🎖️🌹📻Posto de Comando do MFA (Pontinha): no coração operacional do 25 de Abril de 1974.

🌹Lugares de Abril. Já temos mais tempo de Abril do que de ditadura, sabia? Assinalamos os 48 anos da Revolução dos Cravos e a ligação histórica do município de Odivelas à instauração da democracia em Portugal com uma visita ao Posto de Comando (PC) do Movimento das Forças Armadas (MFA). Localizado no Quartel da Pontinha (Odivelas), este espaço histórico é um Núcleo Museológico do Museu Militar de Lisboa, um Monumento Nacional desde o ano 2015 e um dos lugares emblemáticos de Abril. O edifício do Posto de Comando estava instalado num pavilhão coberto utilizado para instrução pelo Regimento de Engenharia n.º 1 (RE1). Era a voz e os ouvidos do MFA cuja missão era a coordenação da “Operação Fim Regime“, um conjunto de operações militares em todo o território nacional que visavam derrubar, por via de um Golpe de Estado, a ditadura do Estado Novo (1933-1974) e a pôr fim à Guerra Colonial (1961-1974). Venha conhecer um dos lugares “invisíveis” da Revolução dos Cravos que devolveram a LIBERDADE aos Portugueses! A Liberdade também passa por aqui!

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📌 À descoberta do Regimento de Artilharia de Costa: a 8ªBataria de Albarquel…

A 8ªBataria de Albarquel é uma arquitectura militar datada do século XX. Trata-se de uma bateria de tipo moderno em construção subterrânea, situada num morro com dispositivo de camuflagem, composta por 3 peças fixas – canhões Krupp de 150mm – sobre plataformas em socalcos com muros em redor de suporte de terras, em descontinuidade, pode ler-se no Sistema de Informação para o Património Arquitectónico (SIPA).

Nas proximidades da Serra da Arrábida, a cerca de 3 km da cidade portuária de Setúbal, seguindo pela EN 379 – 1, o viajante curioso depara-se com uma peculiar obra de engenharia militar: a  8.ªBataria de Albarquel do extinto Regimento de Artilharia de Costa (RAC). Está situada no morro contiguo à fortaleza de Albarquel, com uma localização privilegiada sobre a foz do rio Sado, junto à praia de Albarquel, no concelho de Setúbal e da região turística da Costa Azul. Fomos visitá-la!

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Após transpor-mos a entrada de portão de ferro, o viajante depara-se com uma pequena casa da guarda em ruínas e no meio da densa vegetação rasteira. A partir daqui, o viajante poderá optar por diversos caminhos para iniciar a sua aventura ruinosa. De facto, este poderá optar por um caminho de terra batida (terreno argiloso) que se bifurca até às as peças de artilharia inertes; no topo do caminho principal encontram-se as dependências dos praças e oficiais, o depósito da água, dois paióis de munições e a antiga central de energia eléctrica a óleos pesados que alimentava este complexo militar subterrâneo.

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Na primeira metade do século XX foi erguida, em 1939, no morro por detrás do forte de Albarquel, uma fortificação subterrânea acasamatada, artilhada por três canhões Krupp CTR de 150 mm, de origem alemã, e guarnecida por cerca de 30 homens. As novas instalações compreendiam dependências como casernas, refeitório e armazéns. Trata-se, assim, de um aquartelamento militar em ruínas, com a particularidade de estar parcialmente soterrado. De facto, as peças de artilharia são as únicas partes visíveis à superfície. Sabia que os militares que davam vida a esta antiga unidade bélica eram conhecidos como as “Toupeiras”? E porquê a alcunha? Ora, a vida militar fazia-se ao longo de uma rede de galerias e túneis de acesso às respectivas baterias, camufladas pela vegetação circundante.

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A 7.ª e a  8.ª Batarias, respectivamente do Outão e de Albarquel, do Grupo Sul do Regimento de Artilharia de Costa (RAC) tinham como objectivo máximo a defesa da entrada da barra do rio Sado e o Porto de Setúbal, em conjunto com outras baterias: a do Casalinho e do Moinho da Desgraça. Estas últimas foram construídas no decorrer da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e desactivadas nas décadas de 40 e 50 do Século XX, funcionando como posto de comando e de observação da 8.ªBataria. De facto, esta rede de estruturas militares atestam a importância estratégica do complexo portuário e da região de Setúbal em caso de conflito.

