📌 À descoberta do Regimento de Artilharia de Costa: a 8ªBataria de Albarquel…

A 8ªBataria de Albarquel é uma arquitectura militar datada do século XX. Trata-se de uma bateria de tipo moderno em construção subterrânea, situada num morro com dispositivo de camuflagem, composta por 3 peças fixas – canhões Krupp de 150mm – sobre plataformas em socalcos com muros em redor de suporte de terras, em descontinuidade, pode ler-se no Sistema de Informação para o Património Arquitectónico (SIPA).

Nas proximidades da Serra da Arrábida, a cerca de 3 km da cidade portuária de Setúbal, seguindo pela EN 379 – 1, o viajante curioso depara-se com uma peculiar obra de engenharia militar: a  8.ªBataria de Albarquel do extinto Regimento de Artilharia de Costa (RAC). Está situada no morro contiguo à fortaleza de Albarquel, com uma localização privilegiada sobre a foz do rio Sado, junto à praia de Albarquel, no concelho de Setúbal e da região turística da Costa Azul. Fomos visitá-la!

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Após transpor-mos a entrada de portão de ferro, o viajante depara-se com uma pequena casa da guarda em ruínas e no meio da densa vegetação rasteira. A partir daqui, o viajante poderá optar por diversos caminhos para iniciar a sua aventura ruinosa. De facto, este poderá optar por um caminho de terra batida (terreno argiloso) que se bifurca até às as peças de artilharia inertes; no topo do caminho principal encontram-se as dependências dos praças e oficiais, o depósito da água, dois paióis de munições e a antiga central de energia eléctrica a óleos pesados que alimentava este complexo militar subterrâneo.

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Na primeira metade do século XX foi erguida, em 1939, no morro por detrás do forte de Albarquel, uma fortificação subterrânea acasamatada, artilhada por três canhões Krupp CTR de 150 mm, de origem alemã, e guarnecida por cerca de 30 homens. As novas instalações compreendiam dependências como casernas, refeitório e armazéns. Trata-se, assim, de um aquartelamento militar em ruínas, com a particularidade de estar parcialmente soterrado. De facto, as peças de artilharia são as únicas partes visíveis à superfície. Sabia que os militares que davam vida a esta antiga unidade bélica eram conhecidos como as “Toupeiras”? E porquê a alcunha? Ora, a vida militar fazia-se ao longo de uma rede de galerias e túneis de acesso às respectivas baterias, camufladas pela vegetação circundante.

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A 7.ª e a  8.ª Batarias, respectivamente do Outão e de Albarquel, do Grupo Sul do Regimento de Artilharia de Costa (RAC) tinham como objectivo máximo a defesa da entrada da barra do rio Sado e o Porto de Setúbal, em conjunto com outras baterias: a do Casalinho e do Moinho da Desgraça. Estas últimas foram construídas no decorrer da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e desactivadas nas décadas de 40 e 50 do Século XX, funcionando como posto de comando e de observação da 8.ªBataria. De facto, esta rede de estruturas militares atestam a importância estratégica do complexo portuário e da região de Setúbal em caso de conflito.

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Com uma localização privilegiada, o viajante é convidado a contemplar e a fotografar as vistas e a paisagem envolvente. Destacaria, em especial, as magnificas vistas do terraço do forte e da bateria de Albarquel. Aqui, podemos admirar diversos elementos geográficos que dão corpo e cor à paisagem da região de Setúbal: o verde da Serra da Arrábida, o amarelo da Península de Tróia, o azul do estuário e toda a entrada da foz do rio Sado. De facto, esta estrutura militar adaptou-se às condições e características do meio envolvente, isto é, ao património natural, conferindo-lhe, assim, uma espécie de “camuflagem”.

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Um marco histórico-cultural da cidade de Setúbal: na margem direita da foz rio Sado, a partir do século XVII, a linha defensiva da povoação maritima de Setúbal foi reforçada com a construção do Forte de Albarquel. Trata-se de uma Arquitectura militar seiscentista, barroca, estilo chão vernacular que integrava um conjunto de fortificações que se entendia da praia de Albarquel à vila piscatória de Sesimbra. A sua edificação começou em 1643 por indicação do rei D. João IV, tendo sido concluída no reinado de D. Pedro II. A sua função era reforçar o poder bélico do Castelo de São Filipe. Através de uma pesquisa no Arquivo Distrital de Setúbal, podemos encontrar extensa iconografia e informações sobre a evolução desta edificação militar. Actualmente, a estrutura do Forte  encontra-se adulterada.

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Integrada, tal como a 7ªBateria de Outão, no Parque Nacional da Arrábida, esta antiga unidade de Artilharia do Exército Português foi desactivada em 1997. Foram quase seis décadas ao serviço de Portugal. Actualmente, a bateria encontra-se em estado de abandono, bem como o forte de Albarquel. Verifico, assim,  que o concelho de Setúbal é dotado de uma vasto património edificado em ruínas e com exemplares únicos da arquitectura militar no Estuário do Sado. Segundo a imprensa local, a CM Setúbal irá ficar responsável pela recuperação e exploração deste património militar, após celebrar uma minuta de um contrato com a fundação The Helen Hamlyn Trust. Aguarda-se, com expectativa, a sua requalificação como um espaço de lazer e unidade turística para usufruto de todos os curiosos e,acima de tudo, para todos os habitantes da cidade de Setúbal: os Setubalenses.

Para mais informações:

Se quiser saber mais sobre a História de Setúbal, e em particular sobre o impacto local da  1ªGuerra nesta cidade portuguesa, o blogue OLIRAF recomenda a leitura da obra “Setúbal e a Primeira Guerra Mundial (1914-1918)”. do jovem investigador Diogo Ferreira (IHC-UNL). Na minha opinião, trata-se de uma obra de referência para o conhecimento da Historiografia local setubalense e da importância económica e social da Indústria Conserveira em Setúbal. Não deixe de consultar a página oficial do turismo da de Setúbal: visitsetúbal.

ABREU, Maurício, VICTOR, Isabel e GONÇALVES, LUÍS J., Castelos e Fortalezas da Costa Azul, Setúbal, Região de Turismo da Costa Azul, 1993.

Bateria de Albarquel / Posto de Comando – SIPA: Sistema Informação para o Património Arquitectónico. [Em linha]. [Consultado em 30 Dez. 2017]. Disponível na  internet URL: <http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=25039 >

COSTA, António José Pereira da – A cidadela de Cascais e a Defesa da Costa Marítima do Guincho ao Estoril. In: “Boletim do AHM”, Lisboa, vol. 63 (1998 – 1999), pgs. 37 – 98.

EMERECIANO, Jaime – A Artilharia na Defesa de Costa em Portugal. Lisboa: Academia Militar, Dissertação Mestrado em Ciências Militares, especialidade de Artilharia, 2011. Disponível na internet URL: http://comum.rcaap.pt/handle/123456789/7247

FERREIRA, DiogoSetúbal e a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Lisboa: Dissertação de Mestrado em História Contemporânea, FCSH-UNL, 2015. [Em linha]. [Consultado em 23 Mai. 2018]. Disponível na  internet URL: <https://run.unl.pt/handle/10362/17683>

MACHADO, M. (22 de Dezembro de 2008). Os Últimos Disparos do “Muro do Atlântico” Português. Obtido em Fevereiro de 2011, de http://www.operacional.pthttp://www.operacional.pt/os-ultimos-disparos-do-%E2%80%9Cmuro-doatlantico%E2%80%9D-portugues/

MASCARENHAS, Catarina de Oliveira Tavares – Da defesa à contemplação da paisagem : intervir no lugar do Forte e da 7ª Bateria do Outão no contexto da Arrábida. – Lisboa : FA, 2014. Tese de Mestrado.

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Bloggers Open World Awards da Momondo (2018): o blogue OLIRAF nomeado na categoria “Blog”…

Open World Awards – blogs que abrem o mundo…

Este ano, em Março de 2018, resolvi inscrever o meu projecto de escrita e fotografia de viagens nos Momondo Bloggers Open World Awards (2018) na categoria de “Blog” no concurso da plataforma de viagens Momondo! Há dezenas de blogs que abrem mundo a concurso, incluindo os ‘tubarões’ da blogsfera de viagens no nosso país.

Na última semana, recebi a seguinte mensagem de correio electrónico:

“Olá Rafael Carvalho de Oliveira,

A fase de votação online para os Bloggers’ Open World Awards da @momondo já começou e tu estás na corrida para chegar à final!

És, agora, responsável por espalhar a mensagem com os teus seguidores e assegurar que eles votam em ti – e podes fazê-lo partilhando o link:

https://www.momondo.pt/content/bloggers-open-world-award?blog_id=86

Após cumprir o critério minimo  de participação, o público irá eleger os blogues mais votados que  farão parte do lote final de  finalistas avaliados pelo júri. E o meu projecto está entre os eleitos.

Preciso,neste momento, da vossa preciosa ajuda para continuar a inspirar e a motivar as pessoas (e os leitores) a viajar pela História! VOTEM para o blogue OLIRAF passar à próxima fase e ser um dos finalistas da IIª Edição dos Prémios MOMONDO 2018.

Como votar?

Momondo

1) Clicar neste link  da votação, onde poderá visualizar o logotipo e o link do nosso blogue;

2) Inserir o primeiro e último nome e o e-mail (atenção 1 voto = E-mail). Depois de aceitar os Termos & Condições, clique em enviar;

3 ) Confirmar o voto através de um e-mail enviado pela Momondo na vossa Caixa de Correio eletrónico.

As votações…

Os 10 participantes mais votados pelo público e até 2 nomeados pela momondo serão os finalistas e serão avaliados pelo júri que escolherá o vencedor de cada categoria. O segundo classificado de cada categoria será o mais votado pelo público. As votações públicas estão abertas até ao próximo dia 18 de abril.

Aqui fica o link para votarem nos Momondo Open World Award.

Categoria Blog: Votar aqui

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Categoria “Blog”…

Segundo a Momondo, a “categoria BLOG é para os blogs pessoais de viagem. Aqui a qualidade da escrita é fundamental – deve ser interessante, informativa, e o estilo coerente e próprio. Mas o aspecto do teu blog também é muito importante – deve ser apelativo e tornar a leitura e navegação fácil e intuitiva; o aspecto deve estar alinhado com o conceito geral do blog.” Em virtude de ter concorrido, e ter sido nomeado,em diversos concursos de bloggers de viagens em Portugal, tais como, os BTL Blogger Awards (2016 e 2017) e no “Navigator Around the World in 80 pages” Global Writing Contest, decidi tentar a minha sorte na categoria que premia os bloggers que inspiram a viajar, através das palavras, isto é, através da escrita de viagens.

