📷 A região do Alentejo presenteia-nos com lugares peculiares, paisagens quentes e estórias sem fim. É o caso da Península de Troia. Um dos pontos mais emblemáticos do litoral Alentejano. Sugestões e impressões pessoais de uma visita fotográfica a um dos sítios arqueológicos mais importantes da época romana de Portugal: o maior centro romano de produção de salga e conserva de Peixe em Troia. A arqueóloga Ana Patrícia Magalhães, do Troiaresort (Arqueologia), foi a nossa guia pelo sitio arqueológico, monumento nacional na lista indicativa a património mundial da UNESCO, onde ficamos a conhecer o resultado das escavações arqueológicas, o património edificado existente, o processo de fabricação do preparado piscícola (o Garum), os achados arqueológicos de cerâmica romana, as curiosidades históricas e os pormenores artísticos desta antiga unidade industrial romana, situada entre o rio Sado e o Oceano Atlântico.
| “Setúbal é mais bela vista da baía. Daí se vê a cidade em toda extensão, com as suas casas um tanto descaídas. […].” H. C. Andersen – Uma visita em Portugal em 1866 |
Troia de Grândola. Fábrica de Roma. Troia é sinónimo do Turismo dos três “S”: “Sun, Sea and Sand”. Todavia, neste istmo é possível fazer outras atividades de lazer e cultural: o turismo histórico-cultural. Passado e presente vivem lado a lado. Uma viagem ao património português. Como todo o apaixonado da História (e pelo ócio da vida), vibro com o fascínio pelo passado e por ruínas abandonadas. E as ruínas romanas de Troia não são excepção à regra. A minha cabeça já andava a matutar uma ida aos areais da praia da Comporta e, pelo caminho, ficavam as icónicas ruínas desta peninsular restinga arenosa no litoral alentejo. Para mim, custa acreditar que estamos no Alentejo, visto que estamos tão próximos da cidade de Lisboa. Lê-se no sitio web da RTP Arquivos. Monumento Nacional, desde 1910, as ruinas romanas de Troia (não confudir com Tróia da Anatólia) foram um dos maiores centros produtores de salga e conserva de peixe da Civilização Romana. Em virtude deste pormenor, neste sitio arqueológico emergiu um enorme complexo industrial e aglomerado urbano com termas, casas senhoriais, mausoléu e uma basílica paleocristã. Segundo o jornal online Observador, no ano 2018, passaram mais de 10 mil viajantes do tempo.

Rio Sado. Coração de Setúbal. Embarcamos na Doca do Comércio, na cidade de Setúbal rumo ao Cais Sul da Península de Troia. Antes de embarcarmos, o viajante é brindado por um grupo de ciganos que tentam fazer pela vida. É com um sorriso nos lábios que recusamos um dos inúmeros óculos de sol que nos tentam “impingir”. Nem tentei regatear, à boa maneira magrebina. De seguida, em fila indiana, os veiculos são encaminhados para o Ferry-Boat “Pato Real” da empresa Atlantic Ferries, SA que cruza as margens do azul do Sado rumo as areias brancas de Troia. A viagem dura, aproximadamente, vinte e cinco minutos. Saiamos da Área Metropolitana de Lisboa (AML) e entramos no Alentejo, mais concretamente, no concelho de Grândola. Não foi ao som da “Grândola, Vila Morena”, composta e cantada pelo Setubalense Zeca Afonso. Seguindo a estrada que faz a Ligação Comporta-Tróia N253-1,sinalética “Ruínas Romanas” chegamos a uma barraquinha de madeira. É o “posto de controlo” para a entrada num estradão de terra batida, cerca de 2 a 3 km, que nos leva até às ruínas romanas de Tróia, com a envolvente natural da Lagoa da Caldeira no horizonte.

A visita guiada, conduzida pela arqueóloga Ana Patrícia Magalhães, ao antigo complexo industrial de salga de peixe da época romana, abertas em 2011, após um longo período de escavação arqueológica, visto que encontrava-se abandonada este Monumento Nacional. Desde o Humanista André Resende, no século XVI, que temos referência a estas ruínas. Mais tarde, a princesa e futura rainha D.Maria I durante um passeio de barco no rio Sado deparou-se com a área residencial dos antigos proprietários romanos. Dai, o nome “Casas da Princesa”. Por iniciativa de uma empresa privada, o Troia Resort, que hoje explora o sitio arqueológico com visitas guiadas e com actividades educativas para escolas e de lazer para os mais graúdos. Constatamos que os museus e os monumentos são lugares únicos que nos proporcionam experiências memoráveis e uma aprendizagem indispensável à formação da identidade. Pela sua beleza e pelo seu enquadramento, pelas suas colecções e pela sua programação cultural, são espaços que transmitem valores, despertam memórias e interagem com a contemporaneidade. [Fonte DGPC]. Este antigo aglomerado urbano da época romana está na lista indicativa de Portugal para Património Mundial da UNESCO.

