📷 El viajero en el país de Cervantes e Velásquez. O Reino de Espanha é um dos países mais turísticos e belos do Mundo. Amo Espanha como sempre amei Portugal. Para mim, tal como Ernest Hemingway, um dos meus países preferidos para realizar uma escapadinha cultural. Sugestões e impressões pessoais para um roteiro fotográfico pela essência do património histórico-cultural de “nuestros hermanos”. Sinta e viva o “salero” hispânico!
Com uma superfície de 504800 km² e quase 50 milhões de pessoas, a Espanha é um dos paises mais montanhosos do continente Europeu, depois da Suiça, conferindo uma dinâmica de paisagem que alterna entre cordilheiras, vales fluviais e vastos planaltos. Trata-se do país ideal para sugerir uma roadtrip ditada pela Geografia e História. Estas conferem uma singularidade própria e uma riqueza paisagística cheia de oportunidades de evasão! Pela minha experiência académica, profissional e pessoal, o Reino de Espanha tem dezenas de cidades e vilas que são merecedoras de uma visita sem pressa e para apreciar o que as rodeia. Deixo-vos,assim, 13 sugestões fotográficas para visitar no país de “nuestros hermanos”:
📍Salúncar do Guadiana (Andaluzia)
Salúncar do Guadiana: uma terra de fronteira. Situada nas margens do Guadiana, esta vila singela recebeu José Saramago, o nosso Nobel da Literatura (1998), esteve nestas paragens, em 1980, no âmbito da sua Viagem a Portugal. Deixo-me surpreender pela singularidade do casario branco de Salúncar do Guadiana e do seu “Guerreiro de Pedra” – o Castillo de San Marcos – que domina a paisagem envolvente. Esta pequena urbe nasceu da necessidade do controlo e vigilância do transporte de bens alimentares (trigo, azeite e mel) e de minério (ouro,prata e cobre), através do rio Guadiana, pelas ocupações humanas sucessivas que a usavam na transição entre as rotas comerciais do Mediterrâneo e do Atlântico. Se tiver um lado mais radical, o leitor poderá aventurar-se na travessia do rio Guadiana na “ÚNICA TIROLINA TRANSFRONTERIZA DEL MUNDO”, pode ler-se na empresa limitezero.com. A paisagem arrebatadora entre Salúncar do Guadiana e Alcoutim – as duas vilas gémeas do rio Guadiana -, como afirmou José Saramago, permite viver esta experiência devagar e com tempo. Aventure-se. E surpreenda-se!
📍Ponte de Alcántara (Extremadura)
A majestosa e monumental Ponte Romana de Alcántara atravessa as serenas águas do rio Tejo. Trata-se de uma verdadeira atração turística e uma das razões de ter ido a estas latitudes. O cenário arquitetónico é um dos mais belos “rincones” emblemáticos dae toda a Extremadura Espanhola. Aqui, o viajante pode recuar até ao passado e imaginar as legiões romanas, hordas de povos bárbaros, mouros, castelhanos, portugueses e franceses pisaram estas pedras e passaram o rio Tejo rumo ao nosso país. Para mim, está ponte não é uma passagem. É uma viagem através do tempo. Há pontes que são verdadeiras obras de arte que impõem respeito e admiração!
📍Olivenza (Extremadura)
Olivenza mantém a essência de Olivença. Trata-se de uma agradável e pitoresca cidade fronteiriça da raia luso-espanhola. Para quem percorre o seu “casco histórico”, como referem os “nuestros hermanos” aos seus centros históricos. O viajante não fica indiferente à escala do seu património edificado de origem portuguesa. De facto, ao percorrermos a raia luso-espanhola descobrimos dezenas de antigos castelos medievais, de menor e maior escala. Todavia, o que realmente impressiona ao viajante é a Torre de Menagem de Olivenza mandada construir por Dom João II em 1488. É mais alta da fronteira, com cerca de 40 metros, sendo acessível por 17 rampas até ao topo. Daqui, contemplamos a monumentalidade de Olivenza, o demonstra a sua importância histórica, política e militar para o antigo Reino de Portugal, face a Castela. Afinal, foram mais de cinco séculos como território de Portugal. Com quase doze mil habitantes (2016), esta vila da Extremadura Espanhola, nas proximidades de Badajoz, é um ponto de (re) encontro entre as culturas portuguesa e espanhola. Afinal de contas, Olivença personifica duas faces da mesma moeda. Para muitos, “Olivença é filha de Espanha, neta de Portugal”.
