nas seguintes transportadoras:

Rede Expressos
Web: www.rede-expressos.pt
Rodoviária do Tejo, S.A.

Tel: 967449867
Web: www.rodotejo.pt
Barraqueiro

Tel: 217511600   Fax: 217511670 
Web: www.barraqueirotransportes.pt E-mail: rodoest@rodoest.pt
Informações HoráriosTel: 261334150   Fax: 217334152 
E-mail: barraqueiro-oeste@rodoest.pt

🚆Comboio

A viagem de comboio é também uma opção, não obstante de nem todas as estações do país terem ligação direta com a Linha do Oeste. Por exemplo, a cerca de 18 km, a estação de Torres Vedras é a mais próxima da Lourinhã. Consulte os horários da CP na seguinte ligação: www.cp.pt

🔗Para mais informações:

O Turismo Centro de Portugal disponibiliza, gratuitamente, oito roteiros turísticos “Road Trips Centro de Portugal”. Estes são roteiros temáticos de descoberta e exploração da diversidade territorial da região centro do país. Em tempos de pandemia, o conceito de viajar de carro (“Road Trips” são “Viagens por Estrada” em português), a dois, em família ou entre amigos, nunca fez mais sentido. Os roteiros disponibilizados desafiam os turistas a explorar o território e a aumentar o seu tempo de estada na região, com flexibilidade para parar, contemplar e experimentar o muito que há para conhecer. Para mais informações, clique aqui.

Oito roteiros para descobrir de carro o centro de Portugal | Turismo |  PÚBLICO

Este artigo foi efetuado com base no roteiro “Road Trips Centro de Portugal – Oeste”, disponibilizado pela Delegação Turismo Centro Portugal – Oeste (Óbidos). A Rota dos Castelos e Fortalezas do Oeste tem como objetivo percorrer e dar a conhecer os castelos e fortalezas da região Oeste, tais como, os Castelos de Óbidos e Torres Vedras, as fortalezas de Peniche ou das Berlengas e a Rota Histórica das Linhas de Torres. Neste contexto particular, optamos por percorrer e conhecer, entre Julho e Agosto de 2020, os Castelos Medievais da antiga província histórica da Estremadura. Deixo, em anexo, algumas monografias temáticas utilizadas na elaboração deste artigo:

BARROCA, Mário Jorge – Uma paisagem com castelos, Porto : Universidade do Porto. Faculdade de Letras. Departamento de Ciências e Técnicas do Património, Arquitectando espaços : da natureza à metapolis, 2003, 173-182

Goitia, Fernando Chueca, (2008). Breve História do Urbanismo, 7.ª edição, Editorial Presença, Lisboa, ISBN: 978-972-23-1541-8.

História militar de Portugal. Coord. Nuno Severiano Teixeira; texto Francisco Contente Domingues, João Gouveia Monteiro. 1ª ed. Lisboa : A Esfera dos Livros, 2017. 710, [16] p. : il. ; 24 cm. ISBN 978-989-626-831-2

MARTINS, Miguel Gomes ; AGOSTINHO, Paulo Jorge – Guerra e poder na Europa medieval : das cruzadas à guerra dos 100 anos. coord. João Gouveia Monteiro. Coimbra : Imprensa da Universidade de Coimbra, D.L. 2015. 350 p., [16] p. il. : il. ; 24 cm. (Investigação). ISBN 978-989-26-1022-1

MARTINS, Miguel Gomes – Guerreiros de pedra : castelos, muralhas e guerra de cerco em Portugal na Idade Média. 1ª ed. Lisboa : A Esfera dos Livros, 2016. 398 p. : il. ; 24 cm. Bibliografia, p. 379-398. ISBN 978-989-626-734-6

SILVA, Libório Manuel da ; MARTINS, Miguel Gomes – Castelos, maravilhas de Portugal. Pref. João Gouveia Monteiro; trad. David Hardisty, Margarida Fernandes. 1ª ed. Vila Nova de Famalicão : Centro Atlântico, 2019. 153, [1] p. : il. ; 33 cm. (Artes). ISBN 978-989-615-227-7

Nota importante [🔎]

As presentes informações não têm natureza vinculativa, funcionam apenas como indicações, dicas e conselhos, e são susceptíveis de alteração a qualquer momento. O Blogue OLIRAF não poderá ser responsabilizado pelos danos ou prejuízos em pessoas e/ou bens daí advenientes. As recomendações de produtos turísticos baseiam-se nas experiências [reais] de viagem e o conteúdo editorial é independente de terceiros. Se quiser partilhar ou divulgar as minhas fotografias, poderá fazê-lo desde que mencione os direitos morais e de autor das mesmas.

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 ✒️Texto: Rafael Oliveira   📸 Fotografia: Oliraf Fotografia 

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👨‍🏫Blogue OLIRAF no “Seminário Online de Turismo Militar 2020” ⚔️

📝O Blogue OLIRAF, através do nosso fundador, Rafael Oliveira, participou no “Seminário de Turismo Militar 2020”, na qualidade de orador do PAINEL II – TURISMO MILITAR E INOVAÇÃO: MARCAS E PRODUTOS, que teve lugar no passado dia 17 de setembro (5ª feira), às 15H, através da plataforma Zoom e em direto no Facebook | Youtube. Este evento que, este ano decorreu online, foi organizado pela Associação de Turismo Militar Português, em parceria com a Câmara Municipal de Tomar, a Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal e o Techn&Art – Centro de Tecnologia, Restauro e Valorização das Artes, do Instituto Politécnico de Tomar.

O projeto fotográfico OLIRAF concilia o gosto pelas estórias da História, da Fotografia e das Viagens. Rafael Oliveira é um “travel blogger” que presta uma atenção muito especial ao património histórico-militar.

Três dias, três temas e um assunto central: o Turismo Militar em Portugal. Nos dias 16, 17 e 18 de setembro, decorreu o “Seminário Online de Turismo Militar 2020”, um evento organizado pela Associação de Turismo Militar Português, em parceria com o Município de Tomar, a Entidade Regional Turismo Centro de Portugal e o Techn&Art – Centro de Tecnologia, Restauro e Valorização das Artes.O evento contou com a presença de diferentes oradores das áreas do Turismo e da Cultura, parceiros de diferentes instituições públicas e privadas e teve como assunto central o Turismo Militar em Portugal. Cada painel contou com diversos oradores convidados, que fizeram uma breve apresentação do seu percurso profissional e responderam a questões colocadas pela moderadora, com espaço para debate num ambiente informal. O objetivo deste “Seminário Online”, segundo a ATMPT e os seus associados, era falar sobre alguns dos temas relacionados com a preservação/salvaguarda/divulgação do património histórico-cultural, o desenvolvimento de produtos de Turismo Militar e a importância deste segmento do Turismo Cultural em Portugal no contexto pós-covid.