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Com uma localização privilegiada, o viajante é convidado a contemplar e a fotografar as vistas e a paisagem envolvente. Destacaria, em especial, as magnificas vistas do terraço do forte e da bateria de Albarquel. Aqui, podemos admirar diversos elementos geográficos que dão corpo e cor à paisagem da região de Setúbal: o verde da Serra da Arrábida, o amarelo da Península de Tróia, o azul do estuário e toda a entrada da foz do rio Sado. De facto, esta estrutura militar adaptou-se às condições e características do meio envolvente, isto é, ao património natural, conferindo-lhe, assim, uma espécie de “camuflagem”.

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Um marco histórico-cultural da cidade de Setúbal: na margem direita da foz rio Sado, a partir do século XVII, a linha defensiva da povoação maritima de Setúbal foi reforçada com a construção do Forte de Albarquel. Trata-se de uma Arquitectura militar seiscentista, barroca, estilo chão vernacular que integrava um conjunto de fortificações que se entendia da praia de Albarquel à vila piscatória de Sesimbra. A sua edificação começou em 1643 por indicação do rei D. João IV, tendo sido concluída no reinado de D. Pedro II. A sua função era reforçar o poder bélico do Castelo de São Filipe. Através de uma pesquisa no Arquivo Distrital de Setúbal, podemos encontrar extensa iconografia e informações sobre a evolução desta edificação militar. Actualmente, a estrutura do Forte  encontra-se adulterada.

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Integrada, tal como a 7ªBateria de Outão, no Parque Nacional da Arrábida, esta antiga unidade de Artilharia do Exército Português foi desactivada em 1997. Foram quase seis décadas ao serviço de Portugal. Actualmente, a bateria encontra-se em estado de abandono, bem como o forte de Albarquel. Verifico, assim,  que o concelho de Setúbal é dotado de uma vasto património edificado em ruínas e com exemplares únicos da arquitectura militar no Estuário do Sado. Segundo a imprensa local, a CM Setúbal irá ficar responsável pela recuperação e exploração deste património militar, após celebrar uma minuta de um contrato com a fundação The Helen Hamlyn Trust. Aguarda-se, com expectativa, a sua requalificação como um espaço de lazer e unidade turística para usufruto de todos os curiosos e,acima de tudo, para todos os habitantes da cidade de Setúbal: os Setubalenses.

Para mais informações:

Se quiser saber mais sobre a História de Setúbal, e em particular sobre o impacto local da  1ªGuerra nesta cidade portuguesa, o blogue OLIRAF recomenda a leitura da obra “Setúbal e a Primeira Guerra Mundial (1914-1918)”. do jovem investigador Diogo Ferreira (IHC-UNL). Na minha opinião, trata-se de uma obra de referência para o conhecimento da Historiografia local setubalense e da importância económica e social da Indústria Conserveira em Setúbal. Não deixe de consultar a página oficial do turismo da de Setúbal: visitsetúbal.

ABREU, Maurício, VICTOR, Isabel e GONÇALVES, LUÍS J., Castelos e Fortalezas da Costa Azul, Setúbal, Região de Turismo da Costa Azul, 1993.

Bateria de Albarquel / Posto de Comando – SIPA: Sistema Informação para o Património Arquitectónico. [Em linha]. [Consultado em 30 Dez. 2017]. Disponível na  internet URL: <http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=25039 >

COSTA, António José Pereira da – A cidadela de Cascais e a Defesa da Costa Marítima do Guincho ao Estoril. In: “Boletim do AHM”, Lisboa, vol. 63 (1998 – 1999), pgs. 37 – 98.