As Ruínas Romanas de Troia em que o ilustre escritor dinamarquês Hans Christian Andersen descreveu como «A Pompeia de Setúbal» são uma bela surpresa para qualquer viajante que gosta de viajar pela História. Estendem-se ao longo das margens azuis do Sado e das dunas da Península de Tróia. Um passeio por quase dois milénios de história. As ruínas revelam edifícios de habitação, fábricas, locais de culto, um balneário termal, um porto e suspeita-se que apenas dez por cento da cidade tenha sido escavada ao longo das últimas décadas. Na Lusitânia romana, Troia foi um dos grandes centros industriais de preparação e salga de peixe. Localizada numa zona próxima do oceano, a cidade beneficiava ainda da proximidade de uma forte indústria salineira e outra ligada à olaria, que produzia ânforas para armazenar e exportar o pescado. A sua população era constituída por população indígena, mas também por famílias poderosas originárias do Norte de África, Grécia e escravos de diversas latitudes do Império Romano.

O sitio arqueológico, segundo os dados recolhidos pelas escavações arqueológicas, sugere que foi fundada no século I d.C. que os romanos construíram um complexo industrial de salgas (e de peixe salgado) e molhos de peixe, conhecido em todo o mundo romano. Uma das razões era a existência de matéria-prima em abundância na região envolvente ao estuário do rio Sado: as olarias de barro, a extração de sal e a pesca. Terá funcionado entre o séc. I e meados do séc. V, caindo no esquecimento. As primeiras escavações ocorreram durante o século XVIII, por iniciativa da infanta D.Maria, futura Rainha D. Maria I, e no século XIX pela Sociedade Arqueológica Lusitana, com os generosos contributos dos patronos: o Duque de Palmela e do rei Dom Fernando II (1816-1885). No século XX, de 1948 até à década de 70, as escavações foram conduzidas pelos diretores do Museu Nacional de Arqueologia.

Não era uma grande aglomerado urbano, ao contrário das cidades romanas de Salácia (hoje a cidade de Alcácer do Sal) e de Cetóbriga (a atual Setúbal). Todavia, tornou-se um grande aglomerado industrial-urbano em virtude da necessidade das grandes quantidades de mão-de-obra para o processamento do peixe salgado. Havia inúmeros Lotes, com ruelas e ruas estreitas, que deu origem a um grande complexo urbano que fixou população. Nas oficinas de Tróia havia inúmeros tanques de salga de peixe salgado: as cetárias. Ao todo, os arqueológos puseram a descoberto 19 tanques conhecidos. Era aqui que era produzido o “Garum”. Tratava-se de um preparado de vísceras de atum, sardinha ou cavala, misturado com outros peixes que macerava no sal. Este condimento era muito apreciado em todo o mundo Romano. As ânforas, as “embalagens cerâmicos da antiguidade”, eram essenciais para o escoamento do produto final, através de barco, para o Império Romano. A sua maioria era oriunda de três olarias romanas: Setúbal, Abul e Pinheiro. Cerca de 10% do sítio arqueológico já foi alvo de escavações arqueológicas, estando uma grande parte [ainda] coberta pelas areias. Verificamos, assim, que o ilustre povo romano soube ter engenho para aproveitar as características endógenas do território envolvente entre o Estuário do Sado e do Oceano Atlântico, nomeadamente a abundância de matérias-primas: peixe, sal e barro. Roma, apesar de ter diversas colónias no Mediterrâneo, apreciava as qualidades e a frescura do garum atlântico. Era de facto uma “fábrica” à imagem da grandeza da cidade eterna: Roma.

Existe uma história curiosa sobre um achado arqueológico neste importante aglomerado ubano-industrial da época romana. Em 1814, nas areias de Troia, foi descoberto um cofre de chumbo que continha, entre outros objetos, uma taça de prata ornamentada. Posteriormente, em 1850, foi adquirida pelo Duque de Palmela aos herdeiros do governador de Setúbal para figurar nos «Anaes» da nova sociedade científica, a Sociedade Archeologica Lusitana. Mais tarde, poderá ter sido oferecida ao rei D. Fernando II pelo Duque de Palmela, para a sua coleção privada de antiguidades. Ambos eram patronos da Sociedade Arqueológica Lusitana para fomentar as escavações arqueológicas em Troia. Recentemente, em 2018, foi redescoberta nas coleções da Fundação da Casa de Bragança por um grupo de investigadores portugueses. A “Taça de Troia” está exposta no Museu Nacional de Arqueologia (MNA).