O que é a Momondo?

A momondo é um website de viagens gratuito e inspirador que compara milhões de voos, hotéis e carros de aluguer. Segundo a filosofia da marcar, o objetivo é “que todos deviam poder viajar o Mundo”, promovendo a curiosidade e a mente aberta para conhecer um mundo diversificado, contribuindo, assim, para a tolerância e o respeito pelo outro. A sua missão é oferecer “uma visão geral das opções de viagem disponíveis no mercado, sem adicionar taxas.”

Quem acompanha o blogue Oliraf sabe que tento aliar o melhor da arte fotográfica ao melhor da escrita de viagem, através da História dos lugares. De facto, o objetivo final é levar o leitor a viver as experiências dos lugares que tiver oportunidade de conhecer, ao sabor das imagens.

Nota importante [👤]

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💻 Texto: Rafael Oliveira 📷 Fotografia: Oliraf Fotografia 🌎

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📌À descoberta do Castelo de Beja: um olhar fotográfico de um “Guerreiro de Pedra”…

 Castelo Medieval de Beja: um dos mais belos “guerreiros de pedra” da região do Alentejo. Destaca-se a imponente torre de Menagem Medieval do Castelo de Beja. Trata-se da maior de Portugal com quase 40 metros de altura. Daqui, contemplamos a  paisagem em redor e os campos de cereais, o que demonstra a  importância histórica, política e militar desta cidade milenar, fundada pelos Romanos: a Pax Julia. Aliás, segundo as fontes tradicionais, o local onde está o castelo era o antigo castrum de origem romana. Através deste exemplo, podemos comprovar que as fortalezas medievais eram formas de ostentação social, económica,militar e de autoridade dos seus senhores. Sabia que o monarca D.Manuel I (1495-1521), o Venturoso, foi Duque de Beja? Dai, o significado da simbologia nesta fortificação militar: a esfera armilar. Falar de Beja, a meu ver, é falar do seu castelo. E claro da sua imagem de marca: a torre de menagem. É obra!

Como forma de espelhar a minha visita a Beja, decidi seleccionar as 8 melhores imagens deste spot fotográfico. Apesar da subjectividade visual, uma escolha pessoal, espero que gostem. Deixo-vos, assim, o Best of da minha incursão fotográfica a este “guerreiro de pedra” do Baixo Alentejo.

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Vista parcial da Torre de Menagem do Castelo de Beja

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Arco romano junto às muralhas medievais

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Aspecto geral da Casa do Governador da Alcáçova do Castelo de Beja

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Sala de armas do interior da Torre de Menagem. Na imagem, a estátua do “O Lidador”.

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Vista parcial do centro histórico e da paisagem envolvente da cidade de Beja

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Esfera armilar, uma das divisas do rei D.Manuel I (1495-1521)

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Vista geral da torre de menagem e muralhas medievais do castelo de Beja

Para mais informações:

O website do Turismo do Alentejo – Visit Alentejo – oferece informação atualizada sobre a região. É a melhor opção para começar a planear uma visita à cidade de Beja. Já o Posto de Turismo de Beja  permite descarregar mapas e um conjunto de informações sobre os transportes públicos, locais de interesse, museus, gastronomia, entre outros. Importa salientar que poderá encontrar o posto de turismo para saber mais informações e dicas para fazer e planear o seu roteiro pela cidade. Importa salientar que o posto de turismo está situado na Casa do Governador, no interior do Castelo de Beja. Horário: Das 10h00h às 13h00 e das 14h00 às 18h00.

Desde 5 de março de 2022,  o Município de Beja disponibilizou um novo percurso interativo para quem visita o Castelo de Beja e a sua monumental Torre de Menagem. Trata-se de viagem imersiva (3D) pelo passado e o presente desta fortificação medieval. “Beja 1400″ é o nome da nova experiência interativa que este munício do baixo alentejo propõe aos curiosos e viajantes. Deixe-seDescobrir, conhecer e deixar-se levar pelas imagens de hoje e de 1400, que ajudam a saber mais sobre a história da cidade e do seu castelo, é a sugestão. Um bom exemplo de captação de novos públicos para o Turismo Militar, com conteúdos acessíveis e didáticos para todos os públicos, sobre a torre de menagem e o castelo de Beja, disponíveis em português, inglês e espanhol. Um belo casamento entre diferentes áreas do saber e do rigor científico: a história, as artes digitais e a multimédia.

✈ Como chegar:

Apesar de ter um Aeroporto, a maioria das pessoas utiliza o transporte rodoviário e ferroviário para deslocar-se à capital do Baixo Alentejo. Desde a cidade de Évora, a minha opção recai sobre o transporte ferroviário. Apesar de ter ficado cerca de duas horas à espera do Inter-Cidades de Lisboa na estação de Casa Branca, a viagem de comboio valeu pelas paisagens onde predomina a monocultura do cereal e pelos azulejos que dão cor à estação desta cidade. Todavia, a melhor relação custo-tempo é o transporte rodoviário. A Rede de Expressos ou a Rodoviária do Alentejo faz ligações diárias entre Évora e Beja, bem como outras cidades do nosso país.

🍜 Onde comer:

Para conhecer verdadeiramente uma região ou um lugar, o viajante tem degustar os sabores, os aromas e a forma como as gentes locais os cozinham e,acima de tudo, combinam. Situado junto à emblemática Torre de Menagem de Beja, o Dom Dinis é uma boa sugestão gastronómica. Para quem quer um sítio calmo e saborear umas boas migas de espargos alentejanas ou um grelhado de porco preto, este restaurante tem uma boa relação do custo-qualidade. Na minha opinião, o espaço vale pela sua autenticidade e simpatia das suas gentes. A ir.

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📷 Bloggers e Fotógrafos de Viagem: as minhas sugestões…para o inspirar!

Vai viajar? Então leve na bagagem alguns fotógrafos que partilham as melhores fotografias de viagens.  Conheça alguns fotógrafos profissionais e “influencers” das redes sociais.

Ao longo do ano, as suas fotografias e histórias de viagens passam pelo nosso feed do Facebook e Instagram. São, na minha opinião, as maiores referências da blogosfera nacional  e da na área da fotografia de viagem. Falam-nos de locais com Histórias, rostos que os inspiram, viagens de experiências de vida que os mudaram e moldaram. Com diferentes estilos fotográficos, estes amantes da fotografia de viagem ajudam a um bom planeamento de uma reportagem de viagem, como estar no terreno, a escolha dos melhores cenários e dicas de como abordar as pessoas no contento de uma viagem. Veja as minhas sugestões destes viajantes extraordinários que nos revelam o seu olhar fotográfico:

📷 Daniel Rodrigues (@danirodriguesphoto)

Através de uma reportagem da RTP, tomei conhecimento do trabalho do fotógrafo Daniel Rodrigues. Recordo-me que teve de vender o equipamento fotográfico para “sobreviver” no Mundo da Fotografia. Saiu do anonimato, em 2013, com uma fotografia premiada no World Press Photo, na categora Daily Life. Se gosta de fotografia documental, recomendo o trabalho Iron Train (Mauritânia) e Arte Xávega (Portugal).

📷 Nuno Lobito (@nunolobito)

À boleia de um concurso de Fotografia de Viagens, promovido pela Revista Happy Woman em 2015, ganhei um Workshop de Fotografia de Viagens com o fotógrafo Nuno Lobito. Confesso que aprendi imenso com este fotógrafo. Afinal, trata-se do Português mais viajado do Mundo, como refere no seu perfil do Instagram. Em 2017, tive oportunidade de visitar a exposição Laços – Mais do que viajar, que esteve patente no Museu do Oriente.

📷 Joel Santos (joelsantosphoto)

O Joel Santos é economista de profissão. Todavia, como muitos outros, descobriu a sua verdadeira paixão: a fotografia. Hoje em dia, é fotógrafo profissional. Recentemente, em 2016, foi  o vencedor do Travel Photographer of the Year. É embaixador da Canon Portugal. Especializou-se em fotografia de paisagens, viagens e de natureza, onde destaco a qualidade técnica, enquadramento e edição  das suas fotografias.

📷 Viagens à Solta (@viagensasolta)

Confesso que o projecto do casal que dá corpo e alma ao Viagens à Solta é um dos mais fascinantes que costumo seguir nas redes sociais. Com uma qualidade técnica e escrita fora do vulgar, este blogue combina a fotografia e escrita de viagens com o gosto pela natureza. Para quem gosta de visitar locais fora dos roteiros turísticos tradicionais em Portugal, Espanha ou Marrocos, o blogue deste casal é um bom ponto de partida. É um blogue que diz sim a novas experiência. A seguir!

📷 Uma Foto, Uma História (@filhodemilhistorias)

Gostam de Histórias? Escrita e Fotografia de Viagem? Na minha opinião, o blogue do fotojornalista Gabriel Soeiro Mendes é uma bela combinação da escrita e fotografia de viagens. Tive oportunidade de o conhecer durante os prémios dos BTL Blogger Awards (2016) e num Workshop da Fujifilm Portugal em 2017. Para além do seu olhar fotográfico, aprecio imenso as suas palavras sobre as suas viagens. Recentemente, ganhou o Momondo Open World Awards (Open World) e ganhou três vezes consecutivas o melhor blogue de Fotografias de Viagens do concurso BTL Blogger Awards (2014,2015 e 2016). Um blogue que abre MUNDO!

📷 João Leitão Viagens (@joaoleitaoviagens)

O João Leitão é um dos viajantes com mais países no seu portefólio de viagens. Além das suas aventuras, o olhar fotográfico deste viajante português é uma verdadeira “delicia”. Apaixonado por Marrocos, no seu blogue podemos encontrar muitas viagens que misturam uma dose considerável de aventura. Recomendo.

📷 Alma de Viajante (@almadeviajante_oficial)

O “ferrari” dos Blogues de viagem em Portugal. Mas, sem luxos. Confesso que quando estou a planear uma viagem, o blogue do Filipe Morato Gomes é o meu ponto de partida para a minha viagem. Não escolho pela seu olhar fotográfico, mas sim pela sua escrita, sugestões e aventuras de viagem. Penso que é o seu ponto forte. Além disso, gosto imenso da sua humildade. Inspirador!

📷 Steve Mccurry (@stevemccurryofficial)

Steve Mccurry é um dos melhores fotógrafos para quem quer viajar para o subcontinente Indiano. O ponto forte deste fotógrafo norte-americano são as fotografias de viagem em que capta a expressão e o rosto de pessoas anónimas. Não é por acaso que a sua foto mais conhecida, é a da rapariga afegã dos “olhos verdes” que foi capa da revista da National Geographic.