EMERECIANO, Jaime – A Artilharia na Defesa de Costa em Portugal. Lisboa: Academia Militar, Dissertação Mestrado em Ciências Militares, especialidade de Artilharia, 2011. Disponível na internet URL: http://comum.rcaap.pt/handle/123456789/7247

FERREIRA, DiogoSetúbal e a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Lisboa: Dissertação de Mestrado em História Contemporânea, FCSH-UNL, 2015. [Em linha]. [Consultado em 23 Mai. 2018]. Disponível na  internet URL: <https://run.unl.pt/handle/10362/17683>

MACHADO, M. (22 de Dezembro de 2008). Os Últimos Disparos do “Muro do Atlântico” Português. Obtido em Fevereiro de 2011, de http://www.operacional.pthttp://www.operacional.pt/os-ultimos-disparos-do-%E2%80%9Cmuro-doatlantico%E2%80%9D-portugues/

MASCARENHAS, Catarina de Oliveira Tavares – Da defesa à contemplação da paisagem : intervir no lugar do Forte e da 7ª Bateria do Outão no contexto da Arrábida. – Lisboa : FA, 2014. Tese de Mestrado.

Nota importante [👤]

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📌 À descoberta do Museu Militar de Elvas: um olhar fotográfico…

Elvas foi a “sentinela” do Reino de Portugal. Segundo o historiador Rafael Moreira (1986:80), “Do rigor teórico à urgência prática: a arquitectura militar, História da Arte em Portugal, vol. 8”, a cidade alentejana de Elvas foi o primeiro espaço fronteiriço a ser “fortificado de modo permanente” durante e depois da Guerra da Restauração em 1640, sendo então designada capital militar do Alentejo e a mais importante praça-forte que assegurava a Independência de Portugal, em virtude de estar a menos de 10 km da fronteira luso-espanhola. Esta vila alentejana, citando J.H.Saraiva (RTP Ensina), é um dos  lugares “mais ensanguentados e mais martirizados” do território português. Afinal, a 14 de Janeiro de 1659, foi aqui que ocorreu a Batalha das Linhas de Elvas.

O Museu Militar de Elvas é um reflexo desta importância histórico-militar para o nosso país. De facto, este espaço museológico contém um dos mais importantes acervos bélicos de Portugal Continental, onde podemos contactar com o passado histórico-militar com mais de três séculos. Importa salientar que, em 2012, a cidade de Elvas foi classificada Património Mundial da Humanidade como “CIDADE-QUARTEL FRONTEIRIÇA DE ELVAS E SUAS FORTIFICAÇÕES”, tendo recebido mais de um milhão de visitantes desde a sua distinção pelo comité da UNESCO.

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Incorporado no seio das fortificações abaluartadas (1645-1653), da autoria do jesuíta João de Cosmander, designadamente nas antigas instalações do Regimento de Infantaria 8 (Convento de São Domingos, a Muralha Fernandina e parte das muralhas e baluartes Seiscentistas), este espaço museológico tem inúmeros pontos e elementos  expositivos de interesse, tais como, o Centro de Interpretação do Património de Elvas, a História do Serviço de Saúde do Exército, o salão de Hipomóveis e Arreios Militares e inúmeras viaturas bélicas que fizeram parte da história-militar de Portugal do séc. XX. Tem como missão a “a promoção, a valorização, o enriquecimento e a exposição do património histórico-militar à sua guarda”, pode ler-se no site. Faz parte da Rede Portuguesa de Museus (RPM) da Direção Geral do Património Cultural (DGPC).

Trata-se do maior museu em área de implantação de Portugal. Ao todo são 150.000m2 e uma área coberta de 14.000m2. Actualmente a área deste espaço museológico ultrapassa os 3.500m2. Com uma elevada carga arquitectónica e histórica, este espaço tem um valiosíssimo património onde se História da cidade de Elvas e de Portugal. Pedras com História. O Quartel do Casarão faz parte de antigas dependências construídas no séc. XVIII, depois da campanha de 1762-63 pelo engenheiro militar Valleré, autor da traça do Forte de Nossa Senhora da Graça. Trata-se de um conjunto de antigas Casernas do Quartel da Cavalaria, hoje ocupadas por circuito expositivo sobre as comunicações do Exército Português. Cada uma ostenta um nome de um combate onde a arma de cavalaria se notabilizou, designadamente nos sertões de África nos finais do séc.XIX. mantendo ainda hoje a sua traça original.