A partir do minuto 48, poderão ver a minha entrevista no âmbito do “Seminário Online de Turismo Militar 2020”
17 de setembro | 15h00
Painel II – Turismo Militar e Inovação: Marcas e Produtos Moderador: Manuela Silva, Professora Adjunta Convidada do IPT e Investigadora Integrada do Techn&Art/IPT
Participantes convidados:
Marco Noivo, Guia-Intérprete oficial / Docente no Instituto Superior de Novas Profissões e na Universidade Lusófona
Paulo Monteiro, Diretor executivo da Glorybox
Rafael Oliveira, Autor do Blogue Oliraf

Foi gratificante ter aceite o desafio da ATMPT. Tivemos oportunidade de partilhar as nossas experiências sobre a importância do Turismo Militar em Portugal, enquanto segmento do Turismo Histórico-Cultural, e a as inúmeras estórias da História que partilhamos na nossa plataforma preferida de partilha online: o blogue. Como Travel Bloggers salientamos a importância destes parceiros, sejam autodidatas ou profissionais, para a divulgação de um todo um conjunto de experiências culturais, aliadas às atividades ao ar livre (Trekking, Slide ou Canoagem), às narrativas (Storytelling), à gastronomia e aos vinhos (Enoturismo), que aguardam ser vivenciadas por todos nós. De facto, o Turismo Militar pode ser um Turismo associado a experiências. Experiências, estas, que nos permitam conhecer, saborear e sentir um determinado, com tempo e com calma, território e do que melhor existe no nosso país. Alertamos, também, para a importância da temática das Invasões Francesas como produto turístico. São exemplos a Rota História das Linhas de Torres (RHLT), a Recriação Histórica do Cerco de Almeida (1810) e a futura aposta na rota pedestre e equestre luso-espanhola (Projecto Interreg NAPOTECP – Rotas napoleónicas por Espanha e Portugal), financiado com fundos do POCTEP. O património do tempo das invasões francesas é, cada vez mais, um produto turístico de qualidade e sustentável, capaz de criar riqueza e emprego em regiões espanholas (Castela & Leão) e em Portugal (Região Centro) ameaçadas pelo despovoamento, envelhecimento e falta de oportunidades no território. No final da entrevista, salientamos a importância de produtos turísticos diferenciadores da região Centro de Portugal, vulgarmente, conhecida como Turismo Centro de Portugal, vitais para estruturação dos territórios de baixa densidade. A longo prazo, a nosso entender, vão ser vitais para a dinamização da economia local e no aumento da oferta turística existente no seu território passível de ser integrada no Turismo Militar em contexto nacional. O Turismo Histórico-Militar é um bom mote para partir à descoberta do nosso país.

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📝Nota Informativa:

Em nome do Blogue OLIRAF, um agradecimento à Associação de Turismo Militar Português (ATMPT), na pessoa da Secretária-geral da ATMPT, Dr.ª Lígia Mateus, pelo convite para falar sobre a nossa experiência como “Travelbloggers” na promoção da História de Portugal e na divulgação de experiências relacionadas com o Turismo Histórico-Militar, de acordo com os nossos critérios editoriais, junto de um público mais abrangente. Face à “nova normalidade”, o Blogue OLIRAF deseja que a próxima iniciativa decorra no formato presencial.

🔗Para mais informações:

Recentemente, a convite da Associação de Turismo Militar Portuguesa (ATMPT), tive oportunidade  de escrever um pequeno artigo de opinião para o blogue da AMTPT sobre a importância dos Travell Bloggers na divulgação e promoção do Turismo Histórico-Militar em Portugal. Deixo, aqui, o link para aceder ao texto de opinião.

Turismo Militar (Blogue OLIRAF)

Associação de Turismo Militar Português (ATMPT)

Seminário Online de Turismo Militar 2020

Nota importante [🔎]

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✒️ Texto: Rafael Oliveira  📸 Fotografia: Oliraf Fotografia 

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📝À conversa com a Associação de Turismo Militar Portuguesa (AMTPT) sobre Blogues e Turismo Militar.

💻Nos dias de hoje, a Internet é a forma mais rápida de chegar a uma audiência mais vasta num mundo cada vez mais global, onde o mercado global de turismo se caracteriza pela maior oferta de produto e destinos vocacionados para o turismo de massas. O aumento exponencial de novas plataformas de partilha de informação – os blogues – e de partilha de conteúdos – o Facebook e Instagram – tem incrementado a procura de um “nicho de turismo” que prima pela qualidade de oferta turística e pela diversidade de experiências. E há cada vez mais portugueses interessados neste novo mercado e produto turístico mais individualizado, exigente e especializado: o Turismo Histórico-Militar.

“(…) Rafael Oliveira é um “travel blogger” que presta uma atenção muito especial ao património histórico-militar. Escreveu para a nossa parceira Associação de Turismo Militar Português um artigo de opinião sobre a importância deste tipo de blogs para a promoção do turismo militar em Portugal.

Recentemente, a convite da Associação de Turismo Militar Portuguesa, tive oportunidade  de escrever um pequeno artigo de opinião para o blogue da AMTPT sobre a importância dos Travell Bloggers na divulgação e promoção do Turismo Histórico-Militar em Portugal. Deixo, aqui, o link para aceder ao texto de opinião.

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Leia o nosso artigo em www.patrimonio.pt

À conversa no sofá…

Face à atual pandemia de Covid-19, a ATMPT tem promovido uma série de “Conversas de sofá com o Turismo Militar”, entrevistas com inúmeros convidados, de entidades públicas e privadas, que irão falar sobre a importância, a missão e as valências do Turismo Histórico-Militar, através de videoconferência, numa tentativa de fazer frente ao isolamento social que o nosso país e o mundo estão a sofrer.

No passado dia 18 de abril, esta iniciativa denominada, contou com a presença do Diretor do Museu Militar da Madeira, o Coronel Luís Neri. Se perdeu a entrevista, pode assistir à sessão na íntegra no site www.turismomilitar.pt ou no Facebook Turismo Militar. 

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📝Nota Informativa:

O nosso agradecimento à Associação de Turismo Militar Português (ATMPT), na pessoa da Secretária-geral da ATMPT, Dr.ª Lígia Mateus, pelo convite para escrever sobre a nossa experiência como Travelbloggers na promoção da História de Portugal e na divulgação de experiências relacionadas com o Turismo Histórico-Militar, de acordo com os nossos critérios editoriais, junto de um público mais abrangente. 

🔗Para mais informações:

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💻 Texto: Rafael Oliveira 📷 Fotografia: Oliraf Fotografia 🌎

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📌À descoberta do Forte de São João Baptista: sentinela de Peniche, guardiã da Berlenga.

📷 A região Oeste de Portugal presenteia-nos com paisagens bucólicas verdejantes, areais dourados a perder de vista e locais com monumentos singelos. Situada a escassas sete milhas do Cabo Carvoeiro, cerca de dez quilómetros, o Arquipélago das Berlengas destaca-se como um dos paraísos perdidos da costa portuguesa. É um bom mote para passar uma jornada diferente que contemple actividades de lazer pela natureza e património edificado da Ilha Grande da Berlenga. Deixo-vos, assim, as impressões pessoais e olhares fotográficos de um antigo exemplar fortificado da costa marítima portuguesa. Vamos embarcar nesta viagem?

“É necessário sair da ilha para ver a ilha. Não nos vemos se não saímos de nós.”, afirmou o escritor José Saramago. Seguindo a velha máxima da entidade que promove o destino Portugal, “Vá para fora, cá dentro” , optei por realizar uma incursão fotográfica à Ilha da Berlenga. Trata-se de um dos mais conhecidos e concorridos destinos turísticos na região Oeste de Portugal durante a época de veraneio. Situada numa região de intenso tráfego marítimo, o arquipélago das Berlengas sempre foi um local apelativo e ao mesmo tempo perigoso para a navegação marítima. A ocupação humana da Ilha da Berlenga tem mais de dois mil anos como comprova a investigação arqueológica levada a cabo por Jacinta Bugalhão e Susana Lourenço. Comprovou-se, segundo o estudo citado anteriormente, que a Ilha da Berlenga era utilizada como fundeadouro para embarcações comerciais de médio e longo curso, nomeadamente aquelas que percorriam as rotas de ligação entre o Mediterrâneo e os territórios romanos atlânticos.