📷 Sebastião Salgado(@sebastiao_salgado_photographs)

Sobre Sebastião Salgado? Dizem que uma “imagem vale mil palavras”. Ora, as fotografias deste fotógrafo brasileiro revelam a essência do nosso planeta.  Para mim, o fotógrafo dos fotógrafos de viagens. Não tenho palavras para o descrever. A obra Genesis fala por mim.

Fotografia. Viagens. Blogues. Inspiração.

Estas foram (e são) algumas das melhores sugestões de blogues e fotógrafos de viagens alimentadas por portugueses (e estrangeiros). Há seguramente outros feeds de grande qualidade que não mencionei (e que não descobri). Não foi fácil escolher os melhores amantes de fotografia de viagem, sejam eles fotógrafos profissionais ou amadores. De facto, a escolha de uma Fotografia que melhor ilustra a nossa viagem, é sempre uma escolha difícil, isto é, pessoal e subjectiva. Após esta selecção, creio que o leitor está apto para absorver os princípios básicos da fotografia digital e que a saibam aplicar no contexto da sua viagem.

Boas Viagens. E boas “Chapas”!

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Fotografia✈︎Viagens✈︎Portugal © OLIRAF (2018)

📌À descoberta de Madrid: dez experiências fotográficas de uma viagem à capital espanhola…

📷 El viajero en el país de Cervantes e Velásquez. Sugestões e impressões pessoais de um passeio fotográfico pelo “salero” da capital espanhola: Madrid, meus caros, Madrid!

A cidade de Madrid é a maior e mais povoada urbe da Península Ibérica e umas das maiores cidades europeias. Fundada nos meados do Século XVI, durante o “Sieglo de Oro”, por Filipe II de Espanha (Dinastia dos Áustria). Até ai, a maior cidade da “Jangada de Pedra”, como refere o Nobel da Literatura José de Saramago à Península Ibérica, era Lisboa. Mais tarde, em meados do Século XIX, esta foi suplantada por Madrid como a cidade mais importante da Península Ibérica. De facto, a sua posição geográfica no interior de Espanha e da fixação da corte dos Áustrias (Séc. XVI-XVII) e dos Bourbons (Séc. XVIII) ajudaram, a fomentar a hegemonia e a consolidação desta cidade como a “cabeça” da Monarquia Hispânica e o “coração” da Península Ibérica.

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𝕾𝖆𝖇𝖎𝖆 𝖖𝖚𝖊…

A capital espanhola é a segunda maior cidade da União Europeia (UE), depois de Berlim, e a sua área metropolitana é a segunda maior da UE, depois de Paris. Impressionante, certo? Situada no centro geográfica da Meseta espanhola, Madrid  é a cidade mais alta da Europa, com uma altitude de 660 m. Com um clima temperado com invernos frios e verões quentes, é por isso considerada uma das melhores cidades para fazer uma escapadinha no Inverno. Contudo, a primavera e o outono são as melhores épocas para vivenciar esta ‘movida’ cidade ibérica.

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Uma viagem pela História do património monumental edificado de Madrid. Vamos, assim, à descoberta das gentes e lugares da Madrid de “nuestros hermanos”. Neste roteiro fotográfico iremos visitar o “casco” antigo desta cidade. Os spots fotográficos, ou “rincones”, em destaque, nesta escapadinha fotográfica são o Museu do Prado, a Plaza Mayor, Catedral de Almudena, Puerta del Sol, Palácio Real de Madrid, Parque do Retiro, o Mosteiro do Escorial, entre outros. Para os amantes do turismo cultural, de natureza e de gastronomia, esta escapadinha é uma boa opção de visita que combina actividades de lazer e culturais, com o descanso. Eis as minhas dez sugestões fotográficas da capital espanhola:

1. Percorrer a cosmopolita e agitada Gran Vía.

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A “Broadway” de Madrid. Uma das melhores formas para conhecer a Gran Vía é deambular pela sua “Calle” que se estende entre a Plaza de España e a Calle de Alcalá. Ao percorrer a mesma, o peão poderá sentir a sua pequenez face ao tamanho de edifícios emblemáticos, tais como, da Telefónica, El Corte Inglês, Carrión e Metrópolis. Perca-se na agitação quotidiana de Madrid, aproveite para sentir o pulsar de uma das zonas favoritas para as actividades de comércio e de lazer da capital espanhola: o Callao. No Círculo de Bellas Artes poderá encontrar um “rooftop” com uma excelente panorâmica para a Gran Vía e para o emblemático edifício Metrópolis.

2. Visitar a “trilogia” de Museus do “Paseo de Arte”.

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Um Hino à História de Arte. Se França tem o Louvre, a Espanha tem o Prado. Visitar o Museu do Prado, é sinónimo de Bosch, Ticiano, El Greco, Maino, El Greco, Ribera, Velásquez, Goya, entre outros. A minha sala preferida foi a Sala 12 com obras da Monarquia Hispânica do pintor Diego Velásquez, onde podemos encontrar a famosa obras das “As Meninas”, pintado em 1656 no Alcázar de Madrid. Se for no Horário Gratuito (18h-20h), recomendo estar uma hora antes para evitar filas. Não é possível tirar fotos na maioria do espaço museológico, à excepção de certos locais.  No Museu Rainha Sofia contemplei a obra Guernica, um grande painel pintado por Pablo Picasso, em 1937, que mostra, nua e crua, a crueldade da Guerra Civil de Espanha (1936-1939). O Paseo del Arte – PradoReina Sofia e Thyssen – são três museus essenciais numa visita a Madrid (e a menos de 15€). E a Arte aqui tão perto!

3. Capturar as melhores vistas do “Casco Histórico de Madrid”.

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A Catedral de Almudena oferece aos visitantes uma das melhores vistas para o “Casco” Histórico e das Cercanías de Madrid. Por 6 € temos acesso ao Museu e à Cúpula da Catedral de Almudena, bem como a um dos melhores “rooftops” para apreciar a silhueta da arquitectura urbana da capital espanhola. São 360º de pura nostalgia pela Madrid dos Áustria e dos Bourbon, onde poderá ver a neve nos picos da Serra de Madrid (se for no Inverno), o Palácio Real de Madrid, Plaza de Espanha, entre outros edifícios e espaços icónicos da capital espanhola. Prepare a sua máquina fotográfica para captar as melhores vistas panorâmicas e o pulsar quotidiano de Madrid.

4. Passear pelos jardins de Madrid (Retiro, Sabatin, Campo del Moro).

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O que mais me surpreendeu em Madrid? A trilogia de grandes espaços verdes formados pelo Parque do Retiro, Jardins de Sabatin e Campo del Moro. São estes os principais “pulmões” da capital espanhola. Se quer fugir da agitação quotidiana e aproveitar o espaço público para lazer, faça como os madrilenos e passeie umas horas por estes jardins e contacte com inúmeras espécies arbóreas de todo o Mundo. No Parque do Retiro aproveite para andar de barco a remos no Lago Grande, visitar as exposições temporárias no Palácio Velázquez, a Estátua do Anjo Caido e de Afonso XIII e, a jóia da coroa, o pavilhão de Cristal, um dos raros exemplares da arquitetura de ferro de Espanha. Uma viagem ao lado romântico de Madrid.

5. Assistir ao render da Guardia Real na “Puerta del Principe”.

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O render da Guardia Real  é um dos momentos altos de uma visita a Madrid. Ocorre no  famoso Palácio Real de Madrid, antiga residência real da Dinastia Bourbon, construído pelo neto de Luís XIV, Felipe V de Bourbon (1700-1746). Pela manhã, e por inocência minha, deparei-me com a multidão de turistas que se concentrava na “Puerta del Principe”. Era o render da Guardia Real que se realiza entre as 10h e as 12h de Sábado. Uma experiência fotográfica fantástica e muito…real! Esto es Madrid!

6. Tirar uma foto junto à estátua ‘El Oso y el Madroño’ (Puerta del Sol).

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A “Puerta del Sol” é uma das praças mais afamadas e concorridas da capital de Madrid. De facto, pude comprovar isso mesmo. Central, Movimentada e Emblemática poderiam ser os adjectivos para a descrever o “ponto de encontro” da capital espanhola. Ao percorrer esta “plaza” poderá encontrar o famoso relógio da Casa dos Correos, onde todos anos,os madrilenos passam o Ano Novo e a placa do quilómetro zero das inúmeras estradas rodoviárias espanholas que partem de Madrid. Junto ao símbolo que representa o escudo da cidade (e do Atlético de Madrid) – a estátua ‘El Oso y el Madroño’ -, os turistas tiram milhares de fotografias todos os dias. Ao centro da “plaza” podemos encontrar a estátua equestre de Carlos III, monarca da Dinastia Bourbon, que no século XVIII fez uma série de melhorias e reformas nas infraestruturas da cidade, modernizando, assim, Madrid.

7. Caminhar pelas Cercanías de Madrid (San Lorenzo de Escorial).

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Deixe para trás a agitação urbana de Madrid e faça uma pausa nos arredores da capital espanhola. Porque não conhecer o Mosteiro de San Lorenzo do Escorial? A uma hora de Madrid, através da Linha C-3 da Renfe Cercanías, em pleno coração da Serra de Guadarrama, encontra-se o majestoso San Lorenzo de El Escorial, pensado pelo Rei Filipe II de Espanha, no século XVI, para comemorar a vitória na Batalha de San Quitín, ocorrida a 10 de Agosto de 1557, contra os franceses. Suba ao mirador de Abantos para apreciar uma panorâmica do Mosteiro e, ao fundo, da malha urbana de Madrid. A 50 Km de Madrid, o viajante poderá sentir o ar puro da natureza, sempre acompanhado pela envolvência do magnifico Mosteiro del Escorial.

8. Contemplar a Plaza Mayor: a Madrid dos Áustrias.

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A Plaza Mayor de Madrid é o “coração” da capital Espanhola.  Das suas portas, as “Calles” são as “artérias” para descobrir os bairros históricos de Madrid, como por exemplo,  as ruelas e vielas de La Latina. Construída na primeira metade do Séc. XVII (1617), durante o “Sieglo de Oro”, no reinado de Filipe III de Espanha (1598-1621). A traça uniforme desta praça é da autoria do arquiteto Juan Gómez de Mora. Ao longo dos séculos, foi cenário de coroações reais, autos-de-fé, touradas e paradas militares séculos. Aqui, o viajante poderá viajar no tempo e sentir-se na Madrid dos Áustrias. De facto, ao chegarmos a este local, podemos dizer, com toda a segurança, o viajante está em Madrid.

