📰🎙️Blogue OLIRAF em destaque na Revista INVADE da Rota Histórica das Linhas de Torres!

Está disponível o quarto número da revista INVADE! Património. Turismo . Lazer, uma edição da Rota Histórica das Linhas de Torres. Criada há três anos, e com edições semestrais, a Invade! tem como objetivo é divulgar o património das Linhas de Torres Vedras, inserido num território rico em cultura, memória e experiências inesquecíveis, onde a histórica dos sítios se cruza com a gastronomia, os vinhos, o golf, as atividades equestres, pedestres e desportivas, entre outras experiências. E Blogue OLIRAF, na rubrica Mãos à obra, está em destaque!

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A revista “INVADE!

Sob o lema “Mais que 152 Motivos Fortes” [para visitar as Linhas de Torres], a publicação tem inúmeras novidades e sugestões de possíveis experiências a dois, em família, ou em grupo pelos concelhos que integram as Linhas de Torres. Lançada pela Rota Histórica das Linhas de Torres, (RHLT) a 20 de outubro de 2019, Dia Nacional das Linhas de Torres, a revista INVADE pretende afirmar-se como um convite para visitar o património histórico-militar do sistema defensivo oitocentista da Península de Lisboa, construído no contexto das Invasões Francesas (1807-1811). Trata-se de uma revista turística – Património, Lazer e Gastronomia -, criada para divulgar a riqueza de um território que cruza a história, a identidade, a paisagem e um património único na Europa, com a gastronomia, o enoturismo, o golf, a cultural as atividades equestres, pedestres e desportivas, entre outras experiências únicas e diferenciadoras.

Este é mais um passo para divulgar a riqueza de um território, que se estende entre o Tejo e o Atlântico, que cruza a história, a identidade, a paisagem e um património único na Europa, com a gastronomia, os vinhos, o golfe, as atividades equestres, pedestres e desportivas, entre outras experiências.

Com uma tiragem inicial de 1.500 exemplares, a revista é bilingue e está disponível nos Postos de Turismo e Centros de Interpretação das Linhas de Torres dos municípios de Arruda dos Vinhos, Loures, Mafra, Sobral de Monte Agraço, Torres Vedras e Vila Franca de Xira e em alguns agentes económicos da região, que trabalham o tema das Invasões Franceses, nas suas múltiplas vertentes turísticas. Por exemplo, um dos pontos ASK ME de Lisboa.

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Blogue OLIRAF em destaque na Revista INVADE!

Neste quarto número da “Invade!”, lançado no mês passado, fala-lhe, entre outras coisas, do que pode fazer, visitar, comer e experienciar na região das Linhas de Torres. Damos destaque para a rubrica Mãos à obra… [ver a pág. 16], onde o nosso mentor Rafael Oliveira, autor do Blogue OLIRAF dá uma uma entrevista sobre o seu percurso na área da fotografia, das viagens e na promoçãodo Turismo Histórico-Militar como tendência em crescimento, em virtude do período conturbado que Portugal, e o mundo, atravessam, e dos Travel Bloggers na retoma da atividade turística nacional, nomeadamente na Região Centro de Portugal. E revelamos algumas curiosidades sobre as nossas verdadeiras paixões: a história, fotografia e as viagens.

Aceda e leia [em detalhe e gratuitamente] toda a entrevista aqui.

Boas Leituras!

Não deixe de fazer…

  • percorrer os fortes e redutos que dão corpo à Rota História das Linhas de Torres Vedras;
  • observar um belo pôr-do-sol no Arquipélago das Berlengas;
  • fotografar centro histórico da cidade de Torres Vedras e o seu castelo secular;
  • visitar o Majestoso edifício setecentista do Asilo dos Inválidos Militares de Runa;
  • caminhar pelos trilhos e azenhas das Termas dos Cucos;
  • saborear a gastronomia local e regional no restaurante Napoleão Taberna;
  • fazer um dia de praia nos 20 km de Costa Atlântica do concelho de Torres Vedras;
  • conhecer as estações da Linha de Oeste: Dois Portos, Runa, Torres Vedras e Outeiro da Cabeça.