📍Madrid (Comunidad de Madrid)
A monárquica Madrid é a maior e mais povoada urbe da Península Ibérica e umas das maiores cidades europeias. Fundada nos meados do Século XVI, durante o “Sieglo de Oro”, por Filipe II de Espanha (Dinastia dos Áustria). Até ai, a maior cidade da “Jangada de Pedra”, como refere o Nobel da Literatura José de Saramago à Península Ibérica, era Lisboa. Mais tarde, em meados do Século XIX, esta foi suplantada por Madrid como a cidade mais importante da Península Ibérica. De facto, a posição central na Peninsula Ibérica foi vital para a fixação da corte dos Áustrias (Séc. XVI-XVII) na pequena urbe castelhana. Mais tarde, a Dinastia dos Bourbons (Séc. XVIII) ajudaram a fomentar s consolidação desta cidade como a “cabeça” da Monarquia Hispânica (e o “coração” da Península Ibérica). Em Madrid podemos destacar o famoso Palácio Real de Madrid, antiga residência real da Dinastia Bourbon, construído pelo neto de Luís XIV, Felipe V de Bourbon (1700-1746).
📍Sevilha (Andaluzia)
Sevilha é uma autêntica cidade-museu ao ar livre. Com o rio Guadalquivir aos seus pés, a capital da Andaluzia preserva um importante legado patrimonial-cultural do Reino de Espanha. Sabia que Carlos V de Habsburgo e Isabel de Portugal, filha de D.Manuel I, casaram-se nestas latitudes? E que a descoberta do Novo Mundo fomentou o crescimento da cidade, em virtude do seu porto ser servido pelo rio Guadalquivir? Afinal, esta cidade andaluza não é apenas o berço do Flamenco. O seu património histórico-cultural revela-nos a importância e a sua beleza secular. Edificios como a Torre del Oro, o Archivo General de las Indias, a Catedral e a Giralda de Sevilha, o Palácio real de Sevilha, a Plaza de Espanã e, mais recentemente, o Metropol Parasol são visitas obrigatórias. Todavia, o Archivo Geral das Indias, construido na 2.ªMetade do Século XVI, impressionou-me pela sua dimensão. Afinal, uma boa parte da documentação histórica – “burocrática” – do Império Espanhol encontra-se aqui.
📍San Lorenzo de El Escorial (Comunidad de Madrid)
Deixe para trás a agitação urbana de Madrid e faça uma pausa nos arredores da capital espanhola, nomeadamente um passeio pelas cercanías de Madrid. Porque não conhecer o Mosteiro de San Lorenzo do Escorial nas proximidades do Monte Abantos? A uma hora de Madrid, através da Linha C-3 da Renfe Cercanías, em pleno coração da Serra de Guadarrama, encontra-se o majestoso San Lorenzo de El Escorial, pensado pelo Rei Filipe II de Espanha, no século XVI, para comemorar a vitória na Batalha de San Quitín, ocorrida a 10 de Agosto de 1557, contra os franceses. Trata-se de um belo exemplar do estilo austero do arquiteto de Filipe II: Herrera. Suba ao mirador de Abantos para apreciar uma panorâmica do Mosteiro e, ao fundo, da malha urbana de Madrid. Aqui, a quase 50 Km de Madrid, o viajante poderá fazer uma caminhada pelos trilhos de natureza da Sierra de Guadarrama (e sentir o ar puro da natureza) sempre acompanhado pela envolvência monumental do Mosteiro del Escorial.
