⚔️ O Alentejo é uma antiquíssima região portuguesa valorizada pelo seu património natural e edificado. Para os amantes do turismo cultural, de natureza e do turismo militar, o Alentejo é uma boa opção de visita que combina actividades de lazer,natureza e culturais com o descanso. Durante o meu roteiro fotográfico pela região do Alto Alentejo, no sul de Portugal, tive a oportunidade de visitar a aldeia de Belver, um dos “tesouros naturais e edificados” do Rio Tejo.
Belver. Uma motivação antiga. Há muito tempo que “cogitava” para visitar esta aldeia, com quase mil habitantes (censos 2001), e o seu “guerreiro de pedra” que domina a paisagem em redor. Para mim, esta “Sentinela do Tejo” é um dos mais belos castelos medievais de Portugal. Infelizmente, não é tão conhecido como o “turístico” Castelo de Almourol. Não tanto pela sua arquitetura militar, de planta circular, com capela no interior, mas pela sua envolvente paisagística. Pela localização estratégica, num altaneiro morro sobranceiro ao Tejo, foi o primeiro castelo construído pela Ordem Militar – os Hospitalários -, em 1194, em Portugal. Reinava D. Sancho I (1174-1211), filho de D. Afonso Henriques, quando doou a Afonso Paes, prior da Ordem do Hospital, uma ampla propriedade para defender a margem norte do rio Tejo – a linha de fronteira entre Cristãos e Muçulmanos – contra as investidas dos infiéis Sarracenos. Porém, havia outro propósito: sua Majestade procurava contrariar a hegemonia territorial, institucional e militar da Ordem do Templo na região envolvente. Era, segundo testamento do “povoador”, um dos seis locais do reino onde se conservava o tesouro real. Segundo Mário Barroca, com base em fontes documentais medievais, o topónimo desta povoação portuguesa de “Belver” está relacionado com um dos mais conhecidos castelos detido pelos Hospitalários na Terra Santa, à época das Cruzadas, o Castelo de Belvoir (Galileia, Israel).
Um elemento diferenciador na paisagem – o castelo: «Presentes de norte a sul do território português, os castelos e as cinturas de muralhas que serviram um dia para proteger vilas e cidades são, ainda hoje, testemunhos vivos de um dos períodos mais fascinantes e ricos da História de Portugal», como afirma o Historiador Miguel Gomes Martins no seu recente livro “Guerreiros de Pedra“. Trata-se de uma obra fundamental para a compreensão histórica e da arquitetura militar na Idade Medieval Portuguesa, dando-nos a conhecer o quotidiano, os pormenores militares e acontecimentos mais marcantes que desempenharam na História de Portugal. Mário Barroca (2000, pp.199) considera este Castelo e a sua estrutura militar edificada uma das mais representativas da fase românica da arquitetura militar no nosso país. Ao subirmos a Torre de Menagem do Castelo de Belver, isolada do centro do recinto muralhado, podemos contemplar uma das mais belas visões feitas pela mãe-natureza: o rio Tejo.
Para além da visita ao Castelo de Belver, recomendo uma visita ao Museu do Sabão, nas proximidades do centro da aldeia. O projecto museológico está numa antiga Escola Primária do Estado Novo recuperada do abandono, no qual através de uma experiência interactiva – física e visual, podemos fazer uma viagem pelo tempo sobre este produto de primeira necessidade, bem como da memória colectiva dos Saboeiros de Belver.
A poucos quilómetros da aldeia de Belver, tive a oportunidade conhecer o Alamal, localizado no concelho de Gavião, no Alto Alentejo, com a sua praia fluvial pitoresca e com uma envolvente paisagística do Rio Tejo/Castelo de Belver ímpar. Mais tarde, fiquei a dormir no Alamal River Club. Trata-se de uma unidade de alojamento local (ex-Inatel), recentemente recuperada por um jovem casal, a Catarina e o Henrique. Destaco a qualidade do projecto turístico, situado numa área com enormes potencialidades dos amantes do turismo ligado a actividades de natureza, cultura e desportos náuticos .