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Créditos da Imagem ©️ Projecto LIFE Berlengas

O Forte de São João Baptista ao longo da História…

A ocupação humana da Ilha da Berlenga, ao largo da costa da península de Peniche, remonta à primeira metade do século XVI, mais concretamente, ao ano de 1513. Todavia, alguns arqueólogos e historiadores, admitem a presença humana possa remontar à época Romana (século I a.C.). A ocupação efectiva do território da Ilha Berlenga foi feita por uma  pequena [e corajosa] comunidade de monges Jerónimos (movimento eremítico inspirado em São Jerónimo), com edificação de um espaço monástico – o Mosteiro da Misericórdia da Berlenga (1513-1548) – para auxiliar os pescadores locais e as vitimas de naufrágio. Governava, então, El-Rei Dom Manuel I (1495-1521), à época Mestre da Ordem de Cristo e  um grande devoto desta ordem religiosa. Em 1449, o rei D.Afonso V cedeu o senhorio das Berlengas e do Baleal ao Infante D.Henrique, Mestre da Ordem de Cristo. Ao todo, o “Venturoso” mandou fundar, também, os Mosteiros de Santa Maria de Belém (Lisboa) e de Nossa Senhora da Pena (Sintra). A Ilha da Berlenga, seguindo os princípios da Ordem dos Jerónimos, promovia a tranquilidade, a contemplação, o silêncio e o recolhimento.  Em 1548, o espaço religioso foi abandonado pelos monges Jerónimos por motivos de força maior: a fome, as doenças e os constantes ataques de piratas e corsários, em particular, os “mouriscos” que raptavam os monges para vender nos mercados do Norte de África.

RumoBerlenga (43)Na segunda metade do século XVI, em 1557, Dom Luís de Ataíde, 3.ºConde de Atouguia, escrevia uma carta ao rei [D.Sebastião?] de Portugal a expor a situação de fragilidade costeira no seu senhorio de Atouguia da Baleia e Peniche, face aos ataques dos corsários e franceses que faziam aguadas e roubavam embarcações na área envolvente do Arquipélago das Berlengas. O nobre fidalgo, um dos futuros Vice-reis da Índia durante o século XVI, chega a referir que os corsários franceses iam “vender trigos a Lisboa”, fruto dessas pilhagens. Face à importância nevrálgica da região costeira de Peniche, e após sugestão do mesmo, a Coroa Portuguesa, em 1557, incube D. Luís de Ataíde de materializar a edificação de uma fortificação marítima na península de Peniche: o Baluarte Redondo (1557-1558). Entre os anos de 1557 e 1562, o 3.ºConde de Atouguia esteve envolvido em diversos combates navais contra piratas e corsários para defender a jurisdição do seu senhorio, visto que à época a pacata aldeia de Peniche, ligada à actividade piscatória, agrícola e comercial, era alvo de cobiça e constantes desembarques de aventureiros europeus e magrebinos.

Panorama ForteBerlenga (2)Os primórdios da construção da Guardiã da Ilha da Berlenga…

No contexto da Guerra da Restauração, o monarca D.João IV (1640-1654) ordenou a construção de uma estrutura militar para complementar a defesa da costa e da cidadela abaluartada de Peniche. Após a visita de João Rodrigues de Sá, entre 1651 e 1654, sobre um dos ilhéus da enseada da Muxinga, na vertente sudeste da Ilha da Berlenga, decorreram as obras de construção, com recurso a cantarias calcárias e reaproveitamento de pedras do antigo Mosteiro da Ordem dos Jerónimos, do único exemplar bélico do Arquipélago das Belengas: o Forte de São João Batista da Berlenga. Com uma planta octogonal irregular, adaptado à morfologia, estava guarnecida com nove peças de artilharias (Canhoiras). Contém um pátio interior, junto as muralhas exteriores foram edificadas o paiol e as casamatas. A ligação entre o ilhéu e a Berlenga é feito através de uma ponte em alvenaria, e um conjunto de arcos,  com um pequeno ancoradouro.

ForteSJBaptista2015BerlengaCabo Avelar Pessoa: um herói da restauração…

Esta fortificação militar do século XVII, do ponto de vista histórico, ganha um maior destaque na defesa de costa em Portugal no papel que desempenhou ao longo da Guerra da Restauração, considerada o seu expoente bélico. Um dos mais conhecidos episódios e marcantes nos anais da História de Portugal foi ataque de uma armada castelhana de 14 navios, comandada pelo almirante Don Diogo Ibarra, que tinha por objetivo raptar a rainha D. Maria Francisca de Sabóia na sua chegada a Portugal, à época do seu casamento com D. Afonso VI. Logrado o objectivo principal, em Junho de 1666, a armada espanhola decidiu atacar o Forte de São João Baptista, tendo efectuado um intenso bombardeado. Ao longo de dois dias,  a guarnição portuguesa, cerca de trinta soldados e oficiais, comandada pelo Cabo Avelar Pessoa, rendeu-se aos castelhanos por falta de comida, de pólvora e pela traição de um dos soldados que, após uma operação anfíbia, abriu as portas às forças sitiantes. Apesar das baixas castelhanas (cerca de 500 mortos, uma nau afundada e duas danificadas), os combatentes portugueses foram capturados e levados para Espanha pelas forças sitiantes. Hoje em dia, a maior embarcação que faz a ligação Peniche-Berlenga, construída em 1993,  tem o nome deste valoroso herói português.

RumoBerlenga (19)O impacto das Guerras Peninsulares (1807-1814)…

Após um restauro na terceira metade do século XVII, após o ataque de 1666, o forte adquiriu funções de presídio politico e militar. Durante as Guerras Peninsulares, em especial durante a 1.ª Invasão Francesa (1807-1808),  o forte serviu de base de apoio para a Royal Navy (à época era “dona e senhora dos mares” após a vitória de Trafalgar em 1805) para realizar assédios constantes à guarnição francesa da cidadela de Peniche. Com a retirada destes, foi pilhada pelos franceses. A capela e o forte foram, novamente, restaurados em 1821. No decorrer das lutas entre liberais e absolutistas (1828-1834) foi utilizada de base às tropas de D. Pedro IV para a conquista da fortaleza de Peniche, ocupada por forças miguelistas. Em 1847, esta fortificação militar do século XVII acabou por ser abandonada, visto que já não cumpria as necessidades bélicas. Posteriormente, foi ocupado por um destacamento da Guarda Fiscal até 1889.

RumoBerlenga (16)A visita do Presidente do Conselho  de Ministros no século XX…

Durante a década de 50 do séc. XX, entre 1952 e 1953, a Fortaleza de São João Baptista foi restaurada pela então Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais para uma posterior adaptação do espaço a pousada, servindo de abrigo a quem aí desejasse pernoitar. Aliás, são estas as funções que hoje apresenta. No Arquivo Nacional da Torre do Tombo (ANTT) – Arquivo Oliveira  Salazar (1908-1974) – podemos encontrar documentação referente à situação da Pousada das Berlengas, bem como algumas fotografias (Jornal O Século) desta fortificação marítima na década de 30 do século XX. O “mentor” do Estado Novo (1933-1974), o Dr. Oliveira Salazar, na companhia do então Ministro da Marinha Almirante Américo Tomás, a 9 de Julho de 1952, fez uma das raras deslocações fora do seu quotidiano habitual: uma visita para acompanhar as obras de adaptação a Pousada do Forte de São João Baptista. Quem diria, não é?

RumoBerlenga (17)Da Revolução dos Cravos até aos dias de hoje…

A sua missão já não é a defesa da Ilha da Berlenga. Após a Revolução dos Cravos (1974), este bastião de defesa costeira foi cedido, e bem,  pelo  Estado Português à Associação de Amigos da Berlenga (AAB), com vista à sua reabilitação e, mais tarde, para adaptação a alojamento turístico. Funciona, assim, como Casa-abrigo para os inúmeros visitantes que escolhem ficar nas suas celas seculares. Infelizmente, o aspecto histórico do monumento militar e da pousada histórica estão pouco explorados e desenvolvidos. Se ficou interessado neste exemplar de arquitectura militar português, recomendo a leitura da seguinte tese académica Forte de São João Baptista da Berlenga:um plano de gestão integrada da investigadora Raquel Carteiro (2017).

Um Até já…

Solitário. Isolado. Mágico. Mas, Forte. É este o Forte de São João Baptista da Ilha Berlenga. O guardião desta Ilha. A Berlenga. Uma Memória de Pedra que resta de outros tempos, de outras guerras. Saudades de pedra. A sensação de ver surgir a silhueta das suas muralhas na proa de uma embarcação causa espanto e comoção ao visitante da Ilha da Berlenga. Um verdadeiro “guerreiro de pedra” que combateu ao serviço da nação portuguesa. Iremos voltar, certamente.