📍Valladolid (Castilla y León)
Valladolid era uma perfeita desconhecida para mim. E acredito que também para muitos portugueses. Sabia que teve muita importância histórica entre os Reis Católicos e os Felipe (s) de Espanha. Felipe II de Espanha nasceu aqui. É uma cidade com imensa curiosidade histórica, seja na sua arquitectura urbana e religiosa. Quem diria que nesta cidade castelhana também existia um jardim – Campo Grande de Valladolid – para recreação dos seus habitantes, tal como em Lisboa. Ao final da tarde, podemos ver vários jovens a conviver, os mais idosos meter a conversa em dia, os mais traquinas nas suas fantasias e os mais graúdos a comer umas tapas. De facto, os Espanhóis sabem usufruir do espaço público. Cá para mim, só vão dormir a casa. Sabia que Cristóvão Colombo morreu, em 1506, nesta cidade?
📍Alburquerque (Extremadura)
De Lisboa a Albuquerque são cerca de 270 quilómetros. De Marvão, cerca de 70 km. A vila de Alburquerque está entre a cidade de Badajoz e a vila de Valência de Alcântara, bem no centro da antiga província romana da Lusitânia, na actual comunidade autónoma espanhola da Extremadura. Não vem nos roteiros turísticos ou guias de viagem tradicionais, como a cidade de Badajoz, mas não precisava de tal distinção para merecer uma visita. É aqui que encontramos um dos mais imponentes – e bem preservados – “Castillos” da região e de toda Espanha (segundo o guia que nos fez a visita guiada gratuita ao recinto), mas a riqueza não é apenas histórica e arquitectónica,mas também paisagística. Dentro do seu pequeno, mas acolhedor, centro histórico e do recinto muralhado começamos logo por descobrir histórias, pedras e símbolos familiares, de origem portuguesa.
📍Salamanca (Castilla y León)
Após atravessar a região do “Campo Charro”, entre Ciudad Rodrigo e os arredores de Tordesilhas, chegamos à monumental cidade de Salamanca. A arquitectura exterior e interior da Catedral Velha e Nova cativa o olhar de qualquer viajante. Aqui, podemos sentir a influência e a importância do poder religioso e temporal nas dinâmicas urbanas ao longo dos séculos. Para Miguel de Unamuno, a cidade de Salamanca “…Es una fiesta para los ojos y para el espíritu. Ver la ciudad como poso del cielo en la tierra de las aguas del Tormes.” Acima de tudo, a cidade de Salamanca é um museu ao ar livre em que se destacam a Catedral Nova e Velha, o Palácio de Monterrey, Convento e Igreja de las Agustinas ou a Casa das Conchas, já a chegar à Plaza Mayor. Do topo da torre da catedral nova, podemos contemplar a arquitectura monumental desta cidade de Castilla y León. Ao fundo, podemos ver a transição do Campo Charro para as Tierras de Campo. Há muitas razões para visitar a “Monumental” Salamanca,uma cidade com uma vivência surpreendente. A “Coimbra Espanhola” deixa muitas saudades por quem passa.
📍Granada (Andaluzia)
A vista do Mirador de San Nicolás é arrebatadora! E qual a razão? A Alhambra detém o nosso olhar de espanto. De facto, esta cidade andaluza, Granada, encanta e admira qualquer viajante que chega pela primeira vez e a contempla. Granada é o Alhambra, o bairro Albaicín e o El Generalife. Veja-se a singularidade da Acequia Real do El Generalife: um verdadeiro paraíso. Foi construído pelos sultões nazarís para refúgio do quotidiano cortesão da Alhambra de Granada. Tal como eles, fujo das “massas” de turistas que inundam o complexo fortificado do Alhambra. Afinal, trata-se do monumento mais visitado do Reino de Espanha. Quem diria? Foi uma bela surpresa contactar com a simplicidade desta “Horta Real” com as suas fontes, hortas e belos jardins que nos transportam para outras latitudes. O Éden podia ser aqui. Esta cidade andaluza transmite boas vibrações a qualquer forasteiro ou viajante andarilho. Há cidades que nos tocam a alma. Granada é uma delas. E aquele momento em que recebes a notificação que o Turismo de Espanha partilhou, e mencionou, a tua foto na sua página oficial do Instagram.