Um dos ex-libris do Alamal, para além da excelente praia fluvial, são os passeios de barco no Tejo organizados pelo Carlos do Bar/Restaurante da Praia do Alamal. Recomendo um passeio para contemplar as belas paisagens do Vale do Tejo. No meu caso particular,optei por realizar um passeio, em ritmo de treino, de canoagem (6€/hora).
O melhor do Alentejo não está no Google Maps…
Sabem uma coisa? Nada como sair do quotidiano agitado de uma grande cidade. Deixar a rotina de um trabalhador-comum à frente do computador, pegar na máquina fotográfica, no mapa, no telemóvel e ir para o terreno. Ir fazer o trabalho de “campo” como costumo dizer. Para mim,o lugar de um fotógrafo é lá fora. Melhor ainda se o roteiro fotográfico implicar uma agenda ligada ao património histórico-cultural. Deixo-vos alguns dos locais que visitei neste roteiro fotográfico pelo Alentejo…
Viaje,mas devagar. Aventure-se Além do Tejo! E descubra-se.
✈ Como chegar:
Se pretender ir de Gavião para Belver ou Mação, deverá seguir pela EN118 até Alvega, seguir pela EN358 de Alvega até Mouriscas e pela EN3 de Mouriscas até Mação e prosseguir até Belver e inverso.
🍜 Onde comer:
Neste particular, optei por levar “almoço-volante”. Uma expressão que era utilizada nos Escuteiro, quando traziamos comer de casa ou do supermercado para o almoço. É opção mais económica para um viajante andarilho. Todavia, poderá optar pelos restaurantes locais na aldeia de Belver e na Praia do Alamal que, estou certo,poderão ter boas sugestões gastronómicas regioanais.
🏠 Onde ficar:
No que toca ao alojamento, optei pelo Alamal River Club, em Gavião, localizado próximo de Belver. Este espaço hoteleiro é uma boa opção para quem gosta do conceito de viajar com tempo,com calma e que queira fazer actividades ligadas ao Turismo de Natureza. Importa referir que o alojamento contam com serviço pequeno almoço.
Alamal River Club
🔗Para mais informações:
Aqui poderá encontrar, por exemplo, extensa documentação e dicas sobre o património material e imaterial nos seguintes links/referências bibliográficas:
Roteiro pelos Castelos do Alto Alentejo
Associação Portuguesa dos Amigos dos Castelos
Direção Regional de Cultura do Alentejo
BEBIANO, Rui [et al.] – Nova história militar de Portugal. Dir. Manuel Themudo Barata, Nuno Severiano Teixeira; coord. António Manuel Hespanha. Lisboa : Círculo de Leitores, [200-]-. v. : il. ; 28 cm. Contém bibliografia. 2º v.: imp. 2004. – 407 p. a 2 colns. 3º v.: imp. 2004. – 487 p. a 2 colns. 4º v.: imp. 2004. – 623 p. a 2 colns. 5º v.: imp. 2004. – 560 p. a 2 colns. ISBN 972-42-3071-6. ISBN 972-42-3246-8
Castelo de Belver (Informação)
HORÁRIO:
Terças, quartas, quintas e sextas: das 10:00h às 13:00h e das 14:00h às 18:00h
Sábados, domingos e feriados: das 14:00h às 18:00h
Descanso Semanal: Segundas feiras
PREÇOS:
Bilhete Normal: 2,00€
Jovens entre os 15 e os 25 anos, portadores de cartão jovem, portadores de deficiência, adultos com mais de 65 anos e professores: 1,00€
Crianças até aos 14 anos: Entradas livres
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OLIRAF ©️ 2020 | Blogue (Link)
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💻 Texto: Rafael Oliveira 📷 Fotografia: Oliraf Fotografia 🌎
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One thought on “📌À descoberta do Castelo de Belver: um “Guerreiro de Pedra” singular do Alto Alentejo…”