9. Viajar no tempo pelo Palácio Real de Madrid.

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Gosta de viajar no Tempo? Sim, então, tem de visitar o Palácio Real de Madrid foi, para mim, uma  viagem pela História da Dinastia dos Bourbons. Trata-se de um dos maiores Palácios Reais da Europa. Ao percorrermos os seus salões, podemos comprovar a sua dimensão, a riqueza artística e a decoração efectuada ao longo de quase três séculos pela Dinastia Bourbon, fundada por Felipe V (neto de Luís XIV). Após a visita, poderá visitar a impressionante colecção da Armería Real, onde podemos visualizar o espólio de armas desde Carlos V a Felipe IV. Obrigatório. Atenção: apresentar passaporte ou B.I para entrar e as mochilas (de grande volume) guardam-se num cacifo à parte.

10. Apreciar um “Sunset” no jardim do Templo de Debod.

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Luz. A Luz de Madrid. Na minha opinião, uma das experiências fotográficas que mais gostei de viver na cidade de Madrid. Junto aos Jardins do Templo Debod (oferecido a Espanha, em 1972, pelas autoridades egípcias para evitar que ficasse submerso durante as obras da barragem de Assuão, podemos apreciar um dos belo pôr-do-sol e fotografar o espaço envolvente, onde emergem as silhuetas das pessoas, o espelho de água do património local e as vibrações da animação proporcionada pelos acordes um músico amador. Por questões de segurança, não foi possível visitar o interior deste templo egípcio do século II.a.C, dedicado ao culto aos deuses Amón e Isis.

Não deixe de fazer…

  • comprar umas antiguidades no mercado mais castiço de Madrid: o El Rastro;
  • uma escapadinha às cidades de Toledo, Segóvia, Ávila e Alcalá de Henares;
  • uma selfie na estátua de Ernest Hemingway na Plaza de Toros de las Ventas;
  • ver a bandeira de grandes dimensões na Plaza de Colón;
  • um tour pelo Estádio Santiago Barnabéu (Real Madrid);
  • visitar uma das maiores feiras de turismo do Mundo (Fitur);
  • ver a iluminação nocturna da fonte da Plaza Cibeles.
Não perca as minhas aventuras e olhares fotográficos no Instagram! Um encontro com a História, ao sabor das imagens…

Para mais informações:

Aqui poderá encontrar, por exemplo, extensa documentação e dicas sobre o património material e imaterial da capital espanhola nos seguintes links:

O website do Turismo de Espanha – Visit Spain – oferece informação atualizada sobre o destino Espanha. É a melhor opção para começar a planear uma viagem a Espanha. Já o Web oficial de Turismo Madrid  permite descarregar mapas e um conjunto de informações sobre os transportes públicos, locais de interesse, museus, gastronomia, entre outros. Importa salientar que poderá encontrar o posto de turismo para saber mais informações e dicas para fazer e planear o seu roteiro pela cidade. Para mim, esta é a melhor forma de começar a visita a Madrid: a Plaza Mayor.

Se quiser o roteiro de viagem elaborado pelo Blogue OLIRAF, o leitor poderá descarregar aqui: RoteiroMadrid2018.

✈ Como chegar:

Através da aplicação Go Euro fiz uma comparação das companhias de transporte com melhor relação custo-tempo. Optei por viajar de autocarro para Madrid com a Flixbus. O Autocarro é moderno e com excelentes condições a bordo (Wi-fi & Ar Condicionado). A viagem de ida e volta foi de 50 €, onde optei por viajar à noite. Aqui está uma excelente opção para quem não queira pagar uma noite de estadia. A partida é feita na estação de Sete-Rios, com passagem no Oriente, com destino à Estación de autobuses de Madrid (Estacion Sur). Chegado a Madrid, o viajante poderá adquirir um bilhete de MetroBus (12,20 € por dez viagens + 2,5 € pelo cartão) e apanhar a rede do Metro de Madrid na Estação de Méndez Álvaro.

🏠 Onde ficar:

Em Madrid existem inúmeras opções económicas de alojamentos, consoante o número de dias que irá ficar na capital espanhola. Bem perto da Plaza Mayor (Calle Mayor) e da Estação de Atocha (Calle Atocha), o Cat´s Hostel (Madrid) é uma excelente opção para quem queira ficar no centro da cidade de Madrid. Na minha opinião, os seus pontos fortes são a localização e o preço. Há inúmeras actividades, mas todas elas pagas. O pequeno-almoço deveria ser incluído, mas por 2€ pode tomar (uma opção económica em Madrid). O Hall do Hostel é um pátio Árabe. Razoável para quem queira ficar mais do um fim-de-semana.

🍜 Onde comer:

O El Meson de la Cervezaé uma boa sugestão para fugir ao turístico mercado de San Miguel (mas não dispensa uma visita para saborear a gastronomia madrilena e pelo ambiente que contagia qualquer um). Para quem quer um sítio calmo com uma boa relação custo-qualidade é uma excelente escolha. Já a Cerveceria Plaza Mayor é um típico velho bar de Madrid. Para quem queira apreciar o movimento quotidiano e desfrutar de um bom Bocadillo de calamares, este espaço é uma excelente opção na relação custo-qualidade. A San Ginés, a Chocalateria das Chocalaterias de Madrid. Entrar na San Ginés (1894) é saborear a tradição de comer uns Churros com Chocolate. Optei por levar um “recuerdo” de Madrid, nomeadamente uma caixa de chocolates com laranja. É uma excelente escolha para tomar um pequeno-almoço tradicional para quem visita Madrid

Nota importante [👤]

As presentes informações não têm natureza vinculativa, funcionam apenas como indicações, dicas e conselhos, e são susceptíveis de alteração a qualquer momento. O Blogue OLIRAF não poderá ser responsabilizado pelos danos ou prejuízos em pessoas e/ou bens daí advenientes. Se quiser partilhar ou divulgar as minhas fotografias, poderá fazê-lo desde que mencione os direitos morais e de autor das mesmas

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📌 À descoberta do Museu Militar de Elvas: um olhar fotográfico…

Elvas foi a “sentinela” do Reino de Portugal. Segundo o historiador Rafael Moreira (1986:80), “Do rigor teórico à urgência prática: a arquitectura militar, História da Arte em Portugal, vol. 8”, a cidade alentejana de Elvas foi o primeiro espaço fronteiriço a ser “fortificado de modo permanente” durante e depois da Guerra da Restauração em 1640, sendo então designada capital militar do Alentejo e a mais importante praça-forte que assegurava a Independência de Portugal, em virtude de estar a menos de 10 km da fronteira luso-espanhola. Esta vila alentejana, citando J.H.Saraiva (RTP Ensina), é um dos  lugares “mais ensanguentados e mais martirizados” do território português. Afinal, a 14 de Janeiro de 1659, foi aqui que ocorreu a Batalha das Linhas de Elvas.

O Museu Militar de Elvas é um reflexo desta importância histórico-militar para o nosso país. De facto, este espaço museológico contém um dos mais importantes acervos bélicos de Portugal Continental, onde podemos contactar com o passado histórico-militar com mais de três séculos. Importa salientar que, em 2012, a cidade de Elvas foi classificada Património Mundial da Humanidade como “CIDADE-QUARTEL FRONTEIRIÇA DE ELVAS E SUAS FORTIFICAÇÕES”, tendo recebido mais de um milhão de visitantes desde a sua distinção pelo comité da UNESCO.

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Incorporado no seio das fortificações abaluartadas (1645-1653), da autoria do jesuíta João de Cosmander, designadamente nas antigas instalações do Regimento de Infantaria 8 (Convento de São Domingos, a Muralha Fernandina e parte das muralhas e baluartes Seiscentistas), este espaço museológico tem inúmeros pontos e elementos  expositivos de interesse, tais como, o Centro de Interpretação do Património de Elvas, a História do Serviço de Saúde do Exército, o salão de Hipomóveis e Arreios Militares e inúmeras viaturas bélicas que fizeram parte da história-militar de Portugal do séc. XX. Tem como missão a “a promoção, a valorização, o enriquecimento e a exposição do património histórico-militar à sua guarda”, pode ler-se no site. Faz parte da Rede Portuguesa de Museus (RPM) da Direção Geral do Património Cultural (DGPC).

Trata-se do maior museu em área de implantação de Portugal. Ao todo são 150.000m2 e uma área coberta de 14.000m2. Actualmente a área deste espaço museológico ultrapassa os 3.500m2. Com uma elevada carga arquitectónica e histórica, este espaço tem um valiosíssimo património onde se História da cidade de Elvas e de Portugal. Pedras com História. O Quartel do Casarão faz parte de antigas dependências construídas no séc. XVIII, depois da campanha de 1762-63 pelo engenheiro militar Valleré, autor da traça do Forte de Nossa Senhora da Graça. Trata-se de um conjunto de antigas Casernas do Quartel da Cavalaria, hoje ocupadas por circuito expositivo sobre as comunicações do Exército Português. Cada uma ostenta um nome de um combate onde a arma de cavalaria se notabilizou, designadamente nos sertões de África nos finais do séc.XIX. mantendo ainda hoje a sua traça original.

O Salão Hipomóvel está localizado numa sala do inicio do séc XIX, quando uma parte do espaço era ocupado quartel de cavalaria, houve a necessidade de construir cavalariças para alojar 500 cavalos e milhares de soldados, estas desenvolviam se ao longo de toda a atual parada Mouzinho de Albuquerque, num comprimento total de 120 metros. Chegados a meados do séc XX, com a sucessiva substituição da força motora dos equinos pelos automóveis, e com a necessidade de proporcionar condições mais dignas aos militares que aqui prestavam serviço, foi desanexada parte da cavalariça para adaptação a refeitório de praças.

As salas de dedicadas ao armamento rebocado por animais (Hipomóveis), na sua quase totalidade artilharia, podemos encontrar exposto os seguintes objectos bélicos: tiro de Artilharia composto por 3 parelhas, armão de transporte de munições e peça“Scheneider Canet” de 7,5 mm Modelo 1904; Canhão revolve “Hotckiss”de 40mm Modelo 1904. Carro de Ferramenta de Esquadrão Modelo 1907. Peça de Artilharia 11,4 cm tiro rápido Modelo 1917; Ambulância de Campanha Modelo Francês do ano 1890; Peça “AB Bofors” calibre 75mm. Modelo 1934; Caixa de Cirurgia de Campanha com instrumentos e material sanitário.

O “amarelo militar” é uma constante ao longo do espaço exterior do Museu de Elvas, à excepção de um pequeno troço que contém as antigas muralhas fernandinas do séc.XIV. Ainda no exterior, o visitante poderá contactar com armamento pesado exposto ao ar livre, com inúmeras peças de artilharia rebocada. Em primeiro plano, obus de campanha 150mm, “Bofors”, de fabrico sueco, no ano de 1885. Em segundo plano, um obus de campanha de 150mm modelo 1937, de origem nipónica, desconhecendo-se a sua chegada ao nosso país. Ao fundo, podemos visualizar dois obuses de campanha de 140mm modelo 1942, de origem inglesa.

No espaço exterior do Museu Militar, o visitante pode contemplar a área envolvente das fortificações e muralhas abaluartadas da cidade de Elvas. É o caso do Forte de Nossa Senhora da Graça. Para mim, uma das mais belas fortificações do nosso país e, quiçá, do Mundo. De facto, a vista aérea deste fortificação do séc.XVIII espelha a beleza arquitectónica, enquadrada estrategicamente com a paisagem à sua volta. À primeira vista, desde o Quartel do Casarão, esta fortificação parece-nos “inofensiva” à distância. Foi erigido a pensar para resistir a cercos prolongados, atestando a sua solidez e à prova de bomba.

A “Coleção de Viaturas Militares do Museu Militar de Elvas” contém inúmeras viaturas histórico-militares que fizeram parte da História Militar de Portugal.  Na imagem, temos o “burro do mato” Mercedes Benz UNIMOG 411, de fabrico alemão,  foram intensamente usados desde 1957 até aos anos 80. Também esta é uma das viaturas emblemáticas das campanhas de África, podia transportar 10 militares, sem qualquer protecção, mas dispostos (costas com costas) de modo a poderem saltar rapidamente da viatura e reagir a emboscadas.  A icónica CHAIMITE V-200, veiculo da Revolução de 25 de Abril de 1974, que fazia uma visita-guiada pelos espaços do acervo do Museu Militar de Elvas.

Durante o “XI Encontro Nacional de Veículos Militares Antigos / Um Dia no Museu Militar – Elvas 2017”, organizado pelo Exército e pela Associação Portuguesa de Veículos Militares, tive a oportunidade de fotografar e andar em inúmeros veículos militares que fizeram parte da História Militar de Portugal. Com entrada livre, este  evento proporciona um conjunto de actividades pouco vulgares com esta dimensão em Portugal, onde podemos visualizar os veículos e carros de combate que pertenciam ao Exército e que foram recuperadas pela Associação Portuguesa de Veiculos Militares (APVM), em colaboração com o Exército Português. A maioria faz parte do nosso imaginário colectivo (Chaimite, Berliet-Tramagal, UMM, Unimogs,etc), especialmente para os apaixonados por temas bélicos, visto que muitas delas ajudaram a escrever as páginas da História de Portugal.

Os visitantes e os amantes de veículos militares poderão visualizar inúmeras demonstrações dinâmicas de todos os tipos de veículos militares, jipes, pesados de transporte, tratores de artilharia e blindados de combate (alguns exemplares raros), a reconstituição de cenários militares da Guerra colonial Portuguesa, II Guerra Mundial e Vietname, a iniciação à prática de slide e rapel, realizar visitas orientadas por guias especializados às coleções de transmissões e viaturas militares do MME, bem como passeios em veículos militares nos espaços do Museu. Na imagem podemos visualizar duas viaturas: do lado esquerdo um Unimog 404, de origem alemã, e do lado direito o AEC MATADOR 4X4 MA/40/44/46 com reboque de um obus de 140mm M1943, de origem britânica. Estes “clássicos bélicos” foram usadas no contexto africano, como veículos de transporte de pessoal, material e de  tracção de artilharia, respectivamente.

A Berliet-Tramagal GBC8KT 4X4 com uma metralhadora quádrupla de artilharia antiaérea 12,7 mm m/953, de origem norte-americana. Estes veículos foram adaptados no contexto da Guerra Colonial (1961-1974) e foram chamados a participar em inúmeras operações militares, em virtude da sua extraordinária capacidade em termos de ângulo e capacidade de tiro, sendo capazes de disparar contra alvos aéreos e terrestres. Foi possível comprovar que o material está em perfeita condições.

As reservas do Museu Militar de Elvas: junto às muralhas e baluartes seiscentistas existem inúmeras “carcaças” e peças de antigos carros de combate, veículos de transporte de tropas e artilharia rebocada que fizeram, e fazem, parte do nosso imaginário colectivo e alguns escreveram as páginas da História de Portugal e do Mundo. A maioria das reservas chegou dos inúmeros depósitos de material bélico do Exército Português, encontram-se a céu aberto aguardando a sua hora para recuperação, bem como outras estão colocadas em armazéns. Aguardam colocação na área visitável, consoante a disponibilidade dos voluntários da APVM e do recursos financeiros para comprar material para a sua reabilitação.

Na imagem acima podemos visualizar o icónico carro de combate M4 Sherman, de origem norte-americana, utilizado pelas forças aliadas em vários cenários da IIªGuerra Mundial contra as forças do Eixo. Neste caso, trata-se de um carro de combate do exército português aguardando a sua recuperação pelos associados da APVM, onde o objectivo é “manter a rolar”, evitando assim o esquecimento ou a sua condenação à sucata. Para quem nunca viu ou andou numa Chaimite, por exemplo, o trabalho da APVM proporciona (re) viver os tempos das picadas de África e os acontecimentos do 25 de Abril de 1974.

A Viatura Blindada de Reconhecimento Panhard EBR 75 17 Ton. 7,5cm 8X8 M/1959 é uma dos carros de combate icónicos da Revolução dos Cravos. Ao todo, em 1959, Portugal adquiriu 50 unidades  com a torre FL 10 e peça de 75 mm à França (Anciens Établissements Panhard-Levassor SA) Destas 21 foram enviadas para Angola (ficaram sediadas em Luanda e Silva Porto) e as restantes ficaram em Portugal Continental. Esta viatura esteve ao serviço do nosso país entre 1959 e 1984.

Na imagem acima temos o carro de combate M47 ‘Patton’, de origem norte-americana, que serviu no Exército Português, entre 1952 e 1984, na Escola Prática de Cavalaria. Fez parte de um episódios da Rua do Arsenal e da Ribeira das Naus, espaços onde ficou “decidido” o 25 de Abril de 1974. É gratificante aperceber-me que as autoridades militares estão conscientes da importância da preservação e valorização do património histórico-militar, bem como da sua abertura à comunidade civil. De facto, estes eventos proporcionam momentos lúdicos que nos ensinam a admirar e a olhar para a importância da salvaguarda do material circulante do Exército Português, bem como possibilita um incremento de visitantes para a temática do turismo militar na cidade de Elvas.

Em suma, este olhar fotográfico foi pequeníssima amostra das reservas, dos espaços e elementos que dão corpo ao Museu Militar de Elvas. A meu ver, a Associação Portuguesa de Veículos Militares tem feito um trabalho notável, tendo em conta, os parcos recursos humanos e financeiros à sua disposição. A maioria dos associados faz trabalho voluntário. Acima de tudo, estes nutrem uma grande paixão por veículos que fizeram parte dos episódios da História de Portugal, visto que uma vez por mês passa um fim-de-semana nas oficinas de Elvas a recuperarem os  veículos militares fabricados ou montados em Portugal: os icónicos camiões Berliet-Tramagal, blindados Chaimite, jipes Cournil e Alter da UMM.

Para mais informações:

Turismo do Alentejo

Câmara Municipal de Elvas

Museu Militar de Elvas

Blogue Operacional (Temas Militares)

Coordenadas: 38.881158,-7.159067 (ver no mapa)
Avenida de São Domingos 13,
7350-047 ELVAS – Elvas
+351 268636240
​ ​ ​ ​Horário de Verão (Março a Outubro)
Abertura ​Almoço Encerramento ​Última Entrada
​09H00 ​12H30-14H30 ​19H00 12H00 e ​18H30
Horário de Inverno (​Novembro a Março)
​09H00 ​12H30-14H30 ​17H30 ​12H00 e 17H00
Dia de encerramento: 2ª feira e feriados de 25 de Dezembro e 1º de Janeiro. Para mais informações sobre o Encontro Nacional de Veículos Militares Antigos / Um Dia no Museu Militar – Elvas 2017, contacte a Associação Portuguesa de Veículos Militares pelo email apvmilitares@gmail.com.

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Fotografia✈︎Viagens✈︎Portugal © OLIRAF (2018)

📌 À descoberta da Rota do Mármore: uma viagem fotográfica pela indústria extrativa do Anticlinal de Estremoz.

O Alentejo é um território com vastas e reconhecidas potencialidades estratégicas,  onde podemos incluir o turismo industrial e cultural. A Rota do Mármore do Anticlinal de Estremoz proporciona uma visita a lugares “invisíveis” que não estão acessíveis às massas turísticas. Trata-se, a meu ver, de um excelente exemplo da dinamização turística, cultural e económica da Indústria extractiva do Mármore e do interior de Portugal, designadamente na região do Alentejo. Nesta visita-guiada pelo núcleo de pedreiras de São Marcos, entre os concelhos de Vila Viçosa do Alandroal, o leitor poderá (re) viver a minha experiência fotográfica e saber um pouco mais sobre a excelência e qualidade do mármore do Anticlinal de Estremoz. Sabia que o “Ouro Branco” é extraído, transformado e exportado para todas as regiões do globo terrestre? Sabia que Portugal é um dos principais e maiores produtores de rochas ornamentais do mundo (Mármore e Granito), a seguir a Itália? Sabia que a residência oficial do antigo líder do Iraque Saddam Hussein tinha mármore alentejano?

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Rota do Mármore do Anticlinal de Estremoz, criada pelo Centro de Estudos de Cultura, História, Artes e Património (CECHCAP), é um projecto cultural e de turismo industrial que pretende promover os patrimónios da região alentejana, tendo como ponto de partida o seu recurso endógeno mais abundante: o mármore. Consiste em proporcionar aos visitantes uma experiência invulgar, através de visitas guiadas acompanhadas por uma equipa multidisciplinar (guias-intérpretes, historiadores e investigadores) conhecedores do território, da geologia, da indústria e do património  associado ao mundo do mármore. O objectivo é a promoção de actividades de animação turística, diferenciadora e integradora, através da valorização da história, cultura, arte, a arquitectura, paisagem e gastronomia dos concelhos de Alandroal, Sousel, Borba, Estremoz e Vila Viçosa, visto que a Rota do Mármore AE, está sediada no centro histórico de Vila Viçosa, em plena zona dos Mármores do Alentejo.

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Mármore: o ouro branco da região do Alentejo. A região de Borba, Estremoz e Vila Viçosa constituem o núcleo-base do Anticlinal de Estremoz, uma das mais antigas e produtivas superfícies de extracção de rochas ornamentais em Portugal. As actividades relacionadas com este recurso mineral têm um grande peso na economia regional destes concelhos alentejanos e fomentam a empregabilidade da população local na indústria local, face a uma tradicional ligação ao sector agrícola. O nosso país é o segundo maior exportador mundial desta rocha ornamental, e até a Itália, o maior produtor, compra mármore de origem nacional.  Dai, a importância da certificação desta matéria-prima. Sensivelmente 90 % do Mármore de Portugal é extraído em torno da região de Estremoz: o anticlinal de Estremoz. Esta rocha ornamental é extraída e utilizada há mais de dois mil anos, desde a época romana e islâmica.  O Templo Romano de Évora, a Mesquita de Córdoba ou o Palácio de Vila Viçosa são magníficos exemplos da utilização arquitectónica desta rocha ornamental.

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Um pouco de Geologia…

O Anticlinal de Estremoz situa-se, em Portugal, na região do Alentejo, encerra um um dos principais centros mundiais da indústria extractiva de mármores para fins ornamentais denominado Zona dos Mármores. Localiza-se no sector setentrional da Zona de Ossa – Morena (ZOM), em Portugal, a cerca de 150 quilómetros a leste da cidade de Lisboa. Faz parte de um importante estrutura geológica em que diferentes rochas se distribuem no espaço por acção da deposição de sedimentos e materiais provenientes de antigos vulcões que terão acumulado numa bacia de sedimentação em estratos sensivelmente horizontais. Em virtude da acção das forças tectónicas, todos estes sedimentos foram transformados e deformados, originando, respectivamente, rochas metamórficas e dobras na crosta terrestre, fazendo com que as rochas que se encontravam umas sobre as outras passassem a estar lado a lado.

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No fundo, um Anticlinal é uma estrutura geológica geometricamente simétrica, em que a convexidade está voltada para cima, denomina-se antiformas (o núcleo destas estruturas contém as rochas mais antigas). Que tipo de mármores podemos encontrar no Anticlinal de Estremoz? Podemos encontrar diferentes mármores de inúmeras cores, tais como, os cinzentos e por vezes escuros (mármore azul e ruivina), Mármores claros, cremes e róseos limpos ou de vergada fina castanha e acinzentada e Mármores claros com vergada, róseos e creme com vergada xistenta espessa. 

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A primeira parte da visita-guiada consistiu num percurso pedestre pelo núcleo de pedreiras de São Marcos, nas proximidades de Vila Viçosa (EN 255), onde o visitante é elucidado pela importância geológica, histórica, económica, cultural e ambiental da exploração desta rocha ornamental  no Anticlinal de Estremoz, sempre respeitando as indicações de segurança (uso de capacete e colete reflector) e as normas básicas de civismo, visto que as explorações são propriedades privadas. Comprovamos, através de uma panorâmica do local, que a fisionomia de uma pedreira é ditada pelos seguintes factores: a topografia, pela disposição dos filões e pela adaptação de materiais e técnicas usadas na exploração. Antes de iniciar a lavra, a primeira operação é a limpeza do mato à superfície e a remoção de rochas consideradas inferiores. De seguida, após a instalação da maquinaria de suporte à pedreira, a exploração económica dos recursos poderá ser feita por bancadas ou por fossas.

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No Anticlinal de Estremoz existem cerca de 200 pedreiras em actividade para um total de, aproximadamente, 370 cortas existentes e estas unidades extractivas espalham-se pelos vários núcleos de exploração e transformação. A maioria das pedreiras são a céu aberto e tem uma profundidade que varia entre os 15 e os 50 metros, existindo no entanto explorações com profundidades mais elevadas, possuindo a mais profunda cerca de 110 metros. Aliás, existem explorações que fazem, excepcionalmente, lavra em galeria.

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Para atingir tais profundidades, as firmas e os trabalhadores da indústria do mármore utilizam o fio diamantado para o corte de grandes blocos de mármore. Este fio surgiu para substituir as inconveniências técnicas do fio helicoidal, visto que as rochas ornamentais como os granitos são materiais com grande resistência que os mármores. Dai, a sua aplicação à indústria extrativa do mármore. A escolha de um fio tem sempre em consideração os  factores de produtividade e a tecnologia utilizada no corte (máquina em que irá trabalhar, a pedra que o cliente irá serrar, a maior  durabilidade e a rapidez do corte).

 

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As gruas tipo Derrick são maquinismos com um grande impacto visual, económico e tecnológico nas explorações de extracção do mármore. Estas começaram a ser montadas e utilizadas a partir do final da década de 60 do século passado, após a finalização da construção da ponte Salazar (actual Ponte 25 de Abril), visto que os equipamentos usados para a construção das infra-estruturas foram vendidas a diversas firmas portuguesas pela responsável da obra, a United States Steel Export Company, incluindo algumas empresas metalomecânicas que adaptaram-nas às pedreiras locais de indústria extrativa do AntiClinal de Estremoz.

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Em virtude de a lavra fazer-se em céu aberto e cada vez a profundidades mais profundas, as gruas tipo Derrick passaram a ser maiores para retirar grandes blocos de pedra, substituindo, assim, o arrastamento com recurso aos Crapauds pela elevação. Trata-se de um dispositivo fixo, constituído por um grande mastro que gira mas não se inclina, que se move para cima e para baixo para elevar ou baixar pesos. Para suportar a distribuição do peso da estrutura de metal, estas gruas eléctricas são munidas de dois ou mais braços laterais fixados ao solo.

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Todavia, a exploração de mármores no Anticlinal de Estremoz apresenta alguns problemas relacionados com a evolução da actividade da lavra intensiva. Sabia que num século extraiu-se mais mármore que em dezanove séculos? Estas alterações resultam da evolução do processo extrativo e inovação tecnológica  proporcionada ao longo do século XX, promovendo uma rápida exploração esgotamento da matéria-prima, bem como a degradação e fracturação dos mármores devido à concentração de tensões junto dos taludes. De facto, a maioria das pedreiras são encerradas, pós o corte, arranque e remoção dos blocos de mármore de várias toneladas, e por norma aterrada com recurso à pedra extraída, amontoada nas escombreiras, mas não valorizada economicamente.

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As escombreiras acumulam enormes quantidades de depósitos de material não comercializado e acumulado junto às pedreiras, o que causa grande impacto visual, ambiental e económico na exploração do território envolvente às pedreiras. A Rota do Mármore tem alertado as empresas do sector para esta situação, bem como tem contribuído para a educação e preservação ambiental, através, de um conjunto de percursos distintos que alertam para o reordenamento do sector extractivo e a necessidade de compatibilização da actividade extractiva com a exploração turística sustentável do território do anticlinal de Estremoz.

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Na segunda parte da visita-guiada, os visitantes puderem acompanhar o quotidiano de uma unidade industrial de transformação de mármore: a Margrimar – Mármores e Granitos, S.A. Aqui, podemos visualizar diferentes processos industriais que transformam esta rocha ornamental para ser utilizada na construção civil, sejam em grandes obras públicas ou pequenas obras privadas. Verifica-se uma grande utilização de diversas tecnologias  que utilizam discos e láminas diamantadas  nas diversas máquinas de corte desta rocha ornamental o que, por sua vez, revelam um grande consumo de água para evitar a quebra das mesmas durante o processo de corte. Após o corte dos blocos de mármore em diversas dimensões, conforme as necessidades dos clientes, as mesmas são alvo de um processo de embalagem em paletes de madeira aguardando o destino final para outras latitudes.

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Nesta unidade industrial, o visitante pode ainda contactar com um poucos exemplares do guincho diferencial (Crapaud) produzido pela empresa Joaquim José Ramos. Estes “veículos” motorizados de origem belga foram utilizados na extracção do mármore, a partir da década de 40 do século XX, em inúmeras pedreiras da região do Alentejo. Trata-se de uma inovação tecnológica (Arqueologia Industrial) produzida pelas empresas metalomecânicas locais, de que ainda subsiste um exemplar, para a indústria dos Mármores. Importa salientar que estes Crapauds eram cópias de modelos de empresas estrangeiras, adaptadas e melhoradas tecnologicamente em função das necessidades e realidades da indústria de extracção local. Movidos a diesel, com motores Lister de origem inglesa, podiam mover uma carga máxima de 160 kg /mm2, utilizando o método de retirar blocos de pedra através de elevação por arrastamento, dando, assim, uma maior robustez, segurança, força e capacidade para puxar o mármore.

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O transporte rodoviário é essencial para o escoamento do mármore extraído do Anticlinal de Estremoz, visto que a região do Alentejo é parca em transportes ferroviários de mercadorias (o comboio  de passageiros só tem ligação à cidade de Évora). A meu ver, esta situação deve-se à facilidade de ligações rodoviárias (A6 e N255) com o litoral português (Porto de Setúbal, Sines ou Lisboa) e à proximidade geográfica com a fronteira luso-espanhola que permite exportar grandes quantidades de blocos de mármore para o continente Europeu e outras regiões do globo. Aliás, a maioria das pedreiras da região do Anticlinal de Estremoz situam-se junto a estradas nacionais (N4 e N255) e da auto-estrada que faz ligação a Espanha (A6).

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A fachada do Palácio Ducal de Vila Viçosa (remonta aos primeiros anos do século XVI as obras da fachada principal, sob a ordem do Duque de Bragança D.Jaime) é um belo exemplo da aplicação desta rocha ornamental, em virtude da rara qualidade e beleza do mármore alentejano. De facto, a rocha ornamental desta região portuguesa está presente em abundância no património arquitetónico, histórico e artístico da região, mas também no resto do país e em todo o mundo, o que torna este recurso um digno embaixador de Portugal e do Alentejo. Quem diria que, a mais de 100 metros, em Vila Viçosa,são extraídas toneladas de mármore para ornamentar inúmeros edifícios do Mundo inteiro, por exemplo o Palácio de Versalhes  (França), Mosteiro do Escorial (Espanha), Cidade do Vaticano (Vaticano) e Franklin National Memorial (EUA).

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As pedreiras são o exemplo são o resultado da exploração das paisagens naturais que dão lugar a paisagens industriais,isto é, alteradas pela mão do Homem. Para quem faz a Estrada Nacional 255, entre as localidades alentejanas do Alandroal e Vila Viçosa, não fica indiferente à paisagem envolvente, onde emergem as inúmeras escombreiras e as gruas Derrick, que se sucedem-se à medida que nos aproximamos da terra da poetisa Florbela Espanca. Através desta visita-guiada, dotada de uma temática invulgar e específica e, por isso, não familiar à grande maioria do público, a Rota do Mármore proporcionou-me uma oportunidade de conhecer de forma mais aprofundada o sector da indústria extractiva dos mármores da região do Alentejo. Trata-se, na minha opinião, de um bela comunhão entre o património edificado e o turismo industrial. De facto, o Alentejo é actualmente um território pouco explorado, preservado e seguro  das massas turísticas, onde a sua história é marcada pelo património a descobrir e pela cultura popular que lhe (ainda) conferem identidade e autenticidade. A Rota do Mármore do Anticlinal de Estremoz proporciona uma forma diferente de conhecer uma das mais antigas e produtivas superfícies de extração de mármores do nosso país, bem como a promoção do património edificado (material e imaterial), a típica gastronomia local e as belezas naturais que dão cor, forma e conteúdo ao Alentejo.

A Rota do Mármore AE é…uma forma diferente de conhecer o melhor do Alentejo!

Para mais informações:

Esta visita-guiada foi realizada no âmbito das Jornadas Europeias do Património – 22,23,e 24 de Setembro de 2017, subordinadas ao tema “Património e Natureza. Pessoas Lugares e Histórias”. O caliponense, o Dr. Carlos Filipe, um dos mentores do projeto de Turismo Industrial do Anticlinal de Estremoz, foi o nosso guia nesta viagem pela @rota_do_marmore_ae. O Blogue OLIRAF agradece a visita de contemplação de paisagem natural e edificada ao “Mundo dos Mármores” da região do Alentejo.

Alves, Daniel (ed.), Mármore, património para o Alentejo: contributos para a sua história (1850-1986), Vila Viçosa, Centro de Estudos de Cultura, História, Artes e Patrimónios, 2015.

Rota do Mármore do Anticlinal de Estremoz

Coordenadas 38.776871,-7.418105 (ver no mapa)
Largo D. João IV, 40A
7160-254 – Vila Viçosa
Telefone: +351 268 889 186 / 965 087 618

Nota importante

As presentes informações não têm natureza vinculativa, funcionam apenas como indicações, dicas e conselhos, e são susceptíveis de alteração a qualquer momento. O Blogue OLIRAF não poderá ser responsabilizado pelos danos ou prejuízos em pessoas e/ou bens daí advenientes. Se quiser partilhar ou divulgar as minhas fotografias, poderá fazê-lo desde que mencione os direitos morais e de autor das mesmas.

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Texto: Rafael Oliveira  | Fotografia: Oliraf Fotografia

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Fotografia•Viagens•Portugal © OLIRAF (2018)

Contact: oliraf89@gmail.com

📌 À descoberta de Guimarães: um olhar fotográfico da cidade berço..

“Aqui nasceu Portugal”. Quem chega à Praça do Toural, não pode ficar indiferente a estas palavras. De facto, é a frase que todo o vimaranense tem orgulho de proferir, conta um transeunte local que tive oportunidade de abordar durante a minha “visita-relâmpago” ao Centro Histórico de Guimarães. Há lugares que respiram História. E Guimarães respira…

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O Centro Histórico de Guimarães encontra-se classificado, desde Dezembro de 2001, como património mundial da UNESCO. Ao percorrermos as ruas e as ruelas do centro histórico compreendemos a razão da sua distinção. Trata-se de uma cidade bem conservada, onde os seus edifícios e as ruas reflectem a construção e traça arquitectónica desde os tempos medievais até ao presente, com particular incidência entre os séculos XV e XIX.  Confesso que já tinha saudades de deambular pelas ruelas sem mapa e seguir ao sabor da arquitectura do local.

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A cada passo respiramos História. Afinal, a cidade de Guimarães é conhecida por ser o “berço” fundador da nacionalidade e identidade Portuguesa. De facto, foi aqui que tiveram lugares os principais acontecimentos políticos e militares (a Batalha de São Mamede, em 1128, entre as hostes de D.Afonso Henriques e da sua Mãe, D.Teresa) que, mais tarde, levariam à independência do Condado Portucalense face ao Reino de Leão, ocorrida em 1139. Dai, a cidade de Guimarães ter um rico passado histórico, visto que  esta associada ao estabelecimento da identidade portuguesa e à língua portuguesa no séc. XII.

Para mais informações:

Turismo de Guimarães

Rota do Românico

Turismo do Porto e Região Norte de Portugal

Escapadinha de 3 dias pela Rota do Românico

Nota importante [👤]

As presentes informações não têm natureza vinculativa, funcionam apenas como indicações, dicas e conselhos, e são susceptíveis de alteração a qualquer momento. O Blogue OLIRAF não poderá ser responsabilizado pelos danos ou prejuízos em pessoas e/ou bens daí advenientes. Se quiser partilhar ou divulgar as minhas fotografias, poderá fazê-lo desde que mencione os direitos morais e de autor das mesmas.linhagraficaALL-oliraf-03💻  Texto: Rafael Oliveira 🌎 Fotografia: Oliraf Fotografia 📷

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Fotografia✈︎Viagens✈︎Portugal © OLIRAF (2016)

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🌎 OLIRAF Blogger Trips 2017: 12 fotos, 12 olhares 📷

📷 Foi um ano de grandes e exigentes desafios. O ano 2017, para mim, foi um ano satisfatório a todos os nível pessoal, profissional e académico. Em virtude, da boleia da minha nomeação nos BTL Blogger Awards 2017, nomeado para a categoria de melhor blogue de fotografia de viagens, tive oportunidade de experienciar o que é a vida de um verdadeiro traveller, storyteller e fotógrafo de viagens. Considero-me um sortudo. Cruzei-me com pessoas e gentes de diversas latitudes. De facto, estamos cada vez mais numa «aldeia global». Não fico admirado com a noticia de Portugal ter sido eleito “Melhor Destino do Mundo” nos World Travel Awards. Lisboa é o “Melhor Destino para City Break” e a Ilha da Madeira “o Melhor Destino Insular”. de facto, o nosso país está na Moda!

Poucos sabem ser irreverentes e contar as suas experiências de viagem. É preciso ter muita vontade, coragem, motivação e tempo para escrever as nossas aventuras, neste caso, fotográficos. A minha nomeação para o passatempo da Navigator “Arround the World in 80 pages” é um exemplo. Sorte? Não, é apenas a ponta do icebergue do trabalho que não é visível. Ao longo deste ano, definimos como prioridade conhecer a região do Alentejo. Na minha opinião, um dos locais ainda genuínos do nosso país. Ao contrário do que gostaríamos, este ano não fizemos muitas incursões ao estrageiro, à excepção da visita à pitoresca vila luso-espanhola de Olivença. Alguns locais foram verdadeiras descobertas pessoais, outras foram confirmações das nossas expectativas…de viagem.

Como forma de celebrar o ano que chega ao fim, decidi seleccionar as 12 melhores imagens de 2017. Apesar da subjectividade visual, uma escolha pessoal, espero que gostem. Deixo-vos,assim, o Best of das minhas Blogger Trips de 2017:

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  Aldeia de Monsaraz (Alentejo): o blogue OLIRAF foi nomeado para a 4ªEdição dos BTL BLOGGER TRAVEL AWARDS (BTL), considerados os “Óscares” dos Blogues de Viagens em Portugal, na categoria de “Fotografia de Viagem”. Depois de ter sido nomeado nos últimos dois anos (2016 e 2017), o meu projecto pessoal de fotografia e escrita de viagens continua a ser um incentivo para escrever e viajar pelas estórias da História. Confesso que esta nomeação foi um incentivo e uma promoção da minha paixão pela fotografia e pelo gosto da História, em consonância com o prazer de viajar. Há milhões de blogues por esse Mundo fora. Mais do que ser conhecido, é ver reconhecido a nossa paixão.

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 Évora, um olhar fotográfico: entre Março e Setembro de 2017, tive oportunidade de viver, trabalhar e viajar pelo Alentejo, designadamente na milenar Évora. Na sua obra “Viagem a Portugal”, o escritor José Saramago escrevia: “O viajante está em Évora.[…] Em Évora há, sim, uma atmosfera que não se encontra em outro qualquer lugar; Évora tem, sim, uma presença constante de História nas suas ruas e praças, em cada pedra ou sombra; Évora logrou, sim, defender o lugar do passado sem retirar espaço ao presente.” Ao longo de seis meses, viajei e visitei inúmeras cidades, vilas e aldeias desta região bem portuguesa, com a minha pequena máquina fotográfica Fujifilm X-T10. Contactei com o imenso património natural, edificado e, acima de tudo, com as gentes, igualmente com os seus problemas. À série de fotografias que resultou da minha experiência, todas a cores, optei por criar um Álbum Fotográfico Alentejo – Olhares Fotográficos“.

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 Cais Palafítico da Carrasqueira:  é uma engenhosa e criativa solução da comunidade piscatória da Carrasqueira (Comporta, Alcácer do Sal) para resolver o problema de acesso aos barcos durante a baixa-mar. As estacas de madeira penetram no sapal e estendem-se como os “tentáculos de um polvo” até ao estuário do Sado. Neste porto piscatório, os barcos atracam e no passadiço circulam as redes, os apetrechos, pescado e, mais recentemente, inúmeros turistas e curiosos para captar fotograficamente o espaço e o meio envolvente. Trata-se de um dos ex-líbris turisticos do concelho de Alcácer do Sal.

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 Vila de Olivença: é uma agradável e pitoresca cidade fronteiriça da raia luso-espanhola. Para quem percorre o seu “casco histórico”, como referem os “nuestros hermanos” aos seus centros históricos, o viajante não fica indiferente à escala do seu património edificado de origem portuguesa. Com quase doze mil habitantes (2016), esta vila da Extremadura Espanhola, nas proximidades de Badajoz, é um ponto de (re) encontro entre as culturas portuguesa e espanhola. Afinal de contas, Olivença personifica duas faces da mesma moeda. Para muitos, “Olivença é filha de Espanha, neta de Portugal”.

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 Ponte da Ajuda (Elvas): este exemplar da arquitectura manuelina – militar e civil – era o único meio de comunicação, no rio Guadiana, entre Elvas e Olivença. Dai, a sua destruição no contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1701-1714). Há projectos para a sua reconstrução, mas em virtude das querelas fronteiriças entre Portugueses e Espanhóis, tal não foi possível ainda. Assim, entre 1709 a 2001, quem quisesse visitar Olivenza, teria de passar a fronteira do Caia em Badajoz. Actualmente, o viajante pode transpor, sem qualquer dificuldade, o território português, graças à nova ponte da Ajuda, em betão armado e sem qualidade estética da anterior, construída e financiada integralmente pelo Governo de Portugal.

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 Rota do Mármore (Vila Viçosa): o projecto da Rota do Mármore do Anticlinal de Estremoz é uma forma diferente de conhecer uma das mais antigas e produtivas superfícies de extração de mármores do nosso país: a a região do Alentejo. Trata-se de um belo exemplo do aproveitamento turístico, de cariz industrial e patrimonial, das pedreiras onde se extrai o “ouro branco”: o mármore. Através de uma visita guiada, o viajante poderá contactar com lugares invisíveis, com os valores históricos, culturais e patrimoniais dos concelhos que compõem a região do Anticlinal de Estremoz (Alandroal, Borba, Estremoz, Sousel e Vila Viçosa). Além da promoção desta rocha ornamental e o património edificado a ela associado, por exemplo o Palácio Ducal de Vila Viçosa, um dos valores desta rota turística é promover a típica gastronomia local e as belezas naturais que lhe dão cor e forma.

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 Museu Militar de Elvas: trata-se de um dos mais importantes museus bélicos de Portugal Continental, onde podemos contactar com um acervo histórico-militar com mais de três séculos. Visitei este espaço museológico (situado nas antigas instalações do Regimento de Infantaria 8) durante o Encontro Nacional de Veículos Militares Antigos, onde podemos visualizar os veículos e carros de combate que pertenciam ao Exército e que foram recuperadas pela Associação Portuguesa de Veiculos Militares (APVM). A maioria faz parte do nosso imaginário (Chaimite, Berliet-Tramagal, UMM, Unimogs,etc), especialmente para os apaixonados por temas bélicos, visto que muitas delas ajudaram a escrever as páginas da História de Portugal.

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 Castelo Medieval de Beja: um dos mais belos “guerreiros de pedra” da região do Alentejo. Destaca-se a imponente torre de Menagem Medieval do Castelo de Beja. Trata-se da maior de Portugal com quase 40 metros de altura. Daqui, contemplamos a  paisagem em redor e os campos de cereais, o que demonstra a  importância histórica, política e militar desta cidade milenar, fundada pelos Romanos (Pax Julia).Através deste exemplo, podemos comprovar que as fortalezas medievais eram formas de ostentação social, económica,militar e de autoridade dos seus senhores. É obra!

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 Regimento de Artilharia de Costa: localizada na Fonte da Telha, a 6ªBataria foi desactivada em 1999. Depois disso, a grande maioria dos quartéis onde funcionavam as instalações militares desta unidade do exército português ficaram entregues ao tempo e a si próprios. Há uma excepção: a 6ªBataria da Raposa. Aqui, a Associação dos Amigos da Artilharia de Costa, o ajudante Castanheira e dois praças do Exército Português mantêm viva a memória e em bom estado de conservação uma das estruturas de artilharia em Portugal. Na imagem inicial, temos um antigo artilheiro Fernando Limão do RAC, junto de uma das três peças “Vickers” C. 23.4 cm da “Raposa”.

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 Luís Martins (Évora):  Nas nossas cidades, vilas ou aldeias de Portugal, há sempre uma figura que se destaca no meio do reboliço do quotidiano habitual e fazem parte do imaginário popular das mesmas. Postais vivos que identificam um território. São o rosto do imaginário popular.  O “Beato Salú” é um exemplo. Esta figura carismática deambula pelas ruas e vielas do centro histórico da cidade de Évora. Encarnou uma missão divina, diz ele. Na minha opinião, um Santo Popular. Como afirmou Padre António Vieira: “Há homens que são como as velas; sacrificam-se, queimando-se para dar luz aos outros.”

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 Silverbox Studio (Lisboa): Silverbox nasceu pela mão de um jovem casal Rute e Filipe. Ambos nutrem uma paixão pela arte fotográfica e, em especial, pelo processo de colódio húmido. Trata-se de um processo fotográfico muito utilizado na 2ªMetade do Século XIX por fotógrafos profissionais e amadores, entre os quais, o português Carlos Relvas. Sim, o pai do republicano José Relvas. Este estúdio fotográfico fora do comum, tem a fusão das técnicas fotográficas da segunda metade do século XIX com a estética do século XXI. O objectivo deste estúdio lisboeta é trazer de volta o ritual de ir ao fotógrafo e de fazer um retrato individual ou de grupo,à semelhança dos nossos antepassados.

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 Passatempo Navigator “Arround the World in 80 pages”fui uma das 80 Histórias seleccionadas, pela primeira vez, para integrar e dar cor ao livro “Around the World in 80 pages”, um passatempo do Grupo Navigator.  Esta segunda edição do Navigator Around the World in 80 Pages recebeu mais de 1350 histórias submetidas online. Este passatempo de viagens tem como objectivo premiar as melhores histórias em Inglês e as fotografias dos viajantes nacionais e estrangeiros que concorrem. Após uma profunda reflexão das melhores estórias da História e fotografias do portefólio  de viagens referentes ao ano de 2016, optei por concorrer com três fotografias que davam cor ao texto da minha viagem a Granada (Andaluzia,Espanha): Be a Time Traveller in Granada Heritage”.  Esta escolha, a meu ver, reflectiu a minha paixão pela literatura e fotografia de viagens, bem como a curiosidade pelo legado da civilização islâmica na Península Ibérica: o Al-Andalus.

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E foi assim o meu ano de blogger amador. Mais do que uma viagem pelas estórias da nossa história, foi uma “panóplia” de experiências pessoais e colectivas que podem ser partilhadas digitalmente,mas que devem ser vividas na primeira pessoa. É isso que convido o leitor do blogue OLIRAF a fazer: viver estas experiências. Não haverá melhor sensação do que sair da nossa “zona de conforto”?

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📷 Silverbox Studio: uma fotografia à moda do Século XIX…

Visitar o Silverbox Studio é recuar aos primórdios da arte fotográfica. Trata-se de uma arte – a 8ªOitava – com quase 180 anos. Mais do que um estúdio fotográfico é um espaço de vivências e experiências.

O Silverbox nasceu pela mão de um jovem casal Rute e Filipe. Ambos nutrem uma paixão pela arte fotográfica e, em especial, pelo processo de colódio húmido. Trata-se de um processo fotográfico muito utilizado na 2ªMetade do Século XIX por fotógrafos profissionais e amadores, entre os quais, o português Carlos Relvas. Sim, o pai do republicano José Relvas. Este estúdio fotográfico fora do comum, tem a fusão das técnicas fotográficas da segunda metade do século XIX com a estética do século XXI. O objectivo deste estúdio lisboeta é trazer de volta o ritual de ir ao fotógrafo e de fazer um retrato individual ou de grupo,à semelhança dos nossos antepassados.

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Ao percorrermos o espaço envolvente do estúdio, o futuro sujeito-retratado depara-se com uma panóplia de equipamento fotográfico da época. Mas, o que lhe salta à vista são as inúmeras máquinas fotográficas antigas que nos remetem-nos para uma atmosfera intemporal num ambiente contemporâneo. Antes de realizar a fotografia, o fotógrafo e o modelo estudam as poses, a expressividade do rosto, a melhor iluminação, tudo com tempo e com calma, porque numa imagem pretende-se contar uma história. Acima de tudo, o objectivo é dar largas à imaginação do modelo. Por exemplo, poderá escolher uma roupa temática ou um fundo temático para que a fotografia vá de encontro aos gostos pessoais do sujeito-retratado.

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Após o registo fotográfico, o sujeito-retratado irá acompanhar todo o processo de revelação fotográfica, através de um tour pelo laboratório. Para um amante de fotografia, e como arquivista que lida com documentação fotográfica, podemos  recuar aos primórdios da arte fotográfica. Trata-se de uma experiência fantástica e única, onde vamos acompanhando os passos necessários para fazer uma fotografia no processo fotográfico de colódio húmido. Durante o  processo fotográfico mundialmente conhecido como Colódio Húmido, as imagens ficam expostas, reveladas e fixadas enquanto a chapa fotográfica, em vidro ou alumínio, ainda se encontra húmida, as imagens podem ser visíveis em poucos minutos.

SilverboxStudio (4)Vejamos alguns passos: aplicar a solução de colódio fotográfico sobre a chapa de metal; Espalhar e devolver o excedente ao frasco; Deixar secar até se tornar pegajoso; Mergulhar na solução de nitrato de prata durante três a cinco minutos; Retirar do tanque de prata, enxugar as costas da chapa de metal; Colocar no chassis da câmara fotográfica; Tirar a fotografia. Revelar na solução de sulfato ferroso; Lavar em água (pode-se acender a luz branca); Fixar, a imagem converte-se em positivo; Lavar em água corrente; Secar a placa na lamparina; Envernizar com goma de sandarac e, finalmente, a secagem sobre a chama da lamparina.

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Após este tour laboratorial, verificamos a importância do colódio húmido na história da fotografia, visto que uma grande parte das imagens, em especial as provas em albumina, que temos hoje do século XIX são neste processo fotográfico, de onde advêm os negativos. Foram muito usados, entre 1851 até cerca de 1880, altura em que foram substituídos pelos negativos em vidro de gelatina de produção industrial. Como fotógrafos que usaram este processo, podemos citar alguns vultos da fotografia portuguesa e internacional, tais como, Carlos Relvas, Wenceslau Cifka, Francesco Rochinni, Thomson, Timothy O. Sullivan e Mathew Brady, entre outros.

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O resultado final foi um retrato “À La Carte”, com o formato 13×18 cm. Poderá personalizar a sua sessão fotográfica, escolhendo como, quando e quantas imagens quer realizar. No meu caso,optei por uma prova fotográfica (50€). Como “ingrediente”, optei por associar uma antiga máquina fotográfica da primeira metade do século XIX. Nada como um toque “vintage” para eternizar um momento. Na minha opinião, ser retratado com uma máquina grande formato de madeira como antigamente, posar imóvel, em virtude do tempo de exposição, para a foto não sair com movimento e ver a nossa expressão surgir durante os diversos passos do processo de revelação no laboratório, parece uma autêntica viagem pelo principio da arte fotográfica. Apesar da minha expressão “Séria”…fez-se Magia.

Para mais informações:

Silverbox Studio

Morada: Rua Braamcamp, nº88 4 esq – 1200 Lisboa

Email: info@silverbox.pt
Telefone: +351 915074612 / +351 218057735
Horário: Por marcação: info@silverbox.pt
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INFORMAÇÃO DE CONTACTO
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 @silverboxlisboa
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