Não deixe de fazer…

  • realizar uma visita de barco às inúmeras grutas (Flandres, Azul, Muxinga, Lagosteira, entre outras) do Arquipélago das Berlengas;
  • observar um belo pôr-do-sol no atlântico;
  • explorar os diversos trilhos pedestres da Ilha Velha e da Berlenga;
  • fotografar um dos ícones naturais da Berlenga: a cabeça do Elefante;
  • visitar o Farol Duque de Bragança;
  • observar a fauna e a flora única em Portugal, em especial, as gaivotas de pata amarela, os airos, o corvo-marinho-de-crista, a galheta e a cagarra (Birdwatching);
  • efectuar diversas actividades lúdicas ligadas à natureza e desporto, tais como,  o  snorkeling e canoagem;
  • realizar mergulho nos destroços de navios a vapor nas águas agitadas do Arquipélago das Berlengas, tais como, o SS Primavera e o SS Andrios;
  • conhecer o espaço do projeto LIFE Berlengas que visa contribuir para a gestão sustentável da Zona de Proteção Especial (ZPE) deste Arquipélago Atlântico;
  • mergulhar nas águas tranquilas e transparentes da praia do Carreiro do Mosteiro.
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Para mais informações:

Aqui poderá encontrar, por exemplo, extensa documentação e dicas sobre o património material e imaterial desta Ilha Atlântica nos seguintes links:

Antes de viajar para a Berlenga, segundo a CM Peniche, é recomendável consultar algumas particularidades desta ilha para planear a sua viagem. Por exemplo, o visitante deve efetuar a reserva do transporte e/ou do alojamento antecipadamente. O website do Turismo do Centro oferece informação atualizada sobre a região Centro de Portugal. É a melhor opção para começar a planear uma viagem à região Oeste. Já o Município de Peniche permite descarregar mapas e um conjunto de informações sobre os transportes públicos, locais de interesse, museus, gastronomia, entre outros. Importa salientar que poderá encontrar o posto de turismo para saber mais informações e dicas para fazer e planear o seu roteiro pela Reserva Natural das Berlengas (RNB).

Sabia que…

O acesso terrestre à ilha da Berlenga está condicionado pela sua capacidade de carga, estipulada em 550 visitantes/dia (através da Portaria n.º 355/2019, de 22 de maio) a permanecer em simultâneo na área terrestre da ilha da Berlenga, minimizando os efeitos da visitação sobre os habitats e as espécies em presença. Em virtude deste facto, o Ministério do Ambiente decretou, a partir de Abril de 2022, a cobrança de uma taxa diária para os turistas que queiram conhecer a Ilha da Berlenga. A taxa turística tem um custo de três euros por dia e por pessoa e dá acesso à área terrestre da ilha da Berlenga (Portaria n.º 19/2022, de 5 de janeiro, Diário da República). Os visitantes maiores de 6 anos e menores de 18 anos e os visitantes a partir de 65 anos pagam 50 % do valor da taxa, ou seja, 1,5 €. Os habitantes da Ilha (e trabalhadores) e de Peniche estão isentos.

✈ Como chegar:

A ligação marítima, entre o Porto de Peniche e a Ilha da Berlenga, têm uma duração aproximada de uma hora. As embarcações de passageiros funcionam entre os meses de Maio e Setembro, fora desse período não existe transporte regular para a Ilha da Berlenga, à excepção dos faroleiros e dos pescadores locais. O “Cabo Avelar Pessoa”, embarcação da empresa VIAMAR, é o transporte marítimo regular com maior capacidade de carga e para o transporte de passageiros. Há também diversas embarcações marítimo-turísticas (Barco Julius, Rumo ao Golfinho, TGV, etc) que levam entre 10 a 40 passageiros, permitindo o acesso à ilha de uma forma cómoda e mais rápida, bem como a organização de passeios às grutas do Arquipélago das Ilhas Berlengas.

🏠 Onde ficar:

Em virtude de ser uma Reserva Natural (Reserva Natural da Biosfera da UNESCO), a Ilha da Berlenga tem três [e únicas] possibilidades de pernoitar para os visitantes: o apoio de campismo (Município de Peniche – Posto de Turismo), na Pousada do Forte São Julião Baptista da Associação de Amigos das Berlengas (AAB) ou no Restaurante Mar e Sol. Aconselha-se a quem quiser pernoitar na ilha a levar lanternas e mantimentos, água doce incluída. No Castelinho existe um pequeno bar e um minimercado com produtos essenciais para a estadia na Ilha. Importa referir que a electricidade é cortada à uma hora da manhã. A torneira de água doce comunitária está aberta entre às 9 e 11 h da manhã todos os dias, visto que é transportada por via marítima pela embarcação “Cabo Avelar Pessoa”.

  • Área de campismo: as reservas são feitas no Posto de Turismo de Peniche (telefone: 262 789 571; email: turismo@cm-peniche.pt)
  • Casa Abrigo do Forte de São João Baptista: reservas feitas junto da Associação Amigos das Berlengas (telefone: 912 631 426; email: berlengareservasforte@gmail.com)
  • Pavilhão Mar e Sol: reservas feita pelo telefone 91 954 31 05

🍜 Onde comer:

Em virtude da Ilha da Berlenga ser um santuário natural, a oferta e diversidade de espaços gastronómicos é [muito] reduzida. A principal área de restauração localiza-se na Berlenga Grande. Trata-se do Restaurante e Alojamento Mar & Sol, localizado no bairro dos Pescadores. Um convite a uma tertúlia pelos sentidos e sabores da cultura gastronómica da região Oeste, em especial, o paladar de uma caldeira de marisco ou um prato de sardinhas com sabor à maresia atlântica. Na minha opinião, a opção mais correta é levar, como se dizia nos escuteiros, “almoço-volante”, isto é, o típico farnel. Nada como uma bela “sandocha” e uma “cervejinha” para desfrutar do descanso de uma caminha pelos trilhos da Berlenga. No Forte da Berlenga, com entrada gratuita, existe também um pequeno bar-restaurante, explorado pela Associação dos Amigos da Berlenga (AAB), que poderá visitar.

Nota importante [👤]

As presentes informações não têm natureza vinculativa, funcionam apenas como indicações, dicas e conselhos, e são susceptíveis de alteração a qualquer momento. O Blogue OLIRAF não poderá ser responsabilizado pelos danos ou prejuízos em pessoas e/ou bens daí advenientes. Se quiser partilhar ou divulgar as minhas fotografias, poderá fazê-lo desde que mencione os direitos morais e de autor das mesmas.

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💻 Texto: Rafael Oliveira 📷 Fotografia: Oliraf Fotografia 🌎

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FOTOGRAFIA✈︎VIAGENS✈︎PORTUGAL © OLIRAF (2019)

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📌À descoberta do Alto Minho: um périplo fotográfico pela região mais a norte de Portugal.

📷 A região do Alto Minho. O troço de fronteira mais antigo de Portugal Continental: o rio Minho. Paisagens que parecem bilhetes-postais, Terra de gentes afáveis, de bom vinho Alvarinho, gastronomia farta, o Parque Nacional Peneda-Gerês e de inúmeros Castelos que fazem parte das estórias da História de Portugal.  Afinal, o Minho definiu os limites geográficos do Condado Portucalense face à Galiza.

Região raiana, o Alto Minho tem um património edificado, natural e geológico único. É um belo prelúdio da diversidade do nosso país. Paisagens bucólicas que parecem bilhetes-postais, lugares que contam estórias da nossa História e uma gastronomia farta e à minhota. O Parque Nacional da Peneda-Gerês não é o único motivo para visitar esta região bem portuguesa. Recordamos algumas imagens fotográficas e impressões pessoais de um viajante andarilho pela essência e singularidade desta região mais a norte de Portugal. Acompanhe-nos neste périplo fotográfico pela região do Alto Minho e conheça locais repletos de história.