NÃO PERCA AS MINHAS AVENTURAS E OLHARES FOTOGRÁFICOS NO INSTAGRAM e no SAPO VIAGENS! UM ENCONTRO COM A HISTÓRIA, AO SABOR DAS IMAGENS…

🔗Para mais informações:

Rota Histórica das Linhas de Torres

A Rota Histórica das Linhas de Torres (RHLT) é um projeto turístico-cultural constituído com o objetivo de recuperar e valorizar o património histórico-militar construído no início do século XIX, pelas forças anglo-lusas comandadas pelo Duque de Wellington, para defender a cidade de Lisboa das invasões dos exércitos napoleónicos.

A Rota contempla um conjunto de 152 fortificações, distribuídas por seis municípios, que serviram para defender a região de Lisboa das tropas de Napoleão. Além de Loures, fazem parte desta rota os municípios de Mafra, Torres Vedras, Arruda dos Vinhos, Sobral de Monte Agraço e Vila Franca de Xira.

Este projeto turístico-cultural é alicerçado em circuitos de visita intermunicipal,  apoiados em  seis centros de interpretação, em articulação com um território e as suas comunidades.

No Centro de Interpretação das Linhas de Torres | Sobral de Monte Agraço são proporcionadas experiências pedagógicas que permitem ao visitante, através de novas abordagens sobre a temática, uma maior fruição do património, bem como promover o conhecimento da importância histórica das Linhas de Torres.

PARCEIROS E ASSOCIADOS

Um projeto e uma causa dos Municípios de Arruda dos Vinhos, Loures, Mafra, Sobral de Monte Agraço, Torres Vedras e Vila Franca de Xira.

CILT – Sobral de Monte Agraço

Contactos/informações
Praça Dr. Eugénio Dias, n.º 12
2590-016 Sobral de Monte Agraço

Telefone: (+351) 261 942 296

Email: info@rhlt.pt

Horário: Terça-feira a Domingo das 10h00-13h00 e 14h00-18h00

Encerramento: segunda-feira e feriados

Nota importante [👤]

As presentes informações não têm natureza vinculativa, funcionam apenas como indicações, dicas e conselhos, e são suscetíveis de alteração a qualquer momento. O Blogue OLIRAF não poderá ser responsabilizado pelos danos ou prejuízos em pessoas e/ou bens daí advenientes. As recomendações de produtos turísticos baseiam-se nas experiências [reais] de viagem e o conteúdo editorial é independente de terceiros.  Se quiser partilhar ou divulgar as minhas fotografias, poderá fazê-lo desde que mencione os direitos morais e de autor das mesmas.

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💻 Texto: Rafael Oliveira 📷 Fotografia: Oliraf Fotografia 🌎

Follow me: @oliraffotografia on Instagram | Oliraf Fotografia on Facebook

FOTOGRAFIA✈︎VIAGENS✈︎PORTUGAL © OLIRAF (2021)

📩 CONTACT: OLIRAF89@GMAIL.COM

📷Recriação Histórica da Batalha do Vimeiro (1808): Adeus, Junot!

📝 A Região do Oeste presenteia-nos com paisagens únicas que combinam entre si o oceano atlântico, os rios, os campos de cultivo, os vinhedos, os montes e vales. O seu litoral atlântico é banhado, em toda a sua extensão, pelo Oceano Atlântico, formando um conjunto extenso de areais, intercalados por uma orla costeira com falésias vivas de imponente beleza.

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Nas minhas aventuras pelo Oeste, sempre tive a curiosidade sobre a importância da Batalha do Vimeiro (1808) para a História local, nacional e europeia. Ora, decide-me, de uma vez por todas, fotografar uma recriação Histórica ocorrida nos 200 anos da Batalha do Vimeiro. Aqui, a História de Portugal e da Europa cruzou-se com a História Local.