O Salão Hipomóvel está localizado numa sala do inicio do séc XIX, quando uma parte do espaço era ocupado quartel de cavalaria, houve a necessidade de construir cavalariças para alojar 500 cavalos e milhares de soldados, estas desenvolviam se ao longo de toda a atual parada Mouzinho de Albuquerque, num comprimento total de 120 metros. Chegados a meados do séc XX, com a sucessiva substituição da força motora dos equinos pelos automóveis, e com a necessidade de proporcionar condições mais dignas aos militares que aqui prestavam serviço, foi desanexada parte da cavalariça para adaptação a refeitório de praças.

As salas de dedicadas ao armamento rebocado por animais (Hipomóveis), na sua quase totalidade artilharia, podemos encontrar exposto os seguintes objectos bélicos: tiro de Artilharia composto por 3 parelhas, armão de transporte de munições e peça“Scheneider Canet” de 7,5 mm Modelo 1904; Canhão revolve “Hotckiss”de 40mm Modelo 1904. Carro de Ferramenta de Esquadrão Modelo 1907. Peça de Artilharia 11,4 cm tiro rápido Modelo 1917; Ambulância de Campanha Modelo Francês do ano 1890; Peça “AB Bofors” calibre 75mm. Modelo 1934; Caixa de Cirurgia de Campanha com instrumentos e material sanitário.

O “amarelo militar” é uma constante ao longo do espaço exterior do Museu de Elvas, à excepção de um pequeno troço que contém as antigas muralhas fernandinas do séc.XIV. Ainda no exterior, o visitante poderá contactar com armamento pesado exposto ao ar livre, com inúmeras peças de artilharia rebocada. Em primeiro plano, obus de campanha 150mm, “Bofors”, de fabrico sueco, no ano de 1885. Em segundo plano, um obus de campanha de 150mm modelo 1937, de origem nipónica, desconhecendo-se a sua chegada ao nosso país. Ao fundo, podemos visualizar dois obuses de campanha de 140mm modelo 1942, de origem inglesa.

No espaço exterior do Museu Militar, o visitante pode contemplar a área envolvente das fortificações e muralhas abaluartadas da cidade de Elvas. É o caso do Forte de Nossa Senhora da Graça. Para mim, uma das mais belas fortificações do nosso país e, quiçá, do Mundo. De facto, a vista aérea deste fortificação do séc.XVIII espelha a beleza arquitectónica, enquadrada estrategicamente com a paisagem à sua volta. À primeira vista, desde o Quartel do Casarão, esta fortificação parece-nos “inofensiva” à distância. Foi erigido a pensar para resistir a cercos prolongados, atestando a sua solidez e à prova de bomba.

A “Coleção de Viaturas Militares do Museu Militar de Elvas” contém inúmeras viaturas histórico-militares que fizeram parte da História Militar de Portugal.  Na imagem, temos o “burro do mato” Mercedes Benz UNIMOG 411, de fabrico alemão,  foram intensamente usados desde 1957 até aos anos 80. Também esta é uma das viaturas emblemáticas das campanhas de África, podia transportar 10 militares, sem qualquer protecção, mas dispostos (costas com costas) de modo a poderem saltar rapidamente da viatura e reagir a emboscadas.  A icónica CHAIMITE V-200, veiculo da Revolução de 25 de Abril de 1974, que fazia uma visita-guiada pelos espaços do acervo do Museu Militar de Elvas.

Durante o “XI Encontro Nacional de Veículos Militares Antigos / Um Dia no Museu Militar – Elvas 2017”, organizado pelo Exército e pela Associação Portuguesa de Veículos Militares, tive a oportunidade de fotografar e andar em inúmeros veículos militares que fizeram parte da História Militar de Portugal. Com entrada livre, este  evento proporciona um conjunto de actividades pouco vulgares com esta dimensão em Portugal, onde podemos visualizar os veículos e carros de combate que pertenciam ao Exército e que foram recuperadas pela Associação Portuguesa de Veiculos Militares (APVM), em colaboração com o Exército Português. A maioria faz parte do nosso imaginário colectivo (Chaimite, Berliet-Tramagal, UMM, Unimogs,etc), especialmente para os apaixonados por temas bélicos, visto que muitas delas ajudaram a escrever as páginas da História de Portugal.