📍Rafting no rio Minho (Melgaço)

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Uma das razões para visitar o Alto Minho: o Rafting. Esta actividade radical realizada, entre a barragem da Frieira (Espanha) e a Ponte do Peso (Melgaço), no rio Minho, foi uma das razões para visitar o concelho de Melgaço. Tratou-se de uma experiência fantástica e com muita adrenalina ao longo de quase 14 Km. Os monitores da Melgaço Radical (e da Melgaço WhiteWater) são excelentes pessoas que nos proporcionam uma experiência fantásticas que desperta os nossos sentidos. A cereja no topo do bolo é a oferta de uma garrafinha de vinho Alvarinho aos clientes. Nunca tinha feito Rafting e confesso que superou as minhas expectativas sobre esta actividade de turismo de aventura e radical. Um dia, irei voltar para fazer esta experiência com os meus alunos! Há que promover o “currículo oculto”. Trata-se de uma forma divertida (e exigente) de cimentar o espírito de união de um grupo.

📍Santuário de Nossa Senhora da Peneda (Arcos de Valdevez)

img_20190215_143036_998-1371465966.jpgO Santuário de Nossa Senhora da Peneda é um lugar recôndito e de rara beleza. A sua escadaria é um regalo arquitectónico para os nossos olhos. A Igreja, dedica ao culto da Nossa Senhora da Peneda, foi construída entre os finais do século XVIII e os primórdios do século XIX. Trata-se de um dos santuários católicos mais concorridos pelos romeiros do Norte de Portugal, em especial, na região do Alto Minho. Aprecie a bela cascata que cai, abruptamente, dos penedos graníticos que dão forma, cor e impacto visual à Serra da Peneda.

📍Praça-forte de Valença do Minho (Valença)

img_20190216_233813_934569004936.jpgPraça-forte de Valença do Minho, a sentinela da fronteira raiana do Alto Minho. Durante o século XII, El-rei Dom Sancho I, através de Valença, por inúmeras vezes tentou expandir a fronteira lusa com o assédio às localidades galegas de Tui e Pontevedra. Valença, à época denominada Contrasta, afirmou-se como um local estratégico, visto que estava entre o Rio Minho e a velha estrada romana.  É a mais importante fortaleza do Alto Minho e um dos notáveis exemplos da Arquitectura Bélica da História de Portugal (só equiparada a Almeida e Elvas). Esta impressionante fortificação abaluartada, construída no contexto da Guerra da Restauração (1640-1668), é um belo exemplo do aproveitamento das condições do meio envolvente: os patamares sobrepostos à orografia do terreno. Um projecto militar com escala para fazer face às ameaças de “nuestros hermanos”. Hoje em dia, esta cidade minhota é um ponto de confluência entre peregrinos de Santiago e de viajantes de todos os cantos da Peninsula Ibérica. Uma História feita de [Portugueses] Fortes!

📍Aldeia do Sistelo (Arcos de Valdevez)

img_20190214_195641_517-828808577.jpgEm Portugal existem lugares encantadores para descobrir. Sistelo é um deles. uma aldeia singela e bela. Trata-se de uma paisagem monumento-nacional e uma das 7 maravilhas de Portugal. Esta aldeia minhota, localizada no relevo acidentado da Serra da Peneda, é conhecida (turisticamente) pelo “Tibete Português”. E porquê? A paisagem envolvente é caracterizada pelos socalcos, que variam entre os 180 metros e os 1360 metros, onde se cultiva o milho e pasta o gado autóctone: as vacas cachenas. Apesar não estarmos na Ásia, a paisagem verdejante transmite uma paz espiritual e uma harmonia secular entre o homem e o meio. Um belo poema paisagístico escrito pelo Homem.

📍Vila de Ponte de Lima (Ponte de Lima)

2018_0606_12301000650701230.jpgSabia que Ponte de Lima é a vila mais antiga de Portugal? A capital da canoagem portuguesa é uma verdadeira embaixadora da região do Alto Minho. O rio Lima, que dá nome a esta vila, era denominado pelos romanos de Lethes: o rio do esquecimento. Quem o atravessasse, acreditava eles, perderia [para sempre] a memória. Era, assim, há mais de dois milénios. Além da beleza natural que envolve esta peculiar vila de Portugal, o património edificado aumenta singularmente o seu valor histórico, cultural e arquitectónico como, por exemplo, a icónica ponte romana sobre o rio Lima e os vestígios da cerca e torres muralhadas, construídas durante o reinado do “Justiceiro” D. Pedro I de Portugal, que cercavam o antigo burgo medieval. Não deixe de percorrer a “Avenida dos Plátanos”, bem como ver a bela Capela do Anjo da Guarda.

📍Espigueiros do Soajo (Arcos de Valdevez)

2018_0606_15531600-419566512.jpgA simpática vila do Soajo. Aqui, o viajante poderá encontrar um conjunto de espigueiros erigidos sobre uma majestosa laje granítica. Ainda hoje, são utilizados para secar o milho pelas gentes desta aldeia minhota. Os Espigueiros do Soajo são um excelente exemplo da tradição da arquitectura popular do Minho. O percurso turístico de Automóvel pelas estradas e caminhos, entre as Serras Amarela e do Soajo, o viajante tem, por vezes, a companhia das [singelas] vacas Barrosãs. Máxima atenção!

📍Torre de Lapela (Monção)

img_20190216_234946_166-297228575.jpgHá locais repletos de História, como o caso da Torre de Lapela. Incógnita na paisagem, esta Torre de Menagem impõe a sua presença junto às margens do rio Minho. Datada do século XIV, esta Torre Medieval é uma imponente, robusta e sólida construção bélica. É visível a grande distância e eleva-se a cerca de 35 metros sobre o leito do rio Minho. No reinado de D. Manuel I  (1495-1521),o castelo foi desenhado pela pena do escudeiro Duarte D`Armas no seu “Livro das Fortalezas” (ANTT: 1509).  Durante o reinado de D.João V (1705-1750), o antigo castelo de Lapela foi desmantelado, à excepcão da Torre, para que as suas sólidas pedras fossem utilizadas na construção da moderna fortaleza abaluartada da vila de Monção. Exigências bélicas (e dos tempos). Sugerimos uma visita ao  Núcleo Museológico, aberto desde 2016,  para compreender as estórias desta sublime torre fortificada. No final, o viajante poderá desfrutar de uma vista arrebatadora para o leito do rio Minho e para o conjunto da aldeia. A “Torre de Belém do Minho”, segundo é apelidada pelas gentes regionais, vale mesmo a pena visitar e perder um bocado de tempo.

📍Aldeia de Castro Laboreiro (Melgaço)

img_20190216_154225_0171232351829.jpgIncógnito e recôndito. Duas palavras para descrever este “guerreiro de pedra” da aldeia de Castro Laboreiro. Localizado a cerca de 1000 metros de altitude, o castelo de Castro Laboreiro é um forte motivo para visitar a genuína aldeia de Castro Laboreiro. Trata-se de um antigo castro romanizado que, na minha opinião, vale pela sua localização geográfica e, acima de tudo, pela seu conjunto fortificado preservado da intervenção do Estado Novo na década de 40 do século XX. Após uma caminhada de cerca de 900 metros, com sinalética um pouco degradada, é possível contemplar uma das melhores vistas para a aldeia de Castro Laboreiro e para as fragas/penedos da Serra da Peneda. A Just Natur organiza visitas e caminhadas temáticas para apreciar o património natural e edificado desta aldeia típica castreja.