As Invasões Francesas…

A Tomada da Bastilha, a 14 Julho de 1789, marcou o início simbólico da Revolução Francesa. Este acontecimento abalou os alicerces das monarquias absolutas europeias e do Antigo Regime Europeu. Em virtude deste acontecimento revolucionário, o tradicional equilíbrio europeu dos Séculos XVII-XVIII foi abalado, nomeadamente, o precário status quo militar e diplomático, pelos ideais da França Revolucionária.

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Portugal não estava alheio a esta situação internacional no contexto europeu e, no nosso caso específico, a própria Ilha da Madeira. A importância estratégica e comercial deste território ultramarino português «teve mais a ver com aquilo que podia facultar às grandes potências» beligerantes no contexto das Guerras Revolucionárias Francesas e depois com as Guerras Napoleónicas e não tanto a ver com o Reino de Portugal. De facto, a nosso ponto de partida para este trabalho, é o final do século XVIII e a 1ªdécada do século XIX.

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É nesta conjuntura dos finais do Século XVIII e inícios de XIX, reveladora de uma ambiguidade diplomática e militar no seio do Continente Europeu que o Reino de Portugal vai ter que redefinir a sua estratégia diplomática nunca antes vista na sua História. Ou Portugal optava por uma das duas áreas de hegemonia em confronto: uma continental ou marítima, Inglaterra ou França e, num sentido mais especifico, Portugal ou o Império. A escolha de um dos campos promovia enormes consequências humanas, bélicas, económicas e comercias para Portugal. Portugal perdia o seu estatuto de neutralidade, face aos conflitos europeus.  Após o decreto do Bloqueio Continental (Novembro 1806), na Europa não havia lugar para potências neutrais face ao conflito entre o Reino Unido e a França.

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Segundo Isabel Luna (2010), “ao longo da primeira metade do Século XIX, estas duas grandes potências iriam utilizar o território português para disputarem a hegemonia da Europa. Portugal, velho aliado dos ingleses, após um longo período de hesitações desafia o Bloqueio e, em 1801, com o apoio francês, a Espanha invade o país, pelo Alentejo. Os portugueses conseguem derrotar o invasor, mas perdem Olivença. Em 1803 são os ingleses que ocupam a Ilha da Madeira (Funchal) e os territórios do Estado Português da Índia (Goa), com o pretexto de protecção dos interesses ingleses face a uma hipotética agressão francesa.”

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A importância estratégica da ilha da Madeira era o resultado da sua localização geográfica no atlântico (Rodrigues,1998). Com efeito, a Cidade do Funchal era um importante centro de passagem das frotas mercantes da Europa para o hemisfério Sul e também era o último ponto de abastecimento antes de Cabo Verde ou até mesmo do continente americano. Por exemplo, ainda hoje, é um dos portos com elevada frequência de cruzeiros turísticos. Era um importante apoio para as frotas mercantes europeias no eixo comercial asiático, atlântico e americano. Ora, para os Ingleses ainda mais estratégica era, pois articulava o controlo do estreito de Cádiz, em articulação com a base naval de Gibraltar, e da Rota do Cabo, numa altura que a frota franco francesa estava no seu auge de construção naval.

A Batalha do Vimeiro…

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A primeira invasão do Grand Armée ao Reino de Portugal ocorre, em Novembro de 1807, sob o comando do General Junot. Face ao perigo iminente da captura da Familia Real Portuguesa, a conselho dos ingleses, esta foge para a colónia do Brasil. Junot ocupa Lisboa, apesar de ter falhado o seu objectivo final – a captura da realeza portuguesa – ficando “a ver navios” ao largo de Belém. Mais tarde, apesar dos tumultos da população lisboeta face à ocupação francesa, este assume a presidência do conselho de Governo de Portugal, em nome do Imperador dos Franceses: Napoleão Bonaparte.