Os visitantes e os amantes de veículos militares poderão visualizar inúmeras demonstrações dinâmicas de todos os tipos de veículos militares, jipes, pesados de transporte, tratores de artilharia e blindados de combate (alguns exemplares raros), a reconstituição de cenários militares da Guerra colonial Portuguesa, II Guerra Mundial e Vietname, a iniciação à prática de slide e rapel, realizar visitas orientadas por guias especializados às coleções de transmissões e viaturas militares do MME, bem como passeios em veículos militares nos espaços do Museu. Na imagem podemos visualizar duas viaturas: do lado esquerdo um Unimog 404, de origem alemã, e do lado direito o AEC MATADOR 4X4 MA/40/44/46 com reboque de um obus de 140mm M1943, de origem britânica. Estes “clássicos bélicos” foram usadas no contexto africano, como veículos de transporte de pessoal, material e de  tracção de artilharia, respectivamente.

A Berliet-Tramagal GBC8KT 4X4 com uma metralhadora quádrupla de artilharia antiaérea 12,7 mm m/953, de origem norte-americana. Estes veículos foram adaptados no contexto da Guerra Colonial (1961-1974) e foram chamados a participar em inúmeras operações militares, em virtude da sua extraordinária capacidade em termos de ângulo e capacidade de tiro, sendo capazes de disparar contra alvos aéreos e terrestres. Foi possível comprovar que o material está em perfeita condições.

As reservas do Museu Militar de Elvas: junto às muralhas e baluartes seiscentistas existem inúmeras “carcaças” e peças de antigos carros de combate, veículos de transporte de tropas e artilharia rebocada que fizeram, e fazem, parte do nosso imaginário colectivo e alguns escreveram as páginas da História de Portugal e do Mundo. A maioria das reservas chegou dos inúmeros depósitos de material bélico do Exército Português, encontram-se a céu aberto aguardando a sua hora para recuperação, bem como outras estão colocadas em armazéns. Aguardam colocação na área visitável, consoante a disponibilidade dos voluntários da APVM e do recursos financeiros para comprar material para a sua reabilitação.

Na imagem acima podemos visualizar o icónico carro de combate M4 Sherman, de origem norte-americana, utilizado pelas forças aliadas em vários cenários da IIªGuerra Mundial contra as forças do Eixo. Neste caso, trata-se de um carro de combate do exército português aguardando a sua recuperação pelos associados da APVM, onde o objectivo é “manter a rolar”, evitando assim o esquecimento ou a sua condenação à sucata. Para quem nunca viu ou andou numa Chaimite, por exemplo, o trabalho da APVM proporciona (re) viver os tempos das picadas de África e os acontecimentos do 25 de Abril de 1974.

A Viatura Blindada de Reconhecimento Panhard EBR 75 17 Ton. 7,5cm 8X8 M/1959 é uma dos carros de combate icónicos da Revolução dos Cravos. Ao todo, em 1959, Portugal adquiriu 50 unidades  com a torre FL 10 e peça de 75 mm à França (Anciens Établissements Panhard-Levassor SA) Destas 21 foram enviadas para Angola (ficaram sediadas em Luanda e Silva Porto) e as restantes ficaram em Portugal Continental. Esta viatura esteve ao serviço do nosso país entre 1959 e 1984.

Na imagem acima temos o carro de combate M47 ‘Patton’, de origem norte-americana, que serviu no Exército Português, entre 1952 e 1984, na Escola Prática de Cavalaria. Fez parte de um episódios da Rua do Arsenal e da Ribeira das Naus, espaços onde ficou “decidido” o 25 de Abril de 1974. É gratificante aperceber-me que as autoridades militares estão conscientes da importância da preservação e valorização do património histórico-militar, bem como da sua abertura à comunidade civil. De facto, estes eventos proporcionam momentos lúdicos que nos ensinam a admirar e a olhar para a importância da salvaguarda do material circulante do Exército Português, bem como possibilita um incremento de visitantes para a temática do turismo militar na cidade de Elvas.