📍Ciudad Rodrigo (Castilla y León)
Entre Portugal e Salamanca, esta praça de fronteira foi palco de inúmeras guerras entre Cristãos e Mouros (Renquista Cristã), Portugueses e Castelhanos (Guerra de Sucessão entre partidários de Isabel, a Católia e os partidários de Joana, a Beltraneja) e, mais tarde, entre Espanhóis e Franceses (Guerra da Independência). Com inúmeros edificios civis, militares e religosos que contam muitas estórias da história desta cidade da província de Salamanca. Destacamos o Castelo Medieval e o seu recinto de muralhas, bem como a Catedral de Santa Maria. Todavia, o marco histórico que ficou gravado na nossa memória foi a Torre de las Campanas que é um testemunho dos cercos cruéis durante a Guerra Peninsular (1807-1814) efectuados pelas tropas francesas de Massena (1810) e as tropas Inglesas de Wellington (1812). Ainda hoje, o viajante poderá ver oas marcas das balas de canhão efectuada pela artilharia de campanha.
📍Córdoba (Andaluzia)
Ir a Córdoba é realizar uma viagem no tempo (e com tempo). Um encontro entre o Ocidente e o Oriente. Ao percorrer as suas ruas e bairros históricos,o viajante tem uma noção nitida da convivência e cruzamento de influências milenares entre Judeus, Muçulmanos e Cristãos que habitavam o Al-Andalus. Sabia que a Ponte Romana de Córdoba, atravessa pelo rio Guadalquivir, foi um dos cenários de Game of Thrones em Espanha? Se é um fã (nático) da Série da HBO deve recorda-se da Ponte de Volantis. Esta cidade andaluza contém património histórico-cultural com o selo da UNESCO, nomeamente o centro histórico, a Mesquita-Catedral, as ruinas arqueológicas do antigo palácio califal de Madinat al-Zahra e o bairro Judeu. Foi o berço da antiga capital califado Omíada (929-1031), fundada por Abd al-Rahman III. Experimente fazer a Rota Omíada e deixe-se surpreender pelo legado arquitectónico e cultural da civilização islâmica de Espanha: o Al-Andalus. Sabia que Carlos V de Habsburgo, o rei-itinerante, salvou esta obra de arte da civilização islâmica para contemplação de imensos curiosos da História?
📍Santigo de Compostela (Galiza)
Se todos os caminhos vão dar a Roma, em Espanha, todos os caminhos vão dar a Santiago de Compostela. Quem não conhece, ou já percorreu, o caminho de Santiago? Localizada na Galiza, esta cidade é uma das capitais para os crentes que professam a religião cristã. Fruto do imenso e variado património edificado de cariz religioso, sendo o seu ex-libris a Catedral que, segundo a lenda, está sepultado o Apóstolo Santiago (Maior), um dos doze apóstolos mais próximos de Jesus Cristo, a cidade de Santiago de Compostela é património Mundial da Unesco. Anualmente, esta pequena cidade recebe centenas de milhares de peregrinos que percorrem o caminho de Santiago, vindos inúmeras latitudes do globo terrestre. Afinal, o caminho não é uma viagem, mas sim uma experiência de vida!
📍Mérida (Extremadura)
O “Templo de Diana”, assim lhe chamou D.Bernabé Moreno de Vargas no século XVI, é um dos ex-libris da monumentalidade da antiga capital da província romana da Lusitânia (uma das três províncias da Hispânia): Emerita Augusta. Segundo a historiografia local, foi construído no final do século I a.C ou no inicio do século I d.C. Na 2.ªMetade do século XX, após escavações arqueológicas, constatou-se que este templo era dedicado ao culto Imperial. Durante o século XVI,aproveitando a estrutura, o Conde de los Corbos construiu uma residência palaciana que permitiu a sobrevivência da primitiva construção da época romana. Apesar das semelhanças arquitectónicas e de culto com o Templo Romano de Évora, o espaço envolvente não é muito harmonioso.
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💻 Texto: Rafael Oliveira 📷 Fotografia: Oliraf Fotografia 🌎
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2 thoughts on “📷Roteiro Fotográfico pelo Reino de Espanha: as minhas sugestões para evasões histórico-culturais…”