📍Castelo de Lindoso (Ponte da Barca)

img_20190207_095202_393-202276086.jpgÉ na freguesia de Lindo(so) que existe a maior concentração de Espigueiros da Peninsula Ibérica. São, sensivelmente, 120 exemplares. Esta aldeia minhota tem um belo nome e, na minha subjectiva opinião, é  bela de aspecto. Trata-se da sentinela [de pedra] das Serras da Peneda e do Gerês.  Em virtude da sua situação estratégica, sobre o curso do rio Lima, é um dos mais importantes monumentos portugueses da arquitectura militar medieval, datada do reinado de D.Afonso III (1248-1279),  foi alvo de inúmeros assédios bélicos durante a Guerra da Restauração (1640-1668), visto que está próxima da fronteira raiana com Espanha. Poderá, no interior da fortaleza, visita um pequena exposição permanente sobre a sua emblemática história em defesa do escudo real de Portugal. Na envolvência desta fortificação bélica, o viajante fica impressionado com a enorme quantidade dos “pequenos celeiros” da região minhota: os Espigueiros. O mais antigo está datado do século XVIII. São o exemplo da vivência comunitária das gentes desta aldeia do Alto Minho.

📍Mosteiro de Sanfins de Friestas (Valença)

img_20190223_084033_356137124943.jpgA Igreja do Mosteiro de Sanfins de Friestas sobressai na bucólica paisagem onde se insere.  Aqui, o viajante viaja pelo legado secular da arquitectura religiosa românica do Alto Minho. É como estar às portas [da História de Arte] do primeiro românico Português. Com amplas vistas sobre o vale do rio Minho, o antigo Mosteiro [Masculino] Beneditino, fundado no fim do século XI, tem um extenso aglomerado de ruínas que revelam as seculares estruturas religiosas: o aqueduto, o muro e as respectivas dependências monacais.  Este lugar é um verdadeiro convite ao recolhimento espiritual no seio de uma monumental mata de Carvalhos (os verdadeiros guardiões deste lugar peculiar).

📍Castelo de Melgaço (Melgaço)

FAM TRIP_Melgaço--4Castelo de Melgaço é um belo exemplo da arquitectura militar românica. Uma das características é a sua Torre de Menagem, situar-se no centro da Alcáçova, em vez de ficar junto à cintura de muralhas. Por momentos, senti-me na pele do escudeiro Duarte D’Armas que desenhou este “guerreiro de pedra” para El`Rei D.Manuel I nos principios do século XVI. Todavia, uma das razões para visitar o concelho mais radical de Portugal é o Rafting. Esta actividade radical realizada, entre a barragem da Frieira (Espanha) e a Ponte do Peso (Melgaço), no rio Minho, foi uma das razões para sair da minha zona de conforto e fazer quase 500 km até ao concelho mais a Norte de Portugal. Tratou-se de uma experiência fantástica e com muita adrenalina ao longo de quase 14 Km. Os monitores da Melgaço Radical (e da Melgaço WhiteWater) são excelentes embaixadores do rafting, em Portugal, que nos proporcionam experiência fantásticas que despertam o lado radical escondido que há em cada pessoa.

📍Parque Nacional Peneda-Gerês (Melgaço)

FAM TRIP_Melgaço--16Parque Nacional Peneda-Gerês proporciona-nos um contacto mais próximo com a Natureza. Aliás, a vila de Melgaço situa-se, a sensivelmente, 30 Km de umas das entradas: as Portas de Lamas de Mouro. Ao longo da estrada, o viajante poderá apreciar a dimensão física, a fauna e a flora deste lugar mágico. Podemos ver cavalos selvagens (os garranos) e as vacas da raça cachenas guiadas por cães da raça Castro Laboreiro que pastam livremente, entre o principio da primavera e o fim de outono, nos inúmeros prados na zona montanhosa da região minhota. Porque não captar a fauna e a flora de um dos mais importantes parques naturais de Portugal Continental?

Como dizia o escritor José Saramago, o “viajante [Oliraf] volta já.”

Não deixe de fazer…

  • realizar uma prova de vinhos (até três vinhos) gratuita no Solar do Alvarinho;
  • observar as vacas cachenas, os cavalos selvagens (garranos) entre as Portas de Lamas de Mouro e a aldeia da Branda da Aveleira;
  • dar um mergulho em Caminha;
  • conhecer o Navio Gil Eanes na cidade de Viana do Castelo;
  • visitar o único SPA para cabras em Portugal Continental: a queijaria Prados de Melgaço;
  • fazer uma “Grand Tour” pela região vinícola da casta Alvarinho através da Rota do Alvarinho;
  • visitar o canil onde se cria os cães da raça Castro Laboreiro;
  • explorar os inúmeros trilhos pedestres do Parque Nacional Peneda-Gerês.
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Para mais informações:

Aqui poderá encontrar, por exemplo, extensa documentação e dicas sobre o património material e imaterial desta vila do Alto Minho nos seguintes links:

O website do Turismo Porto e Norte oferece informação atualizada sobre a região Norte de Portugal. É a melhor opção para começar a planear uma viagem à região do Alto Minho. Já o Município de Melgaço permite descarregar mapas e um conjunto de informações sobre os transportes públicos, locais de interesse, museus, gastronomia, entre outros. Importa salientar que poderá encontrar o posto de turismo para saber mais informações e dicas para fazer e planear o seu roteiro pela vila. Para mim, esta é a melhor forma de começar a visita a Melgaço: a Praça da República.

✈ Como chegar:

Em virtude de querer conhecer um pouco a região do Alto Minho, visto que ia fazer uma viagem de quase 500 km, optei por ir de avião numa companhia low-cost para o Aeroporto do Porto. É a melhor opção relação custo-tempo. De seguida, optei por alugar uma viatura para ir para o concelho de Melgaço. A partir do Aeroporto do Porto (Maia), deve seguir pela A41 (IC24) até à saída para a A3 (Parede), em direcção a Braga (via Valença). De seguida, opte pela N101 que liga Valença a Monção. Deverá prosseguir pela N202 até à vila de Melgaço. Se quiser prosseguir para a aldeia de Castro Laboreiro, desde a vila de Melgaço, opte pela N202 em direcção a Lamas de Mouro. De seguida, opte pela N202-3 rumo à aldeia serrana. Tenha atenção às vacas cachenas e ao nevoeiro denso que costuma aparecer ao longo do trajecto rodoviário.

🏠 Onde ficar:

No concelho de Melgaço existem inúmeras opções económicas de alojamentos, consoante o número de dias que irá ficar para conhecer a região do Alto Minho e do Parque Peneda-Gerês. Nas proximidades das Termas de Melgaço, o Hotel Boavista II (3 Estrelas) é uma excelente ideia para quem queira ficar na vila de Melgaço. Já na aldeia de Castro Laboreirorecomendo duas opções distintas: uma unidade Hoteleira (Hotel Castrum Villae) e um alojamento local (Moinhos do Poço Verde). Na minha opinião, ambas as escolhas são recomendáveis. Todavia, se gosta de um ambiente tranquilo e longe da confusão, os Moinhos do Poço Verde são a melhor opção para “meditar” na natureza envolvente do Parque Nacional Peneda-Gerês. Este turismo rural é ideal para quem queira ficar um fim-de-semana.