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Segundo Isabel Luna (2010), durante o mês de Agosto de 1808, “o grosso da força naval expedicionária britânica, comandada pelo General Wellesley, desembarca junto à foz do rio Mondego e dirige-se para Lisboa. De facto, era aqui que estavam as principais forças militares do Grand Armée. As tropas francesas, comandadas pelo General Delaborde, sofrem a sua primeira derrota, frente ao exército anglo-português, na batalha da Roliça, a 19 de Agosto. O que restou das tropas francesas retirou-se para a cidade de Torres Vedras, onde estava o quartel-general de Junot, totalizando uma força de cerca de 12.000 homens. Ao mesmo tempo, aos 14.000 soldados anglo-portugueses, juntavam-se mais 4.000 soldados ingleses, desembarcados na praia do Porto Novo, junto ao Vimeiro, onde se travou uma nova batalha, a 21 de Agosto, que marcou a derrota definitiva do exército francês.

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Após o desfecho final da Batalha do Vimeiro, a 22 de Agosto, os Generais Wellesley (Exército Luso-Inglês) e Kellermann (Grand Armée) assinaram, na Maceira, “o acordo de cessar-fogo, depois ratificado sob a designação de Convenção de Sintra, que permitiu às tropas francesas saírem do país e levarem consigo os saques feitos durante a ocupação“, afirma Isabel Luna (2010). Chegava, assim, a 1ªInvasão Francesa (1807-1808) ao antigo Reino de Portugal. Todavia, os Franceses só seriam expulsos definitivamente em 1811 com a derrota do General Massena diante das Linhas de Torres Vedras.

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Em Suma, visite o Oeste e surpreenda-se com a rota histórica das Linhas de Torres Vedras, onde poderá ter uma oferta turístico-cultural diferenciada, a poucos quilómetros de Lisboa. E segundo o Slogan da promoção desta rota cultural: “Mude o seu destino, onde mudámos o de Napoleão…”

Para mais informações:

Recriação Histórica da Batalha do Vimeiro 1808

Associação para a Memória da Batalha do Vimeiro 1808 (Facebook)

Centro de Interpretação da Batalha do Vimeiro (Facebook)

Câmara Municipal da Lourinhã

Centro de Interpretação das Linhas de Torres Vedras (Rota Histórica)

Histórias de Torres Vedras (Blogue)

Bibliografia temática 👇🏻

ARÁUJO, Ana Cristina Bartolomeu de, «As Invasões Francesas e a afirmação das ideias liberais», in Luis Miguel Torgal; João Lourenço Roque (coord.), O Liberalismo (1807- 1890), vol. V de José Mattoso (dir.), História de Portugal, Lisboa, Circulo de Leitores, 1993.

BARATA, Manuel Themudo, TEIXEIRA, Nuno Severiano (dir.) – Nova História Militar de Portugal. Lisboa: Círculo de Leitores, 2004, vol. 3

Linhas de Defesa de Lisboa durante as Invasões Francesas / Linhas de Torres Vedras SIPA: Sistema Informação para o Património Arquitectónico. [Em linha]. [Consultado em 30 Dez. 2014]. Disponível na  internet URL: <http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=34579

LUNA, Isabel de – Linhas de Torres Vedras. Torres Vedras: Museu Municipal Leonel Trindade, 1997 (2ª ed. 2000; 3ª ed. 2003); ed. revista, 2010. FRÉMEAUX, Jacques, France: Empire and the Mère-Patrie, The Age of Empires, Edited by Robert Aldrich, Thames & Hudson, 2007, pp.152-155.

NEWITT, Malyn; ROBSON, Martin – Lord Beresford e a Intervenção Britânica em Portugal 1807-1820, Lisboa, Imprensa de Ciências Sociais,2004 GOTTERI, Nicole – Napoleão e Portugal, Lisboa, Edições Teorema,2006. RODRIGUES, Paulo Miguel Fagundes de Freitas, A Ilha da Madeira e o Atlântico durante as Guerras Napoleónicas: a importância estratégica e a defesa, Dissertação de Mestrado em História Contemporânea, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Lisboa, Julho de 1998

PEDREIRA, Jorge, COSTA; Fernando Dores, D.João VI, Colecção Reis de Portugal, Temas & Debates, 1ªEdição, Lisboa,2009