Em suma, este olhar fotográfico foi pequeníssima amostra das reservas, dos espaços e elementos que dão corpo ao Museu Militar de Elvas. A meu ver, a Associação Portuguesa de Veículos Militares tem feito um trabalho notável, tendo em conta, os parcos recursos humanos e financeiros à sua disposição. A maioria dos associados faz trabalho voluntário. Acima de tudo, estes nutrem uma grande paixão por veículos que fizeram parte dos episódios da História de Portugal, visto que uma vez por mês passa um fim-de-semana nas oficinas de Elvas a recuperarem os  veículos militares fabricados ou montados em Portugal: os icónicos camiões Berliet-Tramagal, blindados Chaimite, jipes Cournil e Alter da UMM.

Para mais informações:

Turismo do Alentejo

Câmara Municipal de Elvas

Museu Militar de Elvas

Blogue Operacional (Temas Militares)

Coordenadas: 38.881158,-7.159067 (ver no mapa)
Avenida de São Domingos 13,
7350-047 ELVAS – Elvas
+351 268636240
​ ​ ​ ​Horário de Verão (Março a Outubro)
Abertura ​Almoço Encerramento ​Última Entrada
​09H00 ​12H30-14H30 ​19H00 12H00 e ​18H30
Horário de Inverno (​Novembro a Março)
​09H00 ​12H30-14H30 ​17H30 ​12H00 e 17H00
Dia de encerramento: 2ª feira e feriados de 25 de Dezembro e 1º de Janeiro. Para mais informações sobre o Encontro Nacional de Veículos Militares Antigos / Um Dia no Museu Militar – Elvas 2017, contacte a Associação Portuguesa de Veículos Militares pelo email apvmilitares@gmail.com.

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Dia Aberto da Base Aérea do Montijo (BA6) – 2015

No dia 28 de Junho de 2015, ocorreu o Dia Aberto da Base Aérea N°6 Montijo para toda a comunidade civil e cidadãos portugueses. Este evento anual surge para comemorar o dia que a Força Aérea Portuguesa se tornou, em paralelo com a Marinha e o Exército, um ramo independente, a 1 de Julho de 1952. Por isso, celebra-se o 63° aniversário. Mais detalhes na página oficial do evento em www.forçaaérea.pt .

Importa salientar que duas das competências do Órgão de Natureza Cultural da Força Aérea Portuguesa é:

e) Promover a cultura aeronáutica, incluindo a divulgação de eventos ou relatos histórico-aeronáuticos;

f) Divulgar os eventos internos e mensagens de interesse para a população militar e civil;

Base Aérea Nº 6 Montijo

Situada na Margem Sul do Rio Tejo, na península do Montijo, a Base Aérea N.º 6 (BA6) ocupa uma grande área territorial pertencente aos concelhos de Montijo e de Alcochete, ambos do distrito de Setúbal.

Missão

Garantir a prontidão das Unidades Aéreas e o apoio logístico-administrativo de unidades e órgãos nelas sediados mas dependentes de outros comandos, bem como a segurança interna e a defesa imediata.

Base Áerea Nº6 Montijo_PlacaBase

Atualmente, a BA6  conta para o desempenho da sua missão com as frotas Lockheed C-130 H / H-30 Hercules, Esquadra 501 – “Bisontes” para a execução de missões de Transporte; EADS C-295M , Esquadra 502 – “Elefantes” , para efetuar missões de Transporte, Vigilância Marítima e Busca e Salvamento; Marcel-Dassault Falcon 50Esquadra 504 – “Linces” , para o transporte aéreo especial (por exemplo de altas entidades do Estado ou de órgãos vitais); e helicópteros Agusta-Westland EH-101 Merlin , Esquadra 751 – “Pumas” ,  para Transporte, Busca e Salvamento e Vigilância e Reconhecimento. Nas instalações da BA6, a Esquadrilha de Helicópteros da Marinha (1992) que opera helicópteros Westland Lynx MK95, recebe apoio logístico desta Unidade.