🍜 Onde comer:

Na vila e nos arredores do concelho de Melgaço existe uma diversidade de espaços gastronómicos que são um convite a uma tertúlia pelos sentidos e sabores da cultura gastronómica melgacense. Vejamos, a Adega Sabino é um dos melhores espaços para saborear a gastronomia local e regional do Alto Minho. Afinal, o “Sabino” é um verdadeiro “embaixador” da cultura gastronómica melgacense. Na minha opinião, a sua simplicidade em acolher no seu espaço gastronómico, torna-o especial. A sua adega conquistou-me pelo paladar e pelos aromas do alvarinho, bem as indicações para fazer uma prova de vinhos no Solar do Alvarinho. Recomendo as pataniscas, os nacos de vitela, o bucho doce e o vinho Alvarinho Torre de Menagem. Nas proximidades do Mosteiro de Paderne, optei por jantar na Tasquinha da Portela. Na minha opinião, um dos melhores restaurantes do concelho de Melgaço. Recomendo o pão de alho, o Polvo à lagareiro, o vinho branco da casa (mistura de alvarinho), bem como os licores da casa. E a simpatia da gerência são bons motivos para voltar. Para quem quer lanchar, a pastelaria e salão de chã Aromas & Caprichos é um excelente motivo para deliciar-se com a mistura da pastelaria francesa com produtos regionais. Nas proximidades de Castro Laboreiro, o Brandeiro é um dos melhores restaurantes do concelho de Melgaço. Trata-se de boa sugestão gastronómica para visitar a castiça aldeia da Branda da AveleiraSupera pela sua localização geográfica e variedade gastronómica os restaurantes de Castro Laboreiro: o Miradouro do Castelo e o Miracastro. A nivel gastronómico, recomendo os nacos de carne chacena. Infelizmente, não se apanha muita rede de telemóvel no restaurante. Optamos por saborear o momento a solo. A vida sabe melhor.

Nota importante [👤]

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💻 Texto: Rafael Oliveira 📷 Fotografia: Oliraf Fotografia 🌎

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📌 À descoberta de Monsanto: um olhar fotográfico da “Aldeia mais portuguesa de Portugal”.

📷 Majestosa, forte e alta. São três adjectivos que utilizo para descrever esta aldeia-monumento da região Centro de Portugal. Para mim, a aldeia histórica de Monsanto é a aldeia-rainha do Turismo Português.  Afinal, não há terra igual no nosso país! Trata-se da aldeia com maior consagração nacional, a comprovar estão os prémios de “Aldeia mais Portuguesa de Portugal” (1938), uma das doze Aldeias Históricas de Portugal e, mais recentemente, uma das finalistas da categoria de aldeia-monumento das 7 Maravilhas de Portugal® – Aldeias. Sabia que o  seu castelo medieval foi eleito, em 2007, uma das 7 maravilhas de Portugal?

📍Monsanto, Idanha-a-Nova, Castelo Branco, Portugal.

As Aldeias Históricas de Portugal são, na sua grande maioria, antigas povoações fortificadas localizadas junto à raia, isto é, junto à fronteira luso-espanhola. Monsanto, na ciência geográfica, é um Icelbergue, ou seja, um “monte-ilha” resultante dos agentes erosivos. Esta aldeia portuguesa é conhecida e apreciada pelas suas características singulares histórico-culturais e geográficas. Uma viagem curta, mas vivida intensamente. Monsanto é sempre uma boa surpresa para um viajante ocasional.

Monsanto
Gravura do Castelo de Monsanto in Livro das Fortalezas, Duarte d`Armas, c.1509, ANTT

Localizada no Municipio de Idanha-a-Nova, situada a meio caminho entre Penha Garcia e Castelo Branco, esta é uma das doze Aldeias Históricas de Portugal🇵🇹.  Há lugares que despertam o nosso espírito de viajante andarilho existente em cada um de nós. Ícone turístico da região da Beira Baixa, a Aldeia Histórica de Monsanto é uma experiência pelo património edificado e natural, bem como da autenticidade das suas gentes locais. Era uma ambição antiga que nunca se satisfazia como se aquela vontade [de viajar] acumulada por muitos anos nunca mais se fartasse  Monsanto mais do que uma aldeia, a meu ver, é um geomonumento.

A Igreja Matriz (ou de São Salvador) recebe-nos à entrada da “aldeia mais portuguesa” de Portugal. O viajante está em Monsanto. Aqui, o casario  granítico confunde-se com os “caos” de penedos que descem a encosta que observo atentamente. De facto, não é muito diferente do que  o escudeiro  ao serviço de El`Rei D.Manuel I  (1495-1521) desenhou nos princípios do século XVI. Por momentos, senti-me na pele Duarte D’Armas que desenhou este “guerreiro de pedra” na suas errâncias pela fronteira luso-castelhana.

img_20181105_200742_3441062676411.jpgMonsanto, uma aldeia portuguesa. Sabia que foi considerada a “Aldeia mais Portuguesa” de Portugal, em 1938, na vigência do regime Estado Novo? A réplica do Galo de Prata na Torre de Lucano (ou do Relógio) é uma evidência do passado desse concurso, organizado e desenvolvido pelo Secretariado de Propaganda Nacional (SPN), liderado por António Ferro. Este organismo tinha como objectivo a promoção da coesão nacional e do restauro das “tradições”, através, de concursos, discursos e guias de viagem. Através dos conceitos centrais – popular, o povo, a aldeia e a tradição – o Estado Novo (1933-1974) procurava instituir um universo simbólico que facilitasse a imposição da ideologia política do Salazarismo: a construção de uma identidade nacional.

monsanto (1)A Aldeia era o cenário perfeito para acções de propaganda da raça portuguesa ancestral. Simbolizava o reduto da nação portuguesa – antiga, rural, prestígio do núcleo familiar e da moral, trabalhadora, tradicional, pobre, cristã, honrada e genuína, isto é, o refúgio material e imaterial da conservação, desde tempos remotos, do modo de viver das comunidades, através da história, folclore, artesanato, da religião, sabedoria popular e do património edificado, em oposição ao Portugal cosmopolita e urbano. A política do regime Salazarista, enquanto sistema totalitário e fascista, pretendia evitar, a todo o custo, a “Proleitarização” dos Campos, isto é, defender a coesão nacional face ao massivo êxodo rural para as cidades em busca de novas oportunidades de vida.

 

img_20181107_202518_160-794935924.jpgO miradouro natural, junto ao Forno Comunitário, faz parar curiosos desde a subida do centro da aldeia ao topo da fortificação bélica local. É a parte mais antiga e o ponto mais alto da aldeia. O castelo fica situado num lugar íngreme e de difícil acesso. Nas minhas itinerâncias, a busca da curiosidade dos lugares leva-me sempre a subir a um ponto elevado. Não me fatigo. Nada me emociona que o deslumbramento da revelação de uma paisagem. Após a conquista por D.Afonso Henriques aos Sarracenos, a aldeia de Monsanto foi doada aos Templários. O Castelo de Monsanto foi construído no decurso do século XII pelo mítico Gualdim Pais (1157-1195), grão-mestre da Ordem do Templo em Portugal.

img_20181107_200751_771-2139980262.jpgEste “guerreiro de pedra” foi adaptado à morfologia do meio em que está inserido: as muralhas e a alcáçova fortificada serpenteiam ao sabor das enormes fragas e penedos graníticos. Hoje em dia restam pouco vestígios da torre de menagem. A sua missão era proteger a fronteira leste do Reino de Portugal, em conjunto com os castelos de Penha Garcia e Segura, face às investidas bélicas do Reino de Leão e Castela, visto que, durante a Idade Média, esta zona era muito vulnerável, instável e pouco povoada. Para tal, os primeiros reis da Dinastia Afonsina concederam-lhe Carta de Foral em 1174, 1190 e em 1217. Com um panorama visual 360º, do topo do castelo destacam-se a barragem Marechal Carmona e, ao fundo, o pequeno castelo de Penha Garcia. Para mim, um cenário à medida da Série da HBO “Game of Thrones”!  É difícil transmitir sensações perante esta paisagem singular capaz de deixar qualquer um 💯 fôlego.

monsanto (3)Segundo uma famosa a lenda medieval do cerco ao Castelo de Monsanto, os sitiados enganaram os castelhanos alimentando uma vitela com o pouco cereal que tinham. Julgando que os monsantinos estavam cheios de mantimentos, as tropas castelhanas decidiram levantar o cerco. A Festa de Santa Cruz, em Maio, honra a memória deste episódio da história local. À saída do recinto muralhado, ergue-se o antigo povoado primitivo em redor do Campanário, à esquerda, e da  Capela de São Miguel, à direita. A partir do século XV, os monsantinos instalam-se, progressivamente, na actual aldeia. Trata-se de um belo exemplar da arquitectura românica. Infelizmente, hoje, em ruínas. Mas, estas não deixam de ter o seu mistério. Afinal, as ruínas são o símbolo da passagem do tempo.  Nas proximidades, o viajante curioso poderá visualizar a Torre do Pilão e as respectivas sepulturas antropomórficas. Aqui, o viajante poderá sentir que o tempo não está aprisionado em sólidas muralhas de granito.