NEVES, José Acúrsio das, História Geral da Invasão dos Franceses em Portugal e a Restauração Deste Reino, Off. de Simão Thaddeo Ferreira, 1810-1811. 5 v, disponível  em  Biblioteca Nacional  http://purl.pt/12098 >

Nota importante [👤]

As presentes informações não têm natureza vinculativa, funcionam apenas como indicações, dicas e conselhos, e são susceptíveis de alteração a qualquer momento. O Blogue OLIRAF não poderá ser responsabilizado pelos danos ou prejuízos em pessoas e/ou bens daí advenientes. Se quiser partilhar ou divulgar as minhas fotografias, poderá fazê-lo desde que mencione os direitos morais e de autor das mesmas.

linhagraficaALL-oliraf-03💻  Texto: Rafael Oliveira 🌎 Fotografia: Oliraf Fotografia 📷

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Fotografia✈︎Viagens✈︎Portugal © OLIRAF (2008)

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📌À descoberta da Rota Histórica das Linhas de Torres (RHLT): o Forte São Vicente e o reduto de Olheiros.

📷 “Atreva-se e mude o seu destino, onde mudamos o de Napoleão!” é o mote da Rota Histórica das Linhas de Torres para visitar e relembrar o mais barato, rápido e eficiente sistema defensivo da História Militar. Seduzidos pela história e pelo impacto da paisagem envolvente, vamos conhecer o Forte de São Vicente e o reduto de Olheiros, obras militares que integravam a 1ª Linha. Este sistema defensivo, construído entre 1809 e 1810, no contexto da III Invasão Francesa (1810-11), é demonstrativo da capacidade técnico-militar luso-britânica e da resiliência do povo português em manter a sua Liberdade, face a uma das mais temidas forças bélicas da História Militar: o Grande Armée de Napoleão! Uma História feita de Fortes. E de vistas Fortes! 
Panorama Cidade Torres VedrasAs Linhas de Torres Vedras foram mandadas construir, entre 1809 e 1810, por Sir Arthur Wellesley, futuro Duque de Wellington, comandante do exército luso-britânico, com o intuito de travar as sucessivas incursões bélicas do exército de Napoleão Bonaparte e de proteger o acesso à cidade de Lisboa. Esta decisão ocorreu após o fim da retirada das tropas tricolores (II Invasão francesa), comandada pelo marechal Soult. Consistia num sistema defensivo fortificado com um conjunto de fortes e redutos em pontos  estrategicamente colocados no topo de colinas/cumes da região da Península de Lisboa. Eram constituídas por três linhas defensivas, entre o oceano Atlântico e o rio Tejo (85 km de extensão), totalizando 152 obras militares, armadas com 600 peças de artilharia e defendidas por uma força – 140 000 homens – mista de tropas de linha e de guarnição. A maioria das bocas de fogo e o material de sapadores foram fabricadas em Arsenais Portugueses. As obras militares só foram finalizadas em 1812, após a definitiva expulsão do Grande Armée  do Reino de Portugal.

SãoVicente_Forte_TVD (4)As designadas Linhas de Torres travaram, após a Batalha do  Buçaco (1810),  o avanço vitorioso das 65 mil tropas francesas do general Massena, comandante enviado por Napoleão para liderar a III Invasão (1810-1811). Era o principio do fim da supremacia militar do Império Napoleónico. O Reino de Portugal, e os portugueses, foram maniatados e subjugados pela França e pela Inglaterra, as duas superpotências de inícios do século XIX, para disputar a hegemonia europeia e a manutenção dos equilíbrios europeus.