Aproveito para deixar algumas fotografias dos  bastidores do Dia Aberto da Base Aérea do Montijo (BA6):

Agusta-Westland EH-101 Merlin

EH-101 MERLIN_BA6_Montijo
Voo de Treino da Esquadra 751 – “Pumas” Agusta-Westland EH-101 Merlin [Portugal] Transporte, Busca e Salvamento e Vigilância e Reconhecimento

Aeronave EADS C-295M

C-295_BA6_Montijo
Aeronave EADS C-295M da Esquadra 502 “Elefantes” Funções: Vigilância e Reconhecimento, Transporte Aéreo e Busca e Salvamento. Base Aérea do Montijo (BA6) Aviação Militar / Transporte Militar ‪#‎fapfotododia‬ All Works @ OLIRAF (2015)

Lockheed C-130 H / H-30 Hercules

C130H__Esquadra501Bisontes

 Marcel-Dassault Falcon 50

 

Falcon

Westland Lynx MK95

 

Base Áerea Nº6 Montijo 201

Para mais informações:

Página Oficial da Força Aérea Portuguesa. [Em linha]. [Consultado em 30 Junho. 2015]. Disponível na  internet URL: < http://www.emfa.pt/www/index >

Página Oficial da Base Aérea N.º6. [Em linha]. [Consultado em 30 Junho. 2015]. Disponível na  internet URL: < http://www.emfa.pt/www/unidade-19-base-aerea-n-6 >

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⚓Dia da Marinha 2015 em Lisboa⚓

🌊🛳️ Passaram 517 anos desde que o navegador e explorador português, Vasco da Gama com a sua Armada, alcançou, no dia 20 de maio de 1498, Calecute na Índia.  Para comemorar este facto histórico, todos os anos, nesta data, assinala-se também o Dia da Marinha.para prestar homenagem ao navegador português Vasco da Gama, que nesse dia, pela primeira vez na história, concretizou a ligação marítima entre a Europa e o médio Oriente, com chegada à Índia. Estava,assim, inaugurada uma novo capitulo para a História da Humanidade: a globalização.

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A Marinha Portuguesa (www.marinha.pt) celebra anualmente esta efeméride, através de um conjunto de comemorações que incidem numa cidade  do litoral de Portugal Continental, ou nas Ilhas, pela tradição, pela ligação ao mar e à Marinha.

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As comemorações, este ano, centradas na capital portuguesa, decorreram entre os dias 16 e 24 de maio e incluíram actividades  diferentes de cariz militar, cultural, religioso e desportivo. A minha reportagem fotográfico optou pelas actividades de cariz militar e cultural. As comemorações deste ano têm por objetivo promover e apresentar à comunidade civil, a missão, meios, capacidades e o produto institucional que torna a Marinha indispensável para o País.

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Panorama da frente ribeirinha da cidade de Lisboa. Em primeiro plano, temos o navio escola Sagres e a fragata Bartolomeu Dias. Lisboa, Santa Apolónia. All Works @ OLIRAF (2015)

Em estreita colaboração com Câmara Municipal de Lisboa, a Marinha Portuguesa,  promoveu diversos eventos, destacando-se as cerimónias militares, o desfile naval e os baptismos de mar. O programa das comemorações do #DiadaMarinha2015, ao contrário de outros anos, não houve o cancelamento da demonstração naval, do desfile de navios e da coluna motorizada durante a cerimónia militar. É louvável esta atitude da Marinha Portuguesa, e do Ministério da Defesa Nacional, em proporcionar à comunidade civil o contacto com as actividades operacionais deste ramo militar das Forças Armadas Portuguesas (FAP).

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Os navios NRP Sagres e o NRP Bartolomeu Dias, estiveram abertos a visitas durante toda a semana no jardim do Cais do Tabaco – Santa Apolónia. O estuário do Tejo assegura as condições ideais ao desenvolvimento de actividades ligadas ao Mar e este facto está na origem da formação da cidade de Lisboa como importante ponto estratégico de ligação entre o Sul e Norte da Europa.