É uma viagem constante (re) descobrir o estuário do Sado e uma parte do Alentejo que se abre ao oceano Atlântico: o Alentejo Litoral. Aqui, o viajante ou o turista poderá avistar uma imensa faixa de costa que, desde a Península de Tróia até ao Cabo de Sines, proporciona exuberantes e convidativas praias com um ininterrupto areal. Trata-se de uma das mais calmas, genuínas e tradicionais regiões de Portugal, onde o património natural e edificado continua bem preservado, e onde encontramos gentes que tornam a experiência de viagem mais enriquecedora.
Afinal, o Alentejo Litoral começa aqui…nos extensos areiais dourados da Peninsula de Tróia! Vai perder esta oportunidade de passear cá dentro?
🚢 Como chegar:
Como fica perto de Lisboa, a cerca de 60 km, Tróia pode ser um destino turístico que tanto pode dar para ir apenas fazer um passeio de fim-de-semana, como também pode ser incluído no roteiro de uma viagem para o Algarve. Há duas formas de chegar a Tróia. A partir de Setúbal, no ‘ferry-boat’ ou em alternativa, utilize a A2 e depois o IP1 e a EN 253. Os 103 quilómetros que separam Setúbal de Tróia ficam por 4,35€. A partir de Lisboa, as portagens custam 5,6€. A viagem fica por 3,95€ por pessoa. A nossa escolha recaiu pelo ferry, em virtude da beleza do trajeto. A Atlantic Ferries -Tráfego Local, Fluvial e Maritimo, SA, empresa privada do grupo Sonae Capital que assegura o serviço público de transporte fluvial de passageiros, veículos ligeiros, pesados e de mercadorias no rio Sado, desde Outubro de 2007, entre o porto de Setúbal e a peninsula de Tróia, com recurso a uma frota de quatro navios: dois ferrys (Pato Real e Rola do Mar) e dois catamaran (Garça Branca e Roaz Corvineiro). No nosso caso especifico, optamos por ir no ferry “Pato Real”, com capacidade máxima para 500 passageiros e 60 viaturas ligeiras, para contemplar o Parque Natural da Arrábida, observar os golfinhos roazes do rio Sado, a beleza urbana da capital sadina – Setúbal – e a envolvente paisagística da Reserva Natural do Estuário do Sado.
📝Nota Informativa:
O Blogue OLIRAF relizou esta visita no mês de Julho de 2018. Agradecemos a visita guiada, dirigida pela Dr.ª Ana Patrícia Magalhães (membro da equipa de arqueologos da Tróia Resort-Investimentos Turísticos, S.A.), pela envolvência do sitio arqueológico da época romana e a respetiva oferta do bilhete para a viagem de transporte fluvial na empresa Atlantic Ferries.
Não deixe de fazer…
- conhecer a capital do rio Sado: a cidade de Setúbal;
- fotografar o pôr-do-sol, as águas calmas do Sado atingem o seu nível mais elevado proporcionando imagens singulares do espelho de água envolvente;
- observar a fauna e a flora da Reserva Natural do Estuário do Sado;
- explorar os encantos e recantos da Serra da Arrábida;
- fazer um passeio numa embarcação maritimo-turistica no estuário do rio Sado;
- visitar o ex-libris do Alentejo Litoral: o cais palafítico da Carrasqueira;
- petiscar um belo prato de choco frito num restaurante local da Aldeia da Carrasqueira, Carvalhal ou Comporta.
- visitar, em Setúbal, as ruínas militares de uma Bataria de Artilharia de Costa (Outão);
- fazer uma caminhada e banhar-se nos extensos areais da Península de Tróia;
NÃO PERCA AS MINHAS AVENTURAS E OLHARES FOTOGRÁFICOS NO INSTAGRAM! UM ENCONTRO COM A HISTÓRIA, AO SABOR DAS IMAGENS…
🔗Para mais informações:
Aqui poderá encontrar, por exemplo, bibliografia e dicas sobre o património material e imaterial nos seguintes links:
O Troia Resort é a empresa responsavél pela conservação, exploração, e divulgação de atividades ligadas ao sítio arqueológico de Tróia. Para consulta de visitas guiadas, eventos temáticos e horários poderá consultar o site http://www.troiaresort.pt/pt/troia-ruinas/visite-nos/horarios/. Recomendo, também, a consulta do sitio digital do Município de Grândola ou do Turismo de Portugal, visto que permite encontrar inúmeras sugestões de passeios, pontos de interesse, museus e gastronomia local e regional, associado ao concelho alentejano. Poderá encontrar mais informações sobre o sitio arqueológico de Tróia na Direcção-Geral do Património Cultural e no SIPA. Se tiver alguma dúvida ou querer saber mais informações sobre actividades, pode sempre utilizar o email arqueologia@troiaresort.pt | Telefone: +351 265 499 400 | Telemóvel: +351 939 031 936.