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💣Forte e Capela de São Vicente (Obra militar nº 20, 21 e 22)

Construído em 1809, no Monte de São Vicente (a 118 m de altitude). o Forte de São Vicente é um vasto complexo fortificado constituído por três redutos abaluartados, com  uma praça de armas protegida por longos travezes, reparos, muros em talude, canhoeiras, rodeado de fossos profundos, com revestimento de pedra. Tem planta em Y, e era composto por um conjunto de trincheiras, fossos, traveses, paióis, e estava artilhado para uma capacidade de 39 bocas de fogo. Estava dotado com 3 paióis, de planta circular. Era considerado o mais importante forte das Linhas de Torres, mas perdia  em dimensão para o forte ou reduto grande do Sobral. Tinha capacidade para uma guarnição militar de 2000 a 2200 soldados. Era a fortificação e o ponto mais a norte, da 1ª Linha de defesa, entre a localidade de Alhandra e a foz do rio Sisandro, que defendia a estrada real entre Coimbra e Lisboa. Encontra-se atualmente em bom estado de conservação. Foi finalizado em 1810.

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Vista geral do reduto Nº22: canhoeiras, paióis, Travezes, reparos, capela medieval e fossos

Trata-se de um dos melhores pontos paisagísticos para admirar o complexo, pontificado e continuo sistema defensivo erguido a norte da península de Lisboa. São um excelente exemplo da articulação entre o Homem e o Meio. De facto, a construção das mesmas reflete o estudo do Meio pelo Homem, isto é, o aproveitamento da morfologia do terreno para retardar o avanço, pela estrada e atravessamento dos rios, das tropas napoleónicas que se dirigiam a Lisboa. E sem recurso a tecnologia, por exemplo, o uso de fotografia aérea para estudar o terreno. Quem contempla a paisagem envolvente ao monte de S. Vicente percebe a importância e o significado desta fantástica obra de engenharia militar!

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Os Travezes, estruturas em terra, do Forte de São Vicente

Um dos três redutos deste forte – obra militar Nº 21 estava equipado com um posto de sinais / telégrafo que comunicava com o principal posto de difusão das comunicações das Linhas de Torres: a Serra do Socorro. No CILT (Torres Vedras) podemos ver uma maqueta – Telégrafo de Balões – com este dispositivo de telegrafia visual inspirado no sistema de comunicações da marinha de guerra britânica (Royal Navy). Trata-se de um bom exemplo da importância da comunicação  e da passagem rápida de informações entre os inúmeros fortes e redutos, que estavam na 1ª e 2ª Linha do sistema defensivo das Linhas de Torres Vedras, sobre o constante movimento de tropas francesas.

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Posto de Sinais / telégrafo do Forte de São Vicente

Durante a Guerra da Patuleia (1846-1847), o forte de São Vicente foi alvo de um confronto bélico entre as tropas insurretas do conde do Bonfim, membro da junta revolucionária do Porto, e das tropas governamentais do marechal Saldanha, apoiadas pela Rainha D.Maria II, para o controlo de Lisboa. Aliás, foi único confronto bélico da sua curta existência desta obra militar das Guerras Peninsulares. O controlo militar da vila de Torres Vedras e dos fortes da Península de Lisboa eram vitais para dominar, militarmente, a capital do Reino de Portugal. Esta estratégia foi abandonada e tornou-se irrelevante na última metade do século XIX (Campo Entrincheirado de Lisboa) e, principalmente, na segunda metade do século XX (Plano Barrow). As tropas “patuleias” do conde das Antas decidiram escolher Torres Vedras para aguardar pelo confronto decisivo com as tropas governamentais, antes de avançar para ocupar Lisboa, visto que esta localidade tinha aderido à insurreição da “Patuleia”. As tropas do conde de Bonfim, sem apoio logístico e militar do conde das Antas, foram facilmente vencidas pelas tropas governamentais do marechal Saldanha, apesar da enorme vantagem de bocas-de-fogo dos derrotados.