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Barco Tradicional do Rio Tejo: Cana de Leme de Varino

A conquista de Lisboa por D. Afonso Henriques aos muçulmanos, em 1147,  permitiu a afirmação de Portugal enquanto nação. É de Lisboa também que, a partir de 1415, partem as caravelas e naus rumo a um mundo desconhecido: a revolução geográfica. De facto, o Oceano é um factor estruturante ao longo da História de Portugal e elemento formador da própria identidade de ser português: a essência do nosso eu.

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Navio Escola Sagres

A Marinha marcou a sua presença com diversos navios que simbolizam a cultura marinheira do nosso país, designadamente o Navio Escola Sagres e Navio Treino de Mar Creoula.

   O Navio de Treino de Mar Creoula é operado pela Marinha com o objetivo de proporcionar experiência e contacto com o mar à generalidade da população nacional, podendo qualquer organização submeter propostas para embarcar no navio.

NRPÁlvares CabralF331DiaMarinha2015
No âmbito das comemorações do Dia da Marinha, em Lisboa, o NRP Álvares Cabral (F331) encontrou-se fundeado no rio Tejo, em frente à Av.Ribeira das Naus, no passado dia 20 de Maio.

NRP Reabastecedor Bérrio (A5210)
Reabastecedor Bérrio (A5210)

NRP Dom Carlos I (A522) (2)
Navio hidrográfico NRP D.Carlos I (A 522)

A partir da  Doca da Marinha foram efectuados Baptimos de Mar na vedeta «Zêzere» e na Lancha de Fiscalização Rápida NRP Centauro e NRP Dragão. transportando várias centenas de civis e militares em várias viagens em redor das unidades navais da Marinha Portuguesa que se encontravam fundeados no Rio Tejo, tais como: o navio hidrográfico NRP D.Carlos I, o reabastecedor NRP Bérrio, a Fragata Vasco da Gama, Creoula, entre outros.

NRP Centauro, Classe Centauro (P1551) (4)

Junto ao Museu da Marinha esteve presente o “Núcleo Museológico de Viaturas Antigas da Marinha”  com uma fabulosa exposição estática da colecção de 13 viaturas antigas que em tempos fizeram parte do efectivo activo da Armada e,claro, parte do nosso imaginário de outras épocas. Na mesma, poderiamos encontrar diversas viaturas clássicas civis e militares, tais como, um Mercedes Unimog 411 da DT 1, um Jeep Willys ou Dodge WC51.

Núcleo Museológico de Viaturas Antigas da Marinha (DTM)
Exposição do Núcleo Museológico de Viaturas Antigas da Marinha (DTM)

A Marinha Portuguesa mantém viva a memória desse passado salvaguardando pedaços de história únicos e singulares. Peças únicas do nosso passado de navegadores, como o espólio documental e material à guarda do Museu e Arquivo da Marinha. De facto, a Marinha é herdeira das naus e caravelas que deram «novos mundos ao mundo».

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As festividades encerraram no dia 24 de maio com as cerimónias religiosa e militar, com uma demonstração de capacidades da Marinha e com os navios a desfilar no rio Tejo. Infelizmente, não tive oportunidade de estar presente. De salientar que a proximidade da Base Naval de Lisboa (Alfeite, Almada) proporcionou um excelente contacto com a actividade  operacional da Marinha Portuguesa a todos os alfacinhas, portugueses e visitantes estrangeiros.

DiaMarinha(2015)

O Mar tem, para os portugueses, uma dimensão identitária e cultural única. Nos últimos anos, temos visto a Marinha Portuguesa reforçar sua ligação ao mar com a aquisição de novas unidades navais e a construção de outras em estaleiros navais nacionais.

«O Mar por vocação, o país como horizonte»

E foi assim as comemorações do Dia da Marinha 2015 em Lisboa. Agradeço a todos os que me acompanharam nesta reportagem fotográfica e acederem ao meu blog. Bem hajam!

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linhagraficaALL-oliraf-03💻Texto: Rafael Oliveira 🌎 Fotografia: Oliraf Fotografia 📷

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