https://www.academia.edu/22438283/Ru%C3%ADnas_Romanas_de_Tr%C3%B3ia_a_valoriza%C3%A7%C3%A3o_de_um_patrim%C3%B3nio_singular
Nota importante [👤]
As presentes informações não têm natureza vinculativa, funcionam apenas como indicações, dicas e conselhos, e são susceptíveis de alteração a qualquer momento. O Blogue OLIRAF não poderá ser responsabilizado pelos danos ou prejuízos em pessoas e/ou bens daí advenientes. As recomendações de produtos turísticos baseiam-se nas experiências [reais] de viagem e o conteúdo editorial é independente de terceiros. Se quiser partilhar ou divulgar as minhas fotografias, poderá fazê-lo desde que mencione os direitos morais e de autor das mesmas. Se encontrar alguma gralha ou equivoco no artigo, contacte-nos.

💻 Texto: Rafael Oliveira 📷 Fotografia: Oliraf Fotografia 🌎
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O Santuário de Nossa Senhora da Peneda é um lugar recôndito e de rara beleza. A sua escadaria é um regalo arquitectónico para os nossos olhos. A Igreja, dedica ao culto da Nossa Senhora da Peneda, foi construída entre os finais do século XVIII e os primórdios do século XIX. Trata-se de um dos santuários católicos mais concorridos pelos romeiros do Norte de Portugal, em especial, na região do Alto Minho. Aprecie a bela cascata que cai, abruptamente, dos penedos graníticos que dão forma, cor e impacto visual à Serra da Peneda.
Praça-forte de Valença do Minho, a sentinela da fronteira raiana do Alto Minho. Durante o século XII, El-rei Dom Sancho I, através de Valença, por inúmeras vezes tentou expandir a fronteira lusa com o assédio às localidades galegas de Tui e Pontevedra. Valença, à época denominada Contrasta, afirmou-se como um local estratégico, visto que estava entre o Rio Minho e a velha estrada romana. É a mais importante fortaleza do Alto Minho e um dos notáveis exemplos da Arquitectura Bélica da História de Portugal (só equiparada a Almeida e Elvas). Esta impressionante fortificação abaluartada, construída no contexto da Guerra da Restauração (1640-1668), é um belo exemplo do aproveitamento das condições do meio envolvente: os patamares sobrepostos à orografia do terreno. Um projecto militar com escala para fazer face às ameaças de “nuestros hermanos”. Hoje em dia, esta cidade minhota é um ponto de confluência entre peregrinos de Santiago e de viajantes de todos os cantos da Peninsula Ibérica. Uma História feita de [Portugueses] Fortes!
Em Portugal existem lugares encantadores para descobrir. Sistelo é um deles. uma aldeia singela e bela. Trata-se de uma paisagem monumento-nacional e uma das 7 maravilhas de Portugal. Esta aldeia minhota, localizada no relevo acidentado da Serra da Peneda, é conhecida (turisticamente) pelo “Tibete Português”. E porquê? A paisagem envolvente é caracterizada pelos socalcos, que variam entre os 180 metros e os 1360 metros, onde se cultiva o milho e pasta o gado autóctone: as vacas cachenas. Apesar não estarmos na Ásia, a paisagem verdejante transmite uma paz espiritual e uma harmonia secular entre o homem e o meio. Um belo poema paisagístico escrito pelo Homem.
Sabia que Ponte de Lima é a vila mais antiga de Portugal? A capital da canoagem portuguesa é uma verdadeira embaixadora da região do Alto Minho. O rio Lima, que dá nome a esta vila, era denominado pelos romanos de Lethes: o rio do esquecimento. Quem o atravessasse, acreditava eles, perderia [para sempre] a memória. Era, assim, há mais de dois milénios. Além da beleza natural que envolve esta peculiar vila de Portugal, o património edificado aumenta singularmente o seu valor histórico, cultural e arquitectónico como, por exemplo, a icónica ponte romana sobre o rio Lima e os vestígios da cerca e torres muralhadas, construídas durante o reinado do “Justiceiro” D. Pedro I de Portugal, que cercavam o antigo burgo medieval. Não deixe de percorrer a “Avenida dos Plátanos”, bem como ver a bela Capela do Anjo da Guarda.