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O Centro de Interpretação das Linhas de Torres (CILT), do concelho de Torres Vedras, fica localizado na antiga capela do Forte de S. Vicente, inaugurado no Verão de 2017. No interior, o visitante poderá compreender a importância das Linhas de Torres na vitória do exército luso-britânico sobre as tropas francesas de Napoleão Bonaparte, com a exibição de um documentário para enquadramento histórico da época. Existe uma maqueta de um posto de telegrafia da época das Linhas de Torres e de um circuito expositivo recheado de recursos audiovisuais e multimédia, mapas, gravuras e peças museológicas alusivas à época das Invasões Francesas, com foco particular, na terceira invasão ao território português, comandada pelo general Massena, o exílio da população (devido à imposição da política de terra queimada) e a construção deste sistema defensivo no concelho de Torres Vedras.

💣Reduto de Olheiros (Obra militar nº23)

O Forte ou reduto de Olheiros, também conhecido como Forte do Canudo, em virtude da sua localização geográfica e topográfica: o Monte do Canudo. A sua utilização inicial era prestar apoio ao fronteiro Forte de São Vicente,  protegendo o lado poente da vila e do vale de Torres Vedras. Foi concebido para uma guarnição de 180 soldados e estava equipada com onze canhoeiras nas cortinas. Segundo o capitão britânico J. T. Jones, estas estavam guarnecidas com 7 bocas de fogo, 4 peças de calibre 9 e 3 peças de calibre 6. No centro, coberto de laje de betão armado, encontra-se um paiol de pólvora e de munições.

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Paiol e muralha em alvenaria do Forte de Olheiros

Em 2001, com apoio da Escola Prática de Infantaria, o município de Torres Vedras realiza uma campanha de limpeza completa e um diagnóstico do estado de conservação da obra militar. Mais tarde, em 2011, sofreu obras de restauro que incluíram a consolidação da sua estrutura-militar, nomeadamente, desobstrução/reconstrução do fosso e das canhoeiras, reconstituição das estruturas em terra (travezes e reparos),  desmatação e abate de árvores de grande porte e a recuperação do paiol de pólvora.

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Canhoeiras para artilharia e reparo de proteção (ao centro) para fogo de infantaria

As Linhas de Torres são o mais internacional dos monumentos militar portugueses. É um monumento que perdeu o seu valor militar, mas adquiriu um valor histórico que importa preservar e divulgar para as gerações vindouras. A forma e a rapidez, por mais de 150 mil portugueses e britânicos, revela bem a importância e o sacrifício de um povo pela manutenção da independência nacional e, não mais importante, da sua Liberdade.

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Não deixe de fazer…

  • conhecer o Museu Municipal Leonel Trindade e o CILT de Torres Vedras;
  • explorar os encantos e recantos do património do centro histórico de Torres Vedras;
  • percorrer o património da Linha do Oeste: Estação de Runa;
  • provar a doçaria local: o famoso pastel de feijão da Serra da Vila;
  • assistir as recriações históricas do festival das Novas Invasões
  • caminhar pelos trilhos e jardins das antigas Termas dos Cucos;
  • conhecer os areais dourados de Santa Cruz e provar uma sapateira em Porto Novo;
  • petiscar, no Parque Verde da Várzea, o famoso Beef de Wellington no Roots Restaurante;
  • participar na caminha anual da Marcha dos Fortes;
  • aventurar-se num passeio pelas colinas e serras de Jipe UMM, com as Rotas do Oeste;
  • conhecer o Convento de Santo António do Varatojo;
  • fazer uma prova de vinhos na Adega Cooperativa da Carvoeira;
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✈ Como chegar:

🚗

  • Lisboa a Torres Vedras: pela A8 tomar a direção de Leiria até à saída 7 – Torres Vedras Sul.Em alternativa, siga pela N8 por Venda do Pinheiro e Turcifal até Torres Vedras.
  • Porto a Torres Vedras: pela A1 sair na direção de Aveiro, convergir com a A25, continuar na A17 na direção de Leiria. Tomar a A8 até à saída 8 – Torres Vedras Norte.Em alternativa pode tomar a N1 por Leiria até Rio Maior. De Rio Maior tome o IC2 para Alcoentre e a N115 até Torres Vedras.