img_20181107_202113_845-1045289407.jpgSensivelmente a 758 metros de altitude, a alma de viajante andarilho, tal como o geógrafo Orlando Ribeiro, foi esmagada pelo paisagem envolvente. Monsanto não é apenas uma lição de História. É, também, uma lição de Geografia. De facto, as ciências geográficas e históricas caminham juntas. Ninguém fica indiferente aos inúmeros penedos e blocos graníticos que emergem do planalto da Beira Baixa: são os inselbergue ou montes-ilha. Estas formas de relevo esculpidas com mestria pela acção da natureza, através, dos agentes de erosão (ventos e chuva). A Rocha granítica, neste caso, mais resistente fica à superfície terrestre. Os blocos graníticos exemplificam a força “bruta” da Natureza e a fragilidade do ser humano. Continência aos agentes erosivos! O viajante alarga os horizontes da memória e geográficos. O espanto da novidade a qualquer instante. Natureza exuberante e surpreendente. A experiência directa, e não a leitura de livros, tornou-se no modo de conhecer o mundo real. Uma na forma de olhar o Mundo. É um território de natureza bruta. A largueza dos horizontes abre-nos para a eterna novidade do Mundo.

2018_0428_135837001039201416.jpgMonsanto não se resume ao velho e singelo castelo templário. Após uma prolongada e saborosa visita ao recinto muralhado do Castelo de Monsanto, e pelas vistosas paisagens envolventes, a visita continua numa inocente exploração dos sentidos. Descubro a casa do médico Fernando Namora que, entre 1944 e 1946, praticou medicina na aldeia de Monsanto. Construída em 1931, uma placa assinala a presença deste vulto da cultura literária portuguesa do século XX. Este escritor português amava a autenticidade e a solidão do Mundo Rural, ao contrário das vivências citadinas. O próprio sentia-se um “estrangeiro na cidade”. Estou certo que uma parte da sua obra literária foi inspirada e escrita nesta aldeia bem portuguesa. Veja-se o caso da obra “Nave de Pedra” (1975).

monsanto (2)À porta de uma casa de Monsanto encontro uma idosa tecendo e que saboreava a azáfama quotidiana de forasteiros que vêm visitar a sua singela aldeia. De súbito, ocorro-me a citação de um grande pensador e intelectual da nossa História, o Padre António Vieira (1608-1697):  “Somos o que fazemos. Nos dias em que fazemos, realmente existimos; nos outros, apenas duramos.” Os meus olhos depararam-se num objecto com características e formas peculiares. Perguntei-lhe na minha ignorância o que era. Respondeu-me: uma Marafona. Trata-se de uma Cruz de madeira vestida com aspecto de boneca (sem olhos, sem orelhas e nariz) com os trajes típicos da região de Monsanto, associada a cultos de fertilidade, utilizada para afastar o perigo das trovoadas e participa nos desfiles da festa da Divina Santa Cruz, no dia 3 de Maio. No final, optei por comprar a dita “Marafona” e pedi ainda a autorização para captar uma foto para levar como recordação. Um belo exemplo da tradição, identidade e folclore que faz desta aldeia uma das doze Aldeias Históricas do Centro de Portugal. Será que esta tradição irá perder-se? Interrogo-me. Só o tempo o dirá.

monsanto (4)A singularidade da sua localização num complexo rochoso, e construída no seio de um “caos” imenso de blocos de granito, a aldeia histórica de Monsanto, no concelho de Idanha-a-Nova, ganhou em 1938 o Galo de Prata e a designação da “aldeia mais portuguesa de Portugal”. Gente simples ocuparam penedos graníticos para vincar a dureza da vida quotidiana nestas latitudes. As pedras e o Homem. O Adufe e a Música. Os Horizontes e as suas Histórias. O Coração sentimental de Portugal. Coordenadas do tempo e do espaço em uma extensão sem precedentes. E um museu a céu aberto à História de Portugal e da Geografia Física. Presença e força que ditam a essência e singularidade da sua povoação. O Adufe e a Marafona são exemplo disso. Neste “Monte Santo” houve uma comunidade milenar que, ao longo dos milénios, soube adaptar-se ao meio envolvente.

Nas redondezas da aldeia histórica de Monsanto, não deixe de visitar:

  • a povoação raiana e as minas de Segura;
  • as termas de Monfortinho;
  • o Parque Nacional do Tejo Internacional;
  • o núcleo museológico do Paleozóico;
  • o Castelo e os moinhos etnográficos de Penha Garcia;
  • a povoação espanhola de Alcántara e o seu ex-libris: a Ponte Romana;
  •  o conjunto fortificado da aldeia histórica de Idanha-a-Velha.

Apesar de não ter nascido com passaporte de turista, como dizia o escritor Alves Redol, fui construindo uma paixão pela viagem. Viajar é aprender com o olhar. Estou no Centro de Portugal. Facto. Mas, há um dia da nossa vida que temos de descobrir um “Centro” que nos conduza pelo caminho das nossas fraquezas em busca de certezas. Monsanto é um belo exemplo da adaptação do Homem ao meio. Segundo Ernest Hemingway, a cidade de “Paris é uma Festa”. Já, para mim, Monsanto é uma Evasão. Aqui, existe uma harmonia entre o ser humano e a natureza. Durante as minhas viagens, tal como Fernando Namora, afasto-me da profissão para que o viajante possa emergir dentro de mim.

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Para mais informações:

Aqui poderá encontrar, por exemplo, extensa documentação e dicas sobre o património material e imaterial desta vila do Alto Minho nos seguintes links:

O website do Turismo da Região Centro oferece informação actualizada sobre a imensa do Centro de Portugal, sendo a melhor opção para começar a planear uma viagem à região. Recomendo, também, a consulta do sitio digital das Aldeias Históricas de Portugal, visto que permite descarregar mapas e um conjunto de informações sobre os transportes públicos, locais de interesse, museus, gastronomia, entre outros. Importa salientar que poderá pesquisar no site do Município de Idanha-a-Nova para saber mais informações e dicas para fazer e planear o seu roteiro pela aldeia histórica de Monsanto.

Monsanto está localizada a cerca de 25km a nordeste de Idanha-a-Nova. A estrada nacional N239 faz a ligação de Idanha a Monsanto num percurso com uma duração de cerca de 45m de carro. Se vem de Lisboa ou do Porto pela A1, deverá sair para a A23 na saída de Abrantes/Torres Novas. Na A23 saia pela saída de Alcains/Penamacor e siga as indicações para Idanha-a-Nova.

Coordenadas GPS: 40.0454776, -7.2296209

Ler mais em:

CASTELO-BRANCO, Salwa El-Shawan (ed.) ; BRANCO, Jorge Freitas (ed.). Vozes do Povo: A folclorização em Portugal. New edition [online]. Lisboa: Etnográfica Press, 2003 (generated 24 janvier 2019). Available on the Internet: Capítulo 9. O concurso “A Aldeia Mais Portuguesa de Portugal” (1938) >.

Documentário  “A ALDEIA MAIS PORTUGUESA DE PORTUGAL” realizado por António de Meneses (1938).

NOÉ, Paula – Os castelos da Ordem do Templo em Portugal. Lisboa: SIPA, 2016.

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💻 Texto: Rafael Oliveira 📷 Fotografia: Oliraf Fotografia 🌎

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FOTOGRAFIA✈︎VIAGENS✈PORTUGAL© OLIRAF (2019)

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