A simpática vila do Soajo. Aqui, o viajante poderá encontrar um conjunto de espigueiros erigidos sobre uma majestosa laje granítica. Ainda hoje, são utilizados para secar o milho pelas gentes desta aldeia minhota. Os Espigueiros do Soajo são um excelente exemplo da tradição da arquitectura popular do Minho. O percurso turístico de Automóvel pelas estradas e caminhos, entre as Serras Amarela e do Soajo, o viajante tem, por vezes, a companhia das [singelas] vacas Barrosãs. Máxima atenção!
Há locais repletos de História, como o caso da Torre de Lapela. Incógnita na paisagem, esta Torre de Menagem impõe a sua presença junto às margens do rio Minho. Datada do século XIV, esta Torre Medieval é uma imponente, robusta e sólida construção bélica. É visível a grande distância e eleva-se a cerca de 35 metros sobre o leito do rio Minho. No reinado de D. Manuel I (1495-1521),o castelo foi desenhado pela pena do escudeiro Duarte D`Armas no seu “Livro das Fortalezas” (ANTT: 1509). Durante o reinado de D.João V (1705-1750), o antigo castelo de Lapela foi desmantelado, à excepcão da Torre, para que as suas sólidas pedras fossem utilizadas na construção da moderna fortaleza abaluartada da vila de Monção. Exigências bélicas (e dos tempos). Sugerimos uma visita ao
Incógnito e recôndito. Duas palavras para descrever este “guerreiro de pedra” da aldeia de Castro Laboreiro. Localizado a cerca de 1000 metros de altitude, o castelo de
É na freguesia de Lindo(so) que existe a maior concentração de Espigueiros da Peninsula Ibérica. São, sensivelmente, 120 exemplares. Esta aldeia minhota tem um belo nome e, na minha subjectiva opinião, é bela de aspecto. Trata-se da sentinela [de pedra] das Serras da Peneda e do Gerês. Em virtude da sua situação estratégica, sobre o curso do rio Lima, é um dos mais importantes monumentos portugueses da arquitectura militar medieval, datada do reinado de D.Afonso III (1248-1279), foi alvo de inúmeros assédios bélicos durante a Guerra da Restauração (1640-1668), visto que está próxima da fronteira raiana com Espanha. Poderá, no interior da fortaleza, visita um pequena exposição permanente sobre a sua emblemática história em defesa do escudo real de Portugal. Na envolvência desta fortificação bélica, o viajante fica impressionado com a enorme quantidade dos “pequenos celeiros” da região minhota: os Espigueiros. O mais antigo está datado do século XVIII. São o exemplo da vivência comunitária das gentes desta aldeia do Alto Minho.
A Igreja do Mosteiro de Sanfins de Friestas sobressai na bucólica paisagem onde se insere. Aqui, o viajante viaja pelo legado secular da arquitectura religiosa românica do Alto Minho. É como estar às portas [da História de Arte] do primeiro românico Português. Com amplas vistas sobre o vale do rio Minho, o antigo Mosteiro [Masculino] Beneditino, fundado no fim do século XI, tem um extenso aglomerado de ruínas que revelam as seculares estruturas religiosas: o aqueduto, o muro e as respectivas dependências monacais. Este lugar é um verdadeiro convite ao recolhimento espiritual no seio de uma monumental mata de Carvalhos (os verdadeiros guardiões deste lugar peculiar).
O Castelo de Melgaço é um belo exemplo da arquitectura militar românica. Uma das características é a sua Torre de Menagem, situar-se no centro da Alcáçova, em vez de ficar junto à cintura de muralhas. Por momentos, senti-me na pele do escudeiro Duarte D’Armas que desenhou este “guerreiro de pedra” para El`Rei D.Manuel I nos principios do século XVI. Todavia, uma das razões para visitar o concelho mais radical de Portugal é o Rafting. Esta actividade radical realizada, entre a barragem da Frieira (Espanha) e a Ponte do Peso (Melgaço), no rio Minho, foi uma das razões para sair da minha zona de conforto e fazer quase 500 km até ao concelho mais a Norte de Portugal. Tratou-se de uma experiência fantástica e com muita adrenalina ao longo de quase 14 Km. Os monitores da
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