🚌 |🚉

  • Comboio (Linha do Oeste) Figueira da Foz – Lisboa (Santa Apolónia) |Horários
  • Autocarros: Barraqueiro Oeste (A8 – Diretas) | Horários

🏠 Onde ficar:

Em Torres Vedras existem inúmeras opções económicas de alojamentos, consoante o número de dias que irá ficar no concelho da região Oeste. O Dolce Campo Real perto do Turcifal, parece-nos uma boa opção para explorar a Rota Histórica das Linhas de Torres. Trata-se de uma uma excelente opção para quem queira ter acesso rápido a todas as actividades relacionadas com o turismo de natureza e histórico-cultural, onde está perfeitamente integrado na área protegida da Serra da Archeira e do Socorro e da cidade de Torres Vedras.Na minha opinião, os seus pontos fortes são a localização, o campo de golfe, a piscina, uma área para crianças e as ofertas de atividades de tempos livres.

🍜 Onde comer:

Porque não saborear uma ceia oitocentista, a pós uma visita ao património das Linhas de Torres Vedras, o visitante poderá ter uma experiência gastronómica: uma sopa de canja e um Bife Wellington* com Chips de Batata Doce e Espargos. Trata-se de um prato Oitocentista alusivo à época das Invasões Francesas. E para sobremesa uma deliciosa “Barriguinha de Freira”. E não se esqueça de acompanhar com um belo tinto DOC de Torres Vedras (CVRLisboa).

🔗Para mais informações:

Aqui poderá encontrar, por exemplo, extensa documentação e dicas sobre o património material e imaterial  nos seguintes links:

“Os percursos da Rota Histórica das Linhas de Torres são temáticos e refletem cada um dos aspetos mais marcantes do território onde estão inseridos. Podem ser visitados em parte ou no seu todo, deixando ao viajante a liberdade de construir a sua própria visita.”, lê-se no sitio web da Rota Histórica das Linhas de Torres (RHLT)

A Rota Histórica das Linhas de Torres (RHLT) oferece informação atualizada para conhecer os locais e percursos dos inúmeros fortes e redutos militares dos concelhos (Arruda dos Vinhos, Loures, Mafra, Torres Vedras, Sobral de Monte Agraço e Vila Franca de Xira) que integram esta rota histórico-militar. Poderá informar-se junto dos vários Centros de Interpretação das Linhas de Torres (CILT) de cada município ou descarregar o mapa e o guia da Rota Histórica das Linhas de Torres. Se for um leitor mais exigente, deixo-lhe uma sugestão de leitura de uma publicação de referência, a Revista INVADE, sobre o que melhor há para ver e fazer na Rota Histórica das Linhas de Torres. Recomendo, também, a consulta do sitio digital do Turismo Centro de Portugal, visto que permite descarregar mapas e um conjunto de informações sobre os transportes públicos, rotas turísticas, património edificado e gastronomia associado à região Oeste de Portugal.

A Batalha de Torres Vedras – 22 de dezembro de 1846 in Revista Militar N.º2459, Dezembro de 2006 [em linha]. Lisboa: CMG Armando Dias Correia, 1849-2020.[consult. 2020-05-26 11:58:58]. Disponível na Internet: https://www.revistamilitar.pt/artigo/170#

A Ferro e Fogo (Invasões Napoleónicas) in RTP Arquivos [em linha]. Lisboa: RTP – Rádiotelevisão portuguesa, 2015-2020. [consult. 2020-05-26 21:12:46].Disponível na Internet: https://arquivos.rtp.pt/conteudos/a-ferro-e-fogo-invasoes-napoleonicas/

Batalha de Torres Vedras in Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2020. [consult. 2020-05-26 19:28:50]. Disponível na Internet: https://www.infopedia.pt/$batalha-de-torres-vedras 

Forte de São Vicente / Obra Grande de São Vicente – SIPA: Sistema Informação para o Património Arquitectónico. [Em linha]. [Consultado em 30 Dez. 2014]. Disponível na  internet URL: <http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=6346 >

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💻 Texto: Rafael Oliveira 📷 Fotografia: Oliraf Fotografia 🌎

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