📜’𝕴𝖓𝖛𝖆𝖉𝖊 𝖆 𝕳𝖎𝖘𝖙ó𝖗𝖎𝖆’. Férias em Lisboa? Há sempre um motivo fotográfico para descobrir no “caos” e na rotina da urbe lisboeta. Visitar este Palácio é reavivar a História e a Arte em Portugal a cada passo que damos neste exemplar arquitectónico barroco. Para além da sua arquitectura que nos fascina, nada como aventurar-nos num jardim de buxo que nos guia pelas belezas e mistérios dos Marqueses de Fronteira. Deixe-se surpreender pela exaltação artística da arquitetura e riqueza azulejar barroca à portuguesa.

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Um oásis no caos urbano de Lisboa…
Situado em São Domingos de Benfica, próximo da Mata Florestal do Monsanto, o Palácio dos Marqueses de Fronteira é um dos belos exemplares da arquitectura residencial barroca portuguesa da 2ªMetade do Século XVII. Mandado construir pelo 1ºMarquês de Fronteira , D. João Mascarenhas, foi inaugurado por volta de 1675 como pavilhão de caça e casa de veraneio desta família nobiliárquica, uma das mais importantes do Reino de Portugal à época. É Herdeiro de uma histórica com cerca de três séculos.
Utilizado como local de veraneio e, durante alguns períodos, como residência principal da família Mascarenhas, o Palácio Fronteira acolheu sucessivas gerações de nobres, reis e rainhas, sobreviveu ao Terramoto e hospedou visitantes e viajantes de várias partes do Mundo, entre os quais o Grão-Duque da Toscânia em 1683.
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Depois do Terramoto de 1755 foi escolhido como residência “oficial” dos Marqueses de Fronteira, após a destruição da casa no Chiado. Em tempos, a distância entre este palácio e o centro de Lisboa ficavam a 3 horas de cavalo! Quem diria? Com a construção da Ala do Século XVIII, o palácio foi ganhando, assim, uma nova centralidade na vida quotidiana desta família nobre portuguesa. Esta família é um bom exemplo da nobreza de Guerra, que pelas excelentes campanhas bélicas ao serviço de El Rei durante a Guerra da Restauração (e desde a Expansão Ultramarina) foi subindo na hierarquia nobiliárquica por mérito.

ℹ️ 𝕾𝖆𝖇𝖎𝖆 𝖖𝖚𝖊…
A “petit histoire” não nos deixa de surpreender. Durante a Viagem de Cosme III de Médicis em Portugal no ano de 1669, o próprio visitou e descreve o palácio em construção no seu diário de viagem. Um pormenor fantástico. Mais do que um relato de uma viagem, este diário é uma espécie de visita guiada ao Portugal de Seiscentos, através das contingências da viagem realizada nesses meses de Janeiro a Março de 1669 em que a comitiva de Cosme III de Médicis (1642-1723) esteve em terra portuguesa.

Durante a visita ao jardim, percorra as diversas fontes e suba a escadaria monumental em direção à ala dos Reis de Portugal, onde se deparará com inúmeros bustos em homenagem à realeza portuguesa, desde Afonso Henriques até D.Pedro II.
A razão da sua construção…

Em virtude das más condições em que se vivia na cidade de Lisboa (falta de aposta da realeza na monumentalidade, suja e ruas tortuosas), os mais abastados, isto é, a nobreza construíam faustosas residências nos arredores onde passavam uma boa parte do ano, neste caso, o Verão. Na verdade, as estruturas económicas e mentais pouco tinha evoluído. Reflexo deste status quo são as próprias estruturas arquitectónicas da cidade de Lisboa que permanecem estáticas desde o séc. XVI, sendo apenas dinamizadas pela decoração: a arte azulejar e a talha dourada. De salientar que à época, a capital do Reino era o maior aglomerado urbano da Península Ibérica, só suplantada séculos mais tarde pela cidade de Madrid.
Com a recuperação da independência nacional em 1640 e até ao reinado de D.João V, o Reino de Portugal atravessa uma fase de grande austeridade imposta por diversas condicionantes politicas,sociais e económicas. Ao contrário da nobreza do seu tempo, inculta,pobre e conservadora, os Mascarenhas eram uma família culta e aberta a novas mentalidades, entendendo as novas realidades culturais e arquitectónicas europeias do seu tempo. Ainda hoje, podemos jogar torneios de brigde neste palácio, graças ao mecenato cultural do 12.º marquês de Fronteira, D.Fernando Mascarenhas, e continuado pelos seus familiares mais próximos.

