🇪🇸Próxima Estação: El Escorial. Sugestões e impressões pessoais de um passeio fotográfico pelas “cercanías” da capital espanhola: Escorial, meus caros, Escorial! Deixei para trás a movida e o salero de Madrid e fui em busca de um lugar mais recatado e calmo. Reservei um dia na minha visita a Madrid para visitar os arredores da Comunidade de Madrid. A minha opção recaiu sobre o histórico e pequeno município de San Lorenzo de El Escorial (também conhecido por El Escorial de Arriba), situado a menos de 50 km a noroeste de Madrid. Há muito que queria conhecer o “Real Sitio de San Lorenzo de El Escorial”. E também havia outro motivo. Queria experimentar viajar de Comboio por Espanha. Trata-se de uma forma diferente de viajar, para quem não tem carro, e utiliza o transporte público nas suas itinerâncias. Porque não conhecer o Escorial, com recurso ao transporte ferroviário?
➖➖➖ ➖➖➖ ➖➖➖ ➖➖➖ ➖➖➖ ➖➖➖ ➖➖➖ ➖➖➖ ➖➖➖ ➖➖➖ ➖➖➖
Os arredores de Madrid estão recheados de palácios e residências reais que tornam difícil a escolha do curioso pela história, do amante da arquitetura palaciana e aprendiz de viajante andarilho. São os casos dos palácios e pequenas residências reais do El Escorial, Casita del Príncipe, El Prado, Aranjuez, La Granja de San Ildefonso e de Rio Frio. A uma hora de Madrid, através da Linha Rosa (Línea C-3a) – que faz a ligação entre Aranjuez – Atocha – Sol- Chamartín – El Escorial – da Renfe Cercanías, em pleno coração da Serra de Guadarrama, chegamos à Estação El Escorial. É nesta pitoresca localidade dos arredores de Madrid, as Cercanías, que encontramos o majestoso San Lorenzo de El Escorial, pensado pelo Rei Filipe II de Espanha, no século XVI, para comemorar a vitória na Batalha de San Quitín, ocorrida a 10 de Agosto de 1557, contra os franceses. Suba ao mirador de Abantos para apreciar uma panorâmica do Mosteiro e, ao fundo, da malha urbana de Madrid. A 50 Km [a noroeste] de Madrid, o viajante poderá sentir o ar puro da natureza, sempre acompanhado pela envolvência do magnifico Mosteiro del Escorial.
➖➖➖ ➖➖➖ ➖➖➖ ➖➖➖ ➖➖➖ ➖➖➖ ➖➖➖ ➖➖➖ ➖➖➖ ➖➖➖ ➖➖➖
A cidade de Madrid é uma “das capitais mais vivas, barulhentas e dinâmicas da Europa”, refere Jan Morris na sua obra Espanha. Não passava de uma aldeia fortificada Muçulmana insignificante no centro da meseta castelhana, aquando das lutas entre seguidores do Islão e do Cristianismo. Na segunda metade do Século XVI, durante o “Sieglo de Oro”, Filipe II de Espanha (do ramo espanhol da Dinastia dos Áustria – Habsburgos) faz dela a sua capital política e administrativa, símbolo da unidade de toda a Espanha, resgatando-a da sua quase banalidade bélica. Converte-a numa espécie de Brasília para Espanha. Até ai, a maior cidade da “Jangada de Pedra”, como refere o Nobel da Literatura José de Saramago aludindo à silhueta geográfica da Península Ibérica, era Lisboa. Mais tarde, em meados do Século XIX, esta foi suplantada por Madrid como a cidade mais importante da Península Ibérica. De facto, a sua posição geográfica no interior de Espanha e da fixação da corte dos Áustrias (Séc. XVI-XVII) e dos Bourbons (Séc. XVIII) ajudaram-na, a fomentar a hegemonia e a consolidação desta cidade como a “cabeça” da Monarquia Hispânica e o “coração” da Península Ibérica. maior e mais povoada urbe da Península Ibérica e umas das maiores cidades europeias, superada por Londres e Berlim. Representa 20% da riqueza produzida pelo Reino de Espanha.

🚇 Entro no moderno e confortável metro de Madrid na carismática estação da Gran Vía, segundos os locais a a praça da Espanha é conhecido como a Broadway madrilenha, com o altaneiro prédio da telefónica a fazer-me sombra. Trata-se do antigo edifício-sede da Compañía Telefónica Nacional de España (CTNE), construído entre 1926 e 1929, pelo arquiteto Ignacio de Cárdenas Pastor e muito assediado pelas forças franquistas durante o cerco de Madrid (de nov. 1936 até Mar. 1939). Para as forças republicanas que defendiam capital era fundamental para as comunicações da Segunda República Espanhola (1931-1939) e servia como posto de observação dos movimentos das forças nacionalistas. Já foi o maior edifício da capital espanhola, com quase 90 metros de altura. Por momentos, o aprendiz de viajante andarilho é transportado para outras latitudes, particularmente, para os Arranha-céus de Nova Iorque (EUA). O centro de Madrid é dominado por edifícios de betão modernos, novas urbanizações de grandes dimensões e os modernos arranha-céus dos poderosos bancos espanhóis, todos eles símbolos da Espanha Moderna.

Próxima Estação: Atocha. O ponto de partida é a estação de Atocha-Cercanías. Construída em 1851, esta estação ferroviária, localizada no centro de Madrid, foi a primeira estação que serviu a capital madrilena. O objetivo da sua construção era unir a capital espanhola Madrid a Aranjuez, onde se localizava o Palácio Real de Aranjuez. Mais tarde, tornou-se a principal estação ferroviária da capital e de toda a Espanha. Em 1892, foi alvo de remodelação com a construção de uma cobertura sobre a nave principal, desenhada pelo engenheiro Saint-James, com os expressivos 152 metros de largura, 48 de vão e 27 de altura, e é um dos edifícios arquitetónicos mais distintivos de Madrid. Há ligações ferroviárias para todas as regiões autónomas e cidades. Recebe mais de 15 milhões de passageiros/ano. Recentemente, na década de 80 e 90 do século XX, a estação foi renovada para acolher o comboio de alta velocidade – o AVE – e reforçar a oferta de serviço de passageiros, ficando dividida em três áreas distintas: Madrid-Puerta de Atocha, Madrid-Atocha Cercanías e Atocha Renfe.

Apanho ao comboio das “Cercanías” que faz a ligação entre o centro de Madrid e a à área metropolitana. Viajo nas moderníssimas automotoras da Serie 462/3/4/5, de tração elétrica, construídas, em 2004, pelo consórcio Caf, Siemens, Bombardier y Alstom, fazem parte da frota da Renfe-Cercanías. Conhecidas como Civia, estes comboios da operadora Renfe, a congénere espanhola da CP, são um belo exemplo de conforto, rapidez, satisfação, eficiência energética e mobilidade nas grandes áreas metropolitanas. Estão dotados para levar 169 passageiros. São os comboios que fazem os serviços urbanos e suburbanos de Madrid. Com paragens frequentes e grande afluência de passageiros (ou viajeros), a viagem é agradável, calma e silenciosa, permitindo-nos apreciar o interior do material circulante e a paisagem envolvente.

Na estação do Escorial tinha acabado de partir uma automotora a diesel, da serie 599 – o TDMD (Tren Diésel de Media Distancia) – e, construídas, em 2008, pela empresa basca CAF (Construcciones y Auxiliar de Ferrocarriles), que integra a frota de material circulante que faz o serviço comercial de Media Distancia, isto é, o serviço regional em Espanha. Verifico, assim, que a frota da Renfe é bastante moderna, versátil e confortável. Algo impensável na realidade portuguesa onde a maioria do material circulante e as locomotivas chegam a ter mais de cinquenta anos. viajar, também, é comparar. Denota-se, aqui, o forte investimento da operadora pública ferroviária espanhola – a Renfe – na modernização do seu parque de locomotivas, automotoras e material circulante, aproveitando, assim, o máxima da infraestrutura ferroviária disponível: melhores tempos de viagem, mais destinos, segurança, fiabilidade, eficiência energética, etc). Ambas as automotoras, de tração elétrica e diesel, pertencem à frota – flota de Cercanías y Media Distancia de Renfe – da operadora Renfe. Esta curta viagem, pelos arredores de Madrid, apercebo-me da interoperabilidade ferroviária de Espanha, face ao nosso país. No transporte rodoviário e nas infraestruturas rodoviárias, Portugal está mais bem classificado a nível europeu, comparativamente à ferrovia — o que poderá não ser propriamente uma vantagem, quando se fala numa necessidade de alterar os modos de transporte. Em Espanha, é precisamente o contrário. É fácil circular, de comboio, de cidade em cidade. E para surpresa minha pelos arredores de Madrid. Se Portugal é o terceiro país europeu com o maior número de auto-estradas ou estradas internacionais (em quilómetros), a Espanha é o segundo país do Mundo com a maior rede ferroviária de Alta Velocidade: a AVE (Alta Velocidad Española). São mais de 3000 km de linha férrea. Mais do que a totalidade da rede ferroviária portuguesa (2 562 km). Enquanto em Portugal, o automóvel é rei, o Comboio de Alta Velocidade domina a paisagem na Península Ibérica. E os comboios são responsáveis por menos emissões de dióxido de carbono do que o automóvel. É uma questão de mudança de mentalidades. Talvez um dia possa viajar de Lisboa a Madrid num comboio de alta velocidade, ao invés das velhinhas, barulhentas e lentas automotoras diesel (Série 0351-0371 da CP) – as Allan – que fazem a ligação diária do Entroncamento a Badajoz. Agora imaginem se tivéssemos uma ferrovia a sério!? Sonhar não custa. E pior do que estamos, não ficamos!

Durante a viagem de comboio, entre as estações de Atocha e El Escorial, vendo desfilar a imensidão do planalto ermo castelhano e o aproximar dos contrafortes despedidos de vegetação exuberante da Sierra de Guadarrama, deparei-me com uma enorme Cruz. Fiquei intrigado com aquela enorme e fina estrutura vertical que se destacava na paisagem envolvente. Era impossível ficar indiferente. Mais tarde, quando regressei a Portugal, e após algumas pesquisas, apercebi-me de que se tratava da Cruz granítica que assinala o complexo do Valle de Los Caídos. Esta Cruz foi erguida, conjuntamente com uma enorme cripta granítica, numa cumeada da Sierra da Guadarrama, num dos lugares mais marcantes e sangrentos da Guerra Civil de Espanha (1936-1939): a Batalha de Guadarrama (1936). Esta obra complexa, dura e faraónica, à boa maneira de construir espanhola, pretendia exaltar a vitória do exército franquista e do antigo regime ditatorial de cariz fascista – o Franquismo – que vigorou entre 1939 e 1975 em Espanha, após a queda da II República Espanhola (1931-1939). É um monumento à própria Espanha: morte, fé, dureza e crença inabalável do ser espanhol. Durante dez longos e penosos anos, vinte mil prisioneiros de guerra republicanos, em regime de trabalhos forçados, escavaram e ergueram um enorme complexo funerário e religioso para os que tombaram ao serviço de Espanha durante o conflito introdutório à II Guerra Mundial: a Guerra Civil Espanhola (1936-1939). Mais tarde, Francisco Franco, o caudillo, mudou a narrativa da história, pretendendo que o monumento fosse em honra de todos os que pereceram, sejam nacionalistas ou republicanos, na Guerra Civil Espanhola (1936-1939), Esta singular estrutura dista, aproximadamente, 15 km do Mosteiro do Escorial, se utilizarmos o transporte rodoviário, podendo, em dias soalheiros, ser vista da própria capital. Infelizmente, não consegui visitá-la. Já terei um motivo para regressar e contemplar, com o rigor historiográfico, este magnifica estrutura.

Filipe II (1527-1598) era da família dos Habsburgos e uma das mais antigas e poderosas dinastias da Europa do seu tempo (e do Mundo). Além de herdar, do Imperador Carlos V (15559, vastos territórios e povos, Filipe II recebeu a convicção de que os soberanos Habsburgos deveriam defender e promover a fé católica e que esta era a principal obrigação da dinastia. Assim, no âmbito deste legado imperial, Filipe II idealizou o palácio do Escorial, nos arredores de Madrid. Inicialmente erguido em memória de Carlos I de Espanha (Imperador do Sacro Império Romano-Germânico (como Carlos V), simbolizando a obra monumental o compromisso dos Habsburgos (os Espanhóis) com a missão religiosa. Era também o Mausoléu dos Habsburgos. Recentemente, ao ler a obra Os Habsburgos: ascensão e queda de uma potência global (2021), de Martyn Rady, constatei que os cantos das fachadas que circundam o complexo monástico foram coroados com quatro torres, inspiradas pelo desenho do antigo castelo-fortaleza medieval de Hofburg (Viena), datado do século XIII, residência oficial e símbolo do poder dos Habsburgos (Ducado da Áustria). Pretendia, também reproduzir, o Templo de Salomão e imitar a grelha – La Parrilla – em que o santo padroeiro do Escorial, o mártir São Lourenço, foi “assado vivo” pelos romanos no século III. Foi o seu instrumento de tortura durante o seu martírio em Roma.

Na época do “Prudente“, a vila de El Escorial era um mísero e triste burgo no sopé da Serra de Guadarrama e nas proximidade de Madrid. O Palácio-mosteiro têm um enorme jardim e uma floresta de doze mil pinheiros bravos plantados no Monte Abantos. A paisagem era nua, ressequida na maior parte do ano, sob um céu sem nuvens. A história contada por Martyn Rady (2021) sobre esta família peculiar é concisa mas bastante completa, profundamente informada, escrita com elegância e resulta numa leitura empolgante. Para quem cursou História e, precocemente, contabilizou-se com os Habsburgos é difícil ficar indiferente ao «espírito do lugar». Fundado por Felipe II, após uma promessa de erigir um Mosteiro em terras espanholas fruto da vitória dos “Tercios” espanhóis sobre os franceses na Batalha de Quintín (1557) dedicada a São Lourenço, mártir que foi torturado numa grelha em brasa. Real Sitio de San Lorenzo de El Escorial é um dos monumentos arquitetónicos de Espanha que mais exalta a grandeza do “Siglo de Oro Español” (Séc. XVI-XVII) e do poder desta real figura sobre os povos hispânicos, europeus e das mais variadas latitudes do globo terrestre. Este Palácio-Mosteiro espelha a arquitetura austera e sóbria, sem grandes ornamentos e preocupações estéticas, à semelhança da real figura que idealizou a sua construção. Podemos dizer, seguramente, que é um Monumento com muita personalidade. Foi construído entre 1563 e 1584, planeado por Juan Bautista de Toledo, após a morte deste, em 1567, as obras continuam com a direção do seu colaborador: o arquiteto real Juan Herrera (1530 – 1597). Com esta real obra, Herrera deu inicio ao estilo herreriano. Ainda hoje, na Monumental Fachada da Igreja de São Vicente de Fora (Lisboa), podemos admirar a beleza do seu risco arquitetónico. Por curiosidade, o Mosteiro tem a forma geométrica de uma “Parrilla”, isto é, de uma grelha, Ora, esta real construção foi sagrada em nome do mártir de São Lourenço. Um pormenor delicioso.
O Escorial não era apenas uma monumental residência real e um panteão fúnebre do ramo espanhol dos Habsburgos. Era composto por quatro mil quartos, dezasseis pátios e cento e sessenta quilómetros de corredores. Apenas um quarto do edifício era ocupado por aposentos reais. O resto era composto por uma basílica, um mosteiro com cinquentas monges jerónimos e uma escola de teologia. Era também um “reliquário” de Filipe II que totalizava 7422 peças, desde a Coroa de Espinhos de Cristo a fragmentos de várias partes do corpo de milhares de mártires cristãos. Há um episódio macabro para a maioria das pessoas, mas belo para os Espanhóis. Da vasta coleção de mártires de Filipe II destaca-se o episódio que envolveu uma relíquia sagrada da religião espanhola: o cadáver de um monge franciscano, Frei Diego de Alcalá, e o herdeiro do “Prudente, o infante D. Carlos (1545-1568), príncipe das Astúrias. Conta-se que o pequeno e frágil D. Carlos, filho de Filipe II e Maria Manuela de Portugal, foi curado de uma doença debilitante por se ter deitado ao seu lado no leito da sua cama o cadáver de Frei Diego, que foi propositadamente desenterrado da sua sepultura para esta cura milagrosa. Este episódio ocorreu em 1562 aquando de uma queda nas escadas que causou um traumatismo craniano ao príncipe das Astúrias Ainda hoje, o viajante poderá ver a armadura assimétrica deste infante Habsburgo espanhol na coleção de armas reais que se encontra no Palácio Real de Madrid.

Na época do “Prudente“, a vila de El Escorial era um mísero e triste burgo no sopé da Serra de Guadarrama e nas proximidade de Madrid. O Palácio-mosteiro têm um enorme jardim e uma floresta de doze mil pinheiros bravos plantados no Monte Abantos. A paisagem era nua, ressequida na maior parte do ano, sob um céu sem nuvens. Era uma paisagem deserta e árida. A história contada por Martyn Rady sobre esta família peculiar é concisa mas bastante completa, profundamente informada, escrita com elegância e resulta numa leitura empolgante. Para quem cursou História e, precocemente, contabilizou-se com os Habsburgos é difícil ficar indiferente ao «espírito do lugar». É uma paisagem pictórica de Espanha, onde a Serra e o Mosteiro complementam-se mutuamente na paisagem envolvente. Em 1628, o flamengo Rubens pinta, quase romanticamente, esta paisagem desde o pico da “Sierra de Malagón”. De facto, para admiramos este espaço monástico, temos de subir aos montes das redondezas da vila de San Lorenzo de El Escorial. Os mais românticos podem imaginar, por exemplo, o pintor flamengo Rubens a debuxar a silhueta Herreriana do Escorial, sentado, nas suas eternas telas. Ainda hoje, existe a Cruz de Rubens no topo. Para muitos Espanhóis, o Escorial ainda é a oitava maravilha do Mundo! Jan Morris (2016, p.22), na sua obra Espanha, comenta sobre o Escorial afirmando que: é um “pólo de emoções que esta grandiosa obra de fé e política representa (…) Um pólo orientador para a Espanha e para o Mundo”.

Os Espanhóis sabem o que é construir em escala e relacioná-la com o meio envolvente. As estruturas não estragam a paisagem. Dão-lhe um significado poético e romântico. São mestres na Arte Vertical e na estética retangular. Afinal, este país rima com Monumentalidade. Em todos os cantos de Espanha, desde os Romanos até aos Espanhóis, podemos admirar grandes e altas obras de alvenaria, tais como, o Aqueduto de Mérida, a ponte romana de Alcántara, o Castelo de Peñafiel, a Catedral e a Giralda de Sevilha, o Alcázar de Segóvia, o Mesquita de Córdoba, o Palácio Real de Madrid, a Catedral de Salamanca e, mais recentemente, a Basílica da Sagrada Família de Barcelona. Nada exprime melhor a força espiritual de Espanha do que as Catedrais. O povo espanhol é bom a fazer coisas grandes e robustas. Em todos os cantos de Espanha, desde os Romanos até Espanhóis, podemos admirar grandes e altas obras de alvenaria, tais como, o Aqueduto de Mérida, a Giralda de Sevilha, o Alcázar de Segóvia, o Palácio Real de Madrid, a Catedral de Salamanca e, mais recentemente, a Basílica da Sagrada Família de Barcelona. Nada exprime melhor a força espiritual de Espanha do que as suas monumentais construções verticais: as catedrais.

Se Versalhes era o símbolo do poder absoluto (e do barroco) de Luís XV, o Escorial foi o prefácio do poder absoluto e do barroco europeu. O Escorial reflete a extensão do poder, da riqueza, influência cultural e a supremacia militar da Espanha durante o século XVI. Uma aventura monumental, artística, política e arquitetónica. Hoje, o Escorial é bem diferente do tempo de Felipe II. Todavia, não perdeu toda a sua monumentalidade e esplendor do poder, soberanamente, do seu mentor. Reina [ainda] majestosamente. Expressa o ideal político, espiritual e bélico do monarca Habsburgo, do ramo espanhol. Parte do Escorial de Filipe II perdeu-se aquando da sua morte. Afinal, são as pessoas que fazem os lugares. Quem percorrer os corredores do Escorial poderá sentir a presença da real figura de Filipe II, apesar de omnipresente. Nada exprime melhor o poder, político e religioso, de Filipe II do que o Escorial. Todavia, o peso simbólico e o esplendor deste magnifico obra real não desapareceu. Ainda hoje, incluindo eu, milhões de visitantes ficam fascinados com a sua monumentalidade. Foi declarado Património Mundial da UNESCO em 1984.

Considerações finais sobre a visita ao Paláacio-mosteiro do Escorial e impressões sobre Madrid.
O lema “Plus ultra”, isto é, a grandiosidade cosmopolita e imperial de Espanha está omnipresente. Era o mote de Carlos I de Espanha (V do Sacro Império Romano), senhor de domínios que incluíam boa parte da Europa e da América. Espanha teve uma rápida ascensão ao topo do Mundo. As contantes guerras e participações em conflitos europeus, nos séculos XVII e XVIII, mostraram a decadência política, económica e militar no contexto europeu. O povo espanhol, ainda hoje, sente nostalgia e melancolismo desses tempos idos. Porém, no campo das artes – literatura e pintura -, a Espanha floresceu com a prosa de Miguel de Cervantes e da pintura de Diego Velásquez. Hoje, a sua grandiosidade está patente nos na escala das suas Catedrais, claustros e na língua castelhana espalhada nos quatro cantos do Mundo. Este passeio é mais agradável durante o Inverno e na Primavera. Ainda, em Madrid, existe um edifício muito semelhante ao Escorial e construído, em 1958, em estilo herreriano durante o regime franquista (1936-1975): o Cuartel General del Ejército del Aire (Moncloa).
Senhores passageiros, próxima viagem…Madrid. É tempo de regressar! Até à vista, Escorial Monumental! Viajar é ir e voltar! Regressamos a Madrid com apontamentos e memórias fotográficas. España, me encanta!
SIGA-NOS NAS REDES SOCIAIS FACEBOOK, INSTAGRAM E NO PORTAL SAPO VIAGENS! UM ENCONTRO COM A HISTÓRIA, AO SABOR DAS IMAGENS, ONDE PODE REVER ESTE E OUTROS ARTIGOS DA NOSSA AUTORIA…
🔗Para mais informações:
Aqui poderá encontrar, por exemplo, extensa documentação e dicas sobre o património material e imaterial da capital espanhola nos seguintes links:
O website do Turismo de Espanha – Visit Spain – oferece uma extensa informação atualizada sobre o destino Espanha. É a melhor opção para começar a pesquisar e a organizar a sua próxima viagem a Espanha. Já o Web oficial de Turismo Madrid permite descarregar mapas e um conjunto de informações sobre os transportes públicos, locais de interesse, museus, gastronomia, entre outros. Importa salientar que poderá encontrar o posto de turismo para saber mais informações e dicas para fazer e planear o seu roteiro pela cidade. Para mim, esta é a melhor forma de começar a visita a Madrid: a Plaza Mayor.
No caso especifico da localidade de San Lorenzo del Escorial, o leitor poderá consultar informações sobre o que fazer, o que visitar, saborear, onde dormir e como chegar a este “Ayuntamiento” dos arredores da capital madrilena, na página oficial do turismo local (Oficina de Turismo): https://www.sanlorenzoturismo.es/.
Para visitas ao Escorial, consulte os seguintes sítios web https://entradas.patrimonionacional.es/en-GB/informacion-recinto/1/san-lorenzo-del-escorial e https://www.patrimonionacional.es/visita/real-monasterio-de-san-lorenzo-de-el-escorial?language=en. Se tiver curiosidade em saber um pouco mais sobre o Palácio do Escorial [ou sobre Espanha], recomendo as seguinte monografias:
Gaya Nuño, J. A. (s.d.). El Escorial. Plus Ultra.
KAMEN, H. (2KAMEN, H. (2010). The Escorial: Art and Power in the Renaissance. Yale University Press. http://www.jstor.org/stable/j.ctt1npxf4
Morris, Jan. (2016), Espanha. Tinta-da-China.
Parker, Geoffrey (1978), Felipe II: la biografía definitiva. Planeta.
Rady, Martyn (2021). Os Habsburgos: ascensão e queda de uma potência global. Temas e Debates.
Existe um pacote turístico muito especial: o Tren de Felipe II. Este comboio histórico realiza-se entre Madrid (Príncipe Pío) e El Escorial. No pack “Imperial” (30€), os entusiastas ferroviários desfrutarão de uma viagem de comboio (50 min), um percurso pedestre pelo casco histórico da vila de San Lourenzo de El Escorial e uma visita guiada ao interior do Mosteiro de San Lorenzo de Escorial (no pacote ainda está incluída o transbordo rodoviário entre a estação de El Escorial e o Mosteiro). As visitas guiadas são acompanhada, segundo informações no site da empresa que explora este comboio histórico, por guias turísticos acreditados pela Comunidade Autónoma de Madrid.
Como chegar:
Saiba mais em: https://www.renfe.com/es/es/cercanias/cercanias-madrid/lineas
Quer saber mais sobre Madrid? Siga as redes sociais do Turismo de Madrid no Instagram, Facebook e YouTube.
🔖Nota Informativa:
Esta viagem foi realizada em Janeiro de 2018 em Madrid. Escrita, com distanciamento e o rigor necessário, no mês de Setembro de 2021. Se quiser o roteiro de viagem elaborado pelo Blogue OLIRAF, o leitor poderá descarregar o seguinte documento: RoteiroMadrid2018. Se gostou, pode meter gosto e partilhar o artigo nas redes sociais. Não custa nada para si, ajuda-nos a crescer e a partilhar mais dicas, sugestões e crónicas de viagem.
Nota importante [🔎]
As presentes informações não têm natureza vinculativa, funcionam apenas como indicações, dicas e conselhos, e são susceptíveis de alteração a qualquer momento. O Blogue OLIRAF não poderá ser responsabilizado pelos danos ou prejuízos em pessoas e/ou bens daí advenientes. As recomendações de produtos turísticos baseiam-se nas experiências [reais] de viagem e o conteúdo editorial é independente de terceiros. Se quiser partilhar ou divulgar as minhas fotografias, poderá fazê-lo desde que mencione os direitos morais e de autor das mesmas.

✒️Texto: Rafael Oliveira 📷 Fotografia: Oliraf Fotografia
Follow me: @oliraffotografia on Instagram | Oliraf Fotografia on Facebook