O Palácio e os Jardins dos Marqueses de Fronteira são um belo exemplo vivo da arte azulejar em estilo barroco e da aplicação genuína desta forma artística, ao gosto dos nobres que ai viveram. Aqui, poderemos conhecer uma parte da história e da evolução técnica e artística da arte azulejar na época barroca. Depare-se com os Azulejos. De facto, durante esta visita não foi difícil dar por eles. Os azulejos, de origem árabe Al-zuleique, foram introduzidos, em Portugal e Espanha, durante a Idade Média pelos Muçulmanos. Eram usados para decorar chão e paredes das habitações muçulmanas. A partir do século XV, os Azulejos ganharam um lugar de destaque na arquitectura residencial e palaciana portuguesa, ao contrário de muitos países do continente europeu.

Mantendo seu protagonismo no desenrolar da história, o Palácio Fronteira é, sem dúvida, um Palácio com História. Pedras com História. Percorrer o seu jardim e o interior do Palácio, é (re) viver os maiores feitos da História de Portugal e da Expansão Ultramarina, para além do contacto com a magnifica arte azulejar portuguesa. A meu ver, o Palácio Fronteira continua a contar na sua arquitectura exterior e interior, a História de Portugal. Um Palácio que enriquece a cidade de Lisboa e que acrescenta algo à cultura portuguesa. Como pode verificar pelos registos fotográficos, motivos não faltam
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🔗Dicas e Informações
Como chegar:
Carreira 778 da Carris (Estação Sete Rios – Serviço Diurno)
Horário das Visitas:
O interior do Palácio só é visitável de manhã. Todas as visitas ao interior do Palácio são guiadas, uma vez que uma parte do mesmo ainda é habitado. Já a visita os Jardins, é possível visitar de manhã e de tarde. Importa referir que não se efectuam visitas aos Domingos e Feriados.
Palácio:
Junho a Setembro: 2ª a Sábado às 10h30; às 11h00; às 11h30 e às 12h00.
Outubro a Maio: 2ª a Sábado às 11h00 e às 12h00.
Jardins:
Junho a Setembro: 2ª a 6ª entre às 10h30 e as 13h00 e entre as 14h00 e às 17h00 e aos Sábados entre as 10h30 e as 13h00.
Outubro a Maio: 2ª a 6ª entre as 11h00 e as 13h00 e entre as 14h00 e as 17h00 e aos Sábados entre as 11h00 e as 13h00.
Custo das Visitas (€):
Quanto às visitas, a entrada para o pacote Palácio+Jardim custa nove euros e o acesso apenas ao jardim custa três. Na minha opinião, um preço demasiado caro. Mas, trata-se de uma propriedade privada que necessita de fundos para a manutenção dos jardins e do Palácio.
Links:
Página Oficial da Fundação das Casas de Fronteira e Alorna
Página Oficial Facebook da Casa Fronteira.Alorna
Página Oficial do Palácio Fronteira
Associação dos Amigos da Fundação das Casas de Fronteira e Alorna
SIPA | Monumentos – Palácio dos Marqueses de Fronteira
Património Cultural (DGPC) – Palácio, jardins, horta e mata dos dos marqueses de Fronteira
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💻 Texto: Rafael Oliveira 🌎 Fotografia: Oliraf Fotografia 📷
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Belo trabalho. Para os interessados em conhecer mais em detalhe especialmente o interior do Palácio (proibido de fotografar) deixo aqui links da minha visão fotográfica deste Palácio único e pouco conhecido, mesmo dos lisboetas: interior https://www.facebook.com/media/set/?set=oa.1087531971282404&type=3 exterior https://www.facebook.com/media/set/?set=oa.1087522091283392&type=3
Obrigada, Caro Jorge Maio. É um complemento à visita.
Saudações Fotográficas.
Muito obrigada pelo seu interesse. Uma pequena correcção, o actual Marquês de Fronteira já não é o Dr. Fernando Mascarenhas, fundados da Fundação das Casas de Fronteira e Alorna com sede no Palácio, mas sim seu primo co-irmão Dom José Mascarenhas que no último ano e meio se tem dedicado a institucionalizar, continuar e tornar sustentável o projecto do Dr. Fernando.
Vanda Anastacia,
Agradeço a